terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A LAGARTA, O CASULO, A BORBOLETA E O MUNDO ADOLESCENTE!



Á Carlos Costa Filho, meu filho adolescente


Como se fosse uma lagarta, a criança nasce é indefesa e se arrasta pelo chão. Com o tempo, ganha seu berço para continuar vivendo protegida. Mais tarde, a lagarta como a criança deixam de se arrastar pelo chão, passam a viver em um casulo próprio, até ganhar asas e voar, conhecer o mundo, em forma de borboleta e a criança na forma de adolescente. Assim também é a vida da criança à adolescência. 

Como se fosse a borboleta, o adolescente tem pressa para voar, conhecer o mundo e cuidar de sua própria vida, embora conectado a internet e ouvindo músicas em elevado volume, com fones enfiados nos ouvidos, como se isso não lhe fosse causar consequência e prejuízos auditivos na fase adulta. Assim, o adolescente vai vivendo, entre respostas atravessadas e agressões verbais, mas isso passará com o tempo porque nada melhor do que o tempo para lhe ensinar como é a vida real!

Com asas, o adolescente se sente livre pela primeira vez para enfrentar um mundo cruel, egoísta, desigual e confuso, se achando um inteligente que pensa que já sabe de tudo e ainda não sabendo de nada! Torna-se rebelde, confuso e confunde os pais com argumentos facilmente refutáveis. Ele não entende que o mundo é complexo, confuso e cheio de armadilhas até para adultos que já se acham experientes, quanto mais para um adolescente que ainda está começando a viver, voando como se fosse uma borboleta, que já foi um dia uma lagarta que se arrastava pelo chão! É preciso viver cada fase da vida e não atropelá-la!

Não se cria filhos para si próprio; mas, para viver em um mundo real, cruel, desumano, confuso e cheio de complexidades! A vida parece fácil e simples, mas não é. A vida é desumana demais e sempre se precisará de proteção, cuidados constantes e recobrados. Embora rebeldes, o adolescente é só uma pessoa confusa, cheia de hormônios que estão em ponto de explosão, brigando um com os outros em uma guerra interna que vai se acalmando à medida que se vai amadurecendo.

Na vida, aprende-se mais com os erros do que os acertos, mais com as críticas do que com os aplausos, mais com os limites impostos do que as liberdades excessivas. Nada em excesso é bom ou positivo, tanto para um lado quanto para o outro. A borboleta, como faz uma adolescente, quando deixa o casulo, nasce com asas e voa para o infinito de sua infinita imaginação, achando que já sabe tudo da vida e do mundo, mas não conhece nada: só o tempo será capaz de ensiná-lo completamente. Mas o adolescente tem pressa, é confuso, agride com palavras, atitudes e se impõe em desafios. As vezes, vence. Outras, é derrotado, rapidamente pelo uso da inteligência do adulto! 

O adolescente, quando decide voar como se fosse uma borboleta, conhecer e viver em um mundo perigoso, precisa ser protegida, orientada para não sofrer amarguras em seu voo solo e não ser esmagado, como são as borboletas capturadas para virarem coleção, espetadas em uma agulha fina em um pano para exposição futura. O adolescente pode ter o mesmo fim e ser espetado pelas agulhas finas do vício do crack, sofrer discriminação por ter sido ajudado a deixar o casulo antes do tempo: cada coisa ao seu tempo! Cada tempo tem sua coisa própria e seu tempo próprio. Tudo que é apressado, sai com defeito. A pressa sempre foi e continuará sendo inimiga da perfeição. Só que o adolescente desconhece isso, desconhece limites, pouco lê, fica conectado na internet e no “CTRL C” e “CTRL V”, copiando e colando coisas sem interpretar ou entender nada, só ouvindo músicas...

O adolescente é uma borboleta confusa, cheia de si. Contudo, como o casulo de uma  borboleta, é totalmente vazio de quase tudo por dentro, mas se sente confiante que o mundo que o espera lhe seja igual ao mundo protegido em que vivia com a família. O adolescente voa porque quer sua liberdade a qualquer custo, mas ainda precisa de proteção. Não aceita conselhos, diz que já sabe se defender sozinho. Só que o mundo real é cruel e muito desumano. Por mais que se aprenda como gozar a vida que pensa ser verdadeira, nunca aprenderá tudo sobre a vida real. Haverá sempre um algo a ser desvendado na próxima esquina, no próximo sinal, na parada logo à frente. Tudo é mistério. Todo adolescente terá desilusão com a primeira namorada, primeira paixão e primeira frustração e como superar tudo isso. Muitas vezes o adolescente perde uma de suas asas e cai ao chão, sendo pisoteada pelo primeiro sapato que caminha distraído pela rua e não olha para onde pisa: pode esmagar a borboleta caída. O sapato que caminha distraído e que esmagará o adolescente pode ser comparado ao   moinho implacável do mundo, que o triturará sobrando só o bagaço do que fora um sonho passageiro de um adolescente que desejou ser feliz. O sonho se transformará em desilusão e uma mera ilusão de uma liberdade que foi passageira. 

Logo o adolescente volta ao seio da família, menos que já  tenha sido espetado para viver em exposição para algum traficante de crack!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

TRANSPARENTE!

Se quero conhecer o mundo,
tenho que desvendá-lo com o estranhamento de um pesquisador.
(ou serei engolido 
pela complexidade desconexa
e desordenada das relações sociais da vida humana)
Se escrevo que sinto, é porque sinto o que escrevo.
Se sinto dores, escrevo também:
(Só escrevo o que sinto!)
Sou feliz, estou feliz e vivo feliz. 
Isso é o que importa: a transparência!
Das dores do mundo, a minha vida doe também!
Atrás de uma porta olho o mundo com estranheza 
complexo e socialmente desigual. Isso me entristece!
Entendo-o. Só assim serei capaz de desvendá-lo e aceitá-lo em minha tristeza!
Entendê-lo completamente? Impossível e isso me deixe confuso!
Sou o que sou, um transparente incorrigível, verdadeiro e sincero:
Gosto de quem gosta de mim, apenas! 
Sou como as águas “in natura” das torneiras 
antes dos tratamentos químicos que recebem 
para tirá-la a podridão que se transformou o mundo! 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

DESEJOS UTÓPICOS...(à radialista Magali Fortes, da Rádio Cidade - Mao - Am)


...que o Natal seja menos comercial e mais fraterno, humano e verdadeiro! 

...que todos os 365 dias e 6 horas do ano sejam vividos sempre como se fosse um dia de Natal antecipado! Seria perfeito!

...que todos os adolescentes protegidos pelo ECA, pensem duas ou mais vezes antes de apertar o gatilho, matar um pai de família, para adquirir mais pedras de crack e consumi-las. Que mereçam tratamento químico em clínicas públicas, construídas e mantidas pelos Governos, oferecendo-lhes recuperação e livrando-os da dependência química e que se tornem menos violentos e desumanos, não diferenciando o que venha ser um dia de matar para continuar vivendo no vício, perambulando pelas calçadas, muitas vezes se prostituindo, principalmente as adolescentes, de um dia de Natal!

...que as pessoas pensem mais no que farão depois das festas de Natal! 

Por que o Natal não é todos os dias? Assim, haveria mais humanidade entre as pessoas e todas poderiam ser mais felizes ou tristes como eu fico. A data, triste para mim se tornou um maro dia comercial e poucos lembram o porquê de sua razão de sua existência! Não é a data do nascimento de Cristo, mas a sociedade, a Igreja Católica e a mídia, dizem que sim: no dia 25 de dezembro, Jesus teria nascido, mas não foi! Não se sabe ao certo a data em que Jesus nascera, mas não será sobre historicidade e discussões filosóficas infindáveis e inúteis ou se foi ou não foi nessa data que Jesus teria nascido, o sentido dessa crônica! 

Para muitos, principalmente os comerciantes, passou a ser uma época feliz! Mas por que o Natal não passa a ser em todos os dias do ano? Jesus nasce e morre todos os dias pela crueldade das pessoas não lhes dão mais importância! A data perdeu seu sentido humanitário? Por que as pessoas só se irmanam só na época de Natal, se confraternizam, se veem, se visitam e no resto do ano se esquecem? Por que as portas dos vizinhos do condomínio, se abrem para recebê-los no Natal, mas se fecham nos outros nos dias seguintes? Por que as pessoas só se tornam amigas nessa época e no resto do ano não se cumprimentam? Por quê, será?

Meus desejos utópicos se realizarão quando as pessoas deixarem de ser individuais e passarem a ser coletivas, deixarem de pensar só no seu “eu” interior e passarem a pensar no coletivo! Pedirei uma utopia possível: com fé em Deus, quero de ficar curado das bactérias que se apossaram de meu corpo nos últimos 9 anos. Ainda quero ver pessoas recebendo atendimentos médicos decentes, educação de qualidade, não entrando em filas para conseguir fichas para consultas com médico e nem sempre consegui-las. Isso ocorrendo, me sentirei feliz porque verei que o Brasil reinvestirá o dinheiro dos impostos que arrecada em tudo, em áreas sociais.

Enfim, prefiro ser um sonhador do que ser um omisso...!

Por que será que nessa época de final do ano se deseja tanto “feliz natal”, saúde e paz para o mundo, quando o mundo continua despejando bombas contra pessoas  inocentes e indefesas que nada fizeram contra quem inocentemente lhes mata! Por que será, hem? Não seria mais fácil destinar o dinheiro gasto na compra de armas, à aquisição de amor, carinho e desejos sinceros e realizáveis e tornar todos os dias um Feliz Natal e Próspero Ano Novo? 

Contrariando ao que todos fazem, não desejarei nada de feliz natal, próspero ano novo e paz para o mundo. Meu desejo é mais simples: apenas desejo que o Governo atenda melhor sua área social e menos aos políticos corruptos que sugam o país e gastam milhões em campanhas e depois tentam recuperá-los em contratos fraudulentos, esquemas de licitações dirigidas, empresas fantasmas lhes oferecendo notas fiscais, enfim! Digam-me que meu sonho não será impossível e que o verei realizado antes de partir, levado pelas bactérias incuráveis para a medicina que vivem alojadas em meu cérebro e estão me enfraquecendo a cada dia? Digam-me! 

Não quero morrer sem ter realizado pelo menos parte de meu sonho utópico: ver melhorias sociais ocorrendo no Brasil? Não quero mais ver o Brasil sendo vítima da corrupção, com tanta roubalheira descarada e advogados de defesa dizendo que seus clientes são inocentes e que provarão no decorrer do processo, embora sejam mais sujos do que pau de galinheiro?! É...realmente, todos os maiores criminosos são inocentes até que a sentença transite em julgado. O problema é que, no Brasil, os Códigos atuais, ainda permitem muitos e intermináveis recursos protelatórios. 

Sonho e desejo a utopia de ver um Brasil decente. Será que esse sonho, delírio ou miragem de um idealista patriota não se realizará nunca? 

Talvez se realize! 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

PRÊMIO OU CASTIGO?(CORRUPÇÃO NA PETROBRAS)


Uma pessoa acuada, pressionada, com medo, ameaçada, sufocada e envolvida em denúncias de irregularidades explode e fala. Venina da Fonseca pode ter se excedido um pouco, mas está confiante e documentada! Isso foi o que observei como jornalista especializado em Assessoria de Comunicação e Marketing Empresarial. 

Na década de 80, fui estagiário na área internacional de comunicação da Petrobras, dirigida pelo jornalista Venâncio Ramos. Passei pouco tempo, mas foi tempo suficiente para saber que a empresa Queiroz Galvão estava realizando inúmeros contratos para obras com o Governo do Iraque e contratava empresas menores para realizar outros serviços. Estas contratavam novas empresas, para cumprir determinadas tarefas. Em outras palavras, isso é o que se chama “fatiamento de contratos”: um contrato que se divide em vários outros,  entre empresas privadas!

Manter ou não manter a presidente Graça Foster à frente da Petrobras é o menor dos problemas! Ela está sem clima político e confiabilidade para continuar no cargo, mas a presidente da República Dilma Rousseff tomou a decisão de mantê-la porque nada existiria contra ela. É verdade: só que ela ficou desgastada com as denúncias da ex-diretora Vanina Fonseca, que reafirmou e documentou tudo, provando que a presidente da Estatal foi no mínimo omissa na apuração das denúncias ou incompetente por não ter entendido o que seria fatiamento de contratos. Deveria ter se inteirado melhor sobre as denúncias que se avolumaram desde 2009 e procurado saber o que seria “fatiamento de contratos” denunciado pela diretora e não tê-la tê-la enviada a Indonésia para trabalhar no escritório da empresa e, depois ter sido orientada fazer um curso de Mestrado, como diz ter feito. O que pareceria ser um prêmio para a ex-diretora foi, na verdade um grande pesadelo porque Vanina, acuada, sem resposta de ninguém, acusada porque também teria cometido desvios de conduta de acordo com o Código de Ética da Empresa, decidiu contar tudo o que sabia e garante que não é só ela quem sabe; outros funcionários, também, mas devem estar com medo de vir a público, deixando Venina sozinha, contra todos! 

Diante ao problema gerado, o melhor seria a presidente Graça Foster se afastar da Petrobras e permitir que tudo fosse apurado. Depois, retornaria mais forte e mais determinada para cumprir as metas e ações programadas. O que não dá é para a presidente da República Dilma Rousseff assumir a defesa intransigente da presidente da Estatal. Essa prática lembrou-me muito o que sempre me dizia o Dr. Maury de Macedo Bringel, em nossas conversas informais. Ele dizia e repetia sempre: “quando a pessoa é sua amiga mesmo, você escreve em um guardanapo de bar ”atenda-me, seu fdp". A pessoa lerá, dará um leve sorriso e atenderá. Quando a pessoa não é amiga e não quer atender nada, o interlocutor poderá estar totalmente certo, documentado e com razão, fazer petição de 30 ou mais laudas, ela receberá, sentará em cima de tudo e não atenderá nada, mesmo que a pessoa tenha razão. E ainda colocará tudo na última gaveta de sua mesa só para que ninguém o encontre”. 

Pode ter sido esse o caso da presidente Graça Foster, no caso das denúncias feitas por Venina de Freitas, desde 2009! Recebeu, leu, não deu importância e agora diz que nunca tomou conhecimento de nada e que Venina nunca fez qualquer denúncia formal. E precisava?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

QUANDO EU MORRER! (para que correr atrás do tempo?)


Por que devo temer o tempo 
se a única coisa que ele em mim produz
é um envelhecimento antecipado a cada ano que se renova?
Por que devo temer o tempo ou correr atrás dele
se ele corre atrás de mim e 
um dia ocorrerá nosso encontro derradeiro,
quando a morte em mim vier fazer sua morada...
A terra será depositada em meu sarcófago inerte,
e não queiram me conhecer.
(Nem eu mesmo me conheço).
Mas, posso lhes adiantar que sou o resultado do que fizeram de mim,
e o resto de vida de assistente social e jornalista que pensa 
(e escreve o que pensa)
Talvez encontrem nos escritos,
fragmentos de uma vida para reconstruí-la por inteiro, 
Como cacos de cristal quebrado que ainda conservo!
Não inventem nada! 
Não sou digno de invenções,
Sou o que fui e o que deixarei por escrito!
não tentem me analisar ou entender-me!
(eu não me entendendo).
Na vida, recebi quase todas as honrarias que desejei, 
mas se a morte vier me fizer companhia antes que eu a procure, 
ainda quero receber todas as homenagens que fiz por merecer!
Na lápide acima do meu caixão, um endereço e, talvez, a frase dizendo:
“aqui jaz um homem que aproveitou a vida 
e morreu porque queria viver”,
mas, talvez, nem isso eu venha merecer!  
Não haverá problemas,
(Não estarei vivo para ler o que escreverão....)
Mas, peço mais uma vez:
Não tentem me analisar,
Não mereço análise de ninguém.
Meus escritos falarão por mim porque são resultados do que vivi 
e ainda viverei, se Deus quiser!

domingo, 21 de dezembro de 2014

ORÇAMENTO DO ESTADO FOI REFERENDADO PELA ALE-AM


Quando o Estado impõe sua vontade, não permite espaço para diálogo e os órgãos de fiscalização não funcionam, é o começo da corrupção que envolve partidos, políticos e Governos. Depois, vem as outras coisas!

Por que estou afirmando isso?


Porque, sem receber qualquer emenda parlamentar, a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, referendou o orçamento do Governo José Melo, para 2015, elaborado por técnicos da Secretaria de Fazenda e não pela Secretaria de Planejamento. Isso demonstra que o Estado não planeja o que fará e nem muito menos conhece no que investirá. Mas para que não se torne engessado, os deputados aprovaram que o Governo poderá remanejar até 40% de todo o orçamento, confirmando que no Governo, sobram burocratas e falta planejamento para o futuro do Amazonas! 

Como se só isso não bastasse, um rombo denunciado contra a Seinfra, envolvendo  várias empreiteiras, empresários e a Secretária Waldivia Alencar, de 23 milhões de reais, denunciado pelo Ministério Público, encontra-se parado desde 2009 no TCEe sem previsão de julgamento. Por que será, hein? Repito: Quando os órgãos de fiscalização são ineficientes, a corrupção aumenta. Será que teremos um novo “Seinfraduto” que abasteceria a campanha vitoriosa do governador, “por doações legais”, mas imorais? Espero que não! Mas é muito estranha essa omissão, admitida pelo conselheiro Júlio Pinheiro!

Na última e mais melancólica reunião dos deputados antes do início da próxima legislatura, o referendum ao Orçamento/2015 do Estado, foi um espetáculo patético, melancólico e inconcebível! O deputado Luis Castro, protestou contra o orçamento impositivo do Governo. O parlamentar do PT e ex-líder do Governo, Sinésio Campos, transformou suas várias emendas parlamentares em indicativos e as entregou ao líder do Governo, deputado Sidney Leite, sendo seguido por outros deputados. O deputado Wilson Lisboa, não reeleito, disse que pela primeira vez na vida, se sentia como um parlamentar, embora fosse sua despedida da casa. Os deputados Marcos Rota,  Conceição Sampaio r e Arthur Bisneto, assumirão na Câmara Federal e também se despediram da casa, bem como os combativos deputados Marcelo Ramos e Chico Preto, que concorreram ao Governo e perderam.  

Estranho, muito estranho: o orçamento foi elaborado por tecnocratas da Secretaria de Estado da Fazenda, deixando claro que os técnicos da Secretaria de Planejamento não teria competência para elaborar o orçamento, como ocorria no passado, na época da Secretária Lídia Loureiro! Aliás, no Governo José Lindoso, funcionava também dentro da Secretaria de Planejamento, um setor que realizava pesquisas de mercado e outro, ligado à Secretaria, o Icoti – Instituto de Cooperação Técnica Intermunicipal, que tinha um relevante papel na assessoria dos municípios mais carentes na elaboração de projetos para obterem recursos federais. Mas isso acabou, infelizmente e os municípios mais pobres têm que contratar seus próprios técnicos especializados em descobrir onde existem recursos e elaborar projetos para recebê-los. Antes, isso era feito no Icoti e pelos técnicos do Icoti.

Será que a Secretaria de Planejamento está perdendo suas atribuições, ou seria só seu pessoal técnico que estaria sendo desprestigiado, mas que fora tão importante em passado recente? O que está acontecendo na esfera da Seplan? No momento que o Estado mais precisa de planejamento para investir e direcionar recursos para novas áreas prioritárias, a Seplan, que tinha técnicos em várias áreas e campos, perde sua força! Sem planejamento e sem emendas parlamentares, o Orçamento do Estado não passou de uma peça de ficção! Não foi democrático, mas impositivo. Foi ridícula a cena dos deputados transformando suas emendas em indicativos! Mais ridículo ainda foi a autorização da ALE-Am, permitindo ao Governo do Estado remanejar 40% do orçamento de 2015, provando que não houve nenhum planejamento antecipado do que o Estado faria! Os parlamentares viraram vacas de presépio e só balançam a cabeça, permitindo tudo isso? A participação dos parlamentares na elaboração do Orçamento do Estado, acabou depois do primeiro ano do Governo Eduardo Braga, hoje senador da República. Por quê? Isso foi repetido em vários pronunciamentos, por diversos deputados. Diante dessa imposição, pergunto: os parlamentares eleitos pelo voto do povo, que receberam reivindicações de eleitores, foram eleitos para quê? 

Se for só apenas para referendar o Orçamento do Estado, não precisaria nem passar pela ALE-Am e nem em qualquer de outro Estado que adote o mesmo procedimento! Bastaria comunicar às Assembleias dos Estados, informando que o j orçamento já  estaria pronto  e nada mais!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

MINISTRO HAGE, DA CGU, DESABAFOU E JOGOU A TOALHA!


Mais do que um pedido de demissão da Controladoria Geral da União, o ministro Jorge Hage, confirmou com todas as letras tudo o que o Brasil já sabe, há muito tempo: a Petrobras teve um prejuízo com a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O dirigente da CGU, um dos órgãos controladores do Governo para combater a corrupção, foi diplomático e afirmou que estava deixando o cargo porque “a essa altura, após 12 anos, eu não me assusto com mais nada”. Confirmando a tese do Ministro Hage, em confuso relatório da CPMI que apurou à compra da Refinaria, deputado petista Marcos, garantiu que “foi um negócio razoável para o Brasil”!. Depois, pressionado, voltou atrás e confirmou o prejuízo e pediu o indiciamento de alguns diretores da Estatal.

Em entrevista ao “repórter sem rosto” do Fantástico, Eduardo Faustine, confrontado com as reportagens mostradas pelo jornalista, o ministro Jorge Hage, disse que em doze anos de ministério mandou investigar esquemas, cartéis, quadrilhas e escândalos e criou um mapa de casos de desvios de dinheiro público no País. Ao dizer que “após 12anos, eu não me assusto mais com nada” o Ministro Jorge Hage jogou a toalha do combate à corrupção, como se faz em contenda de luta e, de forma melancólica, vencido pela inteligência dos colarinhos brancos que o venceram, encenso a carreira de forma melancólica, como se tivesse abandonando o barco em naufrágio, como fazem os ratos em fuga! 

Contudo, garantiu que os corruptos, agora, passaram a pensar duas vezes antes de praticar o ato ilícito porque começou a acabar a impunidade no Brasil porque já tem gente presa, gente indo para a cadeia e, administrativamente, a CGU já recomendou a expulsão de mais de cinco mil servidores, diretores e dirigentes da esfera federal, além de mais de 2,5 ONGs impedidas de receber dinheiro público e quatro mil empresas impedidas de contratar com o poder público ou suspensas temporariamente. Esse porém, não é o que ocorre: a polícia investiga, prende e a Justiça solta, infelizmente

Tudo isso é verdade, mas o poder dos desviadores de recursos públicos também está se sofisticando. O Governo demite cinco mil, contrata outros tantos que, com o tempo, vão se corromperão também, porque s corrupção está na índole da pessoa e isso não fica registrado em lugar nenhum. É uma pena, ministro, que o senhor tenha jogado a toalha no chão e encerrado sua luta, na hora em que mais o Governo Federal combate a corrupção. E o pior é que o fez de forma melancólica, denunciando o que todos já sabem: a corrupção contínua se sofisticando. 

É lamentável e difícil de admitir, mas é a mais pura verdade e realidade!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

SUICÍDIO DE UM PERIQUITO NO VARRE-VENTO!


Na comunidade do Varre-Vento, com pássaros diversos, voando livres, leves e soltos e frutas retiradas do pé para matar a fome dos pequenos e numerosos oito filhos, havia também um periquito que minha mãe criava com muito carinho. Não tinha nome, mas a mãe Josefa Costa o criava livre e solto. Embora não tivesse a asa cortada, coisa comum na comunidade no final dos anos 70, não voava. Também não tinha nada atrofiado porque sempre fora criado solto, voando só dentro de nossa casa de madeira e pousando e bicando a cabeça de quem ele não gostava. Talvez porque se acostumara a receber comida na boca de minha mãe, que tirava com seu bico. Também cuidávamos muito bem dele quando Josefa colocava o chapéu na cabeça, vestia a camisa de manga comprida, pegava o terçado e ia para a roça, acompanhando meu pai Paulo Costa. Notávamos que o periquito ficava triste quando isso ocorria!

- Cuidem bem do meu periquito? E quem disse que ele aceitava?

Fazíamos tudo igual como a mãe fazia, mas ele derrubava toda a comida, pegando com o bico a vasilha e sacudindo-a até não restar mais nada. Se dávamos no bico, ele recusava e bicava quem se atravesse a tal ousadia Se alguém estendesse o dado para ele passar, bicava quem o fizesse  e se lhe dávamos o dedo para ele subir como nossa minha fazia, ele bicava. Ficava rebelde. Quando nossa mãe voltava da lida na roça, ao ouvir sua voz, se emplumava todo, escrespava as penas, abria as asas como se fosse voar, manifestando alegria. “Sua mãe” estava de voltando. Era uma coisa interessante e curiosa. Nossa mãe fazia tudo o que tínhamos feito antes.  Ele aceitava sem problemas e ficava feliz. Se alguém fosse se aproximar da mãe, ficava valente e atacava e começava a cantar e a falar, chamando “Josefa, Josefa”, com muita desenvoltura. Depois assobiava feliz e, com o papo cheio, subia para a cumeeira da casa e gritava “sal, sal”, chamando as poucas cabeça de gado para o nosso sustento, para o curral. Todos obedeciam e o danado ficava findo depois. Depois chamava, “teu, teu” e o cachorro ficava procurando quem o estava chamando, abanando o rabo. Ou seja, o periquito fazia tudo o que via o pai e a mãe fizessem antes, mas com a garotada era brabo, ficava zangado e se emburrava fácil!

Isso perdurou até o dia em que o pai Paulo Costa trouxe de uma de um tronco de árvore, no lago onde costumava olhar malhadeiras, doze periquitos asas brancas, ainda sem penas, para criá-los em casa. Desse dia em diante, o periquito que minha mãe já criava há muitos anos, acho que ficou com ciúmes e se tornou rebelde também com nossa mãe. A beliscava, não aceitava mais a comida que ela lhe dava da boca para seu bico, até o dia que desapareceu por cinco dias e todos ficamos procurando-o. Encontrado, não descia do alto da casa embora nossa mãe o chamasse como fizera tantas vezes no passado. Depois de cinco dias sem comer e sem beber água no alto da casa, se jogou em cima de uma pilha de toras de madeiras ao lado da casa ficou espetado em uma das toras que estava de ponta para cima e morreu. Foi uma cena chocante para uma criança de 7 anos! Depois que emplumaram e começaram a voar, meu pai devolveu os doze periquitos para o local de onde deveriam ter saído: a floresta. Nos anos seguintes a mãe relembrava com tristeza o suicídio do seu periquito. 

Anos depois, em Manaus, morando em um sítio na comunidade de Bela Vista, município de Manacapuru, meu pai passou a receber a visita de um sabiá laranjeira, sempre na hora do almoço, para comer em seu prato. Nunca o prendeu porque talvez se lembrasse do suicídio do periquito, que ele também gostava O pai também criava um cachorro chamado de “Gravata”. Ele era preto com uma lista branca no peito parecendo uma gravata. Um dia, meu pai me chamou e pediu:

- Gravata, vá pegar aquele frango ali que eu quero fazê-lo para meu filho! E apontou para qual frango ele queria que fosse pego.

E lá se foi o cachorro, entrou no meio de várias galinhas, prendeu no chão com sua boca o frango que meu pai pedira e ele comentou comigo depois:

- Não falei! Ele separa do grupo o frango que eu peço, prende-a com a boca e depois eu vou pegá-la para fazer! Sem ver, ninguém acreditaria. Mas eu vi! Nessa época ainda não existia celular e a internet era precaríssima. Eu teria filmado a cena e postado no facebook para que todos vissem também como era inteligente o cachorro que meu pai criava, mesmo não tendo raça definida, ele era inteligente demais.

E por que estou escrevendo sobre isso? 

Hoje prefiro ver livres, leves e soltos os pássaros na natureza, praticando o balé mágico para um lado e para outro, voando de uma árvore para a outra, tudo ao mesmo tempo! E por que falei do sabiá laranjeira? Depois de comia no prato de meu pai, voava, entrava no banheiro e ficava voando de um lado para o outro também, até que ele fosse abrir o chuveiro para que ele tomasse banho e depois voasse para uma árvore no quintal do sítio. 

Até o dia que voou para a árvore e nunca mais voltou e hoje deve voar feliz, em algum lugar!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ROUBALHEIRA HISTÓRICA! ((in memória do jornalista Paulo Frances)


De caravelas , chegaram ao Brasil.
(aqui mataram, escravizaram índios e roubaram o que puderam)
De eleição em eleição, do Brasil Colônia até hoje, 
foram roubando de tudo:
impostos, ouro, derrama! Resistência!
Agora, roubam
dinheiro da merenda escolar, 
escolas, hospitais, poços artesianos, saneamento básico
e já roubaram até o perfume de meu jardim, também
não receberei mais os amigos com nenhum cheiro! 
além do meu natural e próprio!
tomaram conta do país e continuam roubando impostos,
enfim,  “si no hay dinero, también quiero”:
(Ladrões visíveis estão roubando dinheiro até de igrejas, 
fiéis e padres, com armas em punho),
O mais falta roubar para acabar de vez com o Brasil?
Meu coração ainda resiste batendo no peito, 
até quando as bactérias o roubarem também!
Corrupção não escolhe partidos, rostos ou nomes: só quem está no poder!
Nunca estive em poder, 
Estou vivo e resistirei até que o manto negro 
da morte vier me buscar e em mim fazer sua morada!
Deitarei orgulhoso a cabeça no caixão: 
resisti como aposentado por invalidez, 
mas não me dobrei ao poder do dinheiro!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NO MARANHÃO, JUIZ TEM CERTEZA QUE É DEUS!


A crise de “juizite” e “prepotencite” e “idioticite”, pensei que tivesse se encerrado no motorista João Carlos de Souza Corrêa que deu voz de prisão à agente de trânsito Luciana Tamburini, por tê-lo parado em 2011 em uma blitz de trânsito da Lei Seca e tê-la apresentado a carteira do Tribunal. Ele não gostou de ter sido parado sem habilitação e mandou prender a agente! A mesma crise, agora em forma de uma doença contagiosa, atingiu também, o Dr. Marcelo Beldochi, no Maranhão, que deu voz de prisão ao agente de bagagem Alessandro Rodrigues e ao despachante de voo Argemiro Augusto. Será que essa doença de “juizite”.  “prepotente” e “idioticite” se espalha pelo ar e é endêmica? Talvez seja! 

O arrogante juiz fez isso no Aeroporto de Imperatriz. Ele, queria embarcar para Ribeirão Preto, em SP, mas o check-in havia acabado quatro minutos antes de sua chegada. Acometido da doença perigosa e contagiosa, misturado com as doenças conhecidas popularmente pelos nomes genéricos de “prepotencite” e  “idioticite” deu voz de prisão aos dois funcionários, chamou a polícia e embarcou para São Paulo. Disse que estavam sendo presos em flagrante para aprender a respeitar o Código do Consumidor, que também prevê que os voos decolem sempre no horário previsto, sob pena de multa às companhias aéreas, pelo mesmo Código do Consumidor, que desconfio que o magistrado não o conheça. Quem estava desrespeitando o quê, Dr. Marcelo? Vossa excelência que chegou atrasado ao embarque ou os dois pobres e humildes funcionários que foram humilhados pela sua arrogância, prepotência e idiotice de querer se mostrar como autoridade!

A Constituição prevê que qualquer cidadão possa dar prisão a qualquer pessoa que esteja cometendo um crime e chamar a polícia. Mas qual o crime que teria cometido o agente de bagagem Alessandro Rodrigues, para  merecer de sua parte, as asneiras que foram ditas:  “calhorda, vagabundo pilantra”? Nesse caso, quem deveria ter recebido voz de prisão era vossa autoridade e não os dois funcionários que só estavam cumprindo com suas obrigações!

O Dr. Marcelo Beldoch, o juiz acometido de “juizite”, foi fiscalizado pelo Ministério do Trabalho em uma de suas fazendas, antes, na qual foram encontradas 25 pessoas trabalhando de forma degradante, inclusive alguns menores. Esse é o exemplo que uma “autoridade” deve dar? Pagou 38 mil reais em direitos trabalhistas, foi incluída na lista nacional de fazendeiros acusados de usar trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho, assinou um termo de ajustamento de conduta e disse “creio que se eu não fosse juiz, não teria essa especulação toda”. Como juiz, será que deu um bom exemplo à sociedade? A doença chamada conhecida genericamente por “juizite+prepontencite+idioticite” é altamente contagiosa e precisa ser exterminada da sociedade e, principalmente, das autoridades brasileiras,

Naquele época, o Conselho Nacional de Justiça determinou que o Tribunal de Justiça do Maranhão abrisse processo administrativo contra o juiz, mas uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão e nada aconteceu, além do arquivamento de outros seis processos que existiam conta o magistrado, por outros motivos e razões. Agora, a Ordem dos Advogados do Brasil entrou com representação contra o juiz por causa de denúncias de humilhação, maus tratos e tentativas de dificultar o trabalho dos advogados em Imperatriz! Será que de novo ele recorrerá e o STF mandará trancar tudo de novo? Espero que não, embora ele tenha direito de fazer isso! Errar uma vez é humano, duas vezes no mesmo caso, é burrice! 

Será que dessa vez a coisa vai dar em punição ou o Dr. Marcelo continuará recorrendo ao STF para suspender de novo a ação para continuar tendo crises de “juizites, prepotencites e idioticite  para continuar praticando arbitrariedades? Tendo a proteção dos ministros do STF suspendendo tudo e apoiando a impunidade, é provável que continue impune de novo. Será que se fosse contra qualquer outra pessoa comum da sociedade, o STF também decidiria assim, com tanta parcialidade?! Seria ótimo que o juiz com a doença de “juizite” e “prepotencite” e “idioticite”, tivesse sido aluno do desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, Antônio Bayama Araújo, que promete mais investigações contra o magistrado e garante: “nós juízes, temos que andar na linha, temos que andar dentro dos preceitos legais e temos que dar exemplo e não mau exemplo”.





sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

NO REBOQUE DA CORRUPÇÃO!


Andando atrás de deputados federais eleitos, ficam pequenos construtores de poços artesianos, escolas, postos de saúde, com projetos prontos e acertados com os prefeitos, pedindo a liberação de verbas parlamentares para iniciar e nem sempre terminar  essas obras com dinheiro público em municípios pobres pelo interior do Brasil. Talvez seja por isso, que a eleição de um deputado federal esteja ficando cada vez mais cara, chegando em 2010 a astronômica cifra de 9,68 milhões de reais em 2010. Mesmo com os 645 municípios de SP e os 853 de MG, a eleição mais cara do Brasil ocorreu, este ano, ocorreu em Pernambuco. Foram declarados 18 milhões de reais para eleger o governador Paulo Câmara do PSB, como informa um blog do Estado. As eleições do Brasil estão entre uma das mais caras do mundo e isso ficou claro durante o julgamento e aprovação, com ressalva, das prestações de contas da presidente Dilma Rousseff. Não só um ministro do TSE se manifestou sobre isso, defendendo limitações, mas a sociedade como um todo está dizendo que a campanha eleitoral no Brasil está ficando cada vez mais cara, o que foi confirmado pelo pesquisador Francisco Fransualdo Azevedo, em seu trabalho: “O “preço” do voto e os “custos” sociais das campanhas eleitorais no Brasil”. Ele analisou dados financeiros de campanha e garantiu: “A cada campanha eleitoral no Brasil, valores cada vez mais elevados são gastos pelos candidatos e partidos políticos”. 

E de onde vem todo esse dinheiro? Em parte da corrupção, de licitações viciadas,  compras superfaturadas, obras pagas e não realizadas, de recursos merenda escolar, de grandes empreiteiras, que causam graves e irreversíveis problemas,  insanáveis e irreversíveis danos sociais à educação, ao atendimento médico, principalmente. Francisco Fransualdo Azevedo, em seu trabalho científico, publicado na “Revista Mercador” (vol. 11, número 26/2012) defende a necessidade “de ampla reforma política, associada à criação de mecanismos que garantam o cumprimento de um sistema de leis que venha alterar esse quadro” porque “normalmente quem arca com esses ônus é a própria sociedade”. Contudo, faz uma ressalva e lembra que “antes de 1993, sequer existia no Brasil uma normatização legal sobre os gastos políticos nas campanhas eleitorais” e acrescenta: “só recentemente, a prestação de contas sobre receitas e despesas dos candidatos tornou-se obrigatória”, Conclui, garantindo que: “nesse contexto, analisaremos a prestação de contas de uma parte dos candidatos no território brasileiro, nas últimas campanhas eleitorais realizadas no país, mostrando as fontes de financiamento, possíveis finalidades e montantes transacionados”.

Analisando dados coletados junto a órgãos públicos Tribunal Superior Eleitoral e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o pesquisador concluiu que o Brasil paga danos irreparáveis pela corrupção realizada de diversas e a maneiras, sendo a mais comum e não menos mais prejudiciais, menos fiscalizadas, porém, é a promovida pelos “formiguinhas” do orçamento público, representados por pequenos prestadores de serviços de obras públicas em municípios pobres. Eles não despertam suspeitas aos órgãos de fiscalização, mas são igualmente sugadores dos cofres públicos. Os “formiguinhas” se locupletam com deputados federais, criam projetos para construir poços, escolas, postos de saúde e outras pequenas obras, acertam tudo antes com os prefeitos municipais e passam a mendigar verbas de emendas parlamentares pelos corredores da Câmara dos Deputados, prometendo que se forem liberadas as verbas, terão apoio dos prefeitos. Não é por acaso que a eleição para a Câmara Federal, passando de 2,37 milhões em 2002 para 9,68 milhões em 2010. Por quê? A publicação do Senado vai mais longe e apresenta uma evolução no preço das  campanhas para presidência da república, deputado e senadores no período de 2002 a 2010. A cada ano, os valores foram se multiplicando. Em 2012, para a presidência, Collor declarou ter gasto, 0,63 milhões, pulando para 1,22 milhões em 2006, subindo para 2,40 milhões em 2010, para senador: 2002, 0,47 milhões, passando para 1,14milhões e em 2010, 1,98 milhões. As maiores despesas estão na Câmara Federal para eleger deputados federais que estranha e coincidentemente são os que mais “recebem em seus gabinetes”, pequenos empreiteiros, os que eu chamo de “formiguinhas do orçamento”, fazem mais indicações para órgãos estatais , indicam que em 2002, as despesas foram de 2,37, passando para 2,85 milhões e chegando em 2010 ao valor de 9,68 milhões de reais.

A mesma publicação do Senado, garante “gastos elevados podem resultar em sucesso nas eleições, pela ,fragilidade de boa parte do eleitorado, suscetível à influência do poder econômico e das máquinas administrativas, combinada a instrução formal e política limitadas” segundo um analista. Desde 2005, 18 projetos tramitam desde 2012 no Senado, propondo alterar o financiamento de campanha eleitoral no Brasil. No primeiro, criava o Fundo Republicano de Campanha, mas nunca foi votado. Por que será? Estranho, muito estranho que 18 projetos estejam em pauta desde 2012 e nenhum até agora tenha sido pelo menos discutido em plenário! Talvez as experiências de financiamento de campanha nos Estados Unidos - contribuições diretas de indivíduos a candidatos limitadas a 1 milhão de dólares e até 25 mil dólares a partidos eleitorais, por ano -; na Alemanha -subsídios públicos e doações privadas para campanhas -; na  França -  proíbe contribuições de pessoas jurídicas e sindicatos e no Canadá que optou pelo financiamento misto de campanha,  em forma de renúncia fiscal do IR aos doadores a partido e candidatos e reembolso parcial dos gastos de campanha. Conforme a publicação do Senado, o financiamento público de campanha continua sendo um tema converso e polêmico, se vai estabelecer limites nominais de doações, como 200 ou 300 mil reais, por exemplo, sobre o faturamento das empresas, como determina a legislação atual ou se será diferente. Mas, a questão fundamental não é essa, mas a corrupção! Os recursos desviados  repassados como se fossem legais a políticos e a partidos políticos não possuem rosto, não escolhem partidos políticos, não possuem CPF ou carteira de Identidade! Como controlar a corrupção, se nem o Governo Federal sabe como fazê-lo, porque sempre criam uma maneira nova de burlar os controles dos órgãos públicos?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MEU OUTDOOR COM O AVIÃO DA CRUZEIRO DO SUL!


Alegremente, seguia eu e membros de minha família – geralmente com meu pai, rumo ao Aeroporto Internacional Ajuricaba, - nome supostamente dado em homenagem a um índio guerreiro que teria sido aprisionado e acorrentado pelos portugueses na época da colonização  do Amazonas a partir de 1945, e que  supostamente se jogara da canoa que o transportava,  e morrido afogado  no famoso “Encontro das Águas”, dos rios Negro e Solimões, hoje   cartão postal de Manas e patrimônio natural da humanidade -. Mas isso fica para a história definir.

O importante mesmo é dizer que todas as vezes que eu e membros de minha família nos dirigíamos ao Aeroporto Internacional para sentir o prazer de ver as poucas e raras aeronaves pousando, geralmente da empresa Cruzeiro do Sul ou Varig, eu ficava encantado observando um outdoor na saída da esquina das Ruas Branco e Silva com Leopoldo Peres, que levava até ao Aeroporto, até finais da década de 70.

Mesmo quando passeava em ônibus de madeira, fabricados na própria garagem da empresa Ana Cássia, feito em cima de chassi de caminhões, sempre dava um jeito de olhar para o “meu outdoor” porque normalmente escolhia a linha do ônibus que dobraria na Rua Branco e Silva e, com isso, tinha certeza que veria mais uma vez o “meu outdoor”  predileto, como passei a considerá-lo, tal era nossa relação de cumplicidade. Ele, ali parado; e eu também parado, feito um bobo, a observá-lo para depois, no Aeroporto,  conferir com um avião de verdade. E não é que tudo que existia nos aviões que pousavam, se encontravam também no “meu outdoor”?

Mesmo quando passei a ser autônomo vendendo picolés, jornais, cascalho pelas ruas do Morro da Liberdade, sempre que podia seguia a pé pela Rua Branco e Silva só para perder algum tempo precioso para só ver mais uma vez aquela maravilha! Como um avião grande, coube todo aí? – me questionava muitas vezes, espantado e maravilhado com aquela placa imensa que era vista também por toda e qualquer pessoa que se dirigisse ao Aeroporto Ajuricaba, ou de “Ponta Pelada”, como também era chamado, bastava que olhassem para o lado direito da via! O porquê de “Ponta Pelada” não me pergunte; não saberei lhe responder, também! Só sei que era assim!

Anos depois, ao passar na esquina para olhar mais uma vez para o Depois que o progresso passou a freqüentar pela cidade de Manaus depois de 1969 com a implantação da Zona Franca, “meu outdoor”, com o meu avião da Cruzeiro do Sul não se encontrava mais no local deixou de fazer parte integrante da esquina das ruas.  O que teria acontecido com o avião da “Cruzeiro do Sul”? Ele teria decolado? Não sei lhe responder.

O certo é que no local passou a existir outra propaganda, no mesmo espaço de “meu avião”!

Depois que “levaram meu avião”, também perdi o interesse em virar meu rosto para procurar o “meu outdoor”, mesmo se fosse andando em ônibus ou em carros pretos Aerowillys,  “os carros de Aeroporto”  os mais luxuosos da época, todos pretos e grandes, com quatro portas, na companhia de meu amigo João Couto da Silva, que o pai de meu amigo de infância possuía e sempre me levava até ao local.

Perdi e meu encanto infantil e o interesse em olhar para “outdoors” de novo. Depois disso, os outdoors passaram a ser uma coisa supérflua! Por que levaram o “meu avião”?

SER FELIZ É FÁCIL - MENSAGEM DE NATAL/2014


Todos somos seres humanos desesperados sem causa. A felicidade é fácil! Não me perguntem se sou feliz porque não saberei lhes responder! Mas, sei que ser feliz é muito fácil e simples: depende de cada um individualmente e da coletividade como um todo, cada um fazendo sua parte sem egoismo, exercendo a cidadania, respeitando ao próximo e vivendo de forma intensa e fazendo o que melhor lhe se satisfaça e lhe dê prazer. Será muito fácil se ser feliz, embora reconheça limitações em muitos seres humanos para exercer esse processo! Felicidade plena não existe; momentos felizes, sim. A soma dos momentos é que tornará a pessoa feliz ou infeliz. A felicidade sempre dormiu ao nosso lado, em nossa cama! Nós é que a procuramos onde não a encontraremos e por isso, somos desesperados sem causa!

Se viver tomando cinco remédios, diariamente, dois anos sem ter sofrido novas convulsões, internações de emergências, urgência e sem causar preocupações a minha esposa Yara Queiroz, é motivo de felicidade, então, sou feliz. A felicidade vive dentro de nós mesmos e podemos vivê-la de forma plena, dependendo de como conduzimos nossa vida. Se para o bem ou para o mal, se para o amor ou para o ódio. Com amor no coração vou vivendo e no caminho em que percorro planto flores no jardim de amigos porque nãos sou egoísta: o que quero para mim, o quero para todos.

Quero que todos que acompanham minha vida tomando remédios, dormindo, acordando, escrevendo, postando e difundindo um pouco do que o curso superior me deu. a vida me ensinou e o templo dilapidou e ajudou a aperfeiçoá-lo, mesmo pintando meus poucos cabelos e barba na cor de prata, também sintam o perfume da vida que estou sentindo agora. Difícil é viver assim, mas é suportável! Deus viveu um martírio na cruz com muito maior do que vivo! Por isso sou feliz!

Como se aproxima o Natal, compartilho meu viver com meus médicos e amigos, o neurologista Dr. Dante Luis Garcia Rivera e a infectologista Dra. Silvana Lima e Silva. Abaixo de Deus são os remédios que me receitam nas consultas e nos exames que pedem, que me fazem ser feliz, mesmo que produzindo efeitos colaterais doloridos. Estou escrevendo essas linhas porque sou feliz e entendi que ser feliz é um sacrifício muito pequeno que estou pagando, com a cabeça deformada e cheia de pontos pelas11 cirurgias no cérebro desde 2006 e vivendo com duas infecções hospitalares incuráveis, mas controláveis com os fortes antibióticos. 

Perdi a capacidade de sorrir com a boca, mostrando os dentes, mas passei a sentir, viver e sorrir com o coração, mesmo com o rosto fechado: se quando pareço sério, não sou porque sorrio por dentro ouvindo o canto dos pássaros, sentindo o som do vento ainda respirável batendo em meu rosto e a certeza de que no dia seguinte acordarei e sentirei o cheiro do jardim do meu condomínio, quando me dirijo à administração. Também tenho certeza que terei mais um dia de rotina, tomando remédios, dormindo, acordando, fazendo 30 minutos de esteira quando posso,   acompanhando as atividades como conselheiro do Mundi, criticando o que entendo que esteja errado, conversando com os funcionários e verificando as dificuldades que todos têm, como assistente social que tenho orgulho de ser Isso também é uma forma de felicidade! Se acham chato porque critico a sujeira e o que não gosto, assumo que sou mesmo. Fui acostumado assim! Se me acham exigente, assumo que sou porque a vida como diretor de órgãos públicos me ensinou ser assim. Isso também me faz viver e ser feliz!

Mudar o que está pronto é mais difícil do que reconstruir tudo dos restos que sobraram de mim e me fazer novo!

Sou o que sou e apenas isso! 

Mas, assim, desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos e peçam a Deus que possa continuar mais um ano junto a todos os amigos que fiz na estrada da vida, sempre respeitando opiniões contrárias e ouvindo a todos os que me procuram!

Ser feliz custa tão pouco e é tão fácil! Não entendo porque tanta gente transforma a felicidade em uma dificuldade. Imagino que seja porque busquem a felicidade onde ela não está. Sempre esteve ao nosso lado.

Nós é que não sabemos cuidar nossa felicidade interior que desconhecemos e, por isso, a desprezamos, desesperamos e nos achamos infelizes!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CONTRA OS "FORMIGUINHAS", NADA ACONTECERÁ? (corrupção com emendas parlamentares)



Só esses? É das pequenas migalhas, que se criam grandes corrupções! É que posso dizer dos “formiguinhas” das “emendas parlamentares”, verdadeiras saúvas cortadeiras que correm de um lado para o outro, desesperadas e doidas para “morder” migalhas, “visitando” gabinetes de deputados federais e senadores em busca da liberação de emendas parlamentares para obras de postos médicos, poços artesianos e escolas que começam e nunca terminam, mas retornam em forma de propinas também. Contra esses, nada acontecerá porque eles não tem muita importância no momento, embora suas picadas sejam tão prejudiciais ao país quanto aos grandes empreiteiros, afinal, as “emendas parlamentares” são também dos impostos que todos pagam? Enquanto o Brasil se afunda em greves no serviço público em vários Estados, porque  ex-governadores de Estados, derrotados nas urnas, rasparam os cofres Públicos, também nada acontecerá? É um tipo de corrupção pública! 

A Operação Lava Jato da Polícia Federal indiciou doze executivos de quatro empreiteiros, envolvidos no esquema bilionário de desvios de recursos da estatal Petrobras para abastecer cofres de vários partidos políticos e parlamentares individualmente. Todos teriam cometido os crimes de fraude a licitações, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Mas só eles? Mas, por que só os executivos José Aldemário Pinheiro Filho, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, José Ricardo Nogueira Breghiroli e Alexandre Portela Barbosa, este advogado e os outros todos da empreiteira OAS e mais Flávio Sá Motta Pinheiro, Rogério Cunha de Oliveira, Ângelo Alves Mendes (vice-presidente) e Sérgio Cunha Mendes (vice-presidente executivo), da construtora Mendes Júnior e, também Erton Medeiros Fonseca, da Construtora Galvão Engenharia, além do executivo e lobista Fernando Soares conhecido como Fernando Baiano, indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, coincidentemente no Dia Nacional de Combate a Corrupção foram indiciados e os “formiguinhas”, não!?

Ah, entendi!

Foram indiciados porque teriam desviado recursos milionários da estatal e distribuído à parlamentares e partidos políticos, para pagar despesas de campanha e isso ganhou ampla repercussão! Os formiguinhas das “emendas parlamentares”, como só comem migalhas não seriam também danosos ao Brasil e por isso devem continuar “mordendo” os cofres do país, porque conseguem emitir notas fiscais de serviços que não foram realizados ou o foram pela metade e tornar tudo legal! Contra os “formiguinhas” que se contentam com pouco e frequentam gabinetes de parlamentares em busca de liberação de emendas que retornam aos parlamentares em forma de dinheiro e votos para realizarem suas releições, nada acontecerá? Pergunto de novo porque sou chato mesmo! Talvez não, porque esses não estão envolvidos em grandes e milionários desvios de recursos, embora devam ser banidos e punidos igualmente porque é das pequenas migalhas se constrói os grandes desfalques! Como as “formiguinhas”, recolhem só migalhas das “emedas parlamentares”, igualmente prejudiciais aos cofres públicos, isso não merece muita importância, porque as campanhas eleitorais estão ficando cada vez mais caras à custa de corrupção e todos os políticos precisam deles. É inexplicável que um candidato gaste tanto dinheiro em uma campanha se ele, em um mandato, não conseguirá receber nem a metade do que gastou em campanha! Deveria existir um teto máximo para gastos políticos, a menos que o político tire dinheiro do seu próprio bolso e banque a campanha que deseja fazer! Todas as doações de campanha são prejudiciais ao Brasil e deveriam ser banidas ou que o emprestador não ficasse proibido de concorrer a qualquer licitação pública durante o período em que o político a quem ele doou estivesse exercendo o mandato. Hoje, todas doações na verdade são empréstimos e pagos em forma de contratos fraudados, licitações de produtos de péssima qualidade e desvios de recursos da merenda escolar, o mais comum, sempre com o envolvimento de algum político!

Só resta agora esperar que o Ministério Público denuncie e a Justiça as receba a denúncia contra todos os envolvidos, mas a defesa de todos os indiciados jura de pés juntos, exercendo seu legítimo direito que todos são inocentes – e o pior é que são mesmo porque a Justiça demora muito a julgá-los e muitas vezes o processo prescreve sem julgamento e todos garantem que foram inocentados do processo, mesmo sem julgamento! Uma ova que foram mesmo! E contra os “formiguinhas”, o que acontecerá? Não sei!

E o pior de tudo é que depois, muitos processam o governo federal e ganham porque tiveram suas imagens de homens com conduta ilibada “expostos indevidamente” perante toda a sociedade, sendo inocentes! Igual como ocorre com muitos políticos que são mais sujos do que pau de galinheiro, condenados em vários processos por desvios de recursos e dizem que tudo foi resultado de uma perseguição política dos adversários!



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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

TRADIÇÃO, CULTURA E CRENÇA NÃO SÃO SINÔMIMOS!


(direito dos índios deve ser respeitado)


O infanticídio nas aldeias indígenas não fizeram de Caracaraí, em Roraima, o município campão de mortalidade infantil no Brasil, não porque não respeitaram na pesquisa, a tradição, cultura e crença dos índios. Eles precisam ser respeitados e receber uma melhor estrutura de saúde para as tribos. É apenas isso que os índios precisam, em fez de um projeto de Lei para reduzir os infanticídios nas aldeias, um ato de amor para os índios e não como os “homens brancos”, observam o problema. Se tivessem melhor estrutura de saúde, o infanticídio reduziria sensivelmente!

Aparentemente sinônimos e iguais, as palavras “tradição”,  “cultura” e “crença”, não se confundem e ganham conotações e contornos diferentes entre os índios. Cada tribo age e acredita em coisas que lhe passam seus antepassados, em forma de doutrinas, lendas e costumes durante um longo tempo. A cultura tem a ver com a maneira de cultivar as plantas e a crença é a ação de crer em uma verdade ou na possibilidade de alguma coisa. Na década de 80, ainda jornalista, estive em uma tribo indígena que tinha por tradição isolar a menina em época da primeira menarca, considerado um mal espírito para a tribo, um castigo divino, e o pai tinha que isolar e menina e chicoteá-la até que o mal espírito deixasse o corpo dela. No final, o pai tinha que retirar o resto do “mal espírito” de seu corpo, ou seja, ter relações sexuais com a filha e depois entregá-la ao vencedor da disputa que se travava no terreiro da tribo pela mão da moça enclausurada, totalmente limpa do mal espírito que não permitia boas colheitas, caças que não eram feitas e pesca que não ocorria.O marido vencedor da disputa, a desposaria. Ele teria uma quantidade de luas para não permitir que o mal espírito se apossasse do corpo da adolescente, porque viria sobre a tribo. Caso isso ocorresse, o marido seria banido da tribo e o segundo vencedor da disputa teria que desposá-la. Não entendi o que acontecia, mas respeitei, fazendo só as perguntas necessárias para avaliar  e escrever sobre àquela estranha e bizarra tradição. O tempo e a memória me fizeram esquecer o nome da tribo onde presenciei e fui testemunha desse ritual, mas sei que ficava em uma tribo indígena na fronteira entre o Peru e o Amazona.

E porquê estou escrevendo sobre esse tema? 

Porque cultura, tradição e crença precisam ser respeitados com relação aos índios e todos os outros povos. Não condeno e nem defendo infanticídio em nenhuma aldeia, mas aceito como parte da cultura dos povos da floresta porque o que lhes falta é uma melhor atenção à saúde e respeito.  No caso da sociologia, a tradição indígena significa um conjunto de estruturas sociais e religiosas das manifestações intelectuais e artísticas que caracterizam uma sociedade. No caso da política, os índios que cometem infanticídio são considerados bárbaros. eles devem ser entendidos como ato de amor. No contraste extremo do direito à vida, fico com a tradição e a cultura indígena e que se dane o que os políticos pensam, acham ou entendam de matar crianças recém nascidas por causa de alguma deficiência física. A Constituição assegura aos grupos indígenas o direito à prática do infanticídio, desde que nasçam com algum problema grave de saúde, que poderiam ser resolvidos com equipamentos como cadeira de rodas, principalmente. 

O município de Caracaraí, com 19 mil habitantes, não seria o município mais violento do Brasil, no Mapa da Violência do Ministério da Saúde, se respeitassem a cultura, a crença e a tradição dos índios. Segundo os dados, uma em um ano 42 pessoas foram assassinadas. Só que os 37 índios recém-nascidos o foram pelas próprias mães como ato de amor e não deveriam entrar nessa estatística. Em vez de a Câmara Federal aprovar projeto de Lei para acabar com o infanticídio nas aldeias, deveria elaborar um projeto para melhorar o atendimento médico para atender os 25 mil índios em 300 aldeias no município roraimense e no resto do Brasil. Cada aldeia de Caracaraí tem uma crença que leva a mãe a matar o bebê recém-nascido. O pesquisador Júlio Jacobo, da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, deveria ter proposto atendimento médico aos índios, dentro de sua pesquisa para realizar o Mapa da Violência. Pesquisador tem que realizar com estranhamento seu trabalho, analisando todas as variáveis e propondo soluções para o problema. Nunca dizer que Caracaraí é o município mais violento do Brasil, porque não espelha totalmente a verdade!

Em vez de o deputado federal Henrique Afonso, do PV do Acre, ter apresentado projeto de lei para erradicar o infanticídio no Brasil, interferindo na cultua, tradição e crença dos povos indígenas, deveria apresentar projeto de Lei para melhorar a saúde indígena nas aldeias, dando-lhe prioridade absoluta frente outras demandas sociais. Faria história e não precisaria acabar com o infanticídio através de lei, porque isso ocorreria naturalmente. Mas, os índios estão abandonados nas ideias, com sua cultura dilapidada, servindo de mão de obra barata por exploradores de ouro, madeira e outros produtos da floresta em suas aldeias. O que falta para os índios é mais saúde e menos politicagem! 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

MORRO DA VIDA E DE MORTE!


À Amarildo Fernandes Paticce

Ah, Morro! Morrerei não reconhecendo o local em que nasci! 
Tiram-lhe a Liberdade de correr pelas ruas de barro 
dos carros compactadores de latas de leite, 
imaginando-os tratores do Der-Am de
Francisco Januário Calado!
Ah, Morro! Morrerei não reconhecendo o local em que nasci!
(o que fizeram com você?)
O Beco São Benedito, que me viu nascer, agora é “Beco dos Pretos”
Ah, os Mercadinhos Três Irmãos, que ia a pé e do Leão, com
(triciclo com um leão pintado à porta, parado:
Como um carro de três rodas podia
podia trafegar em pistas de barro!?)
Ah, Morro da minha saudade, 
da Igreja Coração Imaculado de Maria que frequentava,
campo do Bariri,
da dona Rosa,
do Olaria e Libermorro se duelando ferozmente no campo, 
do Batuque da Mãe Zulmira,  
(me assustava sua crença e as estátuas imensas)
da Escola Adalberto Vale que frequentei
das professoras  – Aidé, Rosa Eduarci Marinho, 
Francisca, a “Chiquinha”, Alda Filgueiras
me socorrendo quando quebrei a testa
do igarapé do 40,
das catraias coloridas e dos nados que dei! 
(águas límpidas, lindas e areia branca ao fundo 
 irreconhecível, agora. O progresso chegou! Construiu e destruiu
cheia de concreto coberto por uma ponte!
Ah, Morro!
Da minha Liberdade que me proporcionava, 
talvez seja minha prisão,
no Cemitério Santa Helena!
Ah, Morro do bloco à da Escola de Samba, do Almeron, 
que lhe deu um hino!
Do Ivan de Oliveira, 
Bosco Saraiva,
do Reino do Manhã,
do Nélio, Jairo,  Nirvana,  “Chico Batera”
Serei esquecido!
(os livros e meu amor pelo Morro da Liberdade; não!)

sábado, 6 de dezembro de 2014

122 ANOS DO MORRO DA LIBERDADE (bairro em que nasci)


No ano de 1892, migrantes nordestinos, principalmente maranhenses, não encontraram um Morro, quando começaram a criar um bairro na Zona Sul de Manaus. Contudo, encontraram liberdade para construir seus casebres, receber migrantes de diversos municípios durante a grande enchente de 1953 no Amazonas, praticar sua própria e infindável crença nos orixás no batuque da “Mãe Zulmira” que, anos mais tarde, pela inteligência do compositor Almeron, in memorian, foi transformado em enredo da Samba da Escola do Bairro – MÃE ZULMIRA – ALVORECER DE UMA RAÇA -. O símbolo na bandeira da Escola verde e branco é coroa, embora não exista um reino, a não a ser o que permitia crianças correrem livres nas ruas, ainda de barro, quando voltei a morar no bairro, que já foi conhecido por Tucumã  e Cajual.

Nasci no Beco São Benedito, no Morro da Liberdade, em 1960, mas o bairro nasceu no dia 4 de dezembro (blog do Rogélio Casado), Era uma sexta-feira quando ele veio ao mundo e vim ao mundo 68 depois do surgimento do bairro. Devia ter sido tudo muito mais difícil do que quando o conheci, anos depois, em 1969. Na década de 40, outros migrantes também foram acolhidos pelo bairro, como o negro cearense conhecido por “Chico Balseiro”, que passaram a residir às margens do Igarapé do 40. O novo morador sobrevivia como artesão e uma espécie de “faz tudo”, porque também fazia rezas em crianças doentes e passou um líder no bairro.

Voltei da comunidade do Varre-Vento, no município de Itacoatiara, quando o bairro já tinha 76 anos, mas naquela época, correndo livre por suas ruas ainda sem asfalto, com luz, mas sem água em todas as casas, desconhecia que bairro tinha data de nascimento. Eu só queria estudar no Grupo Escolar Adalberto Vale, na primeira séria, mesmo já sabendo ler e escrever e fazer pequenas contas. Havia aprendido com a tia Terezinha da Costa Amaral, muitas vezes transportado para a “escola improvisada”, no motor regatão do Sr. Pantaleão, “seu Panta”. Vendendo velas com fósforo marca “Olho”, na calçada da descobri que seu “Panta”, residia em frente a indústria Amapoly Indústria e Comércio, na qual minha mãe trabalho. A família decidiu deixar a comunidade do “Varre-Vento” e morar na capital em uma casa de madeira adquirida do locutor da Voz Praiana, pelo meu pai, Paulo Costa, do sr. Kimura. Fui morar no bairro da Betânia, que surgiu de um loteamento improvisado, cheio de areia, cajueiro e buritizeiros, sem água, luz ou asfalto, ligado ao Morro da Liberdade por uma existia uma ladeira, onde cai de barriga descendo em carro de “rolemã” e contei que havia sido resultado de uma briga com meus colegas e  havia perdido. Meus pais não me colocaram de castigo e nem brigaram comigo.

Cheguei com 8 anos ao Morro da Liberdade e ainda era difícil: tinha luz, mas não tinha água em todas as casas, tinha cemitério, muito mato ainda e havia defuntos sepultados no Cemitério Santa Helena, mas não existia asfalto. Na Rua São Benedito, a principal do bairro, era um matagal na época do seu Zé, mas já era toda de paralelepípedo quando voltei para estudar em Manaus. O paralelepípedo da rua acaba em frente a Amapoly e passava para o barro. Os ônibus de madeira Ana Cassia, da linha Santa Luzia, desciam rápido e sentava sempre no final do coletivo só para pular quando passava em frente a mudança de piso. Eu já sabia quando isso ocorreria, mas muitos passageiros, não. No final da linha dos ônibus Ana Cassia existia um comércio, em frente ao Batuque da Mãe Zulmira, cheio de mata virgem em volta. Mãe Zulmira foi a primeira “mãe de santo” do bairro que me recebeu de braços abertos, mas hoje não me conhece  e também não o reconheço porque mudou demais! Eu tinha medo do barulho do batuque e muitas coisas eram contadas de ruim pelos meus colegas do Grupo Escolar, onde eu estudava. Muitas vezes fomos ao Batuque de Madeira para olhar pelas frestas e nos espantávamos com as imensas estátuas que existiam, muito coloridas.

Queria ter dito para ele “muito obrigado”, ao senhor Panta, mas ele falecera e nunca consegui agradecer-lhe por transportar-me pelo Rio Solimões em seu motor regatão, até a casa de minha “professora” e tia. Também podia seguir cruzando por baixo do cacual que existia de meu avô paterno, que separava nossa casa da casa de minha tia. Se fosse por baixo das sombras dos pés de cacau, cruzava um igarapé para chegar até a residência da Escola improvisada, para atender aos poucos moradores da comunidade. Sempre que a tia cobrava a “tarefa para casa” e não tinha feito, respondia que   havia esquecido ao passar pelo igarapé. Se ela acreditava ou não, nunca soube e nunca tive coragem de perguntar. Algumas vezes chegava à Escola, chupando cacau que quebrava batendo em alguma pedra que encontrasse pelo caminho. Era gostoso!

No Portal Amazonia.com, ainda Lúcido 1982, reproduzindo o programa da TV Amazonas, “Fala Comunidade”, o cearense de 81 anos José de Souza, que chegou ao bairro aos 18 anos e montou um comércio com seus irmãos, contou a história do bairro narrou como teria chegado a água aos moradores, que só vinha até o vizinho bairro de Santa Luzia. Decidiu emendar canos, fazer a ligação, mas fora impedido pelo deputado Joel Ferreira da Silva. Se dirigiram ao Palácio Rio Negro, e falado diretamente com o governador Gilberto Mestrinho, que comandava o Estado naquela época. O Palácio Rio Negro, fora adquirido da família Shultz, pelo governador coronel PM Pedro Bacellar. Junto com outros moradores, abriu a Rua São Benedito, a principal do bairro e ajudou a construir a Igreja Coração Imaculado de Maria, em um terreno doado pela moradora Aquilina, quando o morador Justino, em 1954, apareceu pelas ruas do bairro pedindo esmola para construí-la e fazendo novenas todas as terças-feiras, embaixo de um pé de cajueiro usando uma imagem da santa e solicitando rezas em seu nome. Segundo a informação do antigo morador, a construção da Igreja demorou três anos. Seu Zé foi um pioneiro do bairro e se juntou a seis outros homens e abrir passagem para o desenvolvimento, abrindo a principal e mais importante rua do bairro, a São Benedito, onde voltei a residir, quase no final dela e próximo ao Igarapé do 40, para onde seguia a pé e pegava a catraia para pegar água no bairro da Cachoeirinha. 

Tudo era muito difícil no bairro e o transporte das mercadorias se dava por carroças quando podiam ou de canoa, por um igarapé, que mais tarde virou igarapé do 40, onde tomava banho e atravessava de catraia com cor berrante ao bairro da Cachoeirinha. Era uma água transparente e com areia branca e fina em seu leito. Corria alegre pelo Campo do Bariri, empurrando pneus, aros de bicicletas e imaginando que fossem carros compactadores as ladas de leite que enchia de areia, colocava um arame ao meio, da tampa ao fundo. Aos finais de semana, assistia jogos “clássicos” dos times amadores do Libermorro contra o Olaria, comandado pela Dona Rosa, que o dirigiu por anos depois da morte de seu esposo. No ex-campo do Bariri surgiram Delegacia de Polícia, Hospital e Associação de Moradores outros serviços em benefício da comunidade. Segundo o portal Amazônia.com, o governador Álvaro Botelho Maia foi o responsável pelo loteamento do bairro do Tucumã, hoje Morro da Liberdade, surgido de uma parte do bairro Colônia Oliveira Machado.

Ah, Morro, eu morrerei não reconhecendo mais o local em que nasci!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

OS PERIQUITOS ESTÃO LIVRES DOS GRILHÕES DAS TELAS


Livres dos grilhões da ditadura que os aprisionavam e os impediam de comer mangas e dormir tranquilos nas palmeiras imperais que enfeitam à entrada do Condomínio Efigênio Sales, os periquitos asa branca agora cantam, voam e estão nas livres, sem preocupação de terem seus irmãos novamente mortos, por reivindicar seus antigos espaços. O local do Condomínio Efigênio Sales, onde foram erguidas mansões de luxo que abrigam empresários, desembargadores, juízes, procuradores do Ministério Público era no passado uma grande área verde de floresta nativa primária, pertencente a um empresário de automóveis, adquirida, loteado e realizada a infraestrutura de saneamento, com água de poço artesiano e iluminação pública pelo empresário Otávio Haman, que o venceu em lotes depois. 

A floresta onde viviam os periquitos foi substituída por casas, ruas, clube e outras benfeitorias, nada mais lembrando do fora um imenso terreno cheio de árvores com uma casinha de fundo. O mesmo tipo de floresta primária, com pássaros, animais e uma casa de caseiro ao centro, com caminhos em volta, é o hoje Condomínio Mundi, onde resido, que pertencia ao empresário Ancelmo Garcia. No terreno, hoje, onze torres de concreto ocuparam o lugar dos animais. Mas isso são detalhes que não serve de nada para os periquitos porque o poder do dinheiro é mais forte do que o poder da  natureza e os de asa branca perderam seus espaços. Teimosos, ainda e cantam no final da tarde e voando em bandos de uma árvore a outra e eu os vendo pelo vidro da janela de minha cozinha. Um espetáculo que só a natureza livre pode proporcionar a um sonhador com o equilíbrio harmonioso entre o progresso e a natureza. Depois, seguem para comer mangas no meio da Avenida Efigênio Sales e dormir no alto das palmeiras.

Sem as telas, os periquitos agora voam com a certeza de que não serão mais aprisionados pelos grilhos do poder financeiro, como fora, no passado a ditadura que proibia a liberdade, mas disfarçada de democracia, com um bipartidarismo, com ideologias definidas e certezas que não se corrompiam., Agora, terão onde dormir tranquilos, não precisando mais se preocupar com a morte de seus irmãos que tombaram na luta entre a força do capital e a fragilidade da natureza. Contudo, nunca mais terão de volta seus espaços porque o poder do dinheiro sempre falou mais alto do que o canto estridente dos periquitos que incomodavam os ouvidos sensíveis dos moradores. Uma ordem do IPPAM – Instituto de Proteção ao Meio Ambiente foi cumprida e as telas sob as palmeiras imperiais foram todas retiradas,  pelo Corpo de Bombeiros, mais uma vez. Há versões desencontradas sobre o que realmente ocorreu para que ocorresse tanta morte de periquitos de uma só vez: as câmeras do Mundi mostram uma pessoa sacudindo os grossos troncos das mangueiras para derrubar e vender os periquitos que dormiam o sono dos justos. Contudo, a tese mais forte é de que teriam sido envenenados, mas isso quem vai revelar são os exames toxicológicos que serão feitas em duas universidades, uma em Minas e outra em Pernambuco, para onde vísceras e pedaços das telas já seguiram.

“Se for comprovado envenenamento, o Condomínio será multado em até 5 mil reais”, disse um membro do IPAAM, mas não disse se haverá enquadramento por crime ambiental. Se ocorreu colocação de veneno nas telas, existiu um crime. Se os periquitos asa branca morreram em consequência de veneno, o Síndico deve ser responsabilizado pelo crime ambiental, além da multa que o Condomínio receberá para ser pago por todos os moradores.

Os humanos estão invadindo o habitat dos pássaros e agora os voantes querem recuperá-los. Dificilmente e é quase impossível que consigam porque o poder do dinheiro sempre falou mais auto com relação poder econômico e a natureza. As telas sobre as palmeiras haviam sido retiradas uma vez por ordem da justiça, mas voltaram  e permaneceram por quase dois anos no mesmo local, cobrindo-as. Elas  começaram também a se sentir sufocadas e estão com folhas amareladas e poderão morrer igual como morreram os periquitos asa branca: com o próprio veneno da intolerância dos poderosos, a ganância do dinheiro e os ouvidos sensíveis dos moradores! Eu adoro ouvi-los e vê-los revoando de um lado para o outro como se fosse um balé mágico da natureza, que vejo todas as tardes, sem pagar nada por isso! 

Ah, como me lembra a infância pobre na comunidade do Varre-Vento, quando corria com calção de saco de açúcar no corpo, com um estilingue no pescoço no meio do mato, procurando um passarinho para abatê-lo! Mas eu era tão ruim de mira que nunca acertei em nenhum e, quando consegui, era um anum e meu estilingue quebrou e nunca mais voltei a usar outro, embora fosse uma cultura na comunidade. Dizem quem bala um anum terá azar para o resto da vida. 

Será que meu empiema cerebral em 2006 e as onze cirurgias no cérebro depois,  teria sido resultado desse azar? Não acredito em azar; acredito, sim, que possa existir uma convivência pacifica entre o progresso e a natureza! Ah, como eu acredito!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A CORRUPÇÃO NÃO ESCOLHE ROSTOS OU PARTIDOS


Por que só o PT pode ser chamado de Ptralhas e os demais não, se todos os partidos políticos que assumiram a Presidência da República fizeram o mesmo? O PT, se quiser, poderá entrar para a história política do Brasil como o que acabou a corrupção!

De acordo com várias pesquisas históricas e constatações posteriores na prática, a história da Corrupção no Brasil teve início na colonização do país, passou pela época do império, alcançou à república e continuou em todos os governos e envolveu todos os partidos que estiveram no poder até os dias de hoje. Mas segundo depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa o esquema de propina e superfaturamento de obras públicas também se espalhou para todos os contratos feitos hoje no país e não escolhe partidos políticos e nem rostos de quem está no poder.

Publiquei na página pessoal (https://www.facebook.com/carlos.costa.33?fref=ts) a relação com o nome dos políticos que o ex-diretor da Petrobras se negou a revelá-los, para “não ficar em uma situação constrangedora”, mas que vazou de sua agenda, na qual detalhava tudo. Mas o que Paulo Roberto Costa revelou foi o esquema se intensificou desde o governo Sarney, com a conivência de indicações políticas de partidos e funciona agora com um “megaesquema” de corrupção em todos os setores e contratos. É isso que vem se mostrando e comprovando o “repórter sem rosto”, Eduardo Faustino, que percorre o Brasil desmascarando prefeitos de cidades pobres, povo carente, de difícil acesso por terra, por telefone, com internet de qualidade duvidosa e quase sem nenhum tipo de mídia que os denuncie nos esquemas corruptos. 

“Nas rodovias, nas ferrovias, nos portos, nos aeroportos, nas hidroelétricas, isso acontece no Brasil inteiro. É só pesquisar, porque acontece” garantiu o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, durante a acareação com o também diretor Nestor Cerveró. Mas Paulo Roberto Costa foi mais além e garantiu que ele não teria chegado aonde chegou, à diretoria de Abastecimento da Estatal no Governo Sarney, se ele não tivesse recebido apoio político e indicação para ocupar os cargos que ocupou. Citou os Governos Sarney, Collor, FHC e Lula como diretamente envolvidos em todos os esquemas de corrupção com obras.

Na acareação, ele não entregou os políticos que fizeram parte do esquema de corrupção com o dinheiro da Petrobras e riu quando perguntado sobre o assunto, respondendo que foram “dezenas”. Essas dezenas estão publicados por nomes e valores. O ex-diretor da Petrobras disse que isso vem ocorrendo desde a década de 1980, quando Tancredo Neves foi eleito no Colégio Eleitoral, faleceu e assumiu em seu lugar o vice José Sarney. Depois veio o Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e continuou no Governo Dilma Rousseff, mas pode acabar também se a presidente decidir enfrentar mesmo a corrupção “cortando na carne, doa a quem doer”, como prometeu fazer depois de vencer a disputa contra Aécio Neves. Contudo a corrupção vem desde a época que o Brasil ainda era Colônia de Portugal, mas se sofisticou devido ao Estado extremamente burocrático, quando as pessoas públicas passaram a vender dificuldades para cobrar propinas  disfarçadas de facilidades para se obter alguma coisa mais rapidamente. 

O Estado brasileiro precisa ser menos burocrático, cobrar menos impostos e de forma simplificada, em vez de criar dificuldades e burocracias desnecessárias, só para vender facilidades em forma de corrupção. Com a eficiência e mais agilidade nas decisões em todos os aparelhos que formam o Estado, a tendência é a corrupção instalada hoje em gabinetes do mais alto ao mais baixo escalão dos Governos, vá se reduzindo gradativamente, até morrer de inanição. Caso contrário, continuaremos/ sendo testemunhas de escândalos e mais escândalos, principalmente em período eleitoral. Mas será isso acontecerá algum dia? 

Talvez, porque o detalhado esquema de corrupção na diretoria da Petrobras, revelada pelo falecido jornalista Paulo Francis, e esclarecido com mais detalhes durante a acareação entre os dois ex-diretores da Estatal já está na mão de um juiz e do Ministério Público. Porém, para o deputado relator em exercício da CPI, Afonso Florence, do PTB-BA, “os dois têm posições conflitantes. A continuidade das investigações irã(o) (sic) apurar quem dos dois está mentindo”.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

UM REINO SEM COROA, MAS COM AMANHÃ!



À Nirvana Beira-Mar e  Chico Batera, pelo carinho

Resistindo ao progresso e à modernidade da tecnologia, bailavam no céu papagaios de papel que abrilhantavam, no asfalto negro cor da noite, o desfile da Escola de Samba Mirim do Reino Unido da Liberdade, resultado do trabalho de resgate e inclusão social realizado pelo Instituto Reino do Amanhã, comandado pelo presidente Neilo Batista e sua vice Andreia Castelo. O desfile foi sob um lado só da ponte da Rua Maués, construída sob o igarapé do 40, com águas límpidas e areia branca ao fundo, separando os bairros Cachoeirinha ao do Morro da Liberdade. Sem ponte, os bairros eram ligados por catraias coloridas que deslizavam suavemente sob força de remos pelo igarapé, onde nadava quando passei a residir na casa de minha madrinha Natércia Januário Calado, no final da Rua São Benedito, em 1968, ainda sem asfalto, aos oito anos, para estudar no Grupo Escolar Adalberto Valle e tinha que buscar águas com filhos dela do outro lado do igarapé, que era muito largo e fundo e dava para passar um motor por dentro dele. 

E por falar em papagaios de papel, será que o IPAAM divulgará o resultado do laudo da dizimação dos periquitos que bailavam do condomínio Mundi, onde resido, ao condomínio Efigênio Sales, ocupado por empresários, juízes, desembargadores e políticos que têm o poder do dinheiro, só porque perturbavam os ouvidos sensíveis dos ocupantes que invadiram seus antigos lugares? Mesmo se for constatado venenos nas vísceras dos periquitos ou nas telas, tenho dúvidas se o IPAAM divulgará os resultados ou se alguém será punido por esse terrível e abominável crime ambiental! O Ministério Público do Meio Ambiente já havia determinado a retirada das telas que impediam os periquitos de comerem as frutas, mas elas voltaram e ninguém fez mais nada. Será que o poder do dinheiro também teria vencido o poder da Justiça? 

Não sei, mas desconfio que sim!

Mas não é sobre o assassinato dos periquitos que escreverei essa crônica e nem sobre os papagaios de papel que bailavam suaves ao vento em um céu que começava a escurecer, emoldurando com suas levezas graciosas, o desfile com doze alas da Escola de Samba Mirim do Reino Unido da Liberdade. Muitas crianças e alguns adolescentes, acompanhadas dos pais. Com a ajuda de empresários como Mauro Souza e Clênio Franciné, proprietário da Padaria Fortaleza, que diariamente fornece pão para os alunos do projeto, pode ser que o Reino não tenha só uma coroa no símbolo de sua Escola Verde e Branco, mas, com certeza, terá também um amanhã, um futuro, porque ´é um projeto social que está cuidando de crianças carentes no seu entorno,  formando futuros sambistas da Escola de Samba do Grupo I. Quando nasci no Morro em 1960 existia apenas o largo Igarapé do 40 e um depósito de açúcar do “Senhor Aguiar”, com um poço artesiano e uma torneira pelo lado de fora do muro, onde pegávamos água.

Comandada pelo mestre de bateria Dalto e Georgia Varela e porta-bandeira, a primeira Escola de Samba Mirim da Reino Unido da Liberdade, como anunciou na abertura do desfile a diretora de comunicação da Escola de Samba Reino Unido da Liberdade, Neide Maciel, a “Neidinha”, como é conhecida por todos,  aluna de comunicação social da Uninorte, Dalto comandava o desfile das doze alas da Escola Mirim, com  o enredo oficial da Escola de 2015, “Construção”. As alas começaram a desfilar sob a Ponte da Maués, às 17:30 hs. Eu, absorto, olhava para o céu para ver e admirar os papagaios de papel bailando e procurando encontrar a pedra sob a qual minha mãe Josefa Costa me conta até hoje que lavava meus cueiros. Nada encontrei e me senti um bobo procurando! Nada mais vi e reconheci!

Compareci à Escola Reino Unido da Liberdade pela segunda vez porque Nirvana Beira-Mar foi buscar-me seu namorado Francisco Carlos, “Chico Batera”, trouxe-me para casa às 19 horas. Ele ouviu o canto dos periquitos, Condomínio Efigênio Sales e eu lamentei que tivessem sido barbaramente mortos. Caso contrário, não teria tido a oportunidade de ver desfilar nas ruas o fruto de um trabalho que recebe a ajuda de empresários do bairro. A semente foi plantada e está e deve continuar sendo regada para que nasçam árvores e produzam frutos em forma de sambistas.

Todas as Escolas de Sampa do Grupo I do Carnaval do Amazonas compareceram ao evento. Thomé Mestrinho, presidente de honra da Escola do Morro, Anick Sena, porta-bandeira da Escola de Samba Vitória Régia receberam menções especiais pela presença. Como um desconhecido filho do Morro da Liberdade, cruzei a ponte da Rua Maués a pé, mas fui reconhecido e muito bem recepcionado por alunos do curso de comunicação social da Uninorte que decidiram me fazer perguntas na sala de comércio de produtos da Escola, dirigida por Nirvana Beira-Mar, dentre elas, além da diretora de comunicação da Escola, estava Francimeire Nery, a Meire, que está seguindo os passos de seu pai, jornalista e meu colega em A NOTÍCIA, Francisco Nery, que reside e trabalha em Porto Velho, como jornalista investigativo do tráfego de mulheres.

Fancimeire Nery, a Meire, me deixou profundamente feliz por ver que está seguindo a carreira de seu pai. Se será polêmico e combativo como pai fora, só o tempo dirá! Mas espero que sim!