O prefeito de Manaus, Arthur Neto, descerrou as placas de
inauguração de dois conjuntos habitacionais, somando apartamentos do Programa de Desenvolvimento
Urbano e Inclusão Socioambiental de Manaus – Prourbis, no Bairro Jorge
Teixeira, na Zona Leste, homenageando Helso do Carmo Ribeiro e o Deputado
Francisco Queiroz. Todos os 88 apartamentos, 68 no primeiro e 20 no
segundo, possuem 45 metros quadrados de área construída, contendo sala de
estar, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço, além de área de
estacionamento, convivência e playground.
Mas quem foram os dois homenageados? Nas placas de inauguração
nada existia além dos nomes, embora um assessor do Prourbis, também confessara que ficara surpreso porque teria ficado
uma manhã pesquisando informações para constarem nas placas, mas nada fora colocado.
E os Conjuntos Habitacionais foram inaugurados sem informações mínimas e a
história terá dificuldades no futuro para registrar a razão das duas
homenagens!
De Helso do Carmo Ribeiro, além de ter sido advogado, tio do
prefeito e Conselheiro do Tribunal de Contas, foi grande figura pública. Mas
como genro do deputado Francisco Queiroz e com quem convivi por longos anos,
divulgando suas atividades como advogado e o admirando como político, tenho
muito o que falar. Um dia, ao escrever sobre um processo no qual Francisco Queiroz
atuava - como citei na matéria veiculada em A NOTÍCIA, com o nome de “Adriano
Queiroz”, que era o nome de seu escritório, uma homenagem ao seu irmão,
igualmente advogado, falecido aos 54 anos, como chefe da Procuradoria Geral do
Estado, durante o primeiro Governo de Gilberto Mestrinho - ele ficou irritado e
seu sobrinho e advogado Flávio Queiroz se encarregou de justificar para o então
deputado e advogado que “havia apenas confundido os nomes”.
Depois, levado pelo seu sobrinho a conhecê-lo, passamos a ter uma amizade profissional constante!
Estavam presentes à solenidade os filhos do homenageado: advogados
Raimundo de Queiroz Neto e Yara Marília de Souza Queiroz e Vera Queiroz
Marques, assistente social, casada com o administrador de empresas e escritor
Carlos Coutinho Marques. Os filhos do deputado ajudaram o Prefeito Arthur Neto
a descerrar a bandeira que cobria a placa de inauguração.
Mas quem foi o deputado
Francisco Queiroz? Ele nasceu em 1928, na comunidade do Cambixe, na Fazenda Baturité,
filho de Raimundo Queiroz e Francisca Guedes de Queiroz, e faleceu aos 59 anos,
em 1987, durante processo cirúrgico cardíaco com o Dr. Zerbini, em SP. A
fazenda Baturité era uma homenagem a uma cidade do interior do Ceara, de onde
veio a origem da família para ser um dos maiores produtores de melancia e
fornecedores de leite e queijo para Manaus, nas décadas de 60/70.
Mas quem foi o deputado Francisco
Queiroz, que nada informa na placa de inauguração do conjunto que leva seu
nome? Como deputado estadual, foi o primeiro político com mandato a
apoiar a candidatura de Arthur Virgílio
Neto porque viu naquele jovem uma promessa de oposicionista determinado,
com discurso libertário contra o Governo Militar, que usava cabelos caídos a
testa, calçava tênis e vestia calça jeans, durante sua primeira campanha à
deputado federal, ao lado de Gilberto Mestrinho, que voltava do Rio de Janeiro
para disputar o Governo do Amazonas.
Nas duas primeiras campanhas juntos, as camisas de campanha de Francisco Queiroz/Arthur Virgílio Neto,
um buscando a reeleição e, outro, tentando se eleger deputado federal, foram todas
pintadas à mão por Maria Luiza Queiroz,
esposa do deputado, mas também uma exímia pintora e a primeira acordeonista a
se apresentar ao vivo no Amazonas, na Rádio Difusora, com o pseudônimo de “Yara
Marília”. Francisco Guedes de
Queiroz, além de advogado, foi político por 28 anos, sendo 26 deles como
deputado na Assembléia Legislativa do Estado e dois anos como vereador na
Câmara Municipal de Manaus.
O deputado Francisco Queiroz, conheceu Arthur Virgilio Neto por
intermédio de seu pai, o advogado Arthur Virgilio Filho. Decidiu ajudá-lo,
apresentando-o aos seus eleitores e levando-o ao interior aonde ainda era
desconhecido, em sua primeira campanha. Muitas vezes quando se reuniam na casa
do deputado estadual para avaliação de campanha, Maria Luiza deixava a casa no
Conjunto Uirapuru para comprar “churrasco viajando” para servir aos
cabos eleitorais e aos dois candidatos às respectivas vagas, quando das
caminhadas na campanha eleitoral.
O deputado Francisco Queiroz, militando sempre
pelo MDB, foi um dos que votou contra a cassação de Arlindo Porto, mas foi
voto vencido e o parlamentar terminou cassado pelos seus próprios pares, por incrível
que pareça, sem a imposição do Governo Militar, mas teve seu mandato restituído
anos mais tarde por propositura do deputado estadual Arthur Bisneto, filho do
atual prefeito. Francisco Queiroz foi um deputado oposicionista simples, honrado,
honesto e que entregava todo o dinheiro recebido de suas atividades no
parlamento do Amazonas nas mãos de sua esposa Maria Luiza Queiroz. Ela é quem
administrava suas despesas...
Como sou do RJ, morreria sem saber dessa história. Obrigado por mais uma bela aula de história desse imenso Brasis. Abraços Fraternos.
ResponderExcluirAo homenageado,minhas homenagens. A sua foi muito bonita e honrosa . Você fez sua parte e por isso as acções ficam com quem as pratica sem que nada se espere de volta e sem que a nossa mão esquerda saiba o que fez nossa mão direita.Nada se perde,porque tudo fica registado no Computador Universal. Aquele abraço de além-Mar.
ResponderExcluirCARLOS COSTA,
ResponderExcluirQuando prestarmos homensgea algum pessoa, que julgarmos merecedora, devemos fazer no teiro teor, para que seja reconhecido por todos que os conheceram e aqueles que ouviram falar, mas, na vida existe esse tipo de ocorrencia, os seres humanos as vezes por empolgação quando se encontra com o poder até acreditam que seja DEUS, tomam decisão sem ter a humildade de agir pela razão.
O tempo seguramente poderá corrigir esse ato falho, nós dos Sistema CNT quando o homenagiamos alguém o fazemos lendo para todo publico presente o historico da vida daquele homenagiado e registrando em local visivel para que todos os presentes e os visitamtes futuros saibam porque aquela pessoa mereceu ser homenagiado, mas, nem todos são iguais. A vida continua.
Tenho observado a distancia acontecimentos comportamentais de muita gente que os ajudei de varias formas e meios sem que para tal cobrasse qualquer contrapartida, no entanto, essas mesmas pessoas agem de maneira totalmente diferente com sempre o fiz e faço até hoje, gostaria de lembrá-los que nesse plano tudo passa muito rápido e nada vamos levar para eternidade, salvo as boas ações que possamos praticar.
Muito bom, Carlos!
ResponderExcluirFui Reitor da UNIPAM, e lhe contarei um fato emblemático da genial capacidade de ser amigo e emanar simpatia, que tinha o Governador Mestrinho.
Cheguei a Palácio - quando ainda era o Rio Negro - e por acaso saiu o assunto da visita do Príncipe Herdeiro da Tailândia, que visitara Manaus por aqueles dias. O Governador me mostrou uma carta, dizendo "Veja Reitor, o Rei da Tailândia me escreveu dizendo que o filho gostou mais de Manaus em sua viagem pelo Mundo".
E continuou dizendo que achava que era porque quando o rapazinho chegou levaram-no para o Hotel Tropical e o trancaram lá. O Governador fez-lhe uma surpresa: Passeio no Iate do Governo com umas cabrochas a bordo.
O Amazonas continua a ser um lugar no meu coração, Carlos Bezerra!
Cordial abraço,
Professor Francisco Guedes Queiros lecionava as Disciplinas de Estudos Sociais no Colégio D.Pedro II nos ano 70 e 80 fugura de grande estima dos amazonenses
ResponderExcluirEle tambem era marçon e meu padrinho e hj com 48 anos lembro do carinho e uma voz grossa e firme da minha madrinha ,eles todo ano comprava em media mais de 100 brinquedos e o meu sempre estava la♡♡
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