quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ZFM COMPLETA 46 ANOS, MAS SEM SEGUIR UMA DIREÇÃO!




Criada historicamente dez anos antes pelo projeto do deputado federal Francisco Pereira da Silva, a Zona Franca de Manaus, completa hoje seus 44 anos, com avanços e retrocessos,  passando por sucessivas prorrogações em governos diferentes, recebendo sua perenidade, pelas mãos do senador amazonense Bernardo Cabral relator da elaboração da Constituição de 1988, mas só foi efetivamente implantada dez anos mais tarde, em 1967 pelo Governo Militar. Contudo, será que o modelo ZFM atingiu a todos seus objetivos e metas para os quais foi implantado? Sim e não!  O modelo ZFM  não é o mais apropriado para o Amazonas, embora o Estado tenha se desenvolvido muito!

Ao mesmo tempo em que a ZFM produziu riquezas no Amazonas, particularmente em Manaus, socialmente o governo do Estado não redistribuiu e nem fez criar mecanismos capazes de fazer com que as riquezas se transformassem em investimentos na área social em forma de novos hospitais, garantia de segurança, melhoria na área de saúde , nem criou mecanismos que garantisse às empresas fazer diretamente os investimentos em forma social, apoiando programas e projetos visando a desenvolver jovens e adolescentes envolvidos com tráficos, prostituição e crimes. O modelo ZFM serviu também  para encobrir as grandes mazelas sociais que ainda hoje são visíveis na periferia de Manaus.

O Golpe Militar de 64 no Brasil, aliado ao medo do comunismo, se espalhou pela América Latina com o sucesso alcançado por Fidel Castro na Ilha de Cuba apressou à implantação do modelo ZFM, local de “mão de obra barata e abundante”, como garante os livros “Zona Franca de Manaus: os Filhos da Era Eletroeletrônica”, da pesquisadora Edila Armaud Ferreira Moura, publicado pela Universidade Federal do Pará, 1993, integrante da série “Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia, vol. 2 e o livro O CAMINHO NÃO PERCORRIDO – a trajetória dos assistentes sociais masculinos em Manaus, 1995, Imprensa Oficial, Manaus, de Carlos Costa (in carloscostajornalismo.blogspot.com).

A obra da professora paraense resgata questões como crianças da periferia, o crescimento urbano e a ocupação de Manaus, as condições sócio-econômicas da população e traça um perfil do trabalho na Feira da Compensa, e constata que em relação à escolaridade, não existe “escolas para todos”. No livro de Costa, ele relata um pouco sobre o processo social do modelo e faz um arrazoado histórico sobre o desenvolvimento do comunismo na ilha comandada à mão de ferro pelos irmãos Castro, Fidel e Raul.

Independentemente de qualquer interpretação que se faça ou se dê ao modelo da ZFM, é inegável que ao mesmo tempo em que o Amazonas se desenvolveu, a perenidade do modelo foi garantida e também mascarou o seu real destino de desenvolvimento voltado ao que de melhor existe na Amazônia, que é sua biodiversidade que, se bem explorada, poderá lhe render tantos frutos e com menos desgastes aos empresários que se aventurarem a investir em um novo enfoque que não fique dependendo exclusivamente de incentivos fiscais.

Afinal, começa a surgir uma luz no fim do túnel negro da ZFM: foi iniciado e autorizado a instalação de um polo naval no Estado que, como sempre afirmo, tem em seus rios como rodovias, e os barcos como ônibus que transportam pessoas e sonhos que poderão surgir  no futuro, quando perdermos a mania da dependência política.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ACORRENTADO PELO VÍCIO DO CRACK!



Dona Glória, que só tem “glória” mesmo no nome no registro de nascimento, a senhora não teria necessidade de acorrentar seu filho pelas pernas e braços e expô-lo publicamente em rede nacional de TV, se o Governo Federal já tivesse implantado um programa de saúde pública e com acesso a todos os que necessitam tratar seus dependentes químicos. Como está sendo muito difícil o Governo Federal entender que custa financeiramente menos prevenir e tratar o início os dependentes químicos, as cracolândias vão se espalhando pelo Brasil. Só o Ministério da Saúde não percebe que a dependência química já é um problema de saúde pública, envolvendo milhares de famílias em um mesmo problema: a dependência química.

Também a senhora não precisaria passar pela humilhação de ver seu filho, dependente químico de crack desde seus 15 anos, hoje adulto de 25 anos, transportado de carro para uma clínica particular por falta exclusiva de política pública para tratamento desses doentes. É humilhante ver pelas ruas, jovens de ambos os sexos, viciados em crack. E o pior é que tudo isso ocorreu em Brasília, capital da República. Seu próprio filho lhe pediu para a senhora acorrentá-lo na perna para poder permanecer dentro de casa; se viu sem as correntes, fugiu novamente para adquirir crack e a senhora o encontrou “chapado” como falam as pessoas doentes que precisam de tratamento.

Isso é terrível para uma mãe e, mais ainda ,para o Brasil que quer se tornar uma economia forte, mas que não cuida e nem trata como deveria atender seus dependentes químicos, enfrentando seus problemas de saúde internos que afetam e destroem famílias inteiras! Os turistas que virão para a Copa das Confederações e depois para a Copa do Mundo não desejarão saber que o país não enfrenta seus problemas internos de saúde, mas investe muito dinheiro para ter uma copa do mundo! A FIFA, que exige tantas coisas de um país sede, também deveria exigir que o Brasil também cuidasse da saúde de seu povo, com o mesmo nível de exigência que faz para a infra-estrutura no entorno dos Estádios que receberão os jogos.

Eu sou mais pedir para botar essa corrente na minha perna, para eu ficar dentro de casa e aguentar aqui, mesmo que eu fique sentindo mal, com a fissura do negócio, do que sair para a rua e ser arriscado a morrer”. Dona Glória, a declaração de seu filho, poderia ter sido outra bem diferente, mas parece que o Governo Federal não quer ver que ele precisa urgentemente tratar os dependentes químicos e não deixar unicamente essa responsabilidade para Estados e Municípios porque a desintoxicação, o período de crise de abstinência, precisa ser enfrentada com terapias e remédios e isso a presidente Dilma Roussef, nem seu Ministro da Saúde ou outros Ministros que cuidam da área social da população, querem ver.

Dona Glória, o que seu filho pediu e a senhora atendeu, foi por puro ato de desespero porque toda a família adoece junto com o dependente químico, também, e precisa enfrentar juntos o período de recuperação do paciente.

Quando estava dentro do carro, sendo levado a clínica particular que aceitou tratá-lo, seu filho disse em alto e bom tom para todos ouvirem:”vou falar para quem tiver ouvindo essa reportagem: não entre nessa droga aí, não. É raiva, é ódio, é tudo junto, é cinco segundos de céu quando usa, e o resto, tudo de inferno”.

Mesmo assim, dona Glória, seu filho não teve forças suficientes para enfrentar seu vício e voltou para “os cinco segundos de céu (...) e o resto, tudo de inferno”.  Ou seja, o inferno do crack, local para onde todos irão se o Governo Federal não tomar a decisão rápida, firme e corajosa de tratá-los enquanto é tempo, admitindo que o problema existe e criar um programa de saúde pública de tratamento.

Também sei o quanto é difícil esse tratamento, dona Glória! Paz para a senhora e força nesse momento porque o tratamento pode levar meses e pode não levar à total de recuperação. Mesmo assim, foi um dia de glória para a dona Glória, ver seu filho sendo levado para uma clínica particular de reabilitação!

 “A gente cria um filho para viver uma vida de sucesso, aí de repente você... é como se puxasse seu tapete. Ele vai sair disso”, desabafa Maria da Glória das Graças, mulher guerreira e determinada como tantas outras glórias anônimas que vivem no Brasil, contaminado pelas pedras de crack, mas sem coragem para se expor, sofrendo caladas.  

É, dona Glória, seu filho sairá desse vício, se Deus quiser e seria melhor ainda se o Governo Federal criasse e implantasse um programa nacional de tratamento para dependentes químicos que não expusesse às famílias de “glórias” anônimas dessa maneira!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O LIXO, A MISÉRIA E O NOVO PROGRAMA SOCIAL FEDERAL!




Se a presidente Dilma Rousseff desejasse mesmo conhecer os socialmente pobres, bastaria reunir todos os prefeitos e orientá-los  para determinarem às Secretarias de Ação Social de seus municípios, buscar nos lixões de todas as cidades do Brasil pessoas que ainda vivem da nobre missão de catar lixo,  reciclá-los e vender para matar a fome de suas famílias ou de retirar do lixo restos de comidas quase podres para a alimentação diária. Mas temos que separar as coisas: nem todas as pessoas que mendigam e coletam restos de alimentos no lixo para matar sua fome são lixos também, como quer fazer crer o Governo Federal.

E nem todas as pessoas que vivem do lixo ou no lixo ganham abaixo de 70 reais; muitos ganham até mais e não pagam qualquer tipo de imposto. Isso precisará ser identificado também no levantamento que deve ser iniciado pelas Secretarias de Ação Social!

Esse Brasil invisível, a presidente Dilma não quer admitir que ele ainda exista como uma herança maldita da ainda péssima distribuição de renda para as mulheres, a falta de cumprimento de grande parte dos programas sociais aprovados como um “direito de todos” pela Constituição de 1988.

De lá para cá, 25 anos já decorreram e muita coisa mudou, mas duvido que o Governo Federal consiga erradicar totalmente à miséria extrema até a Copa de 2014, para os turistas verem como o país mudou para “melhor” no Governo do PT, porque se a presidente Dilma Rousseff vai se relançar a mais um mandato como o anunciado, lhe faltaria discurso para o palanque!

Algumas coisas ainda continuarão existindo para justificar novos programas políticos futuros e a pobreza será mais um tema de campanha para a próxima eleição. Não nego que muita coisa melhorou no Brasil, mas outras tantas como a inflação, a falta de moradia, o tratamento dos dependentes químicos em clínicas públicas em todo o país – exceção para os Estados do Rio e São Paulo – continuam estagnada. Mas isso ficará para uma nova crônica.

É melhor a presidente Dilma Rousseff convocar todos os prefeitos do Brasil e orientá-los que eles foquem suas metas para encontrar esse novo público alvo. Não será difícil encontrá-los nas caixas de lixo das Feiras Públicas, nos lixões à céu aberto, exercendo a nobre missão de catar e reciclar o lixo pela falta de um programa de caráter nacional que caminhe nesse rumo. Existem alguns programas pontuais, mas só isso não resolverá muita coisa.

É preciso, também, que o Governo Federal assuma sua responsabilidade e comece a agir, implantando um programa público para tratar os dependentes químicos de uma forma geral, pagando ou contratando espaços e leitos nos serviços de saúde estaduais e municipais para tratamento e recepção de pessoas dependentes químicos, o que inibiria pequenos furtos ou grandes assassinatos cometidos por pessoas doentes e necessitando consumir mais drogas que roubam e matam por nada.

Não dá mais para permanecer somente nas Igrejas Católica e Evangélica esse serviço de recuperação de dependentes químicos sem que haja todo um programa que lhes resguarde do Governo Federal. Também não é mais possível se tratar somente o dependente químico porque todos da família adoecem junto com o dependente químico e precisam mudar para novos locais, ter emprego, trabalho e renda para tratá-los depois da recuperação química.!

DO VARRE-VENTO A AJARATUBA: UMA VIAGEM INESQUECÍVEL!




Como se fosse um espelho curvo, as cores do barco eram refletidas  na água de forma retorcida e, balançando pelas ondas,  me deliciavam de forma estranha. Era muito bonito olhar para aquela imagem estranha refletida na retina de meus olhos. O motor principal, amarrado a um “batelão” (casco grande e sem motor), transportava galinhas, patos e umas poucas vacas de leite da família “para se tirar o próprio leite”. O motor deslocava da comunidade de Varre-Vento à comunidade de Ajaratuba, dentro do município de Itacoatiara, com a mudança. Seguia lenta, mas firme a embarcação e eu apreciava tudo com olhar fixo de um menino que queria “ser alguém na vida”!

O leve banzeiro das ondas, os botos pulando à frente do casco de madeira do motor, os pássaros voando ao longe, o sol azul e a máquina que o impulsionava o motor batendo de forma seca e constante, me davam a impressão de que aqueles mamíferos, os botos, estavam fazendo uma grande festa. Talvez estivessem mesmo festejando nossa chegada ou nossa partida triste: era a mudança de um lugar para o outro, dentro do mesmo Estado, três dias de distância.

Enquanto eu admirava o leve banzeiro das ondas que produzia o motor, também apreciava o bailar dos botos e me admirava com a grande quantidade de fumaça negra expelida pela lateral, saindo de uma chaminé.  Admirava o embeiçamento provocado, cortando as águas, de forma lenta, contínua, firme e determinada a chegar ao seu destino: uma fazenda de gados  de um amigo empresário da capital conhecido de meu pai, cheia de casas e com luz elétrica de grupo gerador, mas que desligava sempre no mesmo horário. Parecia até que a hora era programada!

O cachorro que se chamava “Téu”, depois de três dias seguidos do barco, começou a se impacientar e pulou na água. Meu pai mergulhou e foi buscá-lo. Ainda nada muito bem o meu “velho” de hoje! Os outros animais também já começavam a se irritar com a demora.

Na saída do Varre-Vento, membros da família de meu pai se despediram de quem partia usando os chapéus e panos brancos nas mãos, balançando-os no ar.

Parecia até um balé triste de chapéu e lenços brancos!

Mas era lindo se comparado ao choro dos maiores, porque todos os menores só queriam saber de conversar,  saber o que encontrariam em “Ajaratuba”e fazer planos para quando chegassem. O que haveria lá?  Por que nossa família decidira mudar de uma comunidade à outra sem mais nem menos, aceitando uma mudança tão demorada? Era a pergunta que todos se faziam, enquanto minha mãe e meu pai Paulo se preocupavam com a falta de comida no motor para servir à meninada.

Em Ajaratuba, fomos recebidos com desconfiança e isso foi recíproco porque também desconfiávamos de todos. Mas pelo menos teria energia elétrica de um grupo gerador da fazenda. No terreno, muitas casas estavam prontas e nossa família ocuparia uma delas.

E assim, seguimos viagem dentro do mesmo Estado do Amazonas, marcado por longas distâncias e aonde as estradas são os rios e os motores regionais são os ônibus e “batelões” “barcaças” ou balsas só servem o transporte de carga. Esses são os únicos meios de deslocamentos possíveis, nesse Estado-país. Ah, as canoas que também navegam pelos rios que parecem oceanos é uma herança dos índios que viveram no Amazonas e todos os legítimos donos dessas terras que os colonizadores “invadiram” para colonizar:  não se descobre o que já é habitado.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O MEU ADEUS A ORLANDO FARIAS!



O que dizer sobre a morte do companheiro jornalista Orlando Farias, de 56 anos, anunciada no “Blog da Floresta”? Muito! Principalmente pelo que ele fez em vida para o jornalismo amazonense.  Penso em lhe dedicar à melhor crônica, pois ele foi um grande amigo e companheiro que eu aprendi a admirar, respeitar e também tentar seguir seus passos, como o fiz lendo e seguindo o estilo das crônicas do “Caderno Vida”, de “A Crítica”, magistralmente escritas pelo companheiro e amigo Plínio Valério, hoje vereador!

Depois da alta de minha terceira cirurgia no cérebro, dias em coma e vivendo como um autômato no leito do Hospital Santa Júlia, sem falar direito ou reconhecer ninguém, o companheiro Orlando Farias me encontrou casualmente, acompanhado de minha esposa Yara Queiroz, em uma loja de papelaria na Rua do Comércio, no Parque 10 de Novembro, em Manaus.

Ele olhou para mim e perguntou:

- Não estás me reconhecendo? Sou o Orlando Farias! Criei um blog e queria que você publicasse crônicas em meu blog! Deu-me o endereço eletrônico, mas não acertei no primeiro momento. Eu ainda estava meio esquecido, mas poderia voltar a escrever porque é como andar de bicicleta: depois que se aprende nunca mais se esquece!

Não o reconheci. Ele estava mais velho como eu também, já possuía uma circunferência abdominal em excesso, mas me pareceu bem, alegre e disposto com o sucesso de seu blog lido pelo mundo afora, sobre o qual me falou rapidamente e me deu seu e-mail para enviar crônicas que ele gostava de lê-las, e eu nem sabia disso!

Foi como tudo começou.

Eu, um ilustre cronista conhecido só em Manaus, sendo convidado para escrever crônicas para um dos Blogs regionais mais lidos no mundo todo! Depois de publicada minha primeira crônica, o mundo se abriu para meus trabalhos literários e recebi convites para republicar crônicas em vários outros blogs, em livros e no Jornal do Comércio, do qual também houvera sido editor geral quando o jornalista Orlando Farias já não era mais repórter daquele matutino, enfim. Ganhei o mundo!

Hoje, graças ao convite de Orlando Farias ganhei de presente meu próprio blog (carloscostajornalismo.blogspot.com) do companheiro, também jornalista Marcelo Lucena,  hoje lido em 28 países. Mas tudo começou com as publicações no Blog da Floresta, que também me resgatou no gosto de escrever e provou que eu ainda era capaz de produzir e relativamente bem!

Foi, também, de Orlando Farias, a primeira publicação em um pequeno espaço de um jornal de SP, do também fora correspondente, comentando sobre um de meus livros de crônicas, acho que sobre a obra CRÔNICAS COMPROMETIDAS COM A TUA VIDA (in carloscostajornalismo.blogspot.com), lançado com grande sucesso de público e crítica em 1978.

Companheiro Orlando Farias, você se lembra de quando fui submetido a décima e, em seguida, a décima primeira cirurgia no cérebro. Do hospital,  telefonei ao amigo pedindo orações porque estava com medo de morrer:  “vou pedir a um amigo meu índio que reze e peça aos Deuses da Floresta por você”. Em seguida, enviei para você, temendo minha morte, enviei para você meu o livro (DE JORNALEIRO A JORNALISTA – UMA HISTÓRIA DE VIDA in carloscostajornalismo.blogspot.com), e lhe pedi que se caso eu morresse,  só você, Orlando Farias, seria o guardião de minhas memórias e o deleguei por pura amizade ser “meu porta-voz oficial”, caso eu morresse durante as cirurgias! Mas você, Orlando, partiu primeiro que eu e agora fica no peito uma imensa dor de saudade! Farei o mesmo pedido por você, agora, amigo: “que os Deuses da Floresta lhe conduzam por um caminho de luz e amor e seja recebido pelos braços de nosso Deus único e verdadeiro”!

Eu o admirava demais e agora só me resta o silêncio da partida e a certeza de que nos encontraremos algum dia! “Que os Deuses da Floresta lhe conduzam a uma paz definitiva”, amigo e companheiro que tanto admirei e que tanto contribuiu para o jornalismo em nosso Estado!

O RETRATISTA 'LAMBE-LAMBE"!




(Homenagem ao amigo fotógrafo Antônio Neto, que usava máquina Yaschica de 120 mm, no bairro de Educandos, em Manaus, e hoje é empresário do ramo fotográfico)

- Como você vai querer a foto? 3 X 4; 5 X 7, de corpo inteiro?

Era o retratista “lambe-lambe”, também conhecido por fotógrafo à lá minute ou de sapataria, categoria profissional em extinção, segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, me perguntando sobre como desejava a foto. Depois, se encaminhava rumo ao “quadripé” que apoiava a máquina fotográfica Yaschica 6 X 6 ou de 120 mm, entrava embaixo  de um pano escuro, focava no cliente  (a foto aparecia de cabeça para baixo) e depois retornava para arrumá-lo mais um pouco, caso entendesse que a posição não era a melhor. Dizia depois: “fique assim, nessa posição. Não se mexa, vou “bater seu retrato””, como os fotógrafos chamavam as fotografias no passado.

Segundo a enciclopédia livre Wilkipédia, existem diferentes explicações para a origem do nome “lambe-lambe”, mas a mais aceita é porque “lambia-se a placa de vidro para saber qual era o lado da emulsão ou se lambia a chapa para fixá-la”.  

Mas isso não importa para a crônica. Dentro de circos, principalmente, existiam os monóculos para “registrar” o momento quando o fotografo, sem se fazer perceber, “tirava a foto” e depois a trazia dentro dos monóculos, espiando-o para encontrar quem havia sido fotógrafo, receber seu dinheiro e entregar foto. Diante do resultado, quase ninguém recusava se adquiri-los depois dentro de um circo, mesmo que fosse só para mostrar aos colegas e amigos!

A foto que queria fazer era de corpo inteiro, ao lado de uma colega de aula, escorado em um chafariz em cima de uma grama, que por muitos anos existiu na Praça da Matriz, ladeado por palmeiras imperiais e um imenso aquário e viveiro de pássaros e animais silvestres que, por muitos anos, funcionou embaixo da escadaria que leva a igreja principal de Manaus, a Catedral, onde, segundo diz a história, teria iniciado a cidade, mas há controvérsias. Também era o máximo ser fotografado sentado na grama, em cima de um lençol branco que o próprio fotógrafo “lambe-lambe” se encarregava de encontrar.  Não era meu caso!

Estava de cabelos longos, ainda sem barba, com uma bolsa de coro e uma calça “boca de sino”. Estava me considerando o “rei da cocada preta” e queria eternizar o momento e o traje de uma época gostosa. Era moda até o final da década de 70, esse tipo de vestimenta, seguindo a moda lançada pelo conjunto musical “Os Incríveis”, menos a barba e a bolsa que usei durante toda minha vida de jornalista. Eu queria eternizar para história o momento ao lado de uma colega! Fiquei escorado no chafariz, ao lado de minha amiga e não nos movemos nem um milímetro sequer da posição pedida.

Depois que o retratista “lambe-lambe” voltou para debaixo de seu pano e disse “já”: uma lâmpada forte seguida de uma fumaça branca se fez presente no local.  “Daqui a uma semana, passe para buscar sua foto”. Felizmente ela não queimou como era muito freqüente nessa época, para a decepção do fotografado e azar do fotógrafo que teria que fazer tudo de novo.

E não é que estava igualzinho!

De vez em quando, ainda revejo essa foto em preto e branco em meu “álbum de retratos antigos”, muitos já amarelados pelo tempo e desbotados pelas vicissitudes, amarguras e desafios da vida! Depois, com novas máquinas, lançamentos digitais, todos viraram fotógrafos e cinegrafistas, mas sem o profissionalismo, a perfeição e o glamour das fotos em preto e branco!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ATÉ QUE ENFIM, UM POLO NAVAL NO AMAZONAS!


Depois da aprovação do requerimento 852/07, que propunha estudos para definir o local para a implantação de um Polo  Naval no Amazonas, assinado pelos deputados Sinésio Campos, Adjuto Afonso e Josué Neto, finalmente o Amazonas  decidiu seguir uma de suas vocações regionais e implantar na comunidade de Puraquequara, área para desenvolvimento da produção naval,concentrando todos os serviços para alívio de empresas, mas  exigirá a implantação de cursos para formação de profissionais para esse novo nicho de economia, pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Depois de aprovado o requerimento no dia 23 de agosto de 2007, o presidente Belarmino Lins constituiu uma a Comissão Especial para discutir e decidir em 60 dias para definir a questão, constituída pelos deputados Sinésio Campos, Francisco Souza, Ricardo Nicolau, Walzenir Falcão e Luiz Castro. Até que enfim, o Estado investirá rumo à verdadeira vocação econômica, sem depender do Governo Federal para mendigar incentivos fiscais.


Concluídos os levantamentos e decidido, o Governo do Amazonas  enviou à ALE para votação,  aprovação ou rejeição, a proposta de criação,  implantação e desenvolvimento de um Pólo Naval na área da comunidade do Puraquequara, na periferia da Manaus mas, felizmente, ligada por estrada e não por rios.  Louvo a iniciativa dos deputados da ALE pela coerente e sábia decisão de se voltarem para um das verdadeiras vocações econômicas do Estado, onde os rios são estradas e rodovias e os motores são os ônibus que transportam as pessoas.

Hoje, a maioria das oficinas de reparo e construção de “motores regionais” em madeira, funciona quase de forma improvisada artesanal às margens dos Rios Negro e Solimões. Mesmo assim, o “pólo naval” que não existe, ainda, arrecadou US$ 2,49 milhões em agosto, segundo dados da Suframa, contra os mais de US$ 70 bilhões já alcançados antes. (Fonte: Jornal do Comércio – Juliana Geraldo)

Mesmo assim, pessoas que moram à margem do rio, ambientalistas e alguns empresários insatisfeitos com a mudança para outro local, estão gerando dificuldades e criando obstáculos para negociar a implantação do Polo Naval na orla da comunidade de Puraquequara, na periferia de Manaus, apesar do Sindicado da Indústria Naval, Náutica, Offshore e Reparos, estimar que o projeto injete R$ 48 bilhões de dólares na economia do Estado.  Por outro lado o Ministério Público Federal, ribeirinhos e ecologistas alertam para o prejuízo ambiental a 19 comunidades que vivem, dependem e pescam as margens dos rios.

Aplaudo a coragem, determinação de todos os deputados e, em especial à vocação regional dos deputados estaduais, Luiz Castro  e Sinésio Campos(PT/Am e PPS/Am), em lutar pelo desenvolvimento econômico do Amazonas,  promovendo audiência pública em parceria com o Ministério Público Federal para prestar maiores esclarecimentos sobre o projeto de criação do Pólo Naval e possibilitar às comunidades tradicionais a manifestação livre sobre o assunto e sem o envolvimento de paixões exacerbadas. Mas, infelizmente, segundo o deputado Luiz Castro, nenhuma “liderança comunitária” apareceu para discutir o assunto. Existe em tramitação um inquérito civil correndo no Ministério Público Federal para investigar os impactos ambientais e apurar, ainda, os impactos sociais e culturais da implantação de tão ousado projeto econômico para o Amazonas. Felizmente, porque os “ecochatos” poderiam contaminar aos participantes.

O deputado estadual pelo Amazonas, Luiz Castro é de origem paulistana, mas que desenvolveu sua carreira política no Estado do Amazonas, iniciando como prefeito em um pequeno município e depois se elegendo deputado Estadual, em virtude de seu excelente trabalho político, postura séria, ética permanente e coragem para enfrentar desafios, merece todos meus aplausos pela sua postura de discutir um tema tão delicado em audiência pública, por saber, conhece e ter vivido como prefeito do interior, as agruras para o transporte de pessoas até Manaus.

Por isso, ele sabe muito bem qual o alcance e importância de sua proposta porque entre os municípios, a ligação de um com outro é todo feito por motores regionais, pequenas canoas que descem e balançam ao sabor das ondas, sem projeto prévio, herança da colonização indígena, todos produzidos em madeira, de forma quase artesanal, sem projeto de engenharia, desenhos, só pela intuição, sendo a sobrevivência de muitos ribeirinhos nas margens dos Rios que, em algumas partes, podem ser confundidos por turistas como oceanos, tais suas larguras de margem a margem.

Contudo, o procurador da República no Amazonas, Julio Antônio, teria afirmado que a questão fundiária na comunidade do Puraquequara seria um problema em razão de o local ser alvo de investigação do MPF desde 2004 por causa das tentativas do Exército Brasileiro de retirar famílias do local. Ele lembra, contudo, que “não é possível deixar de analisar a tradicionalidade das comunidades (...) em seus aspectos sociais e culturais.” (Portal Amazônia. Com).

Longe de todas as brigas e firulas, o Pólo Naval do Amazonas pretende implantar sete estaleiros centrais de médio porte, sendo três nacionais e quatro estrangeiros, em uma área de 32 mil hectares lineares até 2015. Na primeira etapa do Distrito Industrial 3 da Suframa, seriam transferidos 60 pequenos estaleiros navais que hoje funcionam às margens dos Rios Negro e Solimões, causando muito mais poluição, principalmente nas proximidades da tomada de água da Amazonas Ambiental, no bairro da Compensa, porque não possuem qualquer tipo de fiscalização ou estrutura. Hoje, Manaus bebe água contaminada graças à grande quantidade de produtos para tratamento de tudo o que é captado antes de seu fornecimento à população, pela empresa responsável!

Matheus Araújo, presidente do Sindicato da Indústria Naval, garante que o “setor naval no Amazonas está passando por uma nova ordem de reestruturação, além do processo de adequação de seu parque fabril” (Portal Amazônia.com).

Para a viabilização desse projeto tão ambicioso, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas, perfeitamente conduzida por Pedro Raimundo Geraldo Falabela (Pedro Falabela), anuncia que investirá R$ 15 bilhões, mas que também surgirão linhas de financiamento também do Banco do Brasil, CEF e Banco da Amazônia. Estou torcendo para que o Pólo Naval do Amazonas dê  certo e aplaudo o Governo do Estado e os deputado Luiz Castro e Sinésio Campos, mais uma vez, por terem transformado um sonho em realidade! 



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

TRANSFERÊNCIA DE PRESOS NÃO DIMINUI ATAQUES EM SC!




A simples transferências de “líderes” presos para penitenciárias federais de segurança máxima não resolverá definitivamente a onda de terror e vandalismo implantado por marginais no Estado de Santa Catarina. A prova disso, foram os novos atentados registrados depois que presos foram transferidos para outros Estados, para prisões federais administradas pelo Ministério da Justiça, pois também não possuíam eficientes bloqueadores de telefonia celular que não prejudique também a outros usuários.

O que talvez resolvesse todos os problemas fosse o desenvolvimento de tecnologia capaz de impedir definitivamente a comunicação de detentos com comparsas que estão soltos, mas sem que impedisse também a comunicação de celular de outras pessoas que residem no entorno das prisões. Seria preciso, também, uma mudança total na forma de comunicação entre presos e seus advogados – muitos deles, com exceções, servem também de elo de comunicação entre os presos e os bandidos fora da cadeia -  além uma melhor estrutura para controle de entrada de aparelhos celulares nas prisões, armas e drogas, além de outras coisas proibidas e livremente traficadas,  que todos sabemos que têm livre acesso.

Com as prisões se transformando em “escritórios” de bandidos com acesso a celulares, drogas, tráficos e regalias devido ao envolvimento de carcerários e advogados também com o crime, é mais seguro hoje a pessoa ficar presa e comandar o crime de dentro das penitenciárias do que se arriscar a ficar pelo lado de fora e ser preso por isso. Quem sofre é a população.

Depois que foi implantada a onda de terror em Santa Catarina, estendendo-se por vários municípios, com muitos menores protegidos pelo ECA envolvidos, um novo hábito teve que ser adquirido quase que na marra: os ônibus mudaram seus horários e agora só andam escoltados pela polícia; escolas noturnas suspenderam as aulas e a população deixou de sair à noite com medo de ser assassinada. Enquanto isso, a única solução mais fácil foi transferir bandidos para prisões federais, mas o verdadeiro problema não está nisso. Pode até amenizar o terror em Santa Catarina, mas será por pouco tempo, infelizmente.

Desejo estar errado, mas acredito que não estarei porque no início pode até haver uma redução, como realmente houve, mas o terror vai voltar porque a única coisa para resolver definitivamente a comunicação dos “escritórios do crime” que funcionam em muitas prisões seria a implantação de um bloqueador de celular que não prejudicasse as pessoas que residem no entorno das prisões, mas que impedissem completamente a comunicação de bandidos com o mundo exterior.

Defendo a qualificação de todos os presos como determina o Código de Execuções Penais, mas acredito estar querendo demais do Brasil que cobra tantos impostos, mas não consegue investir  em tecnológicas de segurança que só prejudique os bandidos presos e não todas as pessoas que residem próximos das prisões. Os bloqueadores de celulares nos presídios é um assunto que vem sendo discutido há vários anos e ainda não se encontrou uma fórmula ideal para ser implantada. Ou é por que também existe lobby de presos?

A INFLAÇÃO RECOMEÇOU, 19 ANOS DEPOIS!




Todos os jovens com menos de 19 anos hoje, não nasceram para viver e conviver com a época inflacionária. Mas ela existiu no Brasil e foi terrível e começa de novo a amedrontar a todos porque, como um cavalo que corre rápido pelo campo verde  de um filme,  a inflação está voltando, lenta mais decididamente e se faz mais presente na hora de se pagar os alimentos do mês no caixa do supermercado, onde falta dinheiro e sobram dias ainda para se completar os trinta dias. Já vivi e vi como era a inflação no passado, e a geração de hoje, com menos de 20 anos, nem sabe e nunca ouviu essa palavra inflação. Mas que essa palavra apavora aos mais velhos, ah, isso apavora sim!


No livro “A História da Inflação e dos Juros no Brasil – A Evolução da Inflação e a Mudança de Moeda no Brasil” (http://www.webartigos.com/articles/64195/1/A) Mário Ferreira Neto garante que durante muitos anos a inflação no Brasil constituiu-se “num fenômeno que desafiou a economia nacional e cujo combate, por fim, acabou por unir a população”, durante o Plano Real. Neto assegura que o processo inflacionário teve início durante o Governo Vargas, com a transformação do modelo agrário voltado a produção de produtos primários para o modelo industrial. De acordo com o livro, a inflação prosseguiu como um fantasma e só foi definitivamente debelada com o Plano Real, implantado há 19 anos, depois de várias outras tentativas de Planos e Medidas impopulares. O autor garante que o Brasil “começou a experimentar o poder de um ciclo inflacionário” porque o país importava todo e qualquer produto manufaturado e pagava as importações com produtos primários. Acrescenta, ainda, o autor do livro que, para incentivar a entrada de divisas, o Governo teve que desvalorizar sua própria moeda e começar a imprimir mais dinheiro para custear os gastos dos novos investimentos.

Assegura, ainda, Neto, que em 1942 o Brasil abandonou a moeda Real, usada desde os tempos do Brasil Colônia e decide adotar o Cruzeiro. Mesmo com a troca da moeda, Neto garante que a inflação voltou a ressurgir durante a administração do presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, pelo prosseguimento da política de industrialização no Brasil e de forma mais acelerada, criando o slogan “50 anos em apenas 5”. Em 1964, no início do Regime Militar, o cenário era de paralisação econômica e aceleração inflacionária. “As obras grandiosas planejadas pelos militares geraram uma conta a ser paga no futuro” garante Neto.  O Governo dos Generais  decide implantar o Plano de Ação Econômica do Governo com objetivo de diminuir a inflação que estava por volta de 7,65% ao mês e o índice cai para 1,85% em 1968, mas volta a recrudescer mais tarde.  O  autor do livro A História da Inflação e dos Juros no Brasil – A Evolução da Inflação e a Mudança de Moeda no Brasil garante que várias medidas mirabolantes foram tentadas por vários anos, mas a inflação, que começa ressurgir, só foi debelada durante o Plano Real, há 19 anos passados, durante o Governo Itamar Franco.

Mesmo assim, de 1969 a 1973, segundo o mesmo autor, o  Brasil vive um “milagre econômico”, mas como resultado de investimentos internos, empréstimos no exterior “além da súbita valorização dos produtos exportados”. Ainda assim, a inflação estava em torno de 18% e a moeda seria rebatizada de Cruzeiro Novo, em 1968, voltando a ser chamada de Cruzeiro, em 1972.

No final da década de 70, a inflação persiste e alcança 94,8% e a economia do Brasil estava em completa estagnação. “O Brasil estava literalmente quebrado no final do Regime Militar, com 211,02% de inflação ao ano”, garante Neto. No primeiro Governo da Nova República, sob o comando de José Sarney, tem início os “planos econômicos” e pacotes destinados a combater a hiperinflação. Preços e salários são congelados, implanta-se o “gatilho salarial”, mas a inflação alcança o índice de 414,8% em 1987. Outros planos foram criados como o Bresser, em 1987 e  1989 a inflação atinge 1.793%, segundo o autor.

No ano de 1990, Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito depois do golpe militar e decreta o confisco da poupança e valores superiores a R$ 50 reais em conta corrente. Dezoito meses depois, com Plano Verão, Collor e seguidos insucessos, finalmente, no Governo Itamar Franco, tendo como Ministro da Fazenda Henrique Fernando de Melo, surge o Plano Real implantado em 1994. O sucesso desse plano deu à FHC a condição de se eleger presidente do Brasil, há 19 anos passados.


Portanto, nenhuma pessoa que tenha hoje menos de 19 anos, vai se lembrar das maquininhas de remarcação de preços dentro dos supermercados porque elas foram totalmente “aposentadas” durante o Governo FHC. Os jovens nem sabem sobre o que estou escrevendo e a preocupação que todos devemos ter com o recrudescimento inflacionário. O frango que custava 1 real  o quilo no início do plano real e foi usado por muito tempo como prova de  um sucesso no combate a inflação, hoje, custa quase R$ 5,00 reais o quilo nos supermercados do Brasil e nem isso o pobre pode  mais adquirir!

Está certo que agora alguns produtos sobem e outros caem de preços (antes, durante a inflação, só subiam e nunca desciam), pela própria sazonalidade e do efeito da oferta e da procura. Pelo menos esse processo continua existindo. Mas até quando será assim? Não sei dizer e nem sou pitonisa para adivinhar ou fazer qualquer previsão sobre isso. Muito menos sou economista; apenas, jornalista, assistente social e um membro da sociedade!

Estou observando com certo ceticismo algumas atitudes governamentais, como exemplo, o do Estado do Amazonas que aumentou de um para dezessete por cento o imposto sobre vários produtos da cesta básica “porque os empresários não estavam repassando esse percentual de redução aos clientes”. Os produtos atingidos por essa decisão dispararam e, ainda, a não redução no índice de ICMS incidentes nas contas de luz em geral, que permaneceu o mesmo, muito embora o Governo Federal tenha retirado vários impostos incidentes sobre o valor da energia para poder baixar sua tarifa. Mas isso não foi acompanhado pelos governos dos Estados, como uma contra partida no esforço de combate à inflação.

É um descalabro! A população, por seus movimentos sociais, tem que tomar alguma atitude sobre esses aumentos de preços. Quem paga a conta é a classe pobre, que já não come quase nada, e agora vai comer menos ainda!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A "MÃO DE PILÃO"!




Na comunidade amazonense de Varre-Vento (não sei o porquê desse nome, quase não ventava em “Varre-Vento”) todos a pessoas a chamavam de “mão de pilão”. Mas o que viria a ser uma “mão de pilão”?

Na realidade não existia uma mão de verdade, mas sim uma pesada madeira com uma parte grossa, mas fina em seu meio, ligando dois lados, cuja parte mais pesada era utilizada para bater dentro de um tronco de árvore cavada, às vezes meio queimado pelo fogo “para facilitar o corte”, como dizia meu pai...

Mas, para que serviria essa tal “mão de pilão” e qual a seria a sua utilidade?

Essas perguntas sem resposta me fundiam a cabeça e eu a olhava desconfiado, sempre de lado, para àquela “coisa” parada em um canto, sempre dentro de uma grande tora de madeira oca. Mas para que serviria?

Só tive a resposta – mas não a certeza - quando minha mãe Josefa chegou do roçado, suada, ofegante, com marcas de carvão no rosto - ela limpava o suor que lhe escorria ao rosto com a manga grossa de sua camisa quando se dirigia ao roçado de milho, sempre com um chapéu em sua cabeça “para me proteger do sol”.

Ganhava vida a tal “mão de pilão” nos braços frágeis de minha mãe, mulher que encarava desafios variados sempre ao lado de meu pai Paulo. Deviam perguntar: “como uma mulher tão frágil, consegue bater tão forte no pilão?”

Pacientemente minha mãe colocava milho dentro do buraco do “tronco cavado” na madeira de tronco de árvore e começava a bater com seus braços pequenos e mão magra devido à “lida” do roçado na comunidade Varre-Vento, local aonde residi até meus oito anos de idade, no interior do Amazonas.

Anos mais tarde, residindo em Manaus, vendo minha mãe moendo milho  em um moinho de ferro, colocando milho pela sua boca para transformá-lo em xerém para pintos, depois de minha pergunta, ela me explicou a que se destinava a tal “mão de pilão”.

- Ah, então, era para moer milho?

Fiquei sem resposta, mas entendi que o silêncio de minha mãe significava: “servia para “bater” o milho e produzir o xerém, seu burro!”.

Mesmo assim, fiquei sem entender direito essa resposta dada com o seu silêncio porque “mão de pilão”, para mim, não fazia o menor sentido na inocência dos meus oito anos porque não existia uma mão de verdade que quebrasse o milho, e sim uma espécie de porrete para bater! Por que era chamada de “mão de pilão”?

Nunca saberei e nem quero mais descobrir a razão a origem ou a etimologia da palavra  “mão de pilão”!

A FOTO


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A FOTO

O “retratista” estava para chegar. Era raro um “retratista” ir ao Varre-Vento na década de 70.

- Vistam as melhores roupas, para receber o “retratista”. Como as fotos eram somente em preto e branco, minha mãe dizia que com roupas brancas sairíamos melhor.

- Coloquem um banco comprido ao lado da casa que eu vou decorá-lo para o “retratista”. Na verdade, o que minha mãe tentava esconder é que o banco era velho e feio.  Por trás do banco, para encobrir a parede de madeira, foi afixado também um pano branco. Pronto. Estava tudo preparado!

O motor parou. O “retratista” desceu e foi logo cuidando do que ele tinha ido fazer. Retirou de uma bolsa uma imensa máquina, um tripé na qual fixou a máquina tipo sanfona e deixou tudo no ponto.

- Sentem todos aqui, da forma que vocês nasceram.

Virou uma “escadinha” porque éramos em número de dez, na época. Todos sentados ao lado da casa de madeira, que mais tarde foi arrancada totalmente por um redemoinho, em um lugar que ainda hoje me traz boas recordações – o Varre-Vento.

Sempre tentei compreender porque chamavam o local de “Varre-Vento” se no local, nem ventilava muito, exceto no dia do vendaval que destruiu muitas coisas. Na realidade,  era até um pouco quente em dias normais. O  local, no município de Itacoatiara, tinha algumas pessoas felizes, inclusive a minha: meu pai, minha mãe e meus nove irmãos perfilados um ao lado do outro.

- Todos prontos? – era o “retratista” quem perguntava, mas minha mãe decidiu mudar as posições. Os mais velhos ficaram atrás, os mais novos ficaram na frente e o “retratista”, então, foi autorizado a “bater o retrato”.

- Daqui a um mês, quando ficar pronto a foto e eu colocá-la em uma moldura, entregarei – prometeu o “retratista”.

Depois da foto “tirada”, eu e meus irmãos tiramos nossas melhores roupas, vestimos nossos calções e ficamos comentando as coisas que considerávamos “estranho”.

- Você viu aquela lâmpada que acendeu e apagou e saiu muita fumaça depois? – perguntou meu irmão.

A foto chegou como o prometido. Estavam lá todas as dez almas gravadas na fotografia! E ficamos todos felizes por vermos como éramos porque nem espelhos nós tínhamos em casa. E nossas almas ficaram estampadas na foto, como diziam os índios do lugar!


 





terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

TROTE NOS CALOUROS DE SERVIÇO SOCIAL EM 91




(Em homenagem ao nosso professor professor Carlos Humberto, de Metodologia).

Como se fosse um professor de verdade, a abri a porta da sala dos alunos calouros de Serviço Social, da turma de 91, dei boa tarde a todos, disse que era o professor deles, distribui uma lista de papel e pedi que cada um dos novos calouros assinassem seus nomes completos, doando algum dinheiro para garantir a compra de papel e custear as despesas da Universidade e para ajudar nas futuras greves professores exigindo melhores no ensino e defendo a Universidade Pública, comuns naqueles anos. Depois, pedi que todos, de mãos dadas, rezassem um pai nosso. Como era o primeiro dia de aula de todos os calouros, ninguém conhecia ninguém, muito menos os que seriam verdadeiramente seus professores.

Do lado de fora da sala, na porta, algumas colegas como Rosaney Ramos de Assis, “que já tinha sido Cardoso” como ela sempre se apresentava,  Ana Claudia da Silva Souza e Paula Francinete Batista e outras que não lembro mais, esperavam na porta para entrarem atrasadas, uma a uma  para que eu as mandassem voltar, com autoridade. Todos os novos alunos calouros deveriam ficar pensando “mas como esse professor é durão, chato em sala de aula!” E acho que pensaram isso mesmo da brincadeira sadia imaginada pelo Departamento de Serviço Social junto com o Diretório Acadêmico de Serviço Social.

Depois de tudo combinado, dei início ao discurso informando aos calouros que o Curso de Serviço Social era um dos piores e que se os alunos o tivessem escolhido por se acharem bonzinhos, com desejo de ajudar e transformar os outros, que desistissem porque tinham escolhido o curso errado. De tudo que disse, em meu discurso contra a Ufam, falei uma verdade: “ninguém transforma ninguém, a menos que a pessoa queira e aceite essa transformação para melhor”. Somos apenas um instrumento que intermédia essa transformação!  Continuo dizendo isso até hoje!

Disse também que a Ufam era a pior Faculdade que existia (já existiam algumas particulares autorizadas com o mesmo tipo de curso, como a Uninorte, por exemplo)  e que o curso era o pior de todos. E eu impostei a voz para dizer que sabia do que estava falando porque eu era professor de metodologia do estudo científico.

- Dá licença, professor. Posso entrar? – pediu uma colega de sala de minha turma, a Paula Francinete Batista, com quem já havia combinado para entrar atrasada em sala.

- Não; não pode, não. Volte... – gritei, espantando a todos os calouros, que de nada sabiam e se assustaram com minha rigidez.

- Mas foi o ônibus que demorou a passar, professor... – tentou explicar a suposta aluna novata, a colega Paula Francinete, enquanto as outras colegas de 36 mulheres e quatro homens – dos quais dois desistiram no primeiro mês de aula.

- Não tenho nada a ver com isso. Amanhã saiam mais cedo de casa e cheguem às 13H30min para assistir a todas as aulas. Depois desse horário, não entrará mais ninguém. É só um aviso para todos os calouros, porque sou professor de metodologia do estudo científico e não vou tolerar essas coisas em minha sala de aula. Onde já se viu. Vá já embora daqui, mude de curso ou não volte mais...

Eu coloquei “as duas colegas de sala” para fora de minha aula. As duas saíram “fulas da vida”, me chamando de professor carrasco, insensível e outras coisas mais, tudo isso porque decidiram contrariar minha ordem, ao sentarem em suas cadeiras. Antes de sair, pedi à Rosaney que apagasse o seu cigarro para não “contaminar” com fumaça as outras colegas não fumantes da sala e nem pelos corredores. Como o combinado, ela apagou e jogou fora o cigarro.

Todos, inclusive eu, de mãos dadas, rezamos um pai nosso pedindo ajuda para a Fundação Universidade do Amazonas continuasse tendo uma vida longa. Todos rezaram, mesmo não sabendo se todos eram católicos. Ao final do trote alegre, divertido e não prejudicial a ninguém, li a lista de doações e chamei uma por uma às pessoas que tinham doado dinheiro e pelo valor, devolvi  a todos os alunos calouros. E terminei o trote quando o verdadeiro professor da matéria entrou em sala. Tudo combinado, antes!
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

'LIBERDADE DE EXPRESSÃO": O BLOCO QUE NÃO DESFILOU!




Quando estava em voga o protesto dos profissionais da comunicação social contra a ditadura militar, jornalistas de Brasília criaram o bloco de carnaval “O Pacotão”, que abria o desfile na capital da República, sempre fazendo críticas irreverentes ao Governo Militar. Desfilou por alguns anos e depois, sumiu. Inspirados nessa criação, os jornalistas de Manaus criaram também o bloco “Liberdade de Expressão”, mas teve vida curta de um desfile, apenas!

No dia da abertura do carnaval de rua, ainda na Avenida Djalma Batista, que era coberta de cal branco pela Emantur – Empresa Amazonense de Turismo, responsável pela festa, aonde todos os blocos e algumas poucas Escolas de Samba que desfilavam tinham que comunicar sua inscrição, o que o bloco de jornalistas do Amazonas “Liberdade de Expressão” não o fizera, razão porque todos os profissionais de comunicação que compuseram e formavam o bloco foram barrados pelos policiais da PM que estavam lá para garantir e controlar a segurança e o acesso de todos.

Houve muitas discussões entre os “jornalistas bêbados” e os policiais, mas o bloco, por não ter inscrição prévia, não foi autorizado a descer. Como eu era credenciado pelo Jornal A NOTÍCIA, junto a 5ª seção de Comunicação Social da PM, fui chamado para dialogar, mas também nada consegui e os ânimos ficaram mais exaltados entre os PMs e os profissionais de imprensa que haviam se concentrado em um bar existente no fundo do quintal de um casa, no início da Avenida do samba, que estava sendo preparada para o desfile.

Tentando resolver o impasse gerado, procurei o presidente da Emantur, Humberto Amorim, e o encontrei sentado em um canto da avenida, exausto, esperando a conclusão do trabalho de pintura, usando tênis, calça jeans e camisa de meio, tipo “largadão, como ele gostava de aparecer. Humberto havia substituído o aviador Ítalo Bianco na presidência da Emantur.

Lembro que naquela época, o chargista Miranda fez história na charge do Amazonas, mas hoje anda maio esquecido! Insuperável e insubstituível em sua arte, Miranda reproduzia críticas contra o Governo Militar, em suas charges ou qualquer outra autoridade pública, inclusive à Polícia Militar do Amazonas. Miranda, o inimitável  desenhou um soldado escondido dentro de um coreto que existia no cruzamento das Avenidas Boulevard Amazonas com a Rua Constantino Nery, em frente ao Olímpico Clube. Do guarda, só aparecia os olhos vendo pelo buraco que existia no coreto e um caderno de multa em uma mão! Hilária essa charge!  O chargista Miranda formou uma legião de outros profissionais do desenho em Manaus, que também imitavam seus traços, sempre bem humorados!

O combinado era que depois do desfile, todos os profissionais da imprensa retornariam e ocupariam seus lugares e transmitiriam todo o carnaval, muito primário e amador na época, com destaque para algumas agremiações fortes como Aparecida, Reino Unido, Balaku Blaku, Em Cima da Hora e a madrinha de todas elas, a Escola de Samba Unidos da Selva, formada só por militares cariocas que transferidos e passaram a servir no Primeiro Batalhão de Infantaria de Selva, em Manaus. A “Unidos da Selva” foi provavelmente a primeira “Escola de Samba” a desfilar em Manaus. Mas isso ficará para os pesquisadores especializados no assunto!

Como protesto, na hora do primeiro bloco de carnaval desfilar, todos os profissionais da imprensa viraram de costas para a avenida do samba! Depois, todos começaram a trabalhar, afinal, tinham que escrever matérias e publicar fotos da cobertura do carnaval. Mas, o primeiro Bloco que desfilou ninguém viu! Uma pena!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

CARNAVAL DE UMA AMAZONENSE EM SALVADOR!




- Eu vou ensinar para vocês como é que se dança lá, na Bahia, nesse Carnaval! Virou uma febre!

Era a amiga do segundo período do curso de Serviço Social, Ruinaltina Moraes, “A Tina”, eufórica, narrando, encantada, a viagem a Salvador e já afastando as cadeiras para mostrar como era que se estava se dançando na Bahia. O grupo musical “É o Tchan” fazia grande sucesso com a música “Na Boquinha da Garrafa”.

Em meio a uma das muitas greves durante o curso de  quatro anos, Tina tinha pedido férias do trabalho e viajado sozinha para Salvador. E voltara de lá com essa grande novidade que, depois, passou a ensinar para seus colegas de sala e que depois passou ser comum até entre crianças que imitavam coreografia da dança “na boquinha da garrafa”.

Para a demonstração, Tina usava estava uma saia longa e, ainda,  continuava afastando as cadeiras do meio da sala, falando ao mesmo tempo para animar aos que a ouviam.  Tina encontrou uma garrafa não sei aonde e a colocou no meio da sala para fazer sua dança “amostra grátis”.

Começou o show grátis descendo até próximo à “boquinha da garrafa” e depois subindo ainda se rebolando. A sala inteira ria da demonstração de uma amazonense que se deslumbrara no Carnaval de Salvador. Dizia que havia beijado muito e sido beijada também, mesmo sem conhecer os que a beijavam.

- Eu desci e subi as ladeiras e beijei muito na boca! – dizia a “Tina”, como era conhecida por todos os colegas de sala. Era muito divertida a Tina e sempre foi muito alegre e brincalhona.

Nessa ora, entra uma professora do curso e pergunta:

- Que bagunça é essa? Será que vocês não sabem se comportar decentemente, não.

É, parece que ninguém sabia por que a turma ainda estava cursando o segundo período do curso de Serviço Social e ninguém tinha noção e nem consciência da importância social que todos nós tínhamos para exercer nossa profissão!

Nesse exato instante, a “Tina” subia e terminava sua “dancinha na boquinha da garrafa”. Essa dança virou uma febre nacional, mais tarde, pela força que o grupo “É O Tchan” exercia em todas as camadas sociais!

Hoje, dezoito anos depois de formada, Tina, nossa inesquecível colega de sala, é casada e funcionária do Sesi, cumprindo seu dever social. E até o que me chega ao conhecimento por suas colegas também, é uma excelente profissional, mãe e esposa!

Mas, ao menos, fomos os primeiros a tomar conhecimento dessa maneira de dançar criada pelos baianos e que depois contaminou o Brasil inteiro. A cada novo carnaval, a Bahia lança uma nova dança ou um novo grupo musical ou cantor. Ah, terra farta de cultura musical essa terra linda e abençoada que se chama Salvador!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

OS ATENTADOS EM SANTA CATARINA JÁ PASSARAM DO ACEITÁVEL!




Mesmo que houvesse existido algum tipo de “acordo” entre bandidos presos e autoridades de segurança pública em Santa Catarina, já está passando de todos os limites da normalidade os atentados contra os ônibus, carros de passeios, carretas, contra a vida de policiais de folga, tiros, metralhadoras contra casas, naquele Estado tão bonito e hospitaleiro, porque quem está sendo prejudicada é a população que paga impostos para que os bandidos dormirem, comerem e beberem nas prisões.

Não havendo ações atentatórias aos direitos humanos dos presos, nada justifica as ações de bandidos presos contra pessoas comuns que tiveram que mudar suas rotinas, empresas que, que pelo medo do terror imposto, tiveram que se adequar aos horários dos coletivos. Os empresários, coitados, vão “liberar” os coletivos   de suas garagens para tê-los destruídos pelo fogo, principalmente por menores delinquentes que nada perdem e não podem sofrer de punições que contrariem o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

O ECA já serviu para o momento histórico em que ele foi proposto  mas, agora, esse Estatuto que protege marginais mirins sob o manto cego da impunidade pura e simples da Justiça, já  precisa ser, reformulado e aperfeiçoado para prever casos como os que se registram diariamente em Santa Catarina. Os maiores continuam presos, mas comandam gangs de menores delinquentes e ordenam o que eles devem ou não devem fazer. Essa situação já passou de todos os limites do aceitável.

Há um limite para tudo, e os mais de setenta atentados contra coletivos, carros de passeio, bases de guardas municipais metropolitanas, a policiais civis de folga e residência de policiais, já ultrapassaram a todos os limites do aceitável. Santa Catarina está ardendo em fogo!

Diante de tudo isso, ouvi pela TV que os presos de todo o Brasil passarão a receber cursos profissionalizantes nas cadeias. Está certo, porque só o trabalho, disciplina e rotina são capazes de recuperar um homem depois da prisão. Durante a prisão, os detentos quando perdem todas as referências de família, inclusive de filhos que os abandonam. Se não tiverem uma profissão em liberdade, voltarão ao crime novamente por falta de total opção profissional!

Se existiu ou não algum acordo para por vim à rebelião e queima de coletivos em novembro do ano passado, quem deve fiscalizar isso é o Ministério Público. E se existe questões a serem resolvidos com os presos recolhidos, como maus tratos, espancamentos e violação de direitos humanos, cabe à Justiça analisá-las e não exatamente a um preso gravar um CD ameaçador e distribuir às emissoras de televisão para serem divulgadas para todo o Brasil.

Ah, e por falar nisso, quem foi que deixou entrar um aparelho de gravação dentro de uma cela para permitir que o preso fizesse uma gravação, colocasse em um CD e distribuísse para toda a imprensa, sobretudo a Rede Globo de Televisão? É sinal que os presos estão tendo algum tipo de regalia que não poderiam possuir!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

NÃO SEI QUEM SOU...!




(Para minha irmã Iraídes Costa, que deixou me deixou uma luz!)

Não sei quem sou. Eu mesmo me desconheço. Não tentem me explicar porque não sabendo exatamente quem sou não poderei ajudá-los, nem ser descrito por vocês! Como alguém que não sabe exatamente o que é, vai conseguir ser explicado por alguém? Poderei ter alguma explicação sim, com um longo trabalho investigativo, mas será uma tarefa Herculia e talvez  se torne inútil. Sou o que sou. Isso me basta e pronto! Até que eu mesmo entenda, aceitem assim, por favor!

É difícil me entender porque horas nem eu mesmo me compreendo. Alterno momentos de ternura, ódio, nervosismo, excitação, euforia e depressão. Em cada um desses momentos, escrevo de uma maneira diferente. Eis a razão de minha inconstância na escrita, em casa e na vida! Minha esposa e meu filho adolescente dizem que não me aguentam mais!

Farei um esforço para ver se consigo conviver comigo mesmo, dentro de meu eu, só nós dois: eu e eu! Ninguém mais!

A única coisa que posso afirmar com certeza é que passei a tomar remédios controlados fortíssimos – hidantal, gardenal, rifampicina, clincamim C, levofloxacino – e todos eles me causam efeitos colaterais de formas diferentes. Com um sinto dor no estômago, com outros durmo, enfim...Tudo isso teve início no dia 9 de maio de 2006. Depois disso, deixei de me conhecer e não sei mais quem sou.

Mas sei o que fui. De jornalista como Editor Geral em jornais em épocas diferentes. Mudei e passei a ser Assistente Social. Como AS fui presidente da Comissão Estadual de Emprego em duas oportunidades e assumi e cumpri o mandatos como membro da Junta de Recursos Infracionais  - JARI, na extinta EMTU, Polícia Rodoviária Federal e  Denit. Agora tenho que aprender a conviver comigo vivendo dentro de mim, apenas.

Como jornalista, comecei como assessor de comunicação em vários lugares e, terminei por substituir o Dr. Maury de Macedo Bringel, na superintendência do Sinetram, onde permaneci por oito anos e o deixei pela porta dos fundos, sem direito a nada e ainda revistado por seguranças em uma sala reservada, devido intervenção judicial assinada pela juíza Elzira Ewerton, que não poderia fazê-lo porque não havia nada de irregular, mas a força da caneta falou mais alto, em troca de apoio político do então governador do Amazonas, Amazonino Mendes, para ela se eleger à Câmara Federal uma única vez e aparecer na mídia nacional com roupa, chapéu, bota de cauboy.  

Mais uma vez, peço que não tentem me entender, já que nem eu mesmo me entendo, tal minha mudança de humor muito frequente. Mas, apesar disso, continuo vivo pelo simples motivo que Deus quer que eu assim continue!