O Partido dos Trabalhadores
não é o único culpado pela corrupção no Brasil! De acordo com registros históricos,
o Brasil está sendo construído por corrupção, levantes, golpes e manifestações violentas
nas ruas, mas sem a implantação de qualquer tipo de planejamento ou estrutura em
longo prazo. Na publicação Geo Mundo, com o título “500 anos de Corrupção” em
texto de Mouzar Benedito, também no blog “Boitempo” (blogdaboitempo.com.br/category/colunas/mouzar-benedito-colunas/) ,
garante que na carta que o escrevente da esquadra de Pedro Álvares Cabral,
Pedro Vaz de Caminha enviou a Portugal relatando a descoberta do Brasil, também
teria pedido ao Rei a volta de seu genro, degredado na África por ter roubado
uma igreja e espancado um padre. (www.geomundo.com.br/sala-de-aula-10117.htm)
O
autor garante que segundo os historiadores, Portugal era famoso pela burocracia
e desvio de verbas públicas. De acordo com a publicação no Geo Mundo, “uma corrente de historiadores acredita que
a corrupção no Brasil está associada ao emprego de degredados na nossa
colonização inicial. No século 16, pessoas que cometeram crimes em Portugal
eram condenadas a cumprir suas penas aqui, forma utilizada para povoar com
portugueses o Brasil e outras colônias lusitanas. De fato, só com Tomé de
Souza, primeiro governador-geral do Brasil, vieram 400 degredados. Contudo,
o escritor, jornalista, pesquisador e historiador Eduardo Bueno, citado no
mesmo artigo, ressalva que se precisa tomar cuidado com generalizações, porque
o problema
“não está no degredado e sim nos que tinham o poder de enviar degredados para o
Brasil”. Segundo ele, a corrupção brasileira começou antes do
descobrimento, nos impérios português e espanhol.
A
publicação do Geo Mundo garante que a corrupção não é um fenômeno tipicamente
brasileiro, pois ela já existia “muito antes do descobrimento do Brasil (...)
e sempre esteve presente em muitas nações em vários momentos da História”.
O excesso de Leis criadas no país, segundo historiadores, geraria a “oportunidade
para o surgimento de pessoas e ações (...) de especialistas para decifrá-las e intermediar
processos e ações (...) são pessoas que conhecem o caminho das pedras, sabem
quem decide e como manipular as decisões. Esse emaranhado de leis, muito
apreciadas por certos políticos, traz embutido o velho método de criar
dificuldades para vender facilidades”. Outro problema para a corrupção
seria também culpa do subdesenvolvimento, porque existiriam além do tradicional
abuso de poder, outros quesitos institucionais que favoreceriam a prática, com
o excesso de regulamentações.
No brilhante e
esclarecedor texto de Mouzar Benedito, “500 anos de corrupção” o autor
garante que o “ataque aos cofres públicos não é um fenômeno exclusivamente brasileiro,
mas nos acompanha desde o dia de nosso descobrimento” e lança uma
embaraçosa pergunta que teria sido feita pelos militares decepcionados após o
golpe de 1964 no Brasil, para supostamente espantar o “fantasma do comunismo” e
com o propósito de “acabar com a corrupção”, quando começaram a pipocar casos de
corrupção envolvendo gente da cúpula do governo nos anos 70 e 80: “Foi
para isso que fizemos a Revolução?”
Diante disso, em
parte concordo com o artigo publicado em um jornal de Londres pelo
ex-presidente Lula, dizendo que a juventude que está reivindicando reformas nas
ruas não viveu o período da ditadura militar, nem de inflação – e isso é
verdade. Mas o problema estrutural do Brasil ainda precisa ser resolvido porque
nada pode andar e mudar tão rápido sem uma solidez em sua base estrutural. E
isso não aconteceu!
É verdade que o ex-presidente
Lula melhorou as condições sociais dos mais carentes com seus diversos
programas sociais de transferência de renda, mas é verdade também que tanto na
ditadura como na democracia, a corrupção pública continua a mesma, a falta de
estrutura continua precária, os recursos públicos para investimentos continuam
sendo feitos sem projetos por menores que sejam e a excessiva quantidade de
leis atrapalha mais do que ajuda ao desenvolvimento do Brasil, um dos países
com mais leis no mundo e 59º colocado entre os mais corruptos, que começa com
os menos corruptos. Estão no topo da lista a Finlândia, Haiti e Bangladesh,
pela ordem, entre os países mais corruptos do mundo.
Concluo
a crônica com uma frase do analista Mouzar Benedito: “de novo o velho desencanto, o
triste espetáculo de ocupantes de altos cargos públicos saindo de suas funções bem
mais ricos do que quando entraram” e se mostrando surpreso com a volta
do ex-prefeito de Porto Alegre, Olívio Dutra, ao seu antigo cargo de bancário
ao terminar seu mandato eletivo em 1987 e mais surpreso, também, pelo fato de
uma grande parte do eleitorado aceitar políticos que “roubam, mas fazem”, onde
a sonegação de impostos por empresas é quase uma obrigação e onde até a Igreja
chegou a contrabandear usando santos ocos cheios de pedras preciosas” na época
do Império.
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