terça-feira, 3 de dezembro de 2013

MUNICÍPIO DE IRANDUBA E OS PROBLEMAS SOCIAIS!





Eu e minha esposa Yara Queiroz tiramos o final de semana, para visitar o município de Iranduba, do outro lado da ponte Rio Negro, com o propósito de verificar o que teria acontecido com aquele local que, em 2007, passou a compor a Região Metropolitana de Manaus, juntamente com mais outros, durante o Governo Eduardo Braga. E por que Iranduba, e não qualquer outro município da mesma região metropolitana? Porque todos os focos iniciais de desenvolvimento apontam para o município do outro lado do Rio Negro, em frente a cidade de Manaus, cuja distância ficou pequena depois da inauguração da ponte. Antes de ser transformado em Município, era chamado de Cidade Hortifrutigranjeira de Iranduba, criada pelo prefeito Jorge Teixeira para aproveitar a “terra preta de índio e que, desde sua implantação, há muitos anos, abastece Manaus com seus produtos do campo.

Minha esposa, dirigindo com cuidado, e eu, sentado no banco ao lado, chegamos ao outro lado da ponte Rio Negro, construída com pouco mais de três quilômetros de distância e muito dinheiro investido na obra. Em pouco mais de seis minutos, seguindo na velocidade indicada para o  local, de 60 km por hora, alcançamos o outro lado do Rio Negro. Mas, enquanto Yara Queiroz dirigia, eu analisava e via o primeiro sinal de progresso da engenharia: da travessia de balsa pelo Rio Negro, com vento batendo ao rosto, cheiro ruim da fumaça e o barulho estridente do motor a diesel. Agora, estávamos passando sobre a Ponte Rio Negro, sentindo apenas barulho do motor do automóvel e o frio do ar condicionado e olhando a paisagem, a imensidão do Rio Negro, sentindo o vento que vinha da ponte e admirando as praias e, ouvindo o barulho suave do atrito dos pneus sobre a ponte de concreto.

Do outro lado, encontramos os primeiros sinais de desenvolvimento  imobiliário e retrocessos sociais de infra-estrutura, pela falta de internet banda larga de qualidade, prometida em 2007, impedindo que restaurantes à margem da Estrada AM-070, funcionem como deveriam, aceitando cartões de crédito ou débito direto. Hoje, é perigoso se andar com dinheiro no bolso, mas o deputado estadual Chico Preto divulgou que acionou o Ministério Público para que parte dos 20 bilhões do fundo de telecomunicações mantida pelos usuários de telefonia seja investida no Amazonas. Mas, enquanto isso não ocorre, o dinheiro de plástico não é aceito, salvo em poucos locais que fizeram investimentos por conta própria.

Tenho informações de que pelo menos umas 70 indústrias do pólo industrial de Manaus migrarão para o Município do outro lado da ponte, mas esperam mais que as melhorias prometidas se tornem reais e permitam possível essa mudança.  A falta de internet é uma delas e talvez a principal, porque hoje o mundo não funciona sem uma internet de qualidade e a um preço justo! O Governo iniciou a construção da chamada “Cidade Universitária”, um grande complexo da Universidade Estadual do Amazonas – UEA, a duplicação da Estrada Manoel Urbano também  começou até o município de Manacapuru, 70 km à frente, seguindo depois para Novo Ayrão, o que permitirá aos turistas o encantamento da beleza dos botos vermelhos que recebem alimentos nas mãos das pessoas e  apreciar as “Anavilhanas”, o maior complexo de ilhas do mundo, em frente à sede do município.  Ao lado e em frente à entrada da “Cidade Universitária da UEA”, dois empreendimentos imobiliários estão sendo erguidos, visando receber a demanda de alunos que estudarão no Campus. Mas, a estrada Manoel Urbano, ou AM 070 continua com muitos buracos na pista e ainda permanece estreita e perigosa. Depois do almoço, no Restaurante “Sabor da Terra”, que investiu dinheiro para ter telefone e internet e aceitar cartões de crédito e débito, entramos no município de Iranduba, para retirar dinheiro em um Caixa 24 hs, e fazer pequenas compras na estrada.

Motociclistas irresponsáveis com até três pessoas ocupando o veículo de duas rodas, sem uso de capacetes ou qualquer outro equipamento de proteção às suas vidas, passavam em alta velocidade ao nosso lado e em frente ao posto policial da PM, na saída da cidade, sem que fossem ao menos parados ou fiscalizados. Será que no município, o trânsito ainda não foi municipalizado porque não conseguimos ver guarda de trânsito municipal nas ruas! Se já foi, a falta de fiscalização de motos ou carros não existe porque andam em elevada velocidade pela estrada aberta e melhorada, mas que não possui radar ou placas de sinalização de trânsito!

A estrada de acesso à Iranduba  continua quase sem buracos, ficou mais larga, diminuindo o perigo das curvas, mas aumentaram os problemas de prostituição infantil, tráfico de drogas, invasões de terras, motociclistas sem capacetes transportando famílias inteiras, inclusive crianças entre os adultos, sempre em alta velocidade e outros males que chegaram junto com o progresso e a Ponte. Será que as autoridades municipais estão se preparando para receber o progresso que chegará tão rápido?

Acho que não, mas não tenho certeza, porque o antigo promotor de Justiça do Município, hoje procurador do Ministério Público, Mirtinho Fernandes, que liderou campanhas contra o “motocídeo”, movimentos em defesa da construção da ponte, defendeu a cidade dos problemas sociais que começavam a surgir promovendo atividades em da cidadania e conscientização dos moradores, exercendo atividades inerentes à atividade do Ministério Público, já não está mais para testemunhar essa falta de vontade de viver dos motociclistas irresponsáveis e de outros problemas sociais que ainda se apresentarão como resultado do progresso!

2 comentários:

  1. Fico sempre feliz quando você me diz que saiu para um passeio ou viagem.Pelo que conta,Iranduba é um município em expansão e,portanto, com todos os defeitos e qualidades de um/a jovem adolescente. Desfrute,simplesmente...Abraços

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  2. Carlos, Peguei carona nesse passeio tão aprazível. É o momento para se analisarem os problemas que vêm junto com os programas de desenvolvimento, como se diz por aqui - um olho no gato e outro no rato. Ótima crônica, útil e agradável. Maria do Carmo/BH.

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