No início dos anos 80,
os maiores e mais empolgantes embates entre acusação e defesa eram travados entre o hoje desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça de Roraima, o então promotor de Justiça do Amazonas, Lupercino de Sá Nogueira Filho e os advogados criminalistas e também políticos pelo MDB, por 26
anos, Francisco Guedes de Queiroz, o também político Félix Valois Coelho
Junior, por quatro anos, e Milton Assensi. E esse meio surge o advogado
Raimundo Silva, com boa oratória e excelentes argumentos de defesa. Foi descrito
por mim em A NOTÍCIA, como sendo um “desconhecido
no Tribunal do Júri”, selando nossa amizade pessoal e passei a admirá-lo e
respeitá-lo muito.
Depois de muitos planos
e conversas Dr. Silva decidiu transformar o seu "faz tudo", o pedreiro Humberto em juiz classista e levou
o Soares como seu guarda-costas pessoal. Naquele dia pediu ao seu "faz
tudo" que matasse um pato para comermos guisado. Pegou uma faca e
cortou a cabeça dele. Só que o pato, mesmo sem a cabeça, espirou muito sangue
no muro branco da casa dele. Nos anos 80 o
Tribunal do Júri era presidido pelo juiz Arnaldo Carpinteiro Peres, da 7ª Vara
Criminal, o hoje desembargador aposentado como do Tribunal de Justiça do
Amazonas Ele queria ver mais uma vez a atuação do advogado criminalista Milton
Assensi e sugeriu os jornalistas que admirava - eu, Fernando Ruiz e o falecido
Altair Rodrigues - para convidá-lo a voltar a atuar de novo. Apresentou recurso
de à favor de um crime famoso e levou-o ao Júri, prometendo absolvê-lo, mas
pegou mais um ano de pena. Na hora que esperava para ser levado a Penitenciária
o réu no segundo andar do corredor do antigo prédio do Tribunal de Justiça
puxou a toca do advogado e reclamou: "Dr. Assense, o senhor me encheu de
expectativas pela absolvição e me devolve a prisão com mais um ano de pena a
cumprir." - "A culpa foi desse juiz que errou na
dosimetria da pena" apontando para o Dr. Arnaldo Peres que vinha
logo atrás. “Mas por mim, você merecia era Cadeira Eletrica”, complementou o
advogado de defesa ao que ficou conhecido na imprensa para “O Monstro da Colina”,
por ter matado com uma faca e jogado o
corpo da criança, filha de companheira
dentro de um poço no quintal da casa
Voltemos à crônica de
novo e ao assunto que me remeteu a lembranças inesquecíveis!
Uma vez, enquanto
assistia o programa da GLOBO "VOCÊ DECIDE", deixou a
rede e vociferou "onde já se viu um programa em que apresenta três finais para a
mesma história. É um absurdo. Nós que estudamos um processo e muitas vezes
ainda decidimos errado .Como esse programa pode apresentar três finais para a
mesma história e as pessoas podem escolher qual o final que querem que seja
exibido, pelo telefone?"
No dia seguinte decidiu comprar uma televisão nova e deu a que usava ao saudoso Soares, mas avisou: "essa TV é a cabo". O
saudoso Soares, percorreu 40 quilômetros pela estrada rumo a Manaus e
voltou para devolver o presente dizendo "contei a distância e vim devolver a TV
porque não terei dinheiro para comprar 280 quilômetros de cabo para levar sinal
de Itacoatiara até Manaus". O Silva riu e não aceitou a devolução
do presente!
Dias depois o Soares,
que prepara muito bem um bicho de caça, nos convidou para comparecer a casa
dele no bairro de São Jorge, de onde se ia a pé para o Bar Zero Grau, para
degustarmos seu belo guisado que preparara. Nesse dia também esteve presente o
também juiz do trabalho Djalma Almeida. E fez questão de me chamar para mostrar
a TV funcionando!
Abandonou a política com uma frase emblemática, porém, verdadeira: "QUANDO O PREFEITO ACERTA, SOLTAM FOGUETES; MAS QUANDO OS VEREADORES ACERTAM NÃO ACONTECE NADA, MAS POR TUDO DE RUIM NA CIDADE, A CULPA É SEMPRE DOS VEREADORES"!
Abandonou a política com uma frase emblemática, porém, verdadeira: "QUANDO O PREFEITO ACERTA, SOLTAM FOGUETES; MAS QUANDO OS VEREADORES ACERTAM NÃO ACONTECE NADA, MAS POR TUDO DE RUIM NA CIDADE, A CULPA É SEMPRE DOS VEREADORES"!
Palmas
ResponderExcluirFantástica descrição de uma amizade que o tempo não destruiu!
ResponderExcluirMemória prodigiosa
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