Quando o aparelho
celular me acorda às 6 horas da manhã,
me avisando que tenho que tomar o primeiro remédio, escuto cantos de periquitos, latidos de cachorros
no Condomínio e a voz de minha esposa Yara Queiroz, pedindo para desligue logo
o despertador. Ela quer dormir mais um pouco, principalmente nos finais de
semana, ouvindo o canto periquitos na árvore e de dois que pousam e canta na
grade da área técnica dos condicionadores de ar. Eles são chamados de “meus netos” pela Secretária Maria
Joaquina, que lhes alimentam diariamente; chega perto e dá comida no prato e
não voam. Se e faço igual; voam!
Esse comportamento dos
periquitos, lembra-me de muito do que outra secretária do passado, também chamada
de Maria, que disse como se fosse fofoca que eu teria mais do que amor pela
cachorra pastora alemã, “Madona”. Devido
parmovirose que matou vários dos oito cachorros que criava, “Madona” passou a
dormir no meu quarto e só foi para o quintal depois do sétimo mês, sob
orientação e supervisão de meu irmão Mário Alberto Costa, que faleceu antes de
se formar na primeira turma de Veterinária da Faculdade Nilton Lins. Quando
chegava do trabalho, ela corria ao redor da casa, indo da janela da cozinha à
janela do quarto e só parava quando ia falar com ela, perguntando se a dona
Maria tinha lhe dado comida, banho e a tratado bem. A tudo balançava a cabeça
como se tivesse dizendo que não e isso irritava demais a minha secretária da
época. Devido a isso que fazia, inventou que eu tinha tido mais do que carinho
pela “Madona”. Yara Queiroz apenas riu e
me contou tudo, embora a secretária tivesse pedido segredo para minha esposa.
Rimos juntos depois e a brincadeira continuou até a Dona Maria ter deixado de
trabalhar em minha casa.
Tomo café ouvindo mais
canto de pássaros e c volto a tomar mais remédio para dormir até 9 horas da
manhã e novamente sou acordado com o despertador do celular para mais um
remédio. Começo o dia e termino às 22 horas, como se fosse um escravo do meu aparelho
celular e dos cinco remédios que passei a tomar desde 2016, vivendo a
hipocrisia de fingir que mato as bactérias hospitalares com remédios que não as
matam; elas me deixando viver mais um
pouco. Para quem sabe usá-los em todos seus recursos, os celulares só faltam
falar. O resto quase tudo já fazem: recebem
e transmitem e-mails, filmam, fotografam, se ligam a redes sociais, conectado com o facebook, whatsapp, Skype, tuitter,
e outras redes ainda serão criadas. Se
bem utilizadas e com responsabilidades, todas são úteis, importantes e livres.
Contudo, quando uma coisa se torna viral em quaisquer das redes, a pessoa ganha
fama instantânea. Dentro dela, porém, continua uma pessoa oca de conteúdo, pobre de conhecimentos
críticos e despreparada para emitir opiniões próprias, parecendo mais um ventríloquo,
acreditando e tendo como verdadeiras, qualquer notícia que lê nas redes
sociais.. A verdade, porém, nunca será uma. Sempre será dividida três parciais:
a minha, a sua e a da opinião pública. O que faz gerar a verdade, afinal?
Nada! Toda verdade será sempre parcial,
passageira e nunca existirá uma única verdade absoluta e indestrutível, mesmo
as científicas. Elas serão totalmente verdadeiras, até que nova pesquisa a
desminta e crie uma nova verdade, que também poderá ser destruída. O
conhecimento é infinito: um se complementa e se sobrepõe a outro!
Voltemos à crônica e
aos remédios que tomo e as broncas de
minha esposa se demoro a desligar o alarme do celular. Virei um escravo do
aparelho. Tudo arquivo nele: horários e nomes dos remédios, médicos, data de marcação
de consultas, agendas de compromisso. Enfim, me tornei um escravo de uma coisa
nunca pensei que existiria. Na minha época, o que existiam eram Radio de Pilha,
TV de válvulas que esquentava e quase ninguém imaginava que a tecnologia produzida no Vale do Cilício se desenvolveria
tão rapidamente ao ponto de, no Brasil, hoje ser um dos países com a maior quantidade
de aparelhos celular nas mãos das pessoas, do que de polícia nas ruas para protege-las
contra os roubos de seus aparelhos.
Muito bom poeta!
ResponderExcluirverdade
ResponderExcluirOs animais são naturalmente adoráveis. As vezes o ser humano é quem estraga isso né?
ResponderExcluirE que bom que vc vive nesse período de tantos meios de conexão com o mundo !!! Privilégio amigo
Boa noite meu querido amogo lindo demais Obrigada mil beijos <3
ResponderExcluirlindo demais
ResponderExcluirPalmas! Linda sua descrição de amazónica.
ResponderExcluirO que achei importante nessa cronica é que voce sabe que sua esposa quer dormir,um pouco mais.Mais,dair enventaram o dispertador.O Estresse do dia,comerca.O Brasil,tem um potencia,estrondosso.E o vale do norte,tem uma explosao em 2017,mais,vido e comentado no mundo inteiro.Levado,para quem nao sabe o possitivo Bip,deste ano,Carajas,Zona Franca de Manaus etc.
ResponderExcluirBoa noite Carlos da Costa.
ResponderExcluirImagine que minha filha mais nova me deu no Natal um presente: um celular! um aparelho que abre e fecha adaptado aos idosos ou aos que não gostam de celular. Surpresa, não pude agradecer adequadamente. Vivo criticando o povo nas ruas e em qualquer lugar andando e de cabeça abaixada para o celular nas mãos. Imagino que vão tropeçar a qualquer momento, pois não tiram os olhos e as expectativas dali. Como se dali ouvissem as melhores notícias, ou uma declaração de muito amor, ou que ganharam na sena. mas não é nada não. É que não tem nada a fazer e a esperar da sua vida própria, Ela não é nada, mas o celular é status.
Um abraço,