Criança, na comunidade de
Varre-Vento, do alto do barranco, com vento ao rosto, gostava de sonhar vendo o
rápido rio engolindo o sol que se punha na linha do horizonte e ficava
intrigado porque a água do Rio Solimões não fervia e apareciam bolhas depois
que o sol quente se escondia dentro d’água.
Isso me intrigava e me
fazia sonhar ainda mais, olhando para o horizonte que nunca conseguia alcançar
por mais que andasse com meus paços infantis em sua direção. O horizonte sempre
encontrava um meio de ficar mais distante de mim! Era inútil a caminhada. Ficava cansado, sentado na relva, só para
observar o sol se pondo!
Era sempre um lindo
espetáculo: o sol sumindo, sendo engolido pelas águas do caudaloso e traiçoeiro
Rio Solimões, cheio de capim deslizando em suas águas, que afundavam
embarcações e matavam pessoas! Mas era só uma criança que olhava o horizonte e
sonhava acordado!
Em Manaus, quando adolescente,
as primeiras namoradas e as primeiras decepções não me deixavam ver esse espetáculo
que me deslumbrava e me encantava tanto na comunidade do Varre-Vento, mas
sempre terminava de vender picolés e jornais, me dirigia ao porto de Manaus só
para observar o Rio Negro engolindo o sol, mas também não conseguia ver bolhas quando
o sol se aproximava engolido pelas águas negras do Rio. Era frustrante, mas
repeti esse ritual mesmo na idade adulta!
Na Universidade do
Amazonas, aprendi que o horizonte é uma coisa que nos faz caminhar e projetar
nossa vida sempre para frente e que ao final dele, sempre haveria um prêmio
para quem vivesse o sonho utópico de alcançá-lo. Mas o horizonte parecia ficar
mais distante...sempre!
Mais um pouco aprendi no
curso de Serviço Social, com o professor Nelson, de filosofia, que o horizonte
é só para nos fazer sonhar e caminhar com retidão para alcançarmos tudo o que
projetamos para o nosso futuro. Ou seja: o horizonte, com projeto de vida, é
para onde devemos caminhar, porque o horizonte será um futuro próximo! Sem
projeto de vida, sem metas, o horizonte nunca será alcançado.
Diferente do arco-íris que
diziam que ao final dele sempre haveria um pote de ouro a esperar por alguém
que sonhasse e chegasse ao final dele...o horizonte é uma meta que devemos
traçar na vida e concretizá-la. Confesso que busquei muitas vezes encontrar o
pote de ouro que existiria enterrado no final do arco-íris, mas nunca o
encontrei.
Hoje, sei que o horizonte e
o arco-íris de minha infância, adolescência e idade adulta são alegorias que servem
para que possamos transformar nossos sonhos em realidade, seguindo rumo ao
futuro que traçamos em nossas vidas; rumo ao pote de ouro do final do arco-íris,
enfim. Quem não tem projeto de vida, não vive, apenas existe e vegeta!
Mas para que possamos ter
tudo o que desejamos, devemos ter primeiro um projeto de vida, mesmo com
sacrifícios porque nada muito fácil lhe
é dado valor, pois concluímos: “de onde saiu isso poderá sair ainda muito
mais...”
... com vento ao rosto, gostava de sonhar vendo o rápido rio engolindo o sol que se punha na linha do horizonte e ficava intrigado porque a água do Rio Solimões não fervia e apareciam bolhas depois que o sol quente se escondia dentro d’água. AH A CRIANÇA COM SUA FANTÁSTICA IMAGINAÇÃO!!!! LINDO DEMAIS
ResponderExcluirUm por do sol lá no horizonte é um dos espetáculos mais bonitos de se admirar,na natureza.Enche a alma de sonhos e poesia.Linda crónica.Abraços de além-Mar
ResponderExcluirOi Carlos Costa,
ResponderExcluirQue bom poder dizer-lhe: Parabéns amigo, por suas publicações tão especiais, que nos faz sempre bem. Que os ventos soprem à seu favor trazendo-lhe paz e boas vibrações. Ser escritor, poeta, jornalista ....é presente de Deus, e vc foi escolhido e abençoado. Mais uma vez, parabéns!
Abraço fraterno.
Lindo!
ResponderExcluirDesde já, meus parabéns pelo dia 13 ante que esqueça!
Adelaide
FOI BOA A COMPARAÇÃO DO ARCO-ÍRIS COM AS FASES DA VIDA ,REALMENTE TEM TUDO A VER !
ResponderExcluirAh! Esse pote de ouro que todos buscamos incessantemente, e no final, descobrimos que o horizonte está bem mais perto que ousa nossa vã filosofia. O horizonte que vemos a nossa frente é um reflexo de nossos desejos. E, portanto, encontra-se dentro de nós mesmos
ResponderExcluir
ResponderExcluirLi seu texto "Horizonte" no Grupo MIRREAM, qual também participo, sou de Manaus, o senhor não me conhece mas, conheço seus trabalho pois conhecemos uma pessoa em comum que partiu deste plano e deixou imensa saudade, eu sou madrinha da Marina a filha caçula do nobre amigo Orlando Farias... e no seu texto: o horizonte, com projeto de vida, é para onde devemos caminhar, porque o horizonte será um futuro próximo! Sem projeto de vida, sem metas, o horizonte nunca será alcançado... me lembrou mais ainda dele, hoje fazem nove meses que ele partiu... é muita saudade...
Carlos, o Varre-vento sempre trazendo-nos textos maravilhosos. E, hoje, esse rio engolindo o sol. Sonhos que preenchem nossa vida e nos impulsionam a novos horizonte. Grande abraço,
ResponderExcluirLindo:
ResponderExcluir"Hoje, sei que o horizonte e o arco-íris de minha infância, adolescência e idade adulta são alegorias que servem para que possamos transformar nossos sonhos em realidade, seguindo rumo ao futuro que traçamos em nossas vidas; rumo ao pote de ouro do final do arco-íris, enfim. Quem não tem projeto de vida, não vive, apenas existe e vegeta!"
Um abraço Carlos,
Obrigado muito esse magnifico texto; lendo-o passei boa parte da manhã sonhando em escrever um texto como esse teu.
ResponderExcluir