Nasci, vivi e cresci no século XX. Desculpem-me
por não ter nascido na era da tecnologia. E não saber
quase nada da era tecnológica. Estou aprendendo, mas é difícil para mim.
Nasci em uma era sem tecnologia, mas
tudo era mais real, verdadeiro, sincero. Existiam TVS e rádios chamados na época
de “transistorizados”.
O rádio a pilha se ouvia com chiados horríveis e as TVs se via com
fantasmas, imagens duplas...
Eles precisavam ter aquecidas suas
válvulas, para serem vistos com chiados e visagens ou ouvidos com dificuldades,
porque nasci no século XX, quando, porém, as amizades eram mais sinceras, se
jogava bola na rua embaixo de chuva, jogava-se
em campos de pelada de terra batida.
Não nasci antes era do "Vale do Silício", que
promoveu uma revolução na tecnologia, fazendo surgir um lançamento novo a
cada período, como se fossem roupas descartáveis que se usa uma vez e se joga
fora depois, só que em forma de novas tecnologias, com grandes componentes de
cobres e soldas poderiam ser reaproveitados.
As TVs eram de tubos. Tinha-se que levantar
para trocar os canais, com um estalo, porque existia um botão para fazer essa
mudança de canal. Na era em que nasci,
éramos menos tecnológicos, sem controle remoto, sem TV a cabo. No máximo,
existiam poucos cabos nos postes; porém, todos eram mais felizes porque nos
movimentávamos, brincávamos, corríamos mais. Fazíamos tudo com mais
intensidade. Não éramos tão obesos como a geração tecnológica de hoje, que não
levanta nem para trocar de emissora: aperta no controle remoto e pronto.
No século que nasci, ainda não
existiam ou Plasma com controle remoto, que não se precisa levantar e nem
celulares moderníssimos, sempre de última geração, contrastando com os
primeiros celulares lançados no mercado, tipo "tijolão" que se usava na cintura, como se fosse um “macaquinho”,
como costuma dizer o cantor amazonense Nunes Filho, de “subindo paredes”,
dentre outras! Era a coisa mais ridícula para ver alguém se encostando em uma
caixa de som, na da Ponta Negra, em Manaus, ao celular, só para exibir que
também possuía a nova tecnologia. A revolução tecnológica da privatização,
iniciada com a privatização da Telefonia móvel e fixa no Brasil, surgida no Governo
Fernando Henrique Cardoso, e fazendo existir concorrência entre as empresas.
No início, quase ninguém fazia
ligações para celulares e não existiam os aparelhos pré-pagos, nem redes
sociais e ainda não se pensava em Facebook
ou whatsapp. Tudo ainda era muito caro!
Tive que pagar no correio meu primeiro aparelho celular e esperei uns 6 meses
até receber autorização para adquirir meu aparelho – como todos os de mais de
50 anos fizeram também. Hoje, até se troca telefone por que se tornou um antigo
também descartável, como todos de minha geração tiveram que fazer. Contudo, as
amizades, brincadeira e tudo o mais que existisse eram mais sinceras,
na base do olho no olho, do corpo no corpo, daquilo na mão e a mão naquilo. Também
se namorava por correspondência - carta
vai e carta vem. Omo demoravam as respostas e tudo era mais gostoso,
simples e mais sincero.
Ah! Como o tempo não volta (só as lembranças e memórias bem vividas),
vivo meu hoje como todos devem viver seu hoje, porque o amanhã de todos só
pertence a DEUS e a mais
ninguém.
Uma verdade!
ResponderExcluirAcordei e li sua crônica. Fiquei saudosa
ResponderExcluir