segunda-feira, 30 de março de 2015

O TSE É CULPADO DE TUDO!(desmandos em Coari)


Os desmandos administrativos e políticos ocorridos no município amazonense de Coari, de extrema riqueza e um povo pobre, oprimido e com medo, é culpa do Tribunal Superior Eleitoral. Na década de 80, outros problemas ocorreram em outros municípios do Amazonas, tudo por ganância nos recursos públicos.

As duas adolescentes estupradas pelo prefeito Adail Pinheiro, hoje mulheres e com filhas também, disseram que receberiam 100 mil reais para não presenciarem mortes nas suas famílias, mas o dinheiro, só lhes seria repassado no dia do julgamento por esses crimes. A advogada Elizabeth Cavalieri, teria orientado as duas testemunhas do estupro a mudarem seus depoimentos dentro do Cartório Abreu, ditando para o que deveriam declarar, mas a justiça não aceitou que mudassem seus depoimentos. Ao procurar o Cartório Abreu, a advogada, anunciou que a  “declarante desejou expor que a denúncia inicial não foi verdadeira”, diz a gravação com a voz da advogada, Depois ela passou a declarar o que as duas vítimas deveriam dizer em seus depoimentos.

Hoje, o problema, reside no município de Coari, mas já ocorreu em outros municípios também, em décadas recentes. O dinheiro sempre foi a fonte de todos os problemas políticos, administrativos e de gestão vivido nos municípios amazonenses, com a total conivência da Justiça Eleitoral e da Constituição que diz que “todos são inocentes até o trânsito em julgado da sentença condenatória”. Usando essa artimanha legal e jurídica a seu fator, Adail Pinheiro, preso pela pela Polícia Federal na operação Vorax, a Justiça Eleitoral permitiu a candidatura do “ficha suja”, conseguiu concorrer e ganhar de novo como se fosse um “ficha limpa”, usando várias medidas  jurídicas a favor dele. Tudo poderia ter sido evitado se a Justiça Eleitoral, em todas as suas instâncias, tivesse impedido a candidatura do prefeito Adail Pinheiro, acusado e condenado por ter violentado meninas de nove a quinze anos. Mesmo dizendo-se inocente de todos os crimes, com robustas provas, o prefeito foi condenado a mais de 11 anos e dez meses de prisão e está ocupando uma cela no Batalhão de Cavalaria da PM, em Manaus. Os outros condenados no mesmo processo, continuam soltos.


Só para recordar, na década de 80, os municípios de Presidente Figueiredo, recém criado pela Constituição Estadual, desmembrado de Rio Preto da Eva   e Novo Ayrão. O município de Novo Ayrão e Presidente Figueiredo, disputaram por anos, os recursos dos pagamentos feitos pela Mineração Taboca S/A, pela exploração da maior mina de cassiterita a céu aberto do mundo. Durante as disputas, Novo Ayrão trocou de prefeitos várias vezes e Carmelita Cebo Mendes chegou a assassinar seu companheiro conhecido por Ferrari e Presidente Figueiredo se manteve firme com seu primeiro prefeito eleito com pouco mais de 170 votos, o jornalista de A CRÍTICA, Mário Jorge, ex-assessor do deputado estadual Waldir Barros, mas que também tinha seus defeitos e, agindo com impetuosidade e prepotência que o dinheiro lhes dava. Mandou abrir uma vala em frente a comércio de um adversário seu, para impedi-lo de trabalhar. O dinheiro e a possibilidade da malversação de seus recursos em benefício próprio, sempre esteve por trás de tudo! O problema da disputa só foi resolvido quando o juiz da comarca de Novo Ayrão, Aristhoteles Thury, hoje desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, anos depois do processo ter sido iniciado, ter sentenciado que os recursos oriundos dos tributos pagos pela extração da cassiterita deveriam ser destinados e depositados na conta do município de Presidente Figueiredo e não distribuído entre os dois municípios, como fora feito por muitos anos, até a sentença final.

Como mais um dos desmandos atribuídos ao prefeito preso, além dos danos causados pelas manifestações de rua no município de Coari, troca de quatro prefeitos,  um juiz decidiu não empossar o segundo colocado na disputa, Raimundo Magalhães, como mandara o TSE. Em relação a Coari, o Ministério Público o acusa o ex-prefeito preso de ter pago 100 mil reais para cada uma das duas testemunhas que foram coagidas a mudar seus depoimentos, sob ameaça de morte de membros de suas famílias e estão também envolvidos o advogado Fabrício de Melo e o filho do prefeito conhecido como “Adailzinho”, que ofereceram o dinheiro as duas testemunhas, mas a Justiça não aceitou que mudassem seus depoimentos. O tenente-coronel Willer dos Santos Abdala, diretor de comunicação da PM/AM, nada explicou ao repórter do programa Fantástico, quando perguntado se o prefeito tinha ou não feito uso do gabinete do comandante da Cavalaria para se reunir com as pessoas de seu staff, dizendo que tudo teria que ser apurado.

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domingo, 29 de março de 2015

FUGINDO DA INFLAÇÃO E TROPEÇANDO NA TRIBUTAÇÃO!



Fugindo da inflação como o diabo foge da cruz, tropeçando no excesso de tributação do Governo Federal para manter a falida, corrupta, inchada, departamentalizada e desnecessária máquina administrativa, minha esposa Yara e eu, deixamos mais 16 reais nos cofres gulosos da administração de um Estado falido, corrupto, corruptor e que força às pessoas sonegarem porque os impostos excessivamente elevados e os impostos seriam elevados porque as pessoas sonegariam. Essa equação não fechará nunca. 

Será que a solução desse vácuo entre o que o Estado brasileiro exige dos seus contribuintes e o que os contribuintes podem pagar, não poderia ser resolvido com a antiga e esquecida ideia, sepultada no túmulo do finado ex-deputado federal Álvaro Valle de se implantar no Brasil o Imposto Único de 1% e linear sobre todos os produtos como passou a existiu por muitos anos a famigerada, desnecessária e ridícula Contribuição Financeira à Saúde, a famosa CPFM? Todos os brasileiros contribuíram durante muitos anos, mesmo a contragosto, com a exagerada CPMF,  e  – que na verdade era um imposto – mas felizmente fui derrubada em votação pelo Senado da República, mesmo sob protestos do Governo Federal, que já o tinha incluído como rubrica orçamentária. Pode ter servido para muitas outras coisas,  mas que nunca serviu para financiar à saúde e, sim, garantir o orçamento dos gastos excessivos com a máquina pública!

A CPFM tinha uma alíquota de 0,25% e incidia sobre todos os débitos lançados sobre as contas mantidas pelas instituições financeiras e substituiu a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos de Direitos, criada em 13 de julho de 1993 e que vigorou até o dia 1o de janeiro de 1994. Foi criada na presidência de Itamar Franco e o Ministro da Fazenda era Fernando Henrique Cardoso, que em 1996, como presidente, o transformou em Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira e passou a fazer parte do orçamento do Estado, mas nada foi destinado à saúde.

O setor até hoje continua um caos  e nada dos bilhões arrecadados com a  CPMF, serviu para minorar o sofrimento de quem precisa de um atendimento médico, uma consulta ou um exame. O Governo nunca destinou nada à saúde, servindo o dinheiro arrecadado apenas para fazer fundo de caixa e pagar a dívida interna, garantir à continuidade dos programas sociais idealizados pela primeira dama do Brasil, sociologia Rute Cardoso, continuado nos Governos Lula e Dilma Rousseff e outros interesses governamentais inconfessáveis. Cheguei a pensar que a criação da CPMF, proposta do falecido ministro da Saúde, Adib Jatene, poderia minorar ou resolveria o caos em que a saúde se encontrava, Durante 11 anos os brasileiros foram tributados em qualquer transação bancária que fizessem. De todo os bilhões arrecadados parte era desviada para outros interesses e parte era usada para outros fins e nada a melhorou no setor da saúde! A proposta de mais uma nova prorrogação da CPFM foi rejeitada pelo senado em dezembro de 2007, em memorável votação, sob os protestos da administração pública.

Mesmo sendo uma ideia considerada antiga, defendida durante a campanha presidencial de Álvaro Valle contra Fernando Henrique Cardoso e outros candidatos e apoiada por empresários paulistas, o Imposto Único deveria ser levado agora a sério, junto com uma profunda e completa reforma fiscal, monetária do Estado, do Judiciário, política etc. Diminuir o Estado burocrático, que cria dificuldades e vende facilidades em forma de corrupção, poderia ser uma solução para diminuir a máquina pública. Com a contribuição de 1% sobre tudo, o Governo Federal não precisaria ter mais uma gigantesca estrutura de cobrança de imposto de renda, de recursos, de fraudes; os escritórios de contabilidade não necessitariam de setores específicos para calcular impostos e mudanças de impostos todos os dias e o governo se desoneraria de fraudes que são denunciadas todos os dias e cada vez mais sofisticadas e complexas, a polícia federal, o ministério público, o judiciário e outros ficariam aliviados dos entulhos de processos, enfim.

Levem a sério e salvem o Brasil naufragante nas águas da corrupção. O ainda pode receber respiração boca a boca para que volte a respirar aliviado, se diminuir o excesso de dificuldades e criar facilidades. Com o imposto único, igual à CMPF, todos contribuiriam sobre qualquer compra e não se precisaria de superestrutura de combate à corrupção porque ninguém precisaria corromper ninguém e nem ser corrompido também.

Deixei mais 16 reais nos cofres do Supermercado, mas se serão repassados aos gulosos cofres do Governo, ah, isso não sei dizer! 

Talvez sim. Talvez não!

sábado, 28 de março de 2015

DIA NACIONAL DO CIRCO (27.03)


 À George Savalla Gomes, o palhaço “Carequinha”.


O palhaço é uma pessoa humana que chora enquanto faz pessoas sorrirem nos picadeiros da vida e nos picadeiros dos circos. Circo sem palhaço, é um circo triste, com exceção do “Cirque du Solil”, que não possui palhaço ou animal em picadeiro.

Peço licença aos leitores para prestar homenagem ao senhor George Savalla Gomes, o “Carequinha”, nascido em uma família circense na cidade de Rio Bonito, no RJ, filho de Elisa Savalla e Lázaro Gomes, que literalmente nasceu no circo enquanto sua mãe fazia performance de trapézio, entrou em trabalho de parto em pleno picadeiro. Aos cinco anos de idade, o circo de sua família estava em apresentação na cidade mineira de Carangola.

Aos doze era palhaço oficial do Circo Ocidental, pertencente ao seu padrasto e em 1938, estreou como cantor na rádio Marynk Veiga, no RJ,  no programa “Picolino” e foi o primeiro palhaço a ter um programa na TV Brasileira, que comandou por 16 anos, o “Circo Bombril”, mais tarde rebatizado como “Circo do Carequinha”, Nos anos 60, aos domingos, fez um programa na TV Piratini, em Porto Alegre. Segundo informa o site, o produtor do programa o abordara dizendo “os gaúchos conhecem o Carequinha devido ao programa do Rio de Janeiro transmitido em rede. Mas eles querem você ao vivo aqui no Rio Grande do Sul. Queremos fazer seus programas todos os domingos”, como registra o site Wikipédia.

De acordo com o site, George Savalla Gomes entrara em contato com um empresário chamado Nelson e depois de encerrado cada programa dominical, às 16 hs, visitava diversas cidades gaúchas, como Caxias do Sul, São Leopoldo, Uruguiana e até Rivera, no Uruguai, para apresentar seu circo até terça-feira, quando retornava ao Rio Grande do Sul. Aos sábados, apresentava o seu circo na TV Curitiba. De acordo com o site ai final dos programas anúncios como “alô garotada de Uruguaiana, Carequinha o seu circo estarão ai....” A trupe – Fred, Zumbi, Meio Quilo e cia – costumava se hospedar no antigo Hotel Majestic, hoje casa da Cultura Mário Quintana.

Não importa o que ele fez ou foi. O que importa é que minha infância e parte de minha adolescência foi marcada por músicas cantadas por “Carequinha”, em disco de vinil, na casa de minha madrinha Natércia Januário Calado, no Morro da Liberdade. Sentava sentado no sofá da sala, esperava aquecer as válvulas do aparelho de TV preto e branco para assistir à programação da TV Ajuricaba, com o índio, na tela, símbolo da emissora, ouvindo músicas programadas antes de a emissora começar a transmitir, apresentando geralmente filme em capítulos, um tipo de série, que empolgava a garotada porque sempre ao final havia sempre a pergunta: “será que o fulano vai se sair dessa?”

“O bom menino não faz xixi na cama....”. Era a voz de “Carequinha”, no vinil tocando na vitrola Nivico, que não existe mais! Eu era um bom menino e gostaria de ver o documentário produzido em 1976 pelo cineastra Roberto Machado Júnior, sobre a vida do palhaço, que cantou e me encantou na infância de meus oito anos e parte de minha adolescência! Parece que a música tinha sido escrita e gravada para mim!

Não sei se foi George Savalla Gomes que faleceu em São Gonçalo aos 90 anos de idade e se foi o palhaço “Carequinha” que faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, nas  tenho certeza que George Savalla se fundiu em “Carequinha” e os dois morreram juntos! Não foi sepultado com a cara pintada para “alegrar os mortos”, como costumava dizer. Esse seu último desejo não foi atendido pela família, mas permitiram ao menos que fosse sepultado com a roupa de palhaço. “Carequinha”, continuará a sua missão de alegrar os mortos, como me alegrou em vida!

Palhaço também é gente e chora para fazer pessoas rirem nos picadeiros da vida!

sexta-feira, 27 de março de 2015

FILOSOFIA DE CARLOS COSTA



À Rony Souza, pela inspiração!



O mundo é velho, mas ele nunca envelhece porque todo ano se renova no “ano novo”.
Sejamos, então, como um mundo novo e poderemos criar sempre uma vida nova para vivermos.

Nas derrotas se cresce; no sofrimento se medita e no amor se realiza!

A vitória, em todos os campos da vida humana, se dá sempre pela luta árdua e constante em nome de do que acredita – em Deus, por exemplo. 
Sem luta por um ideal, não haverá vitória e sem vitória, não haverá progresso!

A grande vitória está na humildade.
Ser humilde não é o mesmo que ser lerdo, pateta ou desinteressante: ao contrário. É o gigantismo da inteligente. Nos tornar humildes nunca nos fará maior que Deus, com conquistas ou sem conquistas na vida terrena.
A humildade e ação em favor do bem e é a grande sabedoria da vida. 
O difícil é conciliar esses dois extremos, viver bem e ser feliz!

A felicidade, como já disse o poeta Vinícius de Moraes, é como uma gota de orvalho que vai se espalhando pelo ar: pode ser individual e se transformará em coletiva, dependendo de sua intensidade!

Sem uma fundação sólida em Deus, toda fé tende a ruir e desabar à primeira tempestade, por menos que seja!

Mais vale um silêncio responsável do que uma declaração apressada, impensada e irresponsável que poderá ser usada mais tarde contra você mesmo!

Em todos os campos da vida, será melhor um silêncio consciente do que uma palavra inconsequente!

O jovem responsável, protagonista de sua própria história será sempre útil à humanidade, embora os filósofos gregos pré socráticos, se perguntem e se questionem se o jovem ainda terá futuro. O jovem que não for protagonista de sua história, é porque passou pela vida e não viveu

Para se chegar muito alto, muito longe, em qualquer campo da vida, primeiro teremos que ser humildes, reconhecer que somos nossos próprios adversários, conhecer onde queremos chegar, ter fé em Deus e dar um primeiro passo e sem medo. Ir longe em nossos objetivos, sejam quais forem, mas tudo dependerá de um primeiro passo, sem esperar tudo de Deus. Ele ajuda, mas temos que tomar iniciativa também!

Os princípios das Leis de Newton não existiriam, se antes não tivessem existido os princípios das Leis de Deus!

O sacrífico pelo bem do próximo é recompensador e Deus lhe dará a dádiva concernente!
A incerteza do amanhã é o que nos dará a certeza do hoje e o horizonte nos fará caminhar sempre.
A felicidade nos perfumará em nossa caminhada até alcançarmos o horizonte que julgamos ser merecedor.
A incerteza é o que nos dará a certeza!

Não há vergonha em qualquer trabalho honesto e digno. Vergonha é não querer trabalhar e ser um VASP – Vagabundo Anônimo Sustentado pelos Pais.

quarta-feira, 25 de março de 2015

LEMBRANÇAS...!


No peito, bate-me lembranças de minha mocidade.
Viajando para Manacapuru!
Do hotel, 
da gemada
da balsa,
da cachaça na estrada,
do ônibus velho,
da batucada 
do vômito,
da pista de barro, 
(aberta pelo ex-governador  e filho da terra
Henock da Silva Reis)
dos Opala e Maverick,
do fusca que capotei no Buraco da Vovó
Das professoras Rosa Eduarci Marinho, 
Júlia Cunha e Silva.
e Alice Fabrício da Silva.

Ah, saudade!
Foram encontros e desencontros da minha juventude!

Lembranças e saudades do cantor amazonense Abílio Farias
no porto da balsa reclamando e matando carapanãs
da deputada federal constituinte Sadie Hauache
De sua família, Magida, Selma, Abdul...
Do indiozinho que abria a programação da TV Ajuricaba,
Das músicas, dos seriados, 
Zorro, Rim tintim, AS nos Esportes e do Titio Barbosa

Lembranças vão e vem como ondas ou 
lampejos de um tempo que não retornará!

De mim,  restarão  os ossos 
para contar minha história!

Ah, lembranças que povoam meu peito 
e me deixam com saudades dos tempos
que não se repetem e como ondas, balançam, apenas!

sexta-feira, 20 de março de 2015

TEM FIRULA NA DEMOCRACIA DO BRASIL


Problemas no edifício chamado Brasil, em construção democrática lenta, constante e ainda recente, existem muitos. Mas tudo poderá ser resolvido pela própria democracia e dentro da democracia e os movimentos sociais se voltando ao alvo certo que não é a presidência da República, diretamente, mas o Congresso Nacional como um todo. Na hora que os eleitores passarem a escolher seus representantes livremente e sem influências financeiras estranhas, em todos os níveis, melhoras ocorrerão!

As palavras “firula” e democracia às avessas se fundem em uma só e é o que se pode dizer sobre a atual de crise política e institucional no Brasil, três meses depois da presidente Dilma Rousseff ser eleita, com 50% mais 1 dos votos, suficiente para elegê-la ou qualquer outra pessoa que disputasse cargo majoritário, em qualquer pais democrático do mundo. Os movimentos sociais apartidários voltaram às ruas para protestar contra o seu governo, empunhando faixas como “Fora Dilma”,  “Volta do Regime Militar, já” e defendendo o seu impeachment. Mas será que tirá-la da presidência  resolveria todos os problemas do Brasil? Durante a campanha eleitoral, circularam pelas redes sociais muitas “firulas”, com fotos da ainda candidata Dilma empunhando armas em defesa da democracia usurpada em 1964 (Revolução Militar ou Golpe Militar). Depois de eleita e empossada, ela assumiu e passou a usar como seu slogan “coração valente”, usando uma antiga foto, com óculos e cabelo curto, corte tipo chanel, da época de estudante universitária, em Minas Gerais.

Antecedendo ao movimento apolítico contra o governo Dilma Rousseff, novas “firulas” ou “terrorismo tecnológico e psicólogico”, voltaram a ser veiculadas pelas redes sociais. Duas foram as mais insistentes e preocupantes. Uma  supostamente da 2a Seção Reservada do Exército, e que tinha sido autorizado a revelá-la pedindo que as pessoas comprassem para uma guerra eminente porque agentes secretos disfarçados teriam detectado na fronteira com a Venezuela, “vermelhos” prontos para invadir o Brasil e os agentes já  estariam aquartelados prontos para repelir os invasores. Trazia fotos e seguidas informações de uma infeliz e talvez impensada ou fora do contexto, declaração atribuída ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciando que colocaria o “exército do Stédle nas ruas se fosse preciso”. Mas foi só mais uma firula ou terrorismo cibernético para amedrontar o povo! A manifestação ocorreu e quase nenhum incidente.  O mais grave foi registrado com a tentativa de infiltração pelos “Carecas da Periferia”, que foram prontamente retirados da manifestação e presos com bombas, rojões e outros apetrechos. 

Mesmo não tendo muita simpatia pelo arrocho financeiro que está promovendo o segundo Governo de Dilma que seria melhor do que o segundo Governo de Lula, tenho respeito o regime democrático e a maioria venceu. Se não está fazendo um bom Governo, o regime democrático permite correções de rumo. Em ditadura, seria impossível porque é a vontade de poucos impostas a sociedade inteira, sem discussão. Firula é o que estão desejando fazer contra Dilma Rousseff, retirando-a do cargo por força de impeachment, sem que nada exista de concreto e juridica  contra ela. 

Depois que os ministros Ayres Brito e Carlos Veloso, presidente e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal disseram que não existe sustentação jurídica para pedir o impeachment da presidente Dilma, mais firulas começaram a circular pelas redes sociais, contra os dois magistrados, dizendo que o Governo PT os teria comprado, como de resto todo o STF, o que é muito improvável e não aceito generalizações! Não é porque existe uma fruta podre no pé de uma árvore qualquer, não significa dizer que o pé precise ser morto para que nasçam frutas sadias. Muitas bobagens circularam pelas redes sociais e as pessoas as repassam, sem qualquer criticidade antecipada. No meio delas, também circularam fotos mostrando que os “vermelhos”, uma referência ao regime comunista já extinto no mundo, seria implantado no Brasil com o apoio do país vizinho, a Venezuela, que segue uma “Revolução Bolivariana”, iniciada por Hugo Chavez e continuada pelo seu ex-vice e atual presidente Nicolás Maduro.

Firula, no sentido de sumular para iludir, muito usada no futebol para designar “fazer bonito”, em sentido depreciativo do termo, é o que continua em voga no Brasil. Mas será que a presidente Dilma Rousseff seria a única culpada ou responsável por tudo de ruim que acontece no país? Que o segundo governo da presidente Dilma está começando muito mal, com  reajustes de preços reprimidos durante o período eleitoral sendo concedidos todos de uma vez e não escalonados como era antes, para não impactar na meta inflacionária definida, pelo próprio Governo como uma meta a ser alcançada. Não defendo ou ataco o Governo Dilma, mas defendo intransigentemente o Regime Democrático, que teve origem na Grécia e precisa deve ser sempre aperfeiçoado como se fosse um edifício democrático  em construção. Consertar uma obra mal acabada é muito mais barato do que começar uma nova obra, desde sua fundação...O resto são firulas e o tempo se encarregará de desmascarar e, no final de tudo, restará somente a democracia, para nos lembrar que a democracia depende de condições sociais, econômicas e culturais, que permitam o exercício livre e igual de autodeterminação política. 

Mais do que isso, é firula, apenas...!

quinta-feira, 19 de março de 2015

MINISTRO DA EDUCAÇÃO PEDIU EXONERAÇÃO, MAS POR QUÊ?


Por que o Ministro da Educação, Cid Gomes, chamado de mal educado, pelo “bem-educado” e investigado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, para quem apontou o dedo e reafirmou que ele seria um dos “propineiros” do esquema de desvios de verbas na Petrobras, que classificou como “acharcadores” do dinheiro público, teria pedido para deixar o barco do Governo do PT? O pedido de demissão do ministro pode ser entendido e analisado de maneiras, ângulos e vertentes diferentes, agora ou para um futuro político que se avizinha e chega rápido. Como jornalista e assistente social, tentarei identificar possíveis causas e razões para o pedido de demissão. 

Ao se dirigir à Câmara Federal para pedir desculpas aos parlamentares, voltou repetir tudo irritou aos parlamentares. Depois, quando começou a ser ofendido e ter sua palavra cerceada pelo presidente da Casa, abandonou o recinto da Câmara. Antes, chamou os parlamentares de “oportunistas” e recomendou que deveriam, abandonar o barco quase afundando do PT, como se fossem ratos em disparada fugindo da água eminente. A Nau do PT ainda voltar a navegar com tranquilidade. Contudo, o pedido de exoneração do Ministro da Educação Cid Gomes, aceito pela presidente Dilma Rousseff fora, antes, anunciado pelo presidente da Câmara. Será que ele já pensava na hipótese de a presidente Dilma ser afastada e, como o primeiro na linha sucessória do poder, ele assumiria a presidência? Quem há de saber, mas que foi estranho esse anuncio destemperado, ah, isso foi mesmo!

Honrando os brios dos nordestinos e da linha política adotada pelo ex-governador do Ceará, o agora Ministro da Educação, pediu para deixar o Governo, dizendo que não queria causar mal estar no Governo, mas causou. Talvez tenha saído por incompatibilidade ou por não concordar com os últimos acontecimentos ou talvez, ainda, porque, sendo um político com muitas artimanhas, deseje colher dividendos políticos mais tarde pela sua decisão ou quem sabe, ainda, deseje ser candidato à presidência da República, contra um possível candidato do PT e se apresentaria como um adversário e usaria seu pedido demissão como fato político, pensando quem sabe que isso poderia lhe ser positivo durante uma possível campanha majoritária. Hoje, na teoria, existem inúmeros partidos no Brasil; Na prática, porém, só existem dois: o que está no poder e todos os outros que desejam se unir em alianças para chegar ao poder, mesmo que sem ideologia, projetos a curto, médio ou longo prazos.

O Ministro reconheceu que a reafirmação do que dissera aos estudantes em Belém e  que tinha sido orientado a pedir desculpas em plenário, criaria dificuldades para a base do Governo, mas garantiu que não queria criar constrangimento e pediu para sair em caráter irrevogável. O Palácio do Planalto o substituiu provisoriamente pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, que presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e fora secretário do MEC em 2014, quando a pasta era chefiada por Henrique Paim. 

Depois de pedir exoneração e como ex-Ministro defendeu a presidente Dilma Rousseff por considerá-la com  “qualidades necessárias” para governar o país. Disse que ela desejava mudar tudo, com a justiça apurando e punindo a todos que estivessem envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras, na Operação Lava Jato, investigada pelo Supremo Tribunal Federal. Na opinião do ex-Ministro, o Congresso Nacional, teria se transformado no “antipoder” e apostaria no “quanto pior, melhor”, frase repetida diversas vezes garantindo que todos  “pregam a instabilidade institucional do país. Cid Gomes, perguntou aos jornalistas: “vocês viram quantos deputados do PP recebiam mensalidade de um diretor da Petrobras? Isso é o que era a base do poder de Dilma?”.

Depois de dizer que lamentava pela sua falta de educação, considerar o legislativo como um poder fundamental para a democracia, o ex-ministro também lamentou a atual composição política na Câmara e no Senado, disse que temia pela Educação no Brasil porque teria muito a fazer e ele estava entusiasmado, mas a atual conjuntura política “impede a minha presença”. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Piccini (RJ), também lhe caindo a carapuça de “acharcador”, disse que se Dilma Rousseff não demitisse o Ministro, passaria aos deputados a mensagem de que concordaria com o que dissera, chamando a base de sustentação ao Governo   “oportunismo” e que não desejavam “largar o osso” ou seja, deixar o Governo e assumir postura de oposição, como se houvesse oposição política, além dos movimentos sociais que protestam nas ruas, mas que sempre erram na escolha.

Será que o ex-Ministro estaria errado, ao apontar para o presidente da Câmara Eduardo Cunha e dizer que preferia ser chamado de mal educado do que ser uma pessoa que “achaca” empresas que prestam serviços à Petrobras? Tenho dúvidas, muitas dúvidas!


quarta-feira, 18 de março de 2015

80 ANOS DE JOSEFA COSTA, MINHA MÃE! (19.02.2015)


Minha mãe Josefa Costa nasceu no ano de 1932, no mesmo ano em que 37 países e 1408 atletas participavam em Los Angeles, da décima edição dos Jogos Olímpicos em busca de medalhas. No mesmo ano em que nasceu a atriz Elizabeth Teylor, uma das divas do cinema e ganhadora do Oscar de melhor atriz por duas vezes. Minha mãe ganhou mais do que medalhas e troféus: ganhou vida de Deus, filhos e os educou a todos! A senhora, nossa mãe, ganhou suas medalhas e seus Óscar's: os seus filhos, netos e bisnetos que estão reunidos para comemorar seus 80 anos de vida. 

Se a vida não foi como a senhora esperava que fosse, pelo menos saiba que Deus lhe está conservando entre todos de sua família, amigos e alguns irmãos. Se a vida não lhe deu tudo que a senhora pensou que lhe daria, ou não fora como a senhora desejou que tivesse sido, não a veja por esse ângulo tão estreito. O mais importante a senhora tem: a vida que Deus lhe deu, a alegria estampada no rosto, o seu sorriso, seus filhos, netos e bisnetos! Por que a senhora exigia de Deus mais do que isso?

Para que saber, então, que a senhora nasceu no ano em que foi aberta a primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, na Itália? A senhora, já recebeu o seu Leão de Ouro por ter sido uma mãe que soube educar todos seus filhos. O que interessa saber que a morte de Santos Dumont, o Pai da Aviação, em Guarujá tenha ocorrido no mesmo ano que a senhora nasceu? Ou que a ascensão de Hitler na Alemanha, também tenha ocorrido no mesmo ano de seu nascimento? Que a Escola de Samba Mangueira, foi a campeã no primeiro desfile no Rio de Janeiro e que as músicas “Maringa”,  “Última Estrofe” e “Higt and Day”, eram sucessos nas rádios? Não quereria saber, também, que no ano em que a senhora nasceu, faleceu o rei de Portugal Dom Manuel? De nada lhe serviria saber que a senhora nasceu no ano em que o presidente Getúlio Vargas, instituiu o Código Eleitoral e criou a Justiça Eleitoral no dia 24 de fevereiro! 

A senhora nasceu fruto de amor de seus pais Raimunda da Silva Bezerra e Birilo de Paula Bezerra. Talvez, mãe nem nossos avós tivessem título eleitoral e conhecimento disso, porque moravam no município de Itacoatiara, distante mais de 200 de Manaus e sequer havia estrada que os ligassem a Manaus. Tudo era muito difícil naquela época. 

Para quê saber, ainda, que a senhora veio ao mundo no ano em que foi encerrada a Revolução Constitucionalista em SP, com a vitória das forças federais do Governo Getúlio Vargas? Muito menos saber que no dia 7 de outubro foi oficialmente fundada por Plínio Salgado a Ação Integralista Brasileira, em SP, no dia 7 de outubro, quando a senhora era apenas uma bebê inocente?

Mamãe, nada do que eu escrevi teria qualquer importância em sua vida e em nenhum de nós se a senhora não tivesse casado com nosso pai Paulo Costa, porque a senhora nascera hoje, há 80 anos. Lógico que não se preocuparia com fatos da história! Como a senhora era apenas uma criança e, como toda criança, veio ao mundo com a mente vazia como se fosse um papel em branco, sem saber de nada que o lhe reservaria seu caminhar, ou como se fosse um computador que precisa ter memórias e programas instalados para poder funcionar e armazenar conhecimentos!. Infelizmente, mãe, devido seus afazeres no campo, na agricultura, ao lado de nosso pai, lhe falhou uma parte de um de seus programas: o escolar. 

Mas para quê a senhora precisaria disso se conseguiu educar todos os filhos e fazê-los todos seguir o caminho do bem, da honestidade e lhe dão orgulho no dia de hoje!

segunda-feira, 16 de março de 2015

"FORA DILMA! INTERVENÇÃO MILITAR, JÁ", MAS PARA QUÊ?


Dentre as inúmeras faixas usadas na marcha “Fora Dilma”, uma me chamou a atenção: “Fora Dilma! Intervenção Militar, já”. Fiquei me perguntando: para quê intervenção militar, se todos nós, eleitores ou não de Dilma, formamos uma sociedade coletiva e, como sociedade coletiva, somos responsáveis por tudo o que acontecer na construção do Edifício Democrático chamado Brasil? Se uma de suas vigas de fundação ruir, se ficar abalada por qualquer vício ou fragilidade de construção, custa menos recuperar o que foi feito de errado do que reconstruir tudo de novo. Se o prédio democrático desmoronar por qualquer motivo, causa ou razão, uma pessoa só não poderá ser responsabilizada ou punida, mas todos os que participaram de sua construção, incluindo nós, os eleitores que o erguemos frágil e sem possuir uma fundação sólida, incapaz de receber ajustes no que não ficou perfeito! O movimento “Vem pra rua”, contra a presidente Dilma Rousseff ocorreu sem incidentes, exceto por alguns “Carecas da Periferia” que foram presos e retirados da manifestação portando bombas, rojões, soco inglês e outros artefatos que seriam usados contra quem quer que fosse! 

Os Ministros Ayres Brito, presidente do Supremo e o ex-presidente do STF, Carlos Veloso, garantirem que, como expressão democrática, qualquer cidadão pode gritar “Fora Dilma”, apresentar faixa pedindo a intervenção militar, já. Mas que isso não acontecerá porque até agora a presidente não cometera qualquer tipo de crime que possa enquadrá-la em processo de impeachment. Mas serviu para alertar quanto aos rumos que o Governo Dilma está seguindo, com a volta da inflação, economia travada, aposentados massacrados e tudo está ficando pior em termos econômicos; mas, felizmente, a área social, não! Como afirmei, a democracia é como se fosse prédio em construção e dependerá de cada um fazer boa fundação para ser erguido o edifício, tijolo por tijolo, coluna por coluna, até que possa ser erguidas as paredes. Só pode pedir intervenção militar, quem não viveu o período da ditadura e, se viveu, esqueceu que havia censura federal para tudo, até para reunião de Condomínio. O Regime Militar se dissesse que era impróprio, ficava proibido e sequer poderia existir uma manifestação democrática como o movimento “Fora Dilma”, seria reprimida com tanques nas ruas, bombas etc. 

Como jornalista em A NOTÍCIA, no início da década de 80, vivi uma fase desse da censura e algumas obras literárias que escrevi foram proibidas e sequer eram devolvidos os originais, depois de censurados - outras me devolviam com observações que tinha que fazer e novamente encaminhar para nova apreciação. A censura só começou a melhorar no Governo João Figueiredo, que reconheceu o PT como partido político. Como jornalista também, escrevi sobre o julgamento do presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, na Auditoria Militar do CMA seu presidente e presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por homicídio cometido durante greve acontecida durante uma greve no então Território Federal do Acre, liderada por um braço do partido. Lula foi absolvido e eu escrevi  sobre o julgamento. Todos os que foram às ruas defender o impeachment de Dilma, como membros da sociedade coletiva e eleitores, marcharam contra nós mesmos, ao contrário do que disse o Ministro-Chefe da Casa Civil, Miguel Rosseto,  em entrevista ao lado do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. 

Rosseto, disse que os que estiveram nas ruas protestando “os que não tinham votado em Dilma”. José Eduardo Cardozo prometera que dentro de pouco tempo o Governo  enviará ao Congresso, um pacote ante corrupção, prometido em campanha, prometeu Por que demorou tanto? Só agora, quando o movimento apartidário voltou às ruas,  criar uma “agenda positiva”, “se aproximar do povo” e governar para os 200 milhões de brasileiros. Não atendi o apelo do movimento “Vem pra Rua”, por problemas de saúde, mas não gostei do que o Governo fez, vetando o reajuste dos aposentados aprovado pela Câmara acima do que determinara e, às vésperas da derrubada do veto governamental, costurou um acordo para um reajuste, mas para o ano que vem, o que foi aceito. A marcha “Fora Dilma”, também significou: “fora eleitores que vendem votos”, porque os construtores do edifício democrático, foram corrompidos e deixaram alguma parte da obra com péssima fundação, porque acreditaram em mentiras de políticos a cargos majoritários que prometem e não cumprem depois e,  embriagados pelas promessas de que o segundo governo de Dilma seria melhor que o segundo de Lula, dito por ele mesmo em campanha, talvez tenham relaxado na obra e deixaram o prédio tombar, mas ainda não caiu totalmente, permitindo que a democracia possa ser recuperada sem intervenção militar e não  venha a desmoronar completamente. 

O desconhecimento histórico do que foi a intervenção militar em 64 é tamanha que pediram nova intervenção militar, para substituir Dilma Rousseff, como se a presidente fosse a única culpada por tudo de ruim e o PT, também: o culpado somos todos nós, membros da sociedade ainda coletiva que está ficando cada vez mais departamentalizada, dividida e irritada com os rumos do Governo. Na verdade, o edifício democrático chamado Brasil não tombou, só estremeceu, mas ainda pode ser recuperado, como ocorre em prédios com estruturas frágeis e abaladas. Concluo a crônica usando um escabroso caso ocorrido em um hospital de Manaus, só como um exemplo de um dos efeitos que a corrupção causa à sociedade: “Eu estava na mesa da sala de cirurgia e o doutor disse que não tinha material me mandou para casa, depois ele foi remarcou para cinco meses de novo. Mais uma vez o mesmo processo, fiz exame, internou e voltei para casa”. Não se preocupe Diná Oliveira, o Brasil está lutando por você também, para que você não venha a passar por isso de novo.

Vamos esperar e ver o que ocorrerá nos próximos capítulos da novela Babilônia e nos passos que dará Governo Federal também para recuperar seu edifício tombado, prestes a cair. Mas não cairá!

sábado, 14 de março de 2015

O JUDICIÁRIO ESTÁ APODRECENDO!



Decisões estranhas, contraditórias e conflitantes para um mesmo fato e julgamento, estão transformando o Poder Judiciário em Aparelho de Estado estranho e excessivamente corruptível aos olhos da sociedade coletiva como um todo! Posso estar enganado, mas membros do Poder Judiciário, parte integrante da sociedade coletiva, estão apodrecendo e, se não forem expurgados imediatamente, terminarão por contaminar e apodrecer todos os membros ainda honestos, que deveriam zelar pela correta aplicação das Leis. 

Mas, infelizmente, temos provas do contrário, para a tristeza de todos contribuintes de impostos que, no final, são os verdadeiros e únicos patrões de todos os servidores público, em cuja categoria também se enquadram os membros do Poder Judiciário.

Analisemos apenas um fato ocorrido recentemente e amplamente divulgado, cuja decisão foi estranhíssima:

Os desembargadores negaram o pedido de prisão do juiz federal, Flávio Roberto de Souza, que confessara ter desviado 108 mil euros e mais UR$ 150 mil dólares dos cofres da 3a Vara, segundo confirmou o Ministério Público Federal. Com essa decisão, passei a ter a certeza de a frase que alguns advogados usam pelos corredores dos fóruns é totalmente verdadeira: “da cabeça de juiz e da bunda de neném novo, ninguém sabe o que pode sair de dentro dela”. Será que para um ladrão pobre, teriam negado sua prisão, por ter roubado pouco menos do que isso? A resposta é não! 

Primeiro porque, talvez, além de pobre, também fosse analfabeto ou talvez porque não conhecesse os caminhos da injusta justiça. Ficaria preso, mesmo por pouco tempo, porque roubar pouco não compensa; só roubar muito e depositar na Europa! Outro caso estranhíssimo está ocorrendo com os parlamentares acusados de receber propinas da Petrobras: seus filhos políticos, como se política fosse um feudo familiar, agora terão que julgá-los s, além de muitos terem que se julgar a si próprios, porque são membros da Comissão da Constituição e Justiça e esbravejam que não vem nada demais serem investigadores e investigados ao mesmo tempo! Tudo normal! Será?

Santa paciência! Será que eu emburreci de vez?

Será que o artigo 1o da Lei de Introdução ao Código Civil, que diz “os desiguais devem ser tratados como iguais perante a Lei,” está sendo i interpretado agora de forma mais igual para uns e desigual para outros? Mas ainda não perdi a fé na Justiça, que tem como símbolo uma deusa cega, mas vendada! Tenho certeza que ainda existem decisões isentas no judiciário porque também acredito que uma fruta podre no meios das boas, se retirada do local rapidamente, não contaminará as que permanecem boas.

De acordo com o Ministério Público Federal, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 2a Região, também teria investigado outras irregularidades cometidas pelo mesmo juiz, que conduzia sob aplausos a apreensão de bens e valores no caso do empresário Eike Batista e de outros processos cautelares conduzidos pelo magistrado, segundo informações publicadas no Portal Terra. O MPF pediu e conseguiu na Justiça, os afastamentos de sigilos fiscal e bancário do magistrado Flávio Roberto de Souza, além de buscas e apreensões para reaver as quantias que estavam à disposição da Justiça em razão de processo criminal por tráfico internacional de drogas.

Constatou que o juiz todo poderoso juiz tera desviado dinheiro e teria desferido decisões virtuais que possibilitaram-no ficar com 290 mil que estariam depositados na Caixa Econômica Federal e, durante mandado de busca e apreensão do dinheiro desviado supostamente pelo juiz federal, a quantia fora localizada, mas em endereço desconhecido das autoridades. Com base nesses fatos, caracterizando risco de fuga, pediu e teve negado o pedido de prisão preventiva do magistrado, conforme divulgou o “Portal Terra”!

Diante dessa escabrosa, infeliz e incompreensível decisão aos olhos da sociedade, em caso de roubo, conflito, assalto, como confiar na Justiça? Aconselho que seria melhor chamar o ladrão, que talvez pudesse ser mais honesto que a magistratura. Conversando com um advogado no Amazonas, contou-me casos escabrosos do Judiciário, dizendo que o valor do “guaraná” como se dizia no passado, ofertado como agrado a membros de Justiça por terem desempenhado bem uma atividade específica, agora incentivaria advogados inescrupulosos a ficar com dinheiro de causas de clientes que, quando são chamados à receita federal para prestarem esclarecimentos pela omissão na Declaração de algum valor judicial que lhes teria sido pagos, se assustam e concluem:

- Foi meu advogado que ficou com o dinheiro!

Felizmente, essa minoria ainda consegue ser afastada do exercício profissional nas lides jurídicas, mas encontram guaridas no Judiciário, como encontrou seu porto seguro o juiz Flávio Roberto de Souza, ficando livre da prisão por decisão de seus pares! 

sexta-feira, 13 de março de 2015

CRÔNICA DE NATAL - "NÃO SABIA QUE DOÍA TANTO"


Natal é Natal, a verdadeira! 

Mas João Pessoa tem lá seus encantos que não encontrei em Natal, como Coroa Vermelha e as Praias do Coqueirinho e do Beça, entre outras que já as tinha conhecido em viagem anterior e voltaria a rever, principalmente para tentar uma outra foto da Praia do Coquerinho,  que usava como tela de descanso em meu celular, mas a perdi. A foto mostrava os coqueiro e o mar ao fundo. Desejava voltar e fazer uma outra foto no mesmo ângulo. Voltei, mas não consegui, já estava escurecendo quando nos chegamos e a primeira foto fora tirada pela manhã, com beleza exuberante que todos para quem mostrava ou viam ficavam admirados.

Pensando nisso, cruzei e aprecie a decoração do Restaurante Camarões, no qual o ex-presidente da UBE/RN, Eduardo Gosson, já me aguardava à porta e conduziu-me conversando. Dele, recebi o livro de crônicas “Crônicas da Família Gosson,”. À mesa, era aguardado por vários outros escritores, com livros seus para me presentear. Recebi vários, mas escolhi dois para lê-los de imediato, em Natal e, no carro, rumo a a João Pessoa: os do sensível cronista e poeta Eduardo Gosson e “No Ventre do Mundo”, ensaio premiado do professor Paulo Caldas Neto, com muitas citações filosóficas., ganhador de um prêmio de literatura naquele recanto de intelectuais. 

O livro “Crônicas da família Gosson”, narra a ascendência de sua família no Líbano, passando por Maranguape/CE, fala de mortes de membros da família em Natal e termina quase sempre com a frase “eu não sabia que doía tanto”.  Contudo, a obra é cheia de vida e não monótono como pensei sê-la no início. A linguagem do autor é suave, gostosa, mesmo quando narrando seus infortúnios que a vida lhe deu de presente. “Eu não sabia que doía tanto”, perder um filho! Ainda lhe dói no peito uma dor invisível e só quem a sente é que sabe o quanto dói na alma. É uma inversão de sentido da vida: o filho deve estar sempre preparado para enterrar os pais, mas “doe demais” o pai sepultar um filho, ainda jovem! Nas mesas dos bares de praia por onde passei, ficaram gravadas a frase “eu não sabia que doía tanto”,  porque eu não sabia que doeria tanto deixá-los amigos queridos que conheci pessoalmente.  Continuei lendo mesmo sabendo que me doeria tanto a despedida, de João Pessoa e tive que fazer releitura em Manaus.  

Deparei-me com detalhes da saga de homem guerreiro que ficou órfão muito cedo, criado por parentes, formando em direito, perdeu membros de sua família e um filho gêmeo muito jovem ainda e, agora, prestes a se aposentar, teve seu salário reduzido, prejudicando-o, mesmo tendo recebido gratificação de 100% por mais de cinco anos no TJ/RN. “No ventre do mundo”, com muitas citações filosóficas, não consegui concluir a leitura da obra em solo potiguar e nem deixei marcas no ventre das mesas pelas quais passei em João Pessoa, tomando água de coco, apenas. Deixei-a para ler com calma em Manaus. 

Não lhes presenteei com nada porque em minha primeira viagem à Natal e João Pessoa, em janeiro, não consegui conhecê-los pessoalmente e não levei nenhum livro para presenteá-los, mas recebi vários: “Do Picadeiro ao céu: o riso no teatro de Ariano Suassuna”, de Paulo Caldas Neto, “Jornal da Saudade - Natal do meu tempo de menina”,  de Casi Cortez, “15 poetas do RN” – Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães; “ANL Revista – Câmara Cascudo na Revista de Cultura Brsileleña”, de Afonso Bezerra, (Revista da Academia Riograndense de Letras n. 41, de outubro-dezembro/2014: “Ressaca”, de Águeda Maria Mousiubo Zerôncio, 

Segui para João Pessoa, na Paraíba e hospedei-me na casa da amiga Joseane Farias. Durante a tumultuada partida, marcada para as 9 horas, conseguimos alcançar a BR-101, próximo ao meio dia. Durante a viagem, os meus óculos 7,5 graus que transportam um corpo envelhecido pela doença, conseguiram observar poucas e distantes passarelas para pedestres na Rodovia BR-101. Ouvindo músicas de bolero e pensando que seria recebido com um cuscuz de milho preparado no capricho com verdura e ovo, pela dona da casa, Joseane Farias, lia o livro de Gosson e me encantava com cada palavra e cada frase. Ao narrar infortúnios de cada morte na família, o autor concluía com a frase “não sabia que doía tanto”. Não fui recebido com o cuscuz com verdura e ovo que pensava, só Joseane sabe fazer, mas com muito carinho pela papagaia que cantava “loura” sempre que me via. Talvez, com saudades, também fez sua festa particular e ficou em minhas costas, depois saiu.  Como Joseane prepara o cuscuz para ficar tão molhadinho ensinou, mas nossa secretária Maria Joaquina não acertou fazer igual. Joseane, qual o segredo que você coloca no preparo, além de amor e carinho por mim e pela minha esposa Yara? Seria só um pouco mais de carinho e mais amor, mesmo? Desconfio que não seja só isso, mas deixa para lá! Um dia descobrirei o seu segredo, se é que possa existir maior segredo do que amor e carinho, para se viver bem!

Lentamente, degustarei todos os livros que recebi de presente no Restaurante “Camarões”, sentindo o gosto de cada palavra porque por trás de cada autor, existe uma história de vida e de cada história de vida, transforma em palavras, mas deixarei de apreciar a que obra do “poeta del mundo”, ensaísta e fotógrafo, Consultor de Desenvolvimento Estratégico e Cônsul de Lisboa, do Ministério do Interior e professor universitário aposentado Carlos Moraes dos Santos, porque não a recebi como prometera fazê-la. Mas leu para mim do livro que não lerei, um verso! Disse-me que quando deixar a vida material quer que seu corpo seja cremado e as cinzas sejam jogadas no Mar de Natal e de Portugal, para ele continue vivo e surfando em ondas poéticas. Diferente de mim, aposentado por invalidez devido ao empiema cerebral que sofri em 2006, aos 46 anos, sem ter idade, acredito que meu xará cônsul de Lisboa, se aposentou por tempo de serviço, podendo morar seis meses em Natal ou, no bairro Ponta Negra e seis meses em Algés, em Lisboa, o que pretendo fazer depois da aposentadoria de minha esposa Yara, morando seis meses em Natal ou João Pessoa e seis meses em Manaus.

quinta-feira, 12 de março de 2015

TENHO ORGULHO DE SER HONESTO, MESMO POBRE!



Em discurso feito no Senado Federal, o jurista, senador e abolicionista Rui Barbosa, profetizou da tribuna: ““de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prospetar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. 

Ao ver deputados federais batendo na mesa da Câmara Federal, se dizendo inocentes, fiquei pensando na frase de Rui Barbosa e conclui que esse tempo já chegou porque os deputados federais que dão murros no púlpito antes usado por políticos honestos, deveria ser sagrado. Porém, agora, parlamentares tem que jurar e esbravejar que são honestos, como se a honestidade deveria ser dita por palavras e não por atos praticados na vida pública. Só porque receberam, declararam e a justiça eleitoral aceitou suas prestações de contas, não prova inocência de ninguém. Eles deveriam sentir vergonha de subirem a um púlpito que já foi usado por Rui Barbosa para jurar que são inocentes. Todos, no mínimo são hipócritas, porque a forma  que deram ao dinheiro recebido ilicitamente, o transformou em legal, embora não fosse porque sua origem fora ilícita. Como se pronunciou o abolicionista  e senador e Rui Barbosa, os deputados “agigantarem-se”, concentrando “poderes nas mãos dos maus”, enquanto o eleitor sente “vergonha de ser honesto” e acreditado na promessa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de  que “o segundo governo da companheira Dilma será melhor do que o meu”.

Está sendo melhor, sim, ex-presidente Lula: a economia parou, a inflação disparou, a corrupção aumentou muito ao ponto de o ex-diretor preso da Petrobras, Pedro Barusco, garantir com a maior naturalidade que fizera um acordo de delação premiada com a Justiça e que devolveria em dólares o equivalente a quase meio bilhão de reais aos cofres da Estatal, desviados em esquemas de propinas. Outros que entraram na delação premiada, fizeram acordo com a Justiça e também devolverão dinheiro usado para pagar deputados de vários partidos, incluindo os presidentes da Câmara Federal, Eduardo Cunha e do senado Renan Calheiros. para custear a aprovação de projetos de interesse do Governo, garantir a eleição de presidentes de partidos políticos e outras escabrosas e vergonhosas ilações ilícitas. Afinal, constitucionalmente “todos são inocentes até a sentença condenatória transitar em julgado”, o que vai demorar bastante! Com base nesse princípio constitucional, Eduardo Cunha, ouvido hoje na justiça, negou tudo e talvez Renan Calheiros, siga pelo mesmo caminho!

Não tenho e nem terei sentimento de vergonha de ter sido honesto, mas percebi que a corrupção é algo normal e corriqueiro na administração pública, do mais alto ao mais baixo escalão. No Governo Militar, também havia corrupção, mas os jornais nada podiam divulgar. Hoje, como só existem dois partidos políticos no Brasil, o que está no poder e todos os outros que querem alcançar o poder para continuar mamando nos cofres da corrupção, não podemos nos enganar: nem os deputados denunciados e nem os denunciantes são santos, não devem ser tratados como deuses de barro ou motivo de adoração e idolatria. Todos são bandidos de alta periculosidade, disfarçados de executivos. A cada murro que os deputados federais davam em suas mesas e juravam inocência, fiquei pensando se algum deles dormiria e acordaria tranquilos e com suas consciências tranquilas como eu durmo e acordo, recebendo apenas uma aposentadoria por invalidez da previdência social, reduzida em 70% do que recebia na ativa.

Sou feliz com pouco dinheiro e não me vanglorio de devolver milhões de dólares como se fosse uma coisa natural e normal, como fez o diretor da Estatal que devolverá à Justiça, dinheiro que não era e nunca fora dele, mas resultado de corrupção que receberá. Segundo Barusco, o dinheiro será repatriado de forma rápida ao Brasil e retornará aos cofres da Petrobras, de onde nunca deveria ter saído por corrupção. O ex-diretor da Petrobras, deveria sentir vergonha porque tenho certeza que preso, nem dorme e nem acorda com a consciência tranquila, como consigo dormir, mesmo tendo sido tentado à corrupção por diversas oportunidades e em diferentes locais em que trabalhei.

Eu tenho orgulho de ter sido honesto, não desanimei de minha maior virtude, embora tenha exercito diversos cargos e funções no Amazonas, sido tentado à corrupção em várias oportunidades e por diferentes pessoas, mas nunca aceitei. Confirmo que fui obrigado a pagar propina a diversos agentes públicos para receber recursos de convênios que mantinha com órgãos públicos. Isso, contudo, o tempo me fez esquecer e me recuso a lembrar porque fui vítima de um empiema cerebral em 2006, operado 11 vezes no cérebro, mas vivo feliz mesmo com pouco dinheiro de aposentadoria por invalidez, pagando imposto de renda na fonte e infectado há 9 anos por duas bactérias hospitalares.

terça-feira, 10 de março de 2015

A LEI DO FEMICÍDIO É ÓTIMA, MAS....


Como tudo que resulta de movimento popular da sociedade, a Lei do Feminicídio, aprovada e incluída no Código Penal, é excelente em termos sociais, mas a sua execução prática dependerá do tipo de enquadramento que dará o Delegado, como se origina todo inquérito, entenderão os juízes que receberão os inquéritos e o transformarão em processos com a denúncia, dos membros do Ministério Público que denunciarão e até, do entendimento que terão os Ministros do Supremo, que quase sempre mandam soltar presos sob as mais variadas justificativas elaboradas e fundamentadas por advogados de defesa, pagos a peso de ouro. A Lei do Feminicídio é ótima, mas quem a aplicará não será o Poder Executivo e, sim, o Poder Judiciário, que é sempre muito confuso em suas decisões para um mesmo tipo de crime e fato. 

A continuidade da vigilância dos mesmos movimentos sociais que, através de iniciativa do Ministério Público de São Paulo, conseguiram fazer aprovar a Lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, no Dia Internacional da Mulher, mas  o juiz federal Alexandre Infante, de Montes Claros, MG, já publicou em seu perfil no Twitter, que a Lei seria uma “piada” e garantiu que a presidente Dilma Rousseff a teria sancionado em causa própria. Depois, pela repercussão infeliz que obtivera, voltou atrás e dissera que a “turma do politicamente correto” teria “deturpado” o que escrevera em seu twiter. Mas já é um primeiro indício de problemas! Em rede nacional, a presidente Dilma Rousseff garantira que o Feminicídio (assassinato de mulheres por motivos de gêneros), seria incluída entre os tipos de homicídio qualificado. Porém, vejo falhas na Lei, porque colocando-a no Código Penal, todos os condenados por essa lei também passarão a direitos aos mesmos benefícios da Lei Penal, como redução de pena, sair da prisão em datas especiais e cumprir apenas parte da pena e viver em liberdade condicional, com monitorado. Mas de quem? 

O projeto de Lei 8.305/14 foi aprovado pela Câmara dos Deputados, prevê aumento de pena em um terço e até a metade se o crime for praticado durante a gestação ou nos três meses anteriores ao parto ou se for cometido contra menores de 14 anos ou maiores de 60 anos com deficiência, e na presença de pais ou filhos. Disse que a nova Lei fará parte do Código Penal e fará parte da “política de tolerância zero em relação à violência contra a mulher brasileira” mesmo já existindo a Lei Maria da Penha que, embora modificada e aperfeiçoada diversas vezes em instâncias superiores não conseguiu atingir completamente seus os objetivos até agora. Por que  isso? Seria culpa de quem? Ou culpa de ninguém?

O projeto que levou à aprovação do Crime de Feminicídio e sua inclusão no Código Penal foi iniciado em agosto do ano passado pelo Ministério Público de São Paulo, que lançou a campanha “Senado inclua o Feminicídio no Código Penal”, com o propósito de sensibilizar o Congresso Nacional por meio de um abaixo-assinado eletrônico, sobre a necessidade de aprovar Projeto de Lei que tornasse o assassinato de mulheres por circunstância de gênero, como homicídio qualificado e aumentando a pena para quem o praticasse. A promotora de Justiça Silva Chahian, que Coordena o Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público que lançou a ideia comemorou a sanção da Lei do Feminicídio pela presidente da República Dilma Rousseff, garantindo que ela “constitui aprimoramento legislativo importantíssimo que além de recrudescer as penas para os autores desse tipo de violência, a exemplo do que já ocorre com as demais figuras qualificadas, permitirá visibilizar o fenômeno e direcionar políticas públicas coletivas para a contenção dos índices que colocam o Brasil na triste e vergonhosa lista das 10 nações com o maior número de assassinatos de mulheres”. 

Como a Lei Maria da Penha até hoje não surtiu os efeitos práticos que a sociedade esperava dela, por não haver enquadramento específico para esse tipo de crime, mulheres continuam sendo assassinadas no Brasil. Hoje da denúncia à ação prática da polícia demora muito porque ainda existe um excesso de burocracia, falta de combustível, falta de pneu etc, até o afastamento do violento do convívio familiar e a falta de mecanismo financeiro que proteja a espancada, permitindo à vítima deixar seu lar e se manter sem a ajuda do marido, companheiro ou amante. Também porque não recebe ajuda ou proteção pública, em abrigos que funcionem com assistentes sociais, médicos legistas e psicólogos, para apoiar as mulheres vitimizadas. 

Mesmo tendo sofrido diversos ajustes e mudanças, tornando-a um crime de ação pública e não privada, permitindo o Ministério Público agir independente da vontade da vítima, a Lei Maria da Penha não conseguiu surtir seus efeitos práticos, porque quem a aplica na prática são os delegados de polícia, juízes e desembargadores que têm interpretações diferentes e muitas vezes conflitantes entre si, para o mesmo fato delituoso. O mesmo poderá acontecer, agora, como a Lei do Feminicídio, mas desejo estar errado! Entendo que a Lei do Feminicídio deva ser excluída do Código Penal, tornando-a em Lei Extravagante e que o condenado não receba direito à progressão de pena, nem suris e muito menos saída em datas especiais como Dia dos Pais, Mães, Pais, Natal ou Ano Novo e que cumpra toda a pena a que fora condenado.

Se for assim, a nova Lei terá tudo para dar certo. Caso contrário, não dará!

sábado, 7 de março de 2015

QUEM É VOCÊ, MULHER

(DIA INTERNACIONAL DA MULHER)




Uma homenagem a minha esposa Yara Queiroz (foto) e a Viviam L. Philips, de17 anos, estudante de Farmácia, assassinada  em SC, no Jardim Silvana.




Quem é você, mulher?
que é uma só, mas, como se fosse o esperma em busca de sobreviver
ou uma célula que se divide em tantas e continua sendo uma só!
Quem é você, mulher?
Quem é, afinal, essa nova mulher que não conheço
mas a reconheço como imprescindível
em todas as atividades da vida humana?


sexta-feira, 6 de março de 2015

CRÔNICA DE JOÃO PESSOA, NO "BOLERO DE RAVEL" AO POR DO SOL


Do bar e restaurante “Maria Bonita”, assisti ao tranquilo por de sol na Lagoa do Jacaré, encontro do Rio Sanhauá com o mar. O sol derretendo na água e o som da música “Bolero”, sendo executada pelo pelo músico de Livramento, no Cariri Paraibano, Jurandy do Sax, vestido todo de branco dentro de uma canoa, movimentada por um timoneiro à popa para todos os lados, feito um caracol e se permitindo ver pelos milhares de turistas como eu. Dentro do bar o da música ecoava magistralmente como se fosse uma “marselhesa”, com um cadenciamento perfeito e constante. A música “Bolero” se tornou mundialmente conhecido com o “Bolero de Ravel”, pelo mundo afora, em homenagem ao nome do compositor. No CD que adquiri e recebi o autógrafo do artista, está escrito: “Na Praia do Jacaré ou em Paris, Jurandy do Sax cumpre sua missão tocando diariamente o Bolero de Ravel em momentos  do pôr do sol”. Após da primeira apresentação no início do por de sol, há uma outra, as 18 horas, com saxofonista executando “Ave-Maria”, do compositor alemão Shubert, para delírio dos presentes.

Joseph-Maurice Ravel,  nascera em Ciboure, em 1875 e falecera em dezembro de 1937, em Paris. Ficou mundialmente reconhecido pelo seu “Bolero”, ainda hoje a obra musical francesa mais tocada no mundo. Conforme descreve a Enciclopédia Wikipédia a música fora encomendada pela bailarina Rubinstein e estreou na “Opera de Paris”, em 1928, fazendo um grande sucesso. Ficou conhecido pela sutileza de suas melodias instrumentais e orquestra, considerava a composição como uma música trivial e chegou a descrevê-la como apenas “uma peça para orquestra sem música”.

Com o CD na mão para receber o autógrafo do músico em sua loja, caminhei em baixo de na chuva fina em João Pessoa, porque sou vacinado contra gripe.  Enquanto caminhava por entre várias barracas visitadas por turistas até chegar à do artista, fiquei pensando no que os municípios do Rio Negro estão perdendo por não conseguir fazer algo parecido, aproveitando o por de sol, descrito pelos turistas como um dos mais bonitos já presenciados, unindo-o à beleza exuberante da floresta ainda quase intocada. Ao chegar a loja, comentei o que pensava com Jurandy do Sax e ele me garantiu que iria a qualquer lugar apresentar seu espetáculo sempre quando o sol começa a beijar a água, mesmo ser ferver nada e nem borbulhar, como imaginava que ocorria quando corria livre pelo Varre-Vento e me encantava sempre que o sol começa a engolir o rio. Ou seria o rio engolindo o sol? . 

Despertei de meu delírio infantil e pensei em quanto os municípios do Rio Negro poderiam receber de turistas por ano, se houvesse um mínimo de vontade política e união de esforços para que isso viesse a acontecer, como já existem consolidados o Festival de Parintins, A Ciranda de Manacapuru, A Festa da Laranja em Rio Preto da Eva, a Festa do Cupuaçu, em Presidente Figueiredo e a Festa do Guaraná, em Maués, entre outras!

Molhado, consegui receber o autógrafo do ex-militar da PM José Jurandy Santos, o Jurandy do Sax é um “Cidadão Pessoense”, título que lhe foi outorgado pela Câmara Municipal de João Pessoa, pelos relevantes serviços prestados à cultura de João Pessoa. Depois que deu baixa da PM, o segundo Sargento integrante da Banda de Música da Corporação,  integrou a Orquestra de Frevos do Maestro Viló e gravou seus primeiros seis Lps e agora diversos CDs. (http://jurandydosax.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=13). Também tocou na Orquestra de Frevos de Pernambuco.  Aos cinco anos começou a demonstrar fascínio pela música instrumental, se apresentou no Clube Cabo Branco, em João Pessoa, dividiu palco com a Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, mas isso é história que encontrei no link do músico e todos podem conhecer mais, inclusive seu casamento  aos 18 anos e sua entrada para a força policial do seu Estado, os filhos que teve e muitas outras informações. Na verdade, o que desejo descrever é ao grandioso espetáculo em que se transformou o por de sol no Lago do Jacaré, com o músico deslizando em pé em uma canoa, com seu cabelo grande ao vento, tocando seu instrumento de sopro. 

Depois, retorna para tocar no sax a “Ave-Maria”, música composta por Franz Shubert, em 1825, do poema épico popular de Walter Scott, “A Dama do Lago”,  dentro de uma canoa iluminada, mais uma vez todo vestido de branco, em novo espetáculo mágico e cheio de simbologia para delírio dos presentes. Se houvesse interesse político, também municípios do Rio Negro poderiam  transformar a natureza exuberante que Deus os presenteou e ganhar dinheiro com turismo.. Isso ocorreu no passado quando hotéis, companhias aéreas, Governo do Estado, Prefeitura, Associação dos Impostadores da ZFM, ACA e outros seguimentos do mercado se uniram e decidiram trazer turistas para o Amazonas, no início do Governo Collor, quando as importações foram permitidas para todo o Brasil e o comércio da Zona Franca perdeu a sua importância. 

Por que não pensar de novo no assunto, agora se voltando para criar um outro nicho de turismo para a Região, talvez em alguns dos vários hotéis de selva instalados na orla do Rio Negro? Mesmo que não seja importando a atração de Jurandy do Sax, por ser onerosa demais, mas criando sua própria forma de fazer cultura!


quinta-feira, 5 de março de 2015

"SOLDADOS DA BORRACHA" VENCEM MAIS UMA GUERRA!


Setenta e cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e 12 anos de burocrática espera política, os “soldados da borracha”, que lutaram com faca pelo esforço da guerra, único instrumento que possuíam para “sangrar” árvores de seringueira e dela extrair o látex que era utilizado na produção de pneus para aviões que se deslocavam e despejavam bombas nos inimigos, muitos não conseguirem assistir a aprovação da Emenda à Constituição n. 346, que concedeu direito de indenização de R$ 25 mil reais a cada um deles ou aos seus famílias e mais 1,5 como aposentadoria, reajustada pelos mesmos irrisórios e ridículos índices dos aposentados pela Previdência Social. 

A segunda guerra mundial durou de 1o de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945, com a vitória dos aliados. Com o fim da Guerra, o mundo se dividiu em duas superpotências lideradas pelos Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (comunista), dando início à chamada “guerra fria”, que foi desenvolvida mais por ações psicológicas do pelo uso de armas. A Segunda Guerra demorou menos tempo do que os “soldados da borracha” esperaram para ver suas dignidades reconhecidas com a promulgação do Congresso Nacional, da PEC de autoria do deputado federal Arlindo Chináglia (PT/SP), que começou a tramitar em 2002 e foi transformada em Emenda Constitucional 78/2014.

Como surgiram os chamados “soldados da borracha?” 

A história oral e alguns livros publicados, como do ex-governador do antigo Território Federal de Rondônia, Paulo Nunes Leal, registram que durante o Governo Getúlio Vargas, navios da Marinha paravam no mar de Estados do Nordeste, principalmente do Ceará, e marinheiros armados, convocavam homens para o “esforço de guerra”, em nome do Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (Semta): ou combateriam pela FEB – Força Expedicionária Brasileira na Itália ou trabalhariam nos seringais, usando como arma de combate uma faca de corte e extraindo látex para produzir pneus de aviões porque os japoneses haviam invadido à Malásia, onde foram plantadas mudas de seringueiras levadas da Amazônia, por Henry Vickman! Foi o primeiro caso histórico registrado de pirataria. Mas outros  continuam acontecendo!

Na obra do ex-governador, “A Guerra que eu Vivi”, relatando o cotidiano dos “pracinhas” nos navios, citado na pesquisa de Aleks Palitot, afirma que “o que mais estranhamos, no início, foram as privadas com seus vasos sanitários sem divisões, o que provocava constrangimento, especialmente aos oficiais superiores e aos capelães militares. A alimentação de bordo era farta e nutritiva, mas que não agradava ao nosso paladar, especialmente pelo tempero, quase sempre adocicado. Um soldado da minha Seção, Miguel Paiva Jacques, que tinha um defeito físico, puxando um pouco de uma perna ao caminhar, não deveria ter sido convocado, especialmente para integrar uma unidade de combate. Tratava-se de uma pessoa de ótimo gênio e do tipo que chamamos de “virador”, comunicativo e sagaz, mas sem condições físicas para ser combatente. Não sei como ele se insinuou junto ao pessoal do navio, sem saber uma palavra de inglês, passando a ser ajudante de cozinheiro. Nessa situação tinha acesso ao depósito de alimentos e, de vez em quando, aparecia em nosso camarote com um punhado de maçãs, que acabavam por melhorar nossas refeições”.

Foram transportados em navios da marinha em torno de 60 mil “soldados da borracha” retiradas de suas casas por ordem de Getúlio Vargas e levados para Estados da Região Norte, para extrair látex durante a Segunda Guerra Mundial. A borracha era enviada aos Estados Unidos e usada na indústria bélica dos aliados para a guerra contra as forças do Eixo, que reuniam países com ideologias autoritárias, como a Alemanha nazista de Adolf  Hitle  e a Itália  de Benito Mussolini. Dos 60 mil que foram convocados no passado, hoje existem pouco mais de 12.500 vivos. Os outros já faleceram, mas existem seus herdeiros.

Aleks Palitot, publicou na internet uma interessante pesquisa sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, remontando a história e interrogando o passado para ampliar os horizontes e construir “uma nova história”, garantindo que seu trabalho é mais para contextualizar “episódios que transformaram em História a presença da FEB na Segunda Guerra Mundial”. Os soldados que foram para o fronte da guerra eram chamados de “pracinhas” e os que ficaram na retaguarda produzindo látex para garantir a continuidade da batalha, foram chamados de “soldados da borracha”, mas também podemos chamá-los de heróis que lutaram a venceram a burocracia política e saíram vitoriosos mais uma vez. 

Hoje, permanecem vivos 5.879 “soldados da borracha”, incluindo 6.303 pensionistas, perfazendo um total de 12.272 beneficiários que conseguiram vencer mais essa guerra pela dignidade, montando sindicados, federações e lutando para ver reconhecidos seus direitos e dignidade 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e 12 anos de burocracia política!

terça-feira, 3 de março de 2015

MENTIRAS E VERDADES NAS REDES SOCIAIS (OS DOIS ESTARIAM ERRADOS...)


Estão se aproveitando do momento de crise pelo qual passa o Brasil para difundir alarmismos pelas redes sociais, profetizando Guerra Civil, dizendo que o país declararia guerra contra seus vizinhos e orientando aos membros da rede social whatsapp que os membros fizessem estoque de alimentos de primeira necessidade para suportar o tempo da propalada Guerra Civil, porque os “vermelhos” invadiriam o país e tomariam conta de tudo. Um general da reserva chegou a gravar um vídeo e divulgá-lo, garantindo que a mobilização contra a presidente Dilma Rousseff, está metendo medo na classe política. Tudo pode ser verdade ou mentira, mas o momento é sério e grave, sim. Nas redes sociais, contudo, circulam muitas bobagens que findam se transformado verdades e tendo que ser desmentidas depois, como ocorreu durante a reeleição da presidente, que “mataram”, o doleiro Yousseff, só porque ele tinha ido ao hospital porque sentira um problema no coração. 

A notícia da suposta morte de Alberto Yousseff se espalhou rápido pelas redes sociais e foi desmentida depois. Nessa onda alarmista, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu o exército de João Pedro Stedile iria para ruas e enfrentaria o Aparelho de Repressão do País, o Exército, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha declarou que se o povo se manifestasse nas ruas, ele  colocaria o pedido de impeachment em pauta de votação contra a presidente Dilma Rousseff. E se o povo não se manifestar, deixaria de cumprirá seu dever constitucional? Estranho! Essas declarações podem ser resultado de mentiras criadas ou verdades ditas, mas nem uma e nem outra foram desmentidas pelos seus autores até agora e, diante da omissão, são divulgadas como se fossem verdades ditas e se propagam como se fossem rastilho de pólvora.

Sendo verdade, os dois estiam errados: primeiro porque Stedile não é e nunca foi  general e nem possui um Exército. Essa declaração de Lula me pareceu mais ser uma provocação deliberada e gratuita contra as Forças Armadas. Já a declaração de Eduardo Cunha, me pareceu uma ridícula omissão de seu dever constitucional porque só se o povo não for para ruas, o presidente da Câmara deixaria de cumprir seu dever constitucional, legal e moral, se é que realmente exista algum pedido de impeachment protocolado e juridicamente fundamentado contra a presidente Dilma Rousseff! Muito se fala sobre isso, mas não encontro respaldo para que isso ocorra e o Escândalo da Petrobras ainda não a atinge diretamente, talvez só por omissão. Contudo, tenho medo da baderna que essa manifestação possa provocar porque pessoas se infiltram nos momentos para quebrar, depredar, provocar e causar enfrentamento contra as forças policiais, como se tivessem que receber com flores as pedradas e coquetéis molotov que recebem.

Muitas coisas estão sendo veiculadas pelas Redes Sociais, contra e a favor, mas nem tudo é verdade e pode existir alguém externo comandando tudo e vendo só o circo pegar fogo. Também pode ser só o resultado de um momento. O certo mesmo é que o Brasil parou literalmente devido as investigações de corrupção e de desvios éticos e morais na maior empresa estatal do Brasil, a Petrobras que, sozinha investia quase 10% do PIB nacional em obras em quase todo o país. No momento, o Brasil está descendo uma ladeira, como se fosse um automóvel desgovernado e sem freio, mas poderá “pegar no tranco” e subir de novo. Só que o remédio que estão lhe ministrando está sendo amargo demais e duro de engolir, podendo matar ou curar o paciente. 

Mas o paciente Brasil está muito grave!

Como disse, nem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, pode dizer pelas redes sociais que se a população se manifestar ele colocará em votação com  o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e nem o ex-presidente Luiz Inácio Luna da Silva pode anunciar e repercutir pelas redes sociais que colocaria o Exército do João Pedro Stedile, nas ruas. Stedile é economista graduado pela Pontifície Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México, gaúcho de Lagoa Vermelha e provável líder do Movimento dos Sem-Terra. Mas não é general e nem tem exército. 

O presidente da Câmara não pode usar de chantagem política para se impor e fazer cumprir seu dever. Em se confirmando as afirmações de Lula e de Eduardo Cunha, ambos deverão e poderão ser processados: um por omissão de seu dever e Lula por afronta às Forças Armadas, do qual já foi seu Comandante em Chefe como presidente da Nação. Lula, como ex-presidente tem a seu dispor vários militares do Exército e não acredito que queira trocar nenhum por qualquer soldado de Stedile. Quanto ao presidente da Câmara ele não pode e nem deve usar a chantagem política como uma condicionante para cumprir seu dever legal, pelo bem da democracia que está capenga porque a chantagem política foi substituída pela ética, moral e respeito institucional.

Mas como no Brasil tudo pode, acredito mesmo que em algum momento da vida, Lula tenha pensado em promover João Pedro Stedile à patente de General de Exército, contrariando todo um processo hierárquico da corporação, além de ter sido um claro deboche claro contra as forças militares. No caso do deputado Eduardo Cunha, ele não poderia jamais dizer pelas redes sociais que se a população se manifestar nas ruas, colocará o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Tanto uma quanto a outra declaração soam aos ouvidos da sociedade de forma ridícula, porque não são coerentes e nem éticas vindos de um dignatário maior da nação brasileira, muito menos de um presidente da Câmara Federal que, na prática, viria a substituir a presidente Dilma Rousseff em caso de ela e seu vice se ausentarem do Brasil. Senhores, mirem-se no exemplo do passado recente e reflitam nas bobagens que declararam e estão sendo repercutidas pelas redes sociais do Brasil. 

É demais!

segunda-feira, 2 de março de 2015

PARINTINS FANTÁSTICO (REMINISCÊNCIAS/SAUDADES)



(Em homenagem a Munur Yurtsever, um amante da cultura amazônica e fundador da empresa Rico Táxi Aéreo).

Enquanto o poeta-cantor de Parintins Chico da Silva com seu parceiro Venâncio compunha no Rio de Janeiro a música “Pandeiro é Meu Nome” com a qual fizeram brilhar, em 1977, a estrela da cantora Alcione, com uma vendagem de 400 mil cópias conhecida também pelo carinhoso apelido de “Marron”, o balneário distante do centro urbano da cidade de Parintins, no meio do mato, conhecido por  “Buraco da Rosa”, e o restaurante “Piroca da Gadelha”, faziam a alegria dos poucos turistas que se deslocavam de outros municípios próximos à cidade, o prefeito Raimundo Reis Ferreira, o Xibiu, três anos depois, percorria as redações dos jornais em Manaus, pedindo que algum jornalista fosse designado para divulgar o  ainda XII Festival Folclórico da cidade, mas recebendo de seus proprietários um “não” como resposta, justificando que “ seus funcionários só iam lá para beber”, o que não era de todo uma mentira!

O Balneário “Buraco da Rosa”, longe do centro urbano do município que tem Nossa Senhora do Carmo como padroeira e o restaurante-  bar “Piroca da Gadelha”,  um dos poucos que existiam na época com qualidade, funcionando em um flutuante ao lado de um ponta de terra onde se formava uma “pororoca”, como também chamavam – acho que devido a isso o local ficou conhecido como “Piroca” – de “rebojo” devido ao represamento e velocidade das águas do Rio Solimões, eram os dois pontos turísticos mais procurados depois que acabava a apresentação dos Bois Garantido e Caprichoso, quase amanhecendo o dia!

Tirei minhas férias do Jornal A NOTÍCIA, no período do festival no ano seguinte e, em um avião DC3, pilotado pelo proprietário da empresa Rico Taxi Aéreo, Munur Yurtseverl, que adorava e já conhecia o festival, pousamos em uma parte da pista do Aeroporto Júlio Belém. Em outra parte da pista já se encontrava montado o tablado de madeira que serviria para a apresentação dos bois Garantido e Caprichoso. Yurtservel, nascido na cidade de Scopje, na Macedônia, antiga Yugoslávia, executou várias missões na 2ª Grande Guerra. Mas naquela oportunidade se rebelara contra o regime comunista de seu país e fugiu para a Turquia, quando, anos depois, nem imaginava que estaria a caminho de se transformar em um dos mais lendários aviadores do Brasil, conhecido também pelo carinhoso apelido de “Mickey” devido à dificuldade da pronúncia de seu primeiro nome. Era um apaixonado pelo folclore do Amazonas e frequentava o de Parintins todos os anos. 

Recebendo diversos “não”, nas redações de A CRÍTICA, A NOTÍCIA e o JORNAL DO COMÉRCIO, o então prefeito Raimundo Reis, pelo menos, conseguiu despertar o desejo de alguns profissionais em participar do festival no município, mesmo que fosse só para beber e nada escrever.  A cidade de Parintins era uma ilha de 5.952 Km2,  descoberta em 1749 pelo explorador José Gonçalves da Fonseca, representando 0,1545% da região Norte brasileira e 0,0701% do território, mas nada representava no cenário do Amazonas, do Brasil e nem do mundo, a não ser pela imensa criação de gado. Era só mais uma ilha no meio do nada, mas o prefeito Raimundo Reis queria mudar isso! E mudou, com perseverança,  determinação e trabalho de convencimento!

No avião do comandante Mickey, apelido que incorporou com bom humor, quando passou a cruzar os céus da Amazônia no comando de pequenas aeronaves que serviam ao garimpo na região, inclusive seu DC3, transportou vários jornalistas de uma só vez à cidade de Parintins: eu, Orlando Farias, correspondente de um Jornal de São Paulo, à época, José Ribamar Garganta, do Jornal do Comércio, Sandra Monteiro, que trabalhava em uma TV, o fotógrafo João “Pinduca” Rodrigues e outros. 

Marcos Santos, que era filho da terra, todos os anos “brincava no boi”, na comissão de frente, como chamavam. Os jornalistas de Manaus tinham que se apresentar também, um dia em um boi e outro dia em outro, na comissão de frente, “para não demonstrarem preferência por nenhum”. O radialista Marcos Santos providenciou uma roupa da comissão de frente e me apresentei um dia no Caprichoso e, por não terem conseguido roupa na comissão de frente do Garantido, não me apresentei. Mas isso não era comum.

Depois de beber e assistir ao Festival seguimos todos cambaleantes rumo ao prédio do empresário Zezinho Faria, onde nos hospedávamos. Em um fusca alugado, decidimos emendar a farra e fomos todos conhecer o famoso bar à margem do rio Amazonas, conhecido na cidade como “Piroca da Gadelha”, mas ficaram  dormindo a jornalista Sandra Monteiro e o fotógrafo João “Pinduca” Rodrigues. Seguimos os outros para procurar o tal restaurante famoso.

O fusca pregou por falta de gasolina. Decidimos continuar o caminho a pé, sentindo o frescor da brisa que vinha do rio e apreciando uma paisagem deslumbrante, em busca do “Piroca da Gadelha”. Fomos passando por baixo de mangueiras que emprestavam um ar bucólico à rua, mas o jornalista Ribamar Garganta decidiu urinar ao pé da uma daquelas frondosas árvores. Na hora, passava uma motocicleta, hoje muito usada como triciclo - comum no município - e atirou para cima a fim de espantar os “cachaceiros”.  Todos se assustaram!  

Passado o susto do tiro, o Ribamar Garganta, que nem respondia aos nossos chamados, havia subido no pé da mangueira e não sabia como descer – não sei descrever como ele subiu tão rápido. Próximo ao local, encontramos uma escada e ele desceu.

De volta a Manaus, escrevi e publiquei a crônica PARINTINS FANTÁSTICO, registrando alguns desses fatos.   Nunca havia visto Festival tão empolgante, organizado, disciplinado, com um povo tão obediente aos comandos. Na crônica que publiquei naquele ano em A NOTÍCIA, mereceram mais destaques o Balneário “Buraco da Rosa”, e o Bar e Restaurante “Piroca da Gadelha”.  

Nesse Festival que relembro com saudade, a cobra grande engoliu um pescador, um gigante imenso entrou no tablado de madeira no  Aeroporto Júlio Belém e uma tartaruga colocou um ovo. Fantásticas lembranças!