segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MOTO TAXISTAS X MOTO ASSALTANTES?


                                       
                               Os chamados “moto taxistas”, profissão devidamente aprovada e regulamentada pelo Município de Manaus, têm profissionais honestos em meio a poucos marginais. Usando capacetes e viseiras, uns poucos “moto taxistas” praticam assaltos, encobertos pelo manto da impunidade.
                        No início, proibidos pelo Código Nacional de Trânsito, pelos riscos que a profissão apresentava os “moto taxistas” lutaram por longos anos para serem reconhecidos e regulamentados e o foram há pouco tempo. Mas o que se viu a partir de então?
                        Alguns poucos “profissionais do assalto”, tirando proveito de uma atividade tão nobre e necessária diante do caótico trânsito das cidades, começaram a praticar assaltos. Repito: isso se dá com uma pequena minoria! Outros vivem do sustento da profissão.
                        Como ex-diretor do Sistema SEST/SENAT, em várias oportunidades, combati essa regulamentação por entendê-la danosa à atividade exercida pelos transportes coletivos que, com apenas um ônibus, geram emprego para 7 pessoas – dois cobradores, dois motoristas e um mecânico. Contudo, quedei-me à vontade superior e sucumbi às decisões sempre de cima para baixo.
                        Não me deixei dobrar por isso e alertei para as consequências legais dessa regulamentação.  Os “moto taxistas” têm o respaldo dos Municípios que, em última análise, respondem solidariamente em caso de mortes no trânsito.
                        Não é muito diferente de uma pessoa habilitada que recebe a concessão do Estado. Em última análise, por ser um poder concedente, também poderá responder solidariamente em caso de acidente, como ocorre em vários países da Europa. Ou então, os motoristas habilitados têm que fazer seguros contra terceiros para poder dirigir seu próprio carro.
                        Voltemos à questão do “moto taxista”:  não estou  sendo contra a regulamentação da profissão – eu até a aplaudo. Sou contra os profissionais travestidos de “moto taxistas” que praticam assaltos à mão armada, deixando as vítimas indefesas e sem reação. E o fazem encobertos pelo manto do capacete que são obrigados a usar para não cometerem qualquer infração no trânsito.
                        Não estou e não serei nunca contra essa nobre profissão, mas gostaria de uma ação mais enérgica das autoridades para combater esses bandidos travestidos de “moto taxistas”. Em razão de uns poucos bandidos, a classe está sendo desprestigiada sem merecer.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA "ANUNCIADA"NO RIO DE JANEIRO - TODOS SOMOS CULPADOS!



                  O que aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro foi simplesmente a repetição de uma “crônica de uma tragédia anunciada”.
                   Depois do que aconteceu em Angra dos Reis, em 2010, é impossível que nenhuma autoridade pública de quaisquer dos três poderes tenha tomado qualquer providência para que a tragédia se repetisse.
                   Infelizmente mais uma vez somos forçados a assistir, de novo, uma repetição sem que qualquer providência tenha sido tomada até o momento. Isso já chega a ser um crime premeditado, proposital e o pior é que nenhuma autoridade pública seja responsabilizada civil e criminalmente!
                   O Estado, enquanto originário de um espaço geográfico, tem sempre a desculpa perfeita de caso fortuíto, originárit de um emprevisível fenômeno da natureza. Mas nada da tragédia teria acpmtecodp se as administrações não permitissem construções em morros e encostas de morros; nada disso teria acontecido se não fosse em razão da total omissão política das autoridades.
                   Portanto, é mais do que justo e perfeito que os  municipais venham a ser responsabilizados pela “tragédia” ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro. Talvez ocorrendo isso, as autoridades não permitam mais construções nas encostas dos morros, em áreas de risco, e detenham o processo em sua origem e não fiquem a lamrntar as “tragédias anunciadas de todos  os anos no Rio de Janeiro”, não se sabendo precisar exatamente os locais. Uma vez ocorreu em Angra dos Reis; agora ocorreram em outros locais...mas sempre no Rio de Janeiro e sempre durante as chuvas de verão.
                   Não estou aqui atribuindo culpa direta a ninguém especificamente, mais a todos indistintamente porque todos em uma maior ou menor parcela são direta ou indiretamente culpados. É uma pena que entra ano e sai ano, cai barreiras, morros e encostas e o máximo que os prefeitos dessas cidades fazem é reconstruir as suas cidades, sempre com dinheiro de nossos impostos. Isso jã está virando uma vergonha nacional! E até imoral!
                   Temos que acabar com essa pouca vergonha de prefeitos que, sabendo-se apenas representantes de uma figura jurídica em um Estado irresponsável, permitem o descumprimento das Leis de Solo Urbano e autorizam construções em áreas de risco que depois desabam e as pessoas perdem tudo e ficam se lamentando como se fossem “coitadinhos”.
                   Essas pessoas são vítimas dos políticos que preferem descumprir as leis, dando os famosos “jeitinhos brasileiros”  para se perpetuarem no poder. Sempre as vítimas são pessoas carentes; mas também irresponsáveis.]
                   Lamento profundamente pelo que aconteceu na região serrana no Rio de Janeiro, mas não posso culpar os desabrigados e, sim, as autoridades públicas, irresponsáveis em todos os sentidos, principalmente por não cumprirem as leis de zoneamento urbano e permitirem construções em morros e encostas.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

JOSÉ, O ATENDIMENTO DO SUS E O REMÉDIO "GRÁTIS"

                               
                               Impaciente e inconformado, sem ter ao menos uma revista velha de fofocas para ler, dessas que são comuns se encontrar em consultórios de médicos particulares, seu José aguardava o médico do Sistema Único de Saúde. Andando de um lado para o outro e querendo encontrar alguma coisa para passar o tempo, seu José, que estava com a ficha número quatro, esperou o médico chegar com quase duas horas de atraso.
                        O médico entrou, como que pisando em ovos, passou direto e seu José o olhou de cima à baixo e voltou seu olhar para o relógio em seu braço esquerdo, como querendo dizer: “isso é hora de começar a atender?”. Mas se conteve e nada falou.
                        - Que entre o primeiro paciente – dizia o médico.
                        - Que entre o próximo... e o próximo – repetia o médico.
                        Chegou finalmente à vez de seu José ser atendido. Ele entrou meio desconfiado e irritado ao mesmo tempo pelo tempo da espera e sem ter uma só revista, velha que fosse para ler.
                        - O que o senhor está sentindo seu José...é José Flores mesmo o seu nome? – perguntou-lhe o médico.
                        Ao que José Flores lhe respondeu: - É...é sim. Mas as “flores” já ficaram  secas pela longa espera pelo senhor doutor!
                        - Conte-me o que o senhor está sentindo seu José.
                        Enquanto o seu José falava,  contando as dores no estômago que sentia, o médico baixou a cabeça e começou a anotar uma receita, com a “letra de médico” mesmo.
                        Foi só o seu José terminar de falar, sem qualquer exame prévio,  toque, verificação de qualquer sintoma que fosse, o médico já o tinha receitado.
                        - O senhor tem verminose, seu José. Tome esse remédio três vezes ao dia e depois volte aqui comigo... Tome no café, no almoço e na janta.
                        - Não dá doutor... – respondeu seu José. De modo franco e direto.
                        - Por que não dá, seu José – quis saber o médico e continuou. “Se o senhor não tem dinheiro para comprar os remédios, eu tenho umas “amostras grátis”. Tome aqui”- E estendeu o braço com a mão cheia de remédios “amostrar grátis”.
                        Seu José recebeu os remédios e voltou a dizer:
                        - Doutor, continua não dando!
                        - O que aconteceu agora seu José? Já lhe dei as pílulas e agora, o que falta mais? – quis saber de novo o médico.
                        - É para tomar uma pílula no café da manhã, outra pílula no almoço e uma terceira pílula no jantar...continua não dando! – respondeu seu José.
                        - Todas as pílulas eu estou lhe dando, o que falta agora? – mais uma vez quis saber o médico.
                        - Sabe o que, doutor. Não dá porque lá em casa quando se toma café não se almoça e quando se almoça não se janta, confessou seu José, meio desconfiado e foi embora.
                        Essa, infelizmente, ainda é a realidade de muitos brasileiros hoje em dia. Mas poderia não sê-lo mais.
           

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ESSEA LADRÕES...!


                        Certa vez, um ladrão decide entrar na loja de um comerciante e anunciar:
                        -E um assalto, gritando e puxando um revólver 38 da cintura e empurrando-o na cara de um homem que tranquilamente, ao cair da tarde, encerrava o expediente da loja, contando o dinheiro.
                        - Calma amigo! Todo ladrão que entra em minha loja sempre traz um documento de identificação...carteira do órgão tal, ou órgão tal...
                        O ladrão, já meio nervoso, responde:
                        - Que outro documento de identidade o senhor quer de mim, além desse meu revólver apontado para sua cabeça.
                        - Ah, nem tinha notado esse detalhe...Mas o senhor pertence a qual sindicato ou associação...?
                        Irritado, o ladrão fez menção que atiraria.
                        -Calma moço. Calma! O assalto não está se dando da forma correta!
                        - Como não? – perguntou o ladrão, ao comerciante que estava sendo assaltado.
                        - É que sempre que aparece um ladrão para fazer um assalto em minha loja,  sempre pega meus dados primeiro, depois  vem pelo correio uma multa,  eu pago a multa. Assim, se torna o assalto profissional e oficial!  É só isso que estou querendo lhe explicar.
                        - Mas eu sou um ladrão profissional!
                        - Prove o que você está dizendo! Sempre que entra um ladrão em minha loja para cometer um assalto, ele sempre apresenta um documento com foto e o nome...
                        - Mas eu sou um ladrão profissional...- respondeu o larápio, já bastante nervoso.
                        - Então, meu amigo, eu lhe convido para ser o meu sócio na loja. Você, até agora, foi o único ladrão honesto que conheci na vida porque os outros só me mandam as coisas pelo correio, em forma de autuações, multas etc. Você, ao contrário, teve coragem de entrar aqui armado, pedir o dinheiro, o que eu acho justo! E, além de tudo, um ato de muita coragem!
                        - E o bandido respondeu: não aceito não, porque aí eu terei que ganhar honestamente e isso eu não quero não! Prefiro pegar o que é meu e ir embora correndo, antes que a polícia chegue.
                        E a polícia chegou. O comerciante, enquanto distraia o assaltante, acionou o alarme de roubo da loja e a polícia ainda o pegou com a arma na mão.
                        - Calma autoridade, muita calma nessa hora! Eu estou sendo preso só porque fui honesto e tive coragem de vir pessoalmente cobrar este cidadão honesto e, ao mesmo tempo, expropriado. Pior são os outros que não têm coragem de meter a cara e ficam só fazendo cobranças através de boletos de autuações, multas disso e multa daquilo mais.
                        Não teve perdão. Mesmo alegando a sua honestidade no roubo, o ladrão fora preso.
                        Uma vez, frente ao delegado, o ladrão tenta se explicar.
                        - O caso foi o seguinte, autoridade constituída. Eu fui só à loja cobrar o que é meu de direito porque também sou apenas mais um ladrão sem crachá e sem identidade de qualquer órgão público!
                        - Sei – respondeu o delegado. - E foi em cana assim mesmo, mesmo sendo o mais honesto dos ladrões. Os outros, apenas se disfarçam com documentos de órgãos públicos.