quinta-feira, 18 de julho de 2013

PT NÃO É O ÚNICO CULPADO: CORRUPÇÃO NO BRASIL É HISTÓRICA!


O Partido dos Trabalhadores não é o único culpado pela corrupção no Brasil! De acordo com registros históricos, o Brasil está sendo construído por corrupção, levantes, golpes e manifestações violentas nas ruas, mas sem a implantação de qualquer tipo de planejamento ou estrutura   em longo prazo. Na publicação Geo Mundo, com o título “500 anos de Corrupção” em texto de Mouzar Benedito, também no blog “Boitempo” (blogdaboitempo.com.br/category/colunas/mouzar-benedito-colunas/) , garante que na carta que o escrevente da esquadra de Pedro Álvares Cabral, Pedro Vaz de Caminha enviou a Portugal relatando a descoberta do Brasil, também teria pedido ao Rei a volta de seu genro, degredado na África por ter roubado uma igreja e espancado um padre. (www.geomundo.com.br/sala-de-aula-10117.htm)

O autor garante que segundo os historiadores, Portugal era famoso pela burocracia e desvio de verbas públicas. De acordo com a publicação no Geo Mundo, uma corrente de historiadores acredita que a corrupção no Brasil está associada ao emprego de degredados na nossa colonização inicial. No século 16, pessoas que cometeram crimes em Portugal eram condenadas a cumprir suas penas aqui, forma utilizada para povoar com portugueses o Brasil e outras colônias lusitanas. De fato, só com Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Brasil, vieram 400 degredados.  Contudo, o escritor, jornalista, pesquisador e historiador Eduardo Bueno, citado no mesmo artigo, ressalva que se precisa tomar cuidado com generalizações, porque o problema “não está no degredado e sim nos que tinham o poder de enviar degredados para o Brasil”. Segundo ele, a corrupção brasileira começou antes do descobrimento, nos impérios português e espanhol.

A publicação do Geo Mundo garante que a corrupção não é um fenômeno tipicamente brasileiro, pois ela já existia “muito antes do descobrimento do Brasil (...) e sempre esteve presente em muitas nações em vários momentos da História”. O excesso de Leis criadas no país, segundo historiadores, geraria a “oportunidade para o surgimento de pessoas e ações (...) de especialistas para decifrá-las e intermediar processos e ações (...) são pessoas que conhecem o caminho das pedras, sabem quem decide e como manipular as decisões. Esse emaranhado de leis, muito apreciadas por certos políticos, traz embutido o velho método de criar dificuldades para vender facilidades”. Outro problema para a corrupção seria também culpa do subdesenvolvimento, porque existiriam além do tradicional abuso de poder, outros quesitos institucionais que favoreceriam a prática, com o excesso de regulamentações.

No brilhante e esclarecedor texto de Mouzar Benedito, “500 anos de corrupção” o autor garante que o “ataque aos cofres públicos não é um fenômeno exclusivamente brasileiro, mas nos acompanha desde o dia de nosso descobrimento” e lança uma embaraçosa pergunta que teria sido feita pelos militares decepcionados após o golpe de 1964 no Brasil, para supostamente espantar o “fantasma do comunismo” e com o propósito de “acabar com a corrupção”, quando começaram a pipocar casos de corrupção envolvendo gente da cúpula do governo nos anos 70 e 80: “Foi para isso que fizemos a Revolução?”


Diante disso, em parte concordo com o artigo publicado em um jornal de Londres pelo ex-presidente Lula, dizendo que a juventude que está reivindicando reformas nas ruas não viveu o período da ditadura militar, nem de inflação – e isso é verdade. Mas o problema estrutural do Brasil ainda precisa ser resolvido porque nada pode andar e mudar tão rápido sem uma solidez em sua base estrutural. E isso não aconteceu!


É verdade que o ex-presidente Lula melhorou as condições sociais dos mais carentes com seus diversos programas sociais de transferência de renda, mas é verdade também que tanto na ditadura como na democracia, a corrupção pública continua a mesma, a falta de estrutura continua precária, os recursos públicos para investimentos continuam sendo feitos sem projetos por menores que sejam e a excessiva quantidade de leis atrapalha mais do que ajuda ao desenvolvimento do Brasil, um dos países com mais leis no mundo e 59º colocado entre os mais corruptos, que começa com os menos corruptos. Estão no topo da lista a Finlândia, Haiti e Bangladesh, pela ordem, entre os países mais corruptos do mundo.


Concluo a crônica com uma frase do analista Mouzar Benedito: “de novo o velho desencanto, o triste espetáculo de ocupantes de altos cargos públicos saindo de suas funções bem mais ricos do que quando entraram” e se mostrando surpreso com a volta do ex-prefeito de Porto Alegre, Olívio Dutra, ao seu antigo cargo de bancário ao terminar seu mandato eletivo em 1987 e mais surpreso, também, pelo fato de uma grande parte do eleitorado aceitar políticos que “roubam, mas fazem”, onde a sonegação de impostos por empresas é quase uma obrigação e onde até a Igreja chegou a contrabandear usando santos ocos cheios de pedras preciosas” na época do Império.

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