(em homenagem ao meu pai, Paulo Torres da Costa, que
ainda vive!)
De canoa, cavalo ou mesmo a
pé, meu pai, Paulo Costa, se deslocava a pé, na década de 60, da comunidade de “Varre-Vento”
ao “Rancho Grande”, nas proximidades do Paraná da Eva, a uma distância
aproximada de 8 a 10 quilômetros. O “Rancho Grande” era um comércio sortido de
propriedade do empresário Waldomiro Pereira Lustosa, administrado pelo seu
velho pai “Lustosa”. Comprava-se de tudo, até madeira e se vendia ovos, galinhas,
peixe na salmoura ou salgado.
No “Rancho Grande”, meu pai
fazia as compras necessárias e imprescindíveis à sobrevivência familiar - açúcar,
farinha, sabão, querosene, etc., pagando à vista com o pouco dinheiro que
circulava na comunidade. Dependendo do meio de transporte utilizado, chegar ao “Rancho
Grande” podia demorar meia hora em cavalo; hora e meia a pé ou duas horas
remando contra a correnteza e olhando os pássaros que voavam para o infinito e
o vento lhe lambendo o rosto.
Malária era a principal
doença existente, mas era tratada com remédios ofertados pelo Governo Federal,
sempre em pílulas, em um plástico, mas que pareciam ser sempre iguais. Muitas
eram jogadas fora e desciam pela correnteza do rio ou terminavam boiando no
meio do rio Solimões, como também era
conhecido o Rio Amazonas, com a largura de um mar sem ondas em muitos pontos. Os navios médicos da Marinha eram difíceis de
aparecer e a comunidade, sempre esquecida, se virava como podia, até que
embarcações do Governo do Estado, com os remédios, aparecessem na comunidade.
de meu pai e soubemos que
se tratava de um comércio muito sortido que vendia até madeira também; era construído
em terra firme, próximo à margem do rio, mas ainda dentro da comunidade de “Varre-Vento”.
Mas tudo o que ele comprava, era com a dificuldade de um agricultor esquecido
pelos Governos federal e estadual!
Meu pai vivia de caça,
pesca e agricultura, mas conseguiu dar educação a todos os seus nove filhos
vivos. A Ivete, de cabelos louros, diferente de todos os outros irmãos morenos
e de cabelos escuros, porque parecia ser
apenas um anjo, faleceu aos três anos de idade e deve ser hoje mais uma estrela
no céu ou talvez tenha virado um anjo de verdade.
Era assim a vida na década
de 60, comunidade de “Varre-Vento”, onde o vento lá só se fazia presente de vez
em quando!
Eu fico deslumbrada, lendo as suas narrativas,e contos de sua família. Porque você tem um toque, todo especial, de contar as suas histórias.
ResponderExcluirParabéns, o seu talento é esse, é escrever para encantar os seus leitores.
Meu cordial Abraço.
vaya papa debe de estar muy orgulloso de este hijo- así como demuestra estar usted de su papa- muy pero que muy linda historia- aun pienso que si vivía mejor en estés años-si valora-va mejor las personas y la vida.gracias por compartir mi querido amigo que la vida continué brillante para ti.
ResponderExcluirAqui está uma homenagem bem merecida,cheia de orgulho e gratidão por seu progenitor!E com a poesia entre frases..."remando contra a correnteza e olhando os pássaros que voavam para o infinito e o vento lhe lambendo o rosto...Lindooo!!!Aqui fica meu carinhoso abraço português.
ResponderExcluirFiquei encantada em ler sua cronica. Eu morei em Manaus por 10 anos. Aprendi a amar a cidade, sua gente, sua cultura e a admirar os moradores chamdos ribeirinhos que mesmo com as dificuldades educam seus filhos. A voce melhoras em sua saúde. Com certeza voce ainda tem muito o que escrever eu quero vencer o cáncer para poder lé-los.
ResponderExcluirGrande lição de vida
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