segunda-feira, 30 de abril de 2012

O ECA PRECISA SER MODIFICADO!

O Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, depois de 21 anos de sua existência, considerando criança pessoa até doze anos incompletos e adolescente aquele entre doze e dezoito anos de idade, assegurando-se  oportunidades e facilidades, a fim de lhes facilitar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. O ECA já cumpriu o seu papel social e precisa ser urgentemente reformulado ou adaptado no que for necessário!

A reformulação do ECA se faz premente porque nunca se viu tantos menores e adolescentes envolvidos em crimes, chefiando quadrilhas, traficando, matando, se prostituindo como agora. O adolescente pode matar uma pessoa ou dez pessoas e a pena será sempre a mesma, ou seja, até no máximo três anos de apreensão e, depois, obrigatoriamente, terá que ser solto, como aconteceu com o adolescente que matou um motorista em Teófilo Otoni, MG, que passou três anos foragido e morando nos Estados Unidos até ser preso por imigração ilegal e apenas treze dias apreendido depois de ser deportado de volta ao Brasil, onde ficou  apreendido pelo crime.

Não defendo a mudança total do ECA para todos os casos; só nesses casos específicos de crimes continuados, tráfico de drogas, chefia de quadrilha e estelionato, mas sobretudo em crimes de latrocínios ou chefia de quadrilhas, de maiores ou de menores.

Sei que é um dever da família, comunidade, sociedade em geral e, por fim, do poder publico, assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e convivência familiar e comunitária, conforme determina o ECA. Mas como? A família está desestruturada, a sociedade em geral foi cotizada em fatias, deixando de ser una e o poder público, que deveria vir em primeiro lugar, está comprometido com atos de corrupção quase que insanáveis!

Como cumprir com o direito à saúde com hospitais sucateados, falta de fichas para atendimento, médicos pessimamente remunerados! Como cumprir e fazer cumprir com  respeito aos políticos se estes são os primeiros a passarem péssimos exemplos de comportamento? Como garantir à profissionalização se os antigos cursos profissionalizantes foram extintos? Como garantir o acesso à cultura se os preços dos cinemas, teatros e outros espetáculos foram majorados para pagar meio entrada aos estudantes e quase não se vê cultura na prática? Enfim, como garantir a convivência familiar e comunitária se esses dois Aparelhos de Estado não se reconhecem mais?

Fica quase impossível cumprir e fazer cumprir o que determina o ECA, quanto mais cumprir os outros deveres constantes no Estatuto!

LEI "DEMOCRÁTICA" EM EXCESSO!

O Congresso Nacional aprovou e a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei número 12.605, de 3 de abril de 2012, publicada no Diário Oficial, determinando o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas e ainda que as instituições de ensino público ou privadas expedirão certificados com a flexão do gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido. Leiam na íntegra o decreto sancionado pela “democrata”, mas impositiva “presidenta” Dilma:




                    
               LEI Nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012.
Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o  As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.

Art. 2o  As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1oa reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.

Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  3  de  abril  de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira
Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.4.2012

domingo, 29 de abril de 2012

O RIO DAS VELHAS NA MINHA IMAGINAÇÃO!

Enquanto a professora de geografia explicava, escrevendo com giz branco em uma grande e imensa lousa verde, que “rio das Velhas” era brasileiro, localizado no Estado de Minas Gerais, tendo suas nascentes na Cachoeira das Andorinhas, no município de Ouro Preto, sendo o maior afluente em extensão do Rio São Francisco, desaguando em Barra do Guaicuí, no município de Várzea de Palma,  a fértil imaginação que já possuía em meus 14 anos de vida via, nitidamente, uma porção de mulheres acima do peso, idosas, usando roupas sem manga, com os vestidos levantados acima dos joelhos e presos em algum lugar de seus corpos imensos, levando roupas em pedras que existiriam no leito do rio.

O mesmo ocorria quando meu professor de história geral explicava para os colegas sobre uma das sete maravilhas do mundo antigo, os Jardins Suspensos da Babilônia. Visualizava, em minha imaginação, os vestígios de uma monumental obra arqueológica, uma das mais relatadas, mas que menos se conhece até hoje, exceto pelos poucos terraços arborizados, apoiados em colunas de 25 a 100 metros de altura, construídos por Nabucodonosor para guardar e consolar sua esposa preferida Amitis, que nascera no reino vizinho, e vivia com saudades de campos e florestas de sua terra e delirava só em imaginar um monte de plantas em cima de um castelo suspenso. Ah, como eu viajava sem sair de minha sala de aula!

Anos depois, em viagem de ônibus, cruzei uma ponte sobre o Rio das Velhas e fiquei decepcionado, pois não era  nada do que meus sonhos a imaginação fértil de  meus 14 anos de vida me mostravam e eu chegava a visualizar àquelas mulheres suadas, esfregando as roupas em cima das pedras com seus enormes braços balançando para um lado e para outro, como se estivessem dando adeus para algum desavisado que as estivessem olhando naquela cantoria que também eu imaginava que existisse.

Mas era somente um rio estreito no verão, igual a muitos que conheci viajando de ônibus pelo nordeste do Brasil e sem velhas lavadeiras que existiam em meus delírios adolescentes. Mas desde então, fiquei com trauma de mulheres obesas usando roupas sem mangas porque as imagino todas como se lavadeiras fossem!

Eu as aceito, mas não tolero senhoras idosas, obesas, usando roupas sem manga porque tenho a impressão que meu sonho de menino-adolescente está de novo se concretizando na minha frente!

Talvez, seja também, porque tive uma professora de matemática muito obesa que, quando chamava alguém à mesa para levar bolo de palmatória na mão, o braço dela era tão gordo, mais tão gordo, que a parte debaixo dele, o famoso “tiauzinho”, balançava. E ela costumava usar vestidos sem mangas.

Quanto aos Jardins Suspensos da Babilônia ainda não os conheci, mas acho que vou me decepcionar também, como foi minha decepção ao conhecer o Rio das Velhas. Antes não tivesse conhecido!

Eu ainda teria em minha imaginação de adolescente e o mesmo sonho infantil!

sábado, 28 de abril de 2012

COTA PARA NEGROS OU A FALÊNCIA DA EDUCAÇÃO?

Antes de aplaudir ou jogar pedra contra a decisão dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, entendo que eles, os Ministros, deveriam ter julgado primeiro a péssima qualidade do ensino nas escolas públicas, para depois fatiarem a sociedade brasileira em cotas. Mas só julgaram favorável à constitucionalidade da cota racial para ingresso nas faculdades.

Necessário se faz questionar se existe algum estudo científico provando que, com a miscigenação de raças no Brasil, ainda exista alguma possibilidade de ter o negro como uma raça inferior ou   alguma população de sangue totalmente negro residindo em nosso país? Essa decisão favorável às cotas, em nada fará melhorar a verdadeira causa de todos os problemas: a péssima qualidade do ensino no Brasil!

Não nego que a cota racial para negros corrigiu um erro histórico antigo existente desde quando a Princesa Izabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888, libertando os escravos de um tipo de escravidão, principalmente praticada nas fazendas de café, mas não lhes forneceu documentos, moradias, terras ou qualquer outra condição para viverem dignamente, colocando-os em outro patamar de escravidão - a escravidão social, com a exclusão total do convívio  em sociedade.

Reconhecer à constitucionalidade das cotas, além de fatiar em pedaços nossa sociedade uniforme é, reconhecer também, que todos os negros não têm capacidade inferior e são intelectualmente desprovidos  de raciocínios lógicos. O caminho não é esse! A inclusão de todos dentro de uma escola é que seria o caminho mais adequado para resolver a questão dos negros, que ainda são discriminados pela sua pigmentação de pele devido ao excesso de melanina. Ser negro não é doença contagiosa.

Mas por esse mesmo prisma de análise social, dizer que os homossexuais em idade escolar que usam seios, mesmo que de silicones e se vestem com roupas femininas, também são excluídos, discriminados do convívio social - inclusive muitos são afastados  do convívio familiar e terminam se prostituindo nas ruas para sobreviver ou passam a trabalhar como cabeleireiros em salões de beleza, onde são aceitos – acabo acreditando que essas discriminações são pontuais e não sociais ou intelectuais.

A constitucionalidade apenas arruma um pouco a questão, mas não prova nada e o Ministro Joaquim Barbosa, de carreira brilhante, não pode e nem deve servir de parâmetro para um julgamento por ser negro porque ele, mesmo vindo de família pobre, nascido na cidade mineira de Paracatu e aos 16 anos ter viajado para Brasília, onde conseguiu seu primeiro emprego na gráfica do Correio Braziliense e tenho certeza que foi um aluno dedicado, brilhante e terminando, concluíndo seu segundo grau em colégio público.

Depois, com a mesma dedicação e estudos diários, bacharelou-se em Direito pela Universidade de Brasília, passou em concurso público para oficial da chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, serviu na Finlândia. Voltou, prestou concurso para Procurador da República e foi estudar na França...Sua história de superação é brilhante, sem dúvida alguma!

Também convivo com juízes, médicos, promotores, professores negros e muitos sem pais ou pais ausentes, que trabalharam, estudaram em escolas públicas e entraram em faculdades públicas, cujas trajetórias exercem carreiras em suas áreas. Tudo isso não depende da cor da pele, mas apenas de uma educação de qualidade, comprometida e compromissada com a inclusão social das minorias, negros, brancos, índios, quilombolas, pardos, todos convivendo em um mesmo espaço harmônico, sem corrupção, desvios de verbas e outros atos ilícitos quase sempre que merecem a guarida da mesma Justiça, que agora referenda a constitucionalidade das cotas raciais universitárias.

Apresento-me como exemplo também, porque sou filho de pais semi-analfabetos funcionais, mas que, com muita dedicação e estudos em boas escolas públicas, conclui duas faculdades públicas, exerci as duas carreiras, lancei livros, inclusive dois de pesquisas na área social!

Ou será que o sistema educacional mudou assim tão rápido assim para pior que, agora, a pessoa de cor só pode entrar na faculdade se for pelo sistema de cotas raciais? Antes de julgarem cotas pela cor da pele, deveriam julgar cotas pela qualidade da educação oferecida a todos os brasileiros!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

UM PROJETO NATIMORTO!

Um projeto que nascerá morto será o do deputado federal Francisco Rossi de Almeida, mesmo à despeito de sua utilidade, dispondo sobre o peso máximo do material escolar a ser  transportado diariamente pelos alunos das redes públicas e particular de ensino.  Isso poderia ser perfeitamente resolvido em uma campanha entre os pais, as escolas e os alunos!


A preocupação é louvável, a justificativa também, mas nada além do que uma boa orientação aos pais, uma campanha pública feita pela escola e a disponibilização de armários fechados individuais e coletivos, de graça,  para a guarda do material que exceder ao peso, que não pudesse resolver a questão.

Antes de o deputado criar um projeto que já nascerá morto, entendo que seria mais louvável e proveitoso, portanto menos oneroso para todos, se ele propusesse e patrocinasse campanhas de conscientização, através do Ministério da Educação, para que as Escolas Públicas e Particulares não cobrem tantos livros diariamente dos alunos; mas, apenas aos que não excedessem ao peso  proposto pelo deputado.

Em todo o projeto só li uma coisa convincente, em seu artigo 2º  determinando  às escolas, por intermédio de seus professores e coordenadores, qual o material didático a ser transportado diariamente e, a obrigatoriedade de  disponibilizar armários fechados individuais ou coletivos para a guarda do material, que exceder ao peso, sem qualquer custo aos pais. Mas quem fiscalizará isso?


A justificativa ao projeto é meritória, mas nada além que poderia ser resolvido com uma boa campanha educativa de conscientização das escolas em primeiro lugar e dos pais dos alunos, a partir das escolas, não havendo qualquer necessidade de o nobre deputado ter perdido tempo e feito gastar dinheiro de nossos impostos para propor e aprovar uma Lei que nascerá morta pela sua própria inutilidade objetiva.


É certo que estudos científicos que investigaram a postura corporal e os efeitos que essa postura ocasionam na coluna vertebral têm mostrado uma clara associação entre as pesadas mochilas que os alunos transportam, especialmente os mais jovens, que adquirem mecanismos compensatórios em relação à postura corporal com cargas acima de  10 ou 15%de seu peso corporal.


Mas será que o tratamento e combate de doenças como cifrose, hiperlordose e outras “doses” da vida, exigiria um projeto de Lei para combatê-las, com gastos inúteis para os contribuintes?


Ao longo dos anos, comprova-se que o peso exagerado dos livros e peso das mochilas escolares geram uma sobrecarga mecânica no corpo dos estudantes. O material muito pesado leva a criança a fazer um esforço além do que ela poderia suportar.  Mas será que isso será resolvido por uma Lei?



Se a lei do deputado Francisco Rossi fosse ao sentido de obrigar as Editoras a exigirem menos livros e com capas mais finas e moles, portanto, mais leves, e as mochilas fossem confeccionadas com materiais mais leves também, tudo seria mais fácil. Mas assim, um projeto de lei para isso, já é demais!


Espero que a presidente Dilma Rousseff não sancione essa lei porque tudo isso poderia ser resolvido através de um processo de educação comprometido e direcionado para esse fim porque, sinceramente, essa lei já nasceu morta. Infelizmente!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O BRASIL QUE NÃO RECONHECE O "BRAZIL"!



Existem dois Brasis! Um é o Brasil real, político, sério, cobrador de elevados impostos, mas este não reconhece o “Brazil” dos escândalos, corrupções, desvios de verbas públicas, superfaturamentos, conluios, conchavos, safadezas, caos na saúde, segurança, habitação, educação, meio ambiente e em programas sociais.

O “Brazil” de ontem incentivou os desmatamentos na Amazônia para melhor ocupá-la e desenvolvê-la. O Brasil honesto que quer se modernizar, produzir e crescer patina e encontra dificuldades para aprovar seu novo Código Florestal porque existe uma briga com a bancada ruralista que defende o Brazil da corrupção, dos ambientalistas que desejam um Brasil produtivo e, por isso, o resultado da votação não foi ao gosto do que o Governo do Brasil esperava. Mas nessa luta, todos saíram derrotados, principalmente a natureza.

Como existem dois Brasis, o que tem seca no Nordeste com cheia no Norte, evidenciando que cada Região tem um tipo de problema diferente,  a definição do quanto poderá ou não ser desmatado em cada uma das regiões do “Brasil”, deveria ter ficado para os Estados e não para a União, que recentemente experimentou o “Brazil” que oferecia incentivos à ocupação e ao desmatamento da floresta Amazônica, e agora o Brasil tenta  corrigir o erro, criando normas e regras iguais para todas as regiões, com problemas e realidades desconhecidas entre si.

Mesmo reconhecendo a dificuldade, a política de deixar para os Estados a definição quanto ao que poderia ou não ser desmatado, reflorestado, soaria também perigosa porque com os conchavos que existem no “Brazil”, com as pressões sobre os Governadores dos Estados passariam a sofrer seriam muito grandes e tudo poderia se deslocar para o eixo da corrupção,  desmandos,  apadrinhamentos e dos desvios de finalidades. Um meio termo deveria ter sido  encontrado para resolver o impasse entre esses dois Brasis! Mas não como o que fosse bom para o bioma do Nordeste também fosse a realidade à Floresta Amazônica, cheia de riquezas minerais, biomedicinas e com seu potencial totalmente desconhecido pelos brasileiros, ainda.

No Brasil há riquezas e no Brazil também há misérias extremas. Há o Brasil que cobra muitos impostos e o Brazil que distribui pessimamente o que arrecada. Enfim, esses dois Brasis não se reconhecem e nem se encontram e não se entendem por mais que tentem!

No Brasil existem excelentes hospitais que funcionam com recursos do Sistema Único de Saúde. Mas existe o Brazil  com hospitais  públicos sucateados, funcionando pessimamente com os recursos do SUS, provando a má administração e até a total incompetência de alguns administradores públicos se faz presente.

Como no Brasil real, os recursos do SUS suprem as necessidades de hospitais, no Brazil do desperdício, corrupção, conchavos, licitações fraudulentas, os mesmos recursos não possibilitam um atendimento digno à população socialmente carente?

Há o Brasil real - já disse - e o Brazil da corrupção. É só por isso que existem tantas divergências entre os dois Brasis e um não se entende com o outro; ou seja, um rema para o Norte das cheias e outro rema para o Nordeste, das secas. Nunca haverá um encontro entre esses dois países, o Brasil com o Brazil! Uma hora qualquer, a corda quebrará e será um Deus nos acuda!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA!

O financiamento privado de campanhas políticas, um dos vários focos de corrupção, é um grande problema no Brasil porque quem financia candidato, sempre o faz pensando no que poderá receber depois em termos de verbas parlamentares, contratos e licitações públicas, ou seja, financia pensando no que poderá lucrar depois.

Empresário não é ingênuo e não investirá milhões em campanha se não tiver certeza absoluta de que depois poderá recuperar seu “investimento”;ou seja, o que “gastou”, mesmo que para isso seja preciso pagar propina, corromper e praticar atos ilícitos, mesmo que o faça só para cumprir “a ética do mercado”, como se pronunciara recentemente a representante de uma empresa flagrada com a “boca na botija” - como se costuma dizer nesses casos. Essa hipocrisia de financiamento privado de campanha política deve acabar para que se possa falar em democracia plena, porque não existe democracia onde há interesse econômico por trás!

Mas, só isso não será o suficiente, pois a mudança também deverá vir acompanhada de uma profunda reforma no judiciário, costumes,  ética, moral, enfim, em toda uma série de normas enraizadas na sociedade atual para que venha a a democracia venha a se consolidar definitivamente no Brasil.

Enquanto a presidente Dilma Rousseff atinge índices  impressionantes de popularidade, não se envolvendo em corrupções explicitas, o Brasil está afundando em atos corruptos na administração pública que podem findar atingindo-a também. Espero que isso não venha a ocorrer!

O Governo de Dilma ainda está coerente, tomando decisões sérias contra os atos de corrupção, mas precisa patrocinar mudanças profundas nas reformas política, jurídica, administrativa, social, moral e ética no conjunto da população, e não será com medidas pontuais e direcionadas que isso virá a acontecer.

Esses setores estão um caos, não por falta de verbas, mas pelas práticas corruptas porque as desviam para outros fins, geralmente para os bolsos de empresários desonestos que patrocinaram as campanhas políticas.

Temos que acabar com esse conluio imoral de empresários X políticos que, após financiamento parlamentar em nome de uma “democracia” que se torna corrupta e corruptora ao mesmo tempo, transformando-se em “democracia de fachada”, de “faz de conta” voltam para “cobrar” com juros e correção monetária seus “investimentos”.

Já tomaram conhecimento de qualquer escândalo que, quando descoberto, não estivesse algum empresário “bonzinho” por trás, querendo lucrar o seu, com o argumento de que financiara alguma campanha política, em quaisquer dos níveis e, agora, só quer recuperar o que investira na campanha?

Se existir algum samaritano nesse mar de podridão por onde Deus jamais andaria sem ser atingido, quero tomar conhecimento! Mas, enquanto isso, a presidente Dilma alcança elevada popularidade em pesquisas, até agora porque também ainda não passou por onde Jesus não passaria, ou seja, nada existe de qualquer suspeita que a Presidente tenha se beneficiado com dos atos de corrupção até o momento, cometidos por quem quer que seja. Mas não sei até quando!!! 

domingo, 22 de abril de 2012

"CÔCÔ" GELADO, AZEITONAS E ANÚNCIOS DE JORNAIS...!

Minha esposa, por estar se sentindo ruim do estômago, pediu um côco gelado e, ao pagá-lo, na barraca, estava escrito em letras vermelhas “as propriedades medicinais de água de “côcô”. Credo! Será que minha esposa Yara tomara água de “côcô” gelado para melhorar das dores que sentia no estômago? Espero que não!
Fiquei enjoado e lembrei de algumas  propagandas engraçadas publicadas em jornais do passado!
Muitos dos anúncios em jornais têm sempre a tendência de ser engraçados e, alguns poucos até alcançam esse propósito; outros,  duvidosos. Outros, pelas suas peculiaridades são divertidos, apenas.
Mas, vamos aos anúncios, objetivo de minha crônica:
Um desses anúncios era para vender um carro da marca Maverick, fabricado pela Ford do Brasil, popular nos anos 80, por ser considerado um dos mais modernos e luxuosos carros, com condicionador de ar no painel,  comercializado nas versões  de duas ou quatro portas; portanto, luxuosíssimo.
Dizia mais ou menos assim:
“Vendo um carro da marca Maverick. Preço a combinar. De presente, leva junto um toca-fitas da marca hoadstar ”.
Não apareceu um só comprador interessado! O carro não era mais comercializado naquela época.
No dia seguinte, o proprietário do Maverick decidiu apelar.  Mudou de tática, mudou tudo e anunciou no mesmo jornal:
“Vendo um toca-fitas hoaadstar. De presente, leva um carro Maveric”.
Foi vendido no mesmo dia e ainda fez fila porque um toca-ficas da marca hoadstar era um dos mais modernos e famosos na época, ao ponto de ser cobiçado pelos ladrões que arrombavam os veículos só para retirarem deles o aparelho!
Outra vez, li um anúncio que dizia:
 “Vendo uma casa de 8X20, com terreno infinito. Valor a combinar”.
Apareceram muitos interessados na compra da casa, mas em lá chegando, viram o imóvel ocupava todo o terreno de 8X20.
Um dos interessados indagou ao vendedor, demonstrando interesse em fechar o negócio:
-Só por curiosidade, moço: aqui, o seu anúncio, está falando que o terreno é infinito mais vejo que o senhor ocupou todo a área na construção de sua casa que, por sinal, está excelente e o preço também, mas ocupou todo o terreno. Como então o seu terreno pode ser infinito?
O vendedor voltou seus olhos para o alto e disse:
-Está certo, sim, meu terreno é infinito mesmo- e olhou um céu estava azulado e com um sol forte naquele dia amazônico.
Para o alto, o terreno era infinito mesmo! Só se tinha que respeitar, a altura máxima permitida pelo Plano Diretor da Cidade, que disciplina até quantos andares pode ser construída para cima. Mas isso não vem ao caso!
Também saiu o anúncio dizendo assim:
 - Precisa-se de empregada doméstica que durma no emprego. Apareceram várias candidatas à entrevista de emprego.
A provável patroa saiu perguntando às pretendentes:
- Você dorme no emprego?
 Logicamente, todas disseram que não! Até que encontrou uma que respondeu:
-Sim, posso dormir...
Foi contratada no ato para ser babá de sua filha e fazer refeições!
Um dia depois, a patroa indaga à secretária doméstica que fora contrata por “dormir no emprego”:
- Você não faz nada para o almoço?
- Não, senhora?
- E por que nada fez?
- Ora, eu estava dormindo no emprego! – respondeu.
Foi demitida no primeiro dia de trabalho, só por cumprir o que fora pedido no anúncio, que era “dormir no emprego”.
Vá entender o que querem dizer esses anúncios!
Por fim, lembrei-me de um fato ocorrido com uma secretária que trabalhou em casa há alguns anos atrás. Ela, ao contrário de juntar a polpa da azeitona, guardou o caroço e entregou-os à esposa, durante  preparo de um almoço em casa. Tentou se explicar:
- Quando a senhora me mandou descascar as azeitonas, não me disse que era para guardar a polpa. Então, joguei a polpa fora e guardei os caroços. Estão aqui! E estendeu o depósito para entregá-lo à Yara, minha esposa.
Demorou pouco trabalhando em nossa casa!

sábado, 21 de abril de 2012

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A VIDA E A OBRA DE CARLOS COSTA

O blog Gândavos,  de Pernambuco, de Carlos Lopes, republicou integralmente meus livros O HOMEM DA ROSA (indicado ao prêmio Jabuti de 1988), O CAMINHO NÃO PERCORRIDO – a trajetória dos assistentes sociais masculinos em Manaus (obra científica adotada nas Faculdades de Serviço Social do Amazonas como livro base) e o de JORNALEIRO A JORNALISTA – Uma história de vida(minha história pessoal e a luta que venho travando contra duas bactérias incuráveis para me manter vivo depois de 11 cirurgias no cérebro). De todos os comentários deixados no blog sobre as obras publicadas, selecionei algumas que as considerei mais significativas e disponibilizo-as aos leitores de meus textos. Caso tenham interesse, entrem no blog Gândavos pelo site de busca Google. Um abraço aos leitores de meus trabalhos


Li alguns capítulos do Homem da Rosa e pretendo após as provas ler o restante. Devia escrever mais sobre filosofia. Ah! Li também alguns artigos seus de jornalismo. Escreveu com responsabilidade e muito princípio social. Bonito isso. E quanto a sua saúde, o importante é que está vivinho e aí a escrever. Se Deus permitiu é porque tem um plano melhor para o Sr, espere e verá.

Carlos Costa, vou fazer uso das palavras do Cacá, você é um guerreiro e merece todo o nosso respeito. As vezes nos deixamos abater por coisas insignificantes quando o que interessa é a nossa saúde, o respeito para com os outros e a si próprio. Nem sempre podemos ter a saúde que desejamos mas não podemos nos abater se não estamos em algum momento sendo agraciada por esta necessidade básica. O importante é ser como você: um lutador. Um abraço amigo e tenha certeza que estás a ser admirado por todos os que sabem da tua luta.

Carlos, seu depoimento é para pensar na pequenez da gente quando fica querendo desistir por coisa tão pouco significativa. Você é um exemplo maiúsculo de sabedoria, determinação e amor próprio e coletivo. Vida longa e muita saúde para vocÊ, meu caro! Emocionante e pedagógico o seu exemplo. Quero muito ler seu livro. Grande abraço. Paz e bem.

Um guerreiro destemido e tenaz - é a expressão mais acertada para descrever minha impressão sobre você, meu bom amigo Carlos Costa. Que Deus te ilumine e te dê anos de vida, para agraciar-nos com teus belos e sábios escritos... Um forte abraço, Yolanda

Uau! Carlos Costa, que história! Vou agora mesmo começar a ler seu livro. Que Deus continue a derramar a sabedoria e força necessárias para aproveitares da melhor maneira o dom da vida que se sustenta pelo poder dEle. Abraços sempre afetuosos. Fábio.

OS SONHOS DE PENINHA E OS MEUS...!

“SONHOS” DE PENINHA E OS MEUS...!

Tudo era apenas/Uma brincadeira/E foi crescendo/Crescendo, me absorvendo/E de repente eu me vim assim/Completamente seu...”

A música “Sonhos”, de Aroldo Alves Sobrinho, o paulista mais conhecido por “Peninha”, incluída na trilha da telenovela "Sem Lenço, Sem Documento", exibida em 1977 pela Rede Globo, criou muitos outros sonhos, embalou os meus e fez sonhar também  milhares  corações apaixonados em Manaus, a partir de 1978, quando ficou um ano inteiro nas paradas de sucesso. Era uma verdadeira febre!

Em 1969, quando retornei a Manaus para estudar, gostava e achava lindo ligar a TV na casa de minha madrinha Natércia Januário Calado, onde morei, no Morro da Liberdade, e ficar sentado no sofá da sala esperando o aparelho mostrar a imagem e vendo, admirado, apenas aqueles pontinhos negros pulando, parecendo bonequinhos se mexendo. Ingênuo, o inocente garoto vindo do interior para estudar na capital, onde nascera não sabia nem o que era luz elétrica, quanto mais “TV” e “rádio”, coisas esquisitas que também falavam. Será que tinham um homem dentro deles? Ou será que havia alguém dentro da lâmpada para fazer com ela acendesse?

Para mim, aqueles pontinhos negros na TV, mais pareciam homenzinhos correndo atrás de uma bola, mas eu lá sabia o que era jogo de futebol, se nunca havia entrado em um campo e assistindo a uma partida?! Mas era tudo lógico na mais perfeita imaginação de uma criança de nove anos! Ah, que saudades de um passado que a geração de hoje não conhecerá porque nasceu na era da televisão de led, controle remoto, internet, celular...

A TV, em cores preto e branco, que eu aguardava que “abrisse” e mostrasse a imagem, ficava no alto de um móvel  em um canto da sala de entrada da casa, emoldurada por um teto forrado de madeira,  pintado em uma cor azul, com uma lâmpada PL envolta por um globo branco bem no seu centro.

Até o ano de 1978, a imagem só aparecia depois que aqueciam todas as válvulas, mas ficava sentado na sala, mesmo assim, esperando surgir a imagem, como se estivesse  hipnotizado, com  o símbolo de um índio que representava a “TV Ajuricaba” da família Hauache, porque sabia que o aparelho me mostraria as imagens dos cantores Peninha interpretando sua música “Sonhos e de Márcio Greick, com muitas canções de sucesso também,   embalando meus sonhos românticos com as primeiras namoradas de juventude, nos sábados à tarde, no programa do “Velho Guerreiro”, Abelardo Chacrinha Barbosa!

Como o “Peninha”, também “vi a minha força/amarrada no seu passo” e percebi que se não fosse ao lado de uma namorada de infância  também “não tem caminho e “não me acho”. Ah, como essa música levava à pensamentos agradáveis de meus sonhos adolescentes de namorador!

Durante a música, também me via passando “grude” com minha mãe em sacos de cimento dobrados ao avesso, colando-os a todos e, depois, saindo de madrugada para comercializá-los no mercado municipal Adolpho Lisboa, para quem comprasse peixes!  Também me via, anotando em cadernetas os centavos do óleo a granel, despejado em copos que as pessoas traziam de casa e apresentavam no balcão; e, ainda, retirando com uma colher de madeira grande, de dentro de uma lata de cinco quilos,  manteiga “Cabeça de Touro” e colocada-a em “papel manteiga”, embrulhando-a cuidadosamente e entregando-a ao freguês. Nessa época, as cadernetas recebiam as anotações dos valores e eram entregues ao devedor para pagamento no final do mês. Também via  colocando unidade de pão, enrolados em papel que ficava sob o balcão ou  colocando-o  dentro de sacos de papel; ou de panos, que os clientes traziam de casa, tudo no comércio que foi montado por meu pai para ajudar a sustentar a família de 10 filhos.  Vendiam-se  óleos em centavos e se comercializava ovo em unidade, naqueles  anos 70. Ah, que viagem de sonhos eu fazia ouvindo a música de Peninha!

Quando a música tocava nas rádios, eu dava um jeito de oferecê-la  para alguém que namorasse no momento porque como adolescente, em cada namoro também “vi um grande amor, gritar dentro de mim, como eu sonhei um dia... Mas ao saberem de minha realidade social me deixavam e só restavam dentro de mim a  saudade, tristeza e a certeza de mais um amor que se  tinha ido embora.Mas isso passava logo como tudo na vida passa; menos a certeza que caminhamos rumo à morte próxima ou distante não importa, porque Deus é quem comanda o destino!

“Quando o meu mundo/ era mais mundo/e todo mundo admitia” que eu estava diferente por estar amando, estudando e trabalhando, produzindo dentro de mim “uma mudança muito estranha” mexendo com a pobreza sempre com a mesma dignidade de quem vendia picolé, jornal, cascalho e vela em porta de cemitério para adquirir “mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria no meu jeito de me dar...às pessoas o amor a Deus e as pessoas.

Só que quando essa mudança já se fazia “mais forte e mais sentida” e “quando a poesia” que escrevia para alguma namorada, já fazia “folia em minha vida” vinham me contar dessa paixão inesperada por outra pessoa...”  Novamente eu me abalava! Mas...

“Mas não tem revolta não/Eu só quero/Que você se encontre/Ter saudade até que é bom/É melhor que caminhar vazio/A esperança é um Dom/Que eu tenho em mim/Eu tenho sim/Não tem desespero não/Você me ensinou/Milhões de coisas” boas passei a ter, ainda,um sonho em minhas mãos/Amanhã será um novo dia/Certamente eu vou ser mais feliz...”

Com duas faculdades concluídas, cronista, livros científicos e de crônicas publicadas, prêmios recebidos, indicado ao prêmio Jabuti de 1988, casado, fui e continuo sendo feliz à companhia de minha esposa Yara Queiroz, advogada, guerreira, amiga e companheira, que esteve a meu lado na saúde e continua  na doença, quando fiquei só  um pouco mais chato  porque sofri sequelas irrecuperáveis na  área de meu humor, depois das onze cirurgias no cérebro!

Apesar de tudo que passei e ainda continuo sofrendo permaneço amando muito minha vida! 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

CARLINHOS CACHOEIRA E "OS GRANDES PROCESSOS DO JÚRI"

Na década de 80 durante evento promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no Hotel Tropical, em Manaus, o jurista amazonense radicado há anos no Rio de Janeiro, Carlos de Araújo Lima, que viera promover o lançamento de seu livro, “Os Grandes Processos do Júri”, em dois volumes,  narrando todos os processos em que atuara com sucesso e, portanto,  era,  dos participantes no evento,  um dos mais festejados naquela época.

Tendo ao meu lado o presidente da OAB no Amazonas, advogado José Paiva Filho e também o presidente do Conselho Federal da OAB, o jurista amazonense J. Bernardo Cabral, entrevistei o autor do livro. Minha primeira pergunta foi:

- Dr. Carlos, o senhor não tem receio de ficar marcado por defender tantos criminosos?

Ele me olhou espantado e respondeu:

- Não. Eu não defendo criminoso. Só defendo o direito de o criminoso ter direito a um julgamento justo.

Com essa resposta que o jurista me dera, torna-se compreensiva a declaração dada ao “Bom Dia Brasil” pela advogada Dora Cavalcanti, dizendo que Carlinhos “Cachoeira” não estava preocupado com a opinião pública sobre a questão política. “Ele está muito preocupado em provar que essas acusações não são verdadeiras e ele quer resgatar o respeito do qual ele era digno, lá em Goiânia “.Ah,  estava só defendendo legítimo direito de o bicheiro ter direito a um julgamento justo e imparcial.

Também é compreensível pelo mesmo prisma, que o senador Demóstenes Torres tenha informado aos jornalistas que o abordaram para entrevistá-lo no Senado, querendo saber se ele tinha alguma preocupação com o Conselho de Ética, dizendo: “não vou falar nada sobre isso agora. Vocês tomarão conhecimento de minha defesa”.

Cumprindo seu legítimo papel de defensora de Carlinhos Cachoeira, a advogada declarou que seu cliente só está preocupado em “resgatar o respeito que ele era dignitário em Goiânia” porque, como o Dr. Carlos Araújo Lima me declarou na década de 80, a Dra. Dora Cavalcanti não está defendendo os crimes de seu cliente, envolvido em muitas confusões e com muitos tentáculos, porque está defendendo apenas o direito de Carlinhos Cachoeira ter um julgamento justo. Ah, entendi!

Mas, quanto ao senador Demóstenes Torres, ele também só quer e lutará desesperadamente para permanecer no Senado, “provando sua inocência”, também, no Conselho de Ética.

Mas, sinceramente, não sei como o bicheiro e o senador conseguirão atingir seus objetivos com tantas provas contrárias aos dois e cada dia surgindo mais e mais!

Como me dissera o jurista Carlos Araújo Lima, nos anos 80 durante a entrevista: “eles não estão se defendendo dos crimes cometidos, mas estão defendendo o direito de terem um julgamento justo”.  Está tudo explicado, então!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

"TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO"!

“Todo o dia era de Índio” como afirma com justa razão a letra da música da cantora Baby do Brasil, acrescentando também “antes que o homem aqui chegasse/às terras brasileiras/eram habitadas e amadas por 3 milhões de índios/proprietários felizes da “Terra Brasilis”.

Com um pouco de picardia na letra da música, Baby do Brasil não deixa de ter total razão.

Afirmo isso porque em 1926, o então governador da Bahia, Francisco de Goes Calmon, sancionou a Lei que criava uma reserva para preservação ambiental entre os Municípios baianos de Pau Brasil, Itaju do Colonônia e Camaçã e destinava mais 54 hectares para os índios tupinambás e pataxós.  A  demarcação dessas terras só ocorreu dez anos depois da criação da Área de Preservação e da Reserva Indígena.

Mas o extinto Serviço de Proteção aos Índios arrendou parte da área da reserva demarcada aos fazendeiros que, mais tarde, nos anos 40, conseguiram títulos de posse da terra e agora o Governo da Bahia espera há quase 30 anos o julgamento de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Para a Funai,  a reserva indígena existe e estava demarcada desde de 1936. Os títulos de posse das terras arrendadas aos fazendeiros invasores só começaram a ser expedidos a partir da década de 40. Seguindo a lógica de julgamento anterior em ação semelhante, o SFT também deverá julgar a favor dos índios, como ocorrera em sobre a área “Reserva Raposa Serra do Sol”, em Roraima, quando o Estado teve que indenizar os invasores brancos que plantavam arroz na área da reserva e devolvê-la aos índios.

Os índios João Gravinho, este assinado em 1988, e Galdino Jesus dos Santos, queimado vivo em Brasília quando dormia em uma parada de ônibus em uma péssima e ridícula “brincadeira de adolescentes” protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, quando lutavam para ter suas terras de volta.

Hoje, existem 52 fazendas ocupadas pelas comunidades indígenas e a Polícia Federal  só cumpre mandados de busca e apreensão de armas na área de conflito, enquanto na Bahia, todos aguardam o desfecho do julgamento no STF.

Por tudo isso, a irreverente cantora Baby do Brasil que também era conhecida por Baby Consuelo, com justa razão protestou, escrevendo que os índios eram “amantes da natureza (...) incapazes de (...) maltratar uma fêmea, preservando o equilíbrio ecológico da terra, fauna e flora, mas agora eles só têm o dia 19 de Abril” para comemorar o Dia que já foi do Índio. Antes da “invasão” ao Brasil pelos portugueses, os descimentos, as capturas em guerras justas ou injustas, “todo dia era dia de índio”.

A JANELA...!



A janela aberta via o tempo passar, estava mudo;
A janela que estava muda, também via o tempo passar rápido demais;
A janela não vê mais o tempo passar rápido e ou lento demais;
A janela se fechou para o tempo e morreu para o mundo!
Hoje, a janela também ficou muda, cega e morta para o tempo, o mundo e nada mais registram os olhos do menino que também via o mundo passar, no alpendre de sua janela!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"BELLA" E O TEMPO...!

“BELLA” E O TEMPO.

Hoje, tive uma terrível certeza de que também envelheci! Não sei como; não percebi o tempo passar, não me sinto velho, ainda, mas também não posso me dizer novo aos 52 anos de minha vida.
                               
Estou escrevendo isso porque dia 15/4/2012, revi “velhos amigos” novos com mais de 50 como eu – Cassiano Filho, Francisco, o “Chicão” e Roberto Coutinho, todos de cabelos grisalhos como o meu, a maioria com netos, mamadeiras sendo dados às crianças, alguns dormindo no colo de seus pais como meu filho tantas vezes fizera no meu, na comemoração de aniversário de Francisca Anunciação, filha de meu ex-patrão Cassiano Cirilo Anunciação, da época que fora Editor Geral do seu “Diário do Amazonas”, hoje comandado por jornalistas mais novos; mas, competentes também!

Ah, quantas saudades senti enquanto ouvia minha enteada, Bella Queiroz, interpretando a música “Ainda Bem”, de Marisa Monte, e depois cantando com sua voz suave e afinada a música tema do filme “Titanic”.

Bella Queiroz interpreta divinamente bem, também as músicas “Dio comi ti Amo”, também, mas sou cantou “Como nossos pais”! A cada música que acabava de cantar, era aplaudida pelos presentes, todos admirados com o timbre de sua voz! Eu sou um fã da voz de Bella Queiroz, também!

Lembrei-me de quando Bella, aos 15 anos, começou a ganhar concursos em “Karaokê” no Amazonas Shopping, depois em bares de Manaus, um em especial, na esquinas das Ruas Joaquim Nabuco com Tarumã, quando fora aplaudida de pé pela platéia e, logo depois, com esforço pessoal dela e de sua avó, Maria Luiza Queiroz, já falecida - a primeira mulher a tocar acordeom em estúdios de rádios em Manaus - e por contribuições de amigos e algumas feijoadas para arrecadar fundos, gravou e lançou seu primeiro CD “Depois...”, com uma música de sua autoria!

- Bella ainda batalha até hoje, mas é assim mesmo! Eu estou na batalha há 26 anos e somente agora que tive meu primeiro livro O HOMEM DA ROSA, indicado ao prêmio nacional!

Enquanto Bella interpretava, “Ainda Bem”, entrei em meu túnel do tempo e questionei sobre o porquê de esse mesmo tempo que nos amadurece nos envelhece também. Ah, tempo cruel!

Relembrei da filha de Roberto Coutinho, usando bota de ferro para corrigir problemas ortopédicos, entrando em minha sala, recolhendo todos os textos das manchetes de primeira página, altas horas da noite, subindo a escada e indo se esconder na sala de seus pais! Eu subindo as escadarias para atingir o segundo andar do prédio...

É que hoje, atônito, percebi que o mesmo tempo que cura ferida, cicatriza mágoas, nos torna mais dócil, é o mesmo tempo inventado pelos homens para contar passagem da história e, é, também o  mesmo invisível tempo que nos envelhece a cada dia.

Ah, tempo por que caminhas tão rápido quando sabes não tenho qualquer pressa para morrer? Tempo, por que não aguardas em qualquer curva da estrada dessa vida para que eu o encontre? Ah, tempo! O tempo não perdoa; envelhece e nos torna velhos pela pressa em correr cada vez mais rápido!

Como sei ser impossível parar o tempo, façamos um acordo, então: tu não me persegues e eu não te encontrarei! Nos encontraremos a qualquer dia. Com certeza!

domingo, 15 de abril de 2012

UM "CACHOEIRA" DE ESTRAGOS NO BRASIL!

Ele não se parece com o Rei Midas, mas, em tudo que “Carlinhos Cachoeira” se envolve, ao invés de se transformar em ouro, se transforma em problemas e estragos em cascata, parecendo uma “cachoeira” mesmo! Sua próxima vítima poderá ser o senador por Goiás, Demóstenes Torres, que teve negado pela Justiça, sua desesperada tentativa jurídica de trancar as investigações no Conselho de Ética do Senado, alegando que as provas colhidas contra ele o teriam sido obtidas de forma ilegal.

Na última semana, só no Jornal Nacional, noticiaram-se as seguintes manchetes envolvendo “Carlinhos Cachoeira”, preso em Goiás, por envolvimento em jogos ilegais e outros crimes:


Mas quem é esse “Carlinhos Cachoeira”. Uns dizem que ele um grande empresário bem sucedido; outros, que ele é ligado ao jogo do bicho. Fico na dúvida de quem seja mesmo, mas me arrisco a dizer uma coisa óbvia e defino-o com minha própria conclusão, após ouvir no Jornal Nacional que “Carlinhos Cachoeira” fez isso e fez aquilo: “está causando estragos de proporções imensuráveis em diferentes esferas do Poder da República”,  completamente corroída pela ferrugem da corrupção que até fica impossível se mensurar, pois já derrubou assessor de governador e,  agora,  Governadores, deputados federais e senadores suspeitos de terem alguma ligação com o “empresário bem sucedido”, contraventor de muitos interesses e tentáculos, estão sendo convocados para se explicar em CPI! 

Parece até que o “empresário bem sucedido” é o único envolvido em tudo o que é tipo de coisa irregular!  Carlinhos “Cachoeira”, talvez seja apenas a bola da vez para desviar de assuntos tão ou mais graves do que esses que estão sendo mostrados e comprovados, como à falta de investimentos nas áreas de educação, saúde, habitação, segurança pública, saneamentos básico e urbano, e em muitos outros setores sociais do Brasil, que está apodrecendo por culpa da ferrugem que está correndo lentamente as instituições democráticas pelo mesmo mal de desvios de verbas públicas em forma de licitações viciadas, como exemplo.

 Mas onde existe corrupto, também existe corruptor!  Cadê leis para punir os dois? O funcionário corrupto pode até ser demitido, como muitos já o foram pela presidente Dilma Rousseff, mas não existe qualquer lei para punir o corruptor também!

Depois de “Carlinhos Cachoeira”, outro aparecerá para ocupar seu lugar de destaque na mídia. Haverá apenas a substituição de um por  outro que sirva para ser a “bola da vez”e, assim, desviar mais uma vez, o foco de outros desvios feitos por muitos prefeitos, deputados federais, governadores e o senador moralista Demóstenes Torres. Por que tantos interesses escusos não devem esconder os políticos que gastam milhões em suas campanhas? Honestamente, só com o salário parlamentar mesmo, não conseguem rever nem a metade do que gastaram na campanha! Há algo podre no ar, além da linha do equador!!

As ligações políticas do senador moralista de Goiás, onde fica o “quartel general” do bicheiro, também estão causando grandes estragos políticos, também em seu Estado de origem, mas Demóstenes Torres já teve pelo negado pelo STF seu  desesperado recurso para trancar o processo de cassação de seu mandato, dizendo-se inocente.

Como o STF negou esse remédio jurídico, o senador Demóstenes Torres poderá perder o mandato e não transformará a CPI em uma grande pizza para ser digerida com muitos refrigerantes que jorrarão como se fossem surgidos de dentro uma grande “Cachoira”!