Vítima do descaso,
incompetência, corrupção e outras imbricações, faleceram há muito tempo o modelo
do sistema penal do Brasil. Junto com ele, amanheceu morto no pátio da área
técnica, um dos cinco periquitos ajudei a salvá-los da morte na passagem do dia
31 para o primeiro dia do ano de 2017, Dia da Confraternização Mundial, vitimas
da ganância do homem, do progresso desumano e da insensibilidade coletiva. O dia 1º de janeiro também foi recebido com
tiros, rebeliões, mortes e fugas no falido e socialmente desigual Sistema
Prisional, sem priorizar a causa do problema e, sim, apenas a consequência que
acarreta o consumo de drogas. No Compaj de Manaus, José Carvalho da Silva, o
governador do Estado, José Melo, exonerou o diretor. Ele foi denunciado por
dois presos mortos na rebelião, por facilitar
e fazer vista grossa à entrada de armas, celulares e drogas no presídio. Culpa de quem?
Culpa de todos coletivamente
e de ninguém individualmente, corrupção
que se alastrou também dentro dos presídios, nos quais deveriam ficar alguns políticos investigados pela Operação
Lava Jato! Porém, através de seus
excelentes advogados, todos são transferidos e ficam em presídios federais, com
mais conforto e regalias e quase sem rebeliões. Depois da morte do modelo do
sistema prisional brasileiro, que só anuncia a construção de novos presídios e
nada anuncia no sentido de construção de Centros de Reabilitação de Dependência
Química Para Detentos, causa primária de todas as rebeliões, com a disputa das
facções criminosas pelo controle de venda de armas e drogas dentro e fora dos
presídios falidos, hoje verdadeiros depósitos de seres humanos que vivem à
margem da Lei e não têm nada a perder, porque matar ou morrer já se tornou uma
triste rotina. Todos os detentos deveriam ser condenados a no mínimo três anos
de medida punitiva de desintoxicação contra dependência química. “Limpas”
do vício, como dizem todos os ex-dependentes químicos, cumpririam o resto
de suas sentenças dentro do reformulado sistema prisional. Por que não tentam essa solução com um custo
mais barato, fácil e eficaz? Falta de interesse ou de visão do real problema, talvez!
A quem interessa manter enjaulados tantos dependentes químicos juntos? Não sei,
mas é o que ocorre hoje, vive entre corrupção da cabeça, tronco e membros dos
decapitados em lutas de facções criminosas, que parece que não terá um fim.
Culpa de quem? Também do Estado Nacional que demorou 17 anos para liberar
recursos do Fundo Penitenciário para a construção de novos presídios, compra de
equipamentos de raio X, bloqueadores de celulares e detectores de metais. A
população não será reduzida se não começar pelo problema: uso e consumo de
drogas dentro das cadeias, a corrupção que contaminou os presídios e a formação
das facções criminosas que estão mais bem organizadas e tem mais poder de
comando do que o próprio Estado. Tudo que leio e ouço falar pela TV e redes
sociais, é sobre a necessidade de novas
prisões, uso de tornozeleiras
eletrônicas, melhorar o sistema penal do país...Nada fala sobre a origem do
problema: o uso e consumo de drogas. Todas as medidas até agora anunciadas para
minorar o problema da população carcerária no Brasil seriam boas e mais
eficazes, se fosse tudo começasse pela causa e não pela consequência do
problema que é, principalmente, o consumo de drogas no presídio, prática de
corrupção de quem deveria ser ético, responsável e zeloso em seus deveres.
É melhor que aconteça o
mesmo que aconteceu com o meu periquito: morrer tudo para nascer de novo!
Sim, é verdade, amigo!
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