quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"JORNALISTA É UM POBRE MISERÁVEL RICO"



Ao jornalista Peninha, de Goiás, onde quer que esteja agora




“Jornalista é um pobre miserável rico!”

A intrigante frase foi pronunciada pelo jornalista, Peninha, de um jornal de Goiás quando exercia a função de relator da “Carta de Águas de São Pedro”, resultado do  III Encontro Nacional de Jornalistas, promovido pela Fenaj, no Hotel Fazenda Fonte Colônia Verde, no município paulista de Águas de São Pedro, em maio de 1988, diziam que era um Hotel Fazenda do SENAC, mas não tenho certeza. A frase vem me perseguindo desde o dia 15 de maio de 1988, data do encontro e decidi rever minha história como jornalista, arquivada em duas pastas e uma maleta e me surpreendi ao constatar que o companheiro de Goiás tinha razão: o jornalista é mesmo um pobre miserável rico. 

Depois de abrir meu arquivo de lembranças, conclui que o colega jornalista de Goiás  tinha total razão! Iniciando a carreira, arquivava as publicações assinadas. Você, talvez, já tivesse percorrido feito um longo caminho, apesar ainda apresentar jovialidade em um corpo atlético, por trás de um óculos! Decidi  rever  as duas pastas e uma maleta para relembrar a vida material de jornalista. Abertas, recordei que como no passado, colegas jornalistas também viajam pelo mundo, se hospedam em melhores hotéis, comem das melhores comidas, bebem das melhores bebidas, mas com pouco dinheiro na carteira! É...Peninha! Você era um filósofo da profissão e eu não sabia, embora estivesse sentado ao meu lado, falando de vez em quando em meu ouvido! Como também viajava muito, com mochila às costas, minha mãe, Josefa Costa, quase não me via e dizia que eu parecia um rico, hospedando-me em hotéis 5 estrelas, assistindo bons espetáculos teatrais, cobrindo festivais de música. Em uma dessas vezes, passei cinco dias comendo pizza, macarrão ou lasanha, na cidade do Rock In'Rio. Depois, recebi ordem para embarcar para a Argentina, mas não havia passagem e dormi na Rodoviária para pegar um ônibus. Fiz a matéria para a qual fui designado, cumprindo minha pauta!

Convidado para escrever sobre o lançamento de um caminhão da Volks, na década de 80, na Hípica do RJ, me desloquei com outros profissionais de vários Estados e ficamos hospedados no Hotel cinco estrelas Cad!Oro. Durante o lançamento, um jornalista da Bahia protestou contra o brócolis inteiro cozido no vapor colocado à frente de todos como entrada, dizendo aos gritos que não tinha saído de seu Estado para “comer comida de cavalo na Hípica do Rio de Janeiro”. A entrada foi imediatamente retirado pelos garçons a um gesto discreto de cabeça feito por um diretor presente e, de imediato, servido carne ao molho madeira. Na noite, um ônibus muito confortável estava à porta do Hotel e levou os jornalistas que quiseram a um teatro para assistir ao show musical de Tony Ramos, interpretando músicas de Chico Buarque de Holanda. Serviram uísque e caldo de caranguejo. Comi e bebi de tudo e, ao voltar para o hotel dormi dentro da banheira, com uma toalha escorando a cabeça e acordei com o telefone tocando da portaria. Vi que a banheira já estava cheia de vômito e pedi desculpas a quem foi limpar o apartamento pela manhã. Ao acordar sonhava que uma pedra de gelo pressionava meu estômago, mas vi que era apenas a água da banheira. Como vomitei e não me engastei com meu próprio vômito?  Não sei e também não lembro porque estava  bêbado e apaguei!

No Hotel, os jornalistas convidados receberam um rádio portátil e uma carta do marketing da empresa, dando boas vindas, mas ficaram revoltados com a informação de que só se poderiam pedir por dia uma água, uma cerveja ou refrigerante, que nada do frigobar do hotel poderia ser consumido, porque pagariam. Como, se ninguém tinha dinheiro? Decidiram em uma rápida reunião: “antes de deixarmos o Hotel, subiremos  juntos ao restaurante, pediremos as melhores bebidas e depois, todos assinaremos uma nota só e a Volks terá que pagar”. Assim foi feito, porque marcamos até o horário e o local em que todos deveríamos nos encontrar. A empresa deve ter pago a conta, mas nunca mais promoveu lançamentos convidando jornalistas. Viajava sempre com bagagem dentro de uma mochila presa às costas para  não perder muito tempo em Aeroportos. Era um mochileiro!


Guardadas em uma pasta Amway preta, revi o passaporte vencido desde a última viagem que fiz à Venezuela para cobrir a primeira tentativa de golpe militar pelo coronel Hugo Chavez contra o presidente eleito da época, a carteira da “Internacional Press Card”, emitida no dia 19.09.2002, pela da FENAJ, com a qual me apresentava em viagens por países da América Latina. Revi fotos antigas, usando cabelo e barba negras longas, recuperada e a mim  presenteada pelo amigo de infância e adolescência e hoje advogado Luiz Eron Castro Ribeiro, sentado ao lado da professora de Religião do Colégio Dorval Porto, Sandra Brandão, canhotos de eleições nas quais votei, poemas e crônicas publicadas em jornais de Manaus, diplomas de recursos feitos, principalmente como diretor do SEST/SENAT, troféus, placas, medalhas e comendas literárias recebidas, guardadas em uma maleta. O poema, “Minha Saudade”, sem data, publicado no Jornal do Comércio em Manaus, dedicado a minha esposa Yara Queiroz, que viajava pelo Rio de Janeiro, me chamou especial atenção, pela beleza da arte em preto e branco de uma pessoa sozinha.

Fiz uma viagem no tempo só para dizer que ao amigo Peninha, que ele tinha total razão: “todos os jornalistas são pobres miseráveis ricos” sim! Não sei por onde você anda agora, mas essa crônica  é para o companheiro, lembrando de sua figura de tênis e calça jeans, em nosso encontro pela primeira e última vez.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

NÃO TENHO MEDO DA MORTE! (para Carlos Costa Filho)


Como as árvores que perdem as folhas para que outras possam nascer e ocupar o lugar daquelas que se foram ao chão e faleceram porque tinham certeza que outra folha ocuparia seu lugar, assim também estou seguindo para deixar minha última folha cair, sem qualquer medo da morte porque essa é a ordem natural da vida: uma coisa precisa morrer para outra nascer e ocupar seu lugar. Já plantei minha  semente.

Espero, desejo e tenho fé que produzirá bons frutos. Mas ainda é só um adolescente de 17 anos. Fomos juntos, a decisão do jogo Flamengo X São Paulo, no último dia 25/01/2015, na Arena da Amazônia, levado pela primeira vez pelas mãos do meu filho. Na portaria, fui impedido de entrar com meu depósito de água para tomar remédios. Carlos Filho, mais alto que eu, tirou meu chapéu, chamou a atenção para a falta de meus dois lados do crânio e me defendeu. Entrei com a minha água! 

Lembrei do poema de Gibran Khalil, falando sobre filhos, que disse: “teus filhos não são teus filhos/são filhos e filhas da vida, anelando por si própria/Vem através de ti mas não são de ti/E embora estejam contigo, a ti não pertencem/Podes dar-lhes amor(...)Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas (...)Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados.../Que tua inclinação na mão do arqueiro seja para alegria”. 

Se não fiz tudo o que diz esse poema, pelo menos estou tentando fazer o que posso, cumprindo meu papel de arqueiro e desejando que meu arco se incline na minha mão de forma correta. Não transfiro minhas ideias ao meu filho, lhe dou liberdade e percebi que já as usa com seu próprio pensamento e toma a decisão que o momento lhe exige. Tive a certeza que poderei partir feliz porque meu filho me dará orgulho no futuro, mesmo que não seja ou esteja presente em sua vida, horando meu nome e de seu avô materno, advogado e político Francisco Guedes de Queiroz, que faleceu pobre mesmo depois de 26 anos seguidos de mandatos parlamentares, como eu também não  obtive riquezas materiais; somente intelectuais. 

Como o arco meio quebrado, lentamente subi as escadas da Arena da Amazônia, segurando o corrimão da escada e vislumbrei sua beleza pela primeira vez. Estava me sentindo como se meu filho fosse meu pai, cuidando de mim com todo o carinho, me abanando no calor e perguntando a todo momento se eu me sentia bem. Caminho rumo à morte, com Deus no coração. Não temo a morte porque serei feliz, mas temo os vivos que matam em nome de um Deus que é de todos, de um Estado que acham que o certo, promovem barbaridades em nome crenças que entendem ser a mais correta. Enfim, temo mais aos vivos do que aos mortos, porque os mortos não fazem mal a ninguém e vivem felizes. Me penitencio em nome da religião católica. A religião católica, em períodos de sua história impôs também métodos de terror: as Cruzadas, a Inquisição e, mais tarde, Os Cavaleiros Templários, perseguindo e convertendo gentios pela cruz e pela espada. 

Tomo banho ouvindo pela janela do banheiro, o grito dos periquitos em uma árvore. Os ouço bem, mas não entendo o que dizem porque ainda não aprendi a entender a linguagem dos animais, como fazia São Francisco de Assis, que conversava com pássaros e outros animais e se fazia entender e entendia no que lhe diziam. Queria eu, ao menos, entender o que querem os homens de preto que degolam pessoas, protestam e matam, impondo o terror, já que não consigo ser e nunca serei como São Francisco de Assis! Nem isso consigo entender, embora tente encontrar uma lógica se é que existe alguma lógica em quem impõe o terror pela força!

A vida, hoje, é  uma mera banalidade e uma moeda de troca nas mãos dos fanáticos, sem Deus em seus corações. Pessoas morrem e matam por nada, são individualistas, não pensam no todo, esquecem que ninguém consegue viver isolado em seu próprio mundo e precisa ser gregário, viver em espaços comunitários e respeitar o direito dos outros para ter seus direitos respeitados. Assim é a vida, mas assim não será a morte para quem tem fé e pratica a palavra de Deus! Sou católico, mas não recuso ouvir a palavra de Deus e conhecer os ensinamentos doutrinários da Bíblia! Também convivo bem e aceito todas as religiões; não o radicalismo em nome de qualquer que seja a crença religiosa.

Nascer é uma batalha porque para se ganhar a vida, a pessoa, mesmo em forma de esperma, tem que derrotar várias outras vidas para atingir o óvulo, ser fecundado, passar nove meses espremido em uma placenta para, por fim, ganhar a vida. Viver também não é fácil, mas ser feliz o é porque a felicidade sempre esteve ao nosso lado, mas não sabemos como procurá-la porque queremos sempre mais e mais, somos egoístas, queremos tudo só para nós, impondo sem muita criticidade e análise o que achamos ser o certo. Pode até ser certo para nós, mas pode não ser para todos e a vida é coletiva e não individual.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

INESCRUPOLOSOS ADVOGADOS NO INTERIOR DA BAHIA


“O próprio Código de Ética da OAB determina que esses honorários sejam fixados de forma moderada. Portanto, nenhum motivo justifica a fixação de honorários em patamares de 50%”, diz o procurador da República Victor Cunha. 

Porém, a ridícula, conveniente, protetiva e irresponsável ação da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil da Bahia, com seus profissionais gananciosos e espertalhões, deixou indignada minha esposa advogada Yara Queiroz, com inscrição em Manaus. Cenas deploráveis foram mostradas no Fantástico de alguns e poucos advogados – felizmente, que recebem e ficam com até 100% dos valores de indenização conseguidas por via judicial, de pobres e analfabetos agricultores no interior da Bahia. Alguns desses advogados já foram condenados pela Justiça, mas “a gente passa muita falta”, como disse à reportagem a senhora Iracema e ainda completou “Deus me perdoe (…) é um pecado a gente falar, mas a gente passa até fome”.

Dona Iracema, não é pecado a senhora falar a verdade. Pecado é falar mentira. Os advogados sabem que existe Código de Ética, que existem honorários de subvenção e honorários contratados antes de aceitar o serviço, discutido livremente entre as partes, desde que não ultrapasse ao limite máximo de 20% do valor da causa. Os advogados inescrupulosos prometiam aposentar pequenos trabalhadores rurais – 60 homens e 55 mulheres – pelo INSS, que paga pelo tempo em que o processo fica tramitando desde o pedido até o deferimento. 

Será que não seria o momento de se rever essa burocracia toda, dando direito a quem tem em curto espaço de tempo, sem ter que recorrer à Justiça? É um caso a ser pensado pelo INSS! O pedido pode demorar até mais de dois anos em tramitação na lenta e burocrática justiça do Brasil. No final do tempo, os pobres agricultores analfabetos se dão mal porque funciona um esquema de conivência total que termina lesando quem precisa do direito, o pobre e geralmente analfabeto agricultor, enriquecendo o bolso de advogados, que ficam todo o chamado “atrasados ou retroativos”!

O Ministério Público Federal denunciou 28 advogados por cobrança abusiva de horários de idosos, incapazes e pessoas pobres do interior da Bahia, como a senhora Ercília Rodrigues que pensou que ficaria livre de suas dívidas, pois está devendo mais ainda e chorou devido à frustração porque dos 12 mil a que teve direito, uma fortuna para ela, o advogado lhe repassou apenas 6 mil e ficou com o resto, mas afirmou que só ficou com 20%. Como é sua matemática, senhor advogado, se o senhor só repassou 6 mil para a sua cliente, quando o certo seria o senhor ficar com apenas R$ 2.400, 00 e repassar à cliente um total de R$ 9.600,00 e pedir para que assinasse um recibo discriminando o valor que estava repassando para ela. O advogado Romilson Nogueira foi um dos denunciados pela Justiça Federal que provou que ele ficou com 50% dos 12 mil recebidos do INSS dos atrasados.

O corregedor nacional da OAB, Cláudio Stábile, disse que “deve ser fixado um percentual razoável tendo em vista a situação de carência desse cidadão”. Dr. Cláudio, me permita uma pergunta: se o Estatuto da OAB já define a forma de horário a ser cobrada, como o senhor tem a coragem de dizer que “deve ser fixado um percentual razoável tendo em vista a situação desse cidadão”? O senhor não estaria sugerindo que cada advogado cobrasse o que quisse além do limite que o Estatuto da OAB já propõe. Ou seria?

Santa paciência, será que o senhor corregedor também não conhece a tabela de horários a ser cobrada? A reportagem do Fantástico conseguiu descobrir e provou com recibos, que no interior da Bahia, alguns advogados ficam com 50% do salário-mínimo dos aposentados, até de um aposentado por ser portador de Doença de Chagas. Ao ser confrontado com sua assinatura, o advogado inescrupuloso Fábio Oliveira de Souza, se recusou a falar porque tratava-se de “foro íntimo, não posso dizer para você”, respondendo ao repórter do Fantástico. 

Seria mesmo de “foro íntimo” esse caso comprovado de apropriação indevida do dinheiro de outra pessoa, que não lhe pertence?. Um advogado inescrupuloso criou sua própria tabela de horários e estabeleceu 35% de horários. O procurador da República, de nome Lucas, em Guanambi, na Bahia, disse que entende essa prática como maléfica e abusiva. Diante desses fatos todos, cadê o Conselho Federal da OAB que não intervém  para pôr ordem na casa e livrar a Ordem desses péssimos e gananciosos profissionais?

De tudo que ouvi, mais me indignou foi a nefasta declaração do advogado Leonardo de Almeida Magalhães:  “eu não tenho que dar satisfação para o Ministério Público Federal ou Estadual. A tabela da OAB, ela especifica o mínimo que deve ser cobrado, não estipula o máximo”. Será mesmo, que não tem, Dr. Leonardo? 

Mesmo que não tivesse, o senhor advogado deveria ficar envergonhando em  colocar toda classe de responsáveis profissionais em descredito!

AH, QUE SAUDADES DO CANAL 100!!!!


Ah, que saudades do Canal 100 que passava futebol em câmara lenta, de  ângulos nunca vistos antes! A bola dividida, campo  massacrado,  grama  arrancada pelas chuteiras dos jogadores. Ah, que saudades! Sem falar nos closes nas torcidas quase sempre mostrando pessoas com pequenos rádios de pilhas aos ouvidos, sorrisos sem dentes, tudo isso nos tempos que antecederam aos shoppings e aos vários cinemas do empresário Adriano Bernardino. 

Ah, que saudades da musica “ah, que bonito é...” que exibindo   filmes sobre  futebol produzidos pelo Canal 100 de Carlos Niemeyer, nos anos 70, 80 e meados dos anos 90, em Manaus.

Marcou o ideário de muitos de minha geração de 60 que, como eu, que já rompeu a barreira de meio século de existência! Essas lembranças povoam a memória dos de ontem; mas, infelizmente, não na geração de hoje, internectada  e da era da TV a cabo!

Ah, que saudades senti ao ver de novo o jogador Berg que, aos 19 anos de idade, saiu do time do Rio Negro direto para a equipe em formação do time do Botafogo e fora saudado pelo narrador do Canal 100, como a maior esperança do time do Botafogo daquele ano,  fazendo dois gols contra o Flamengo e chegando  à  Seleção Brasileira, O ano era 1983.

Meu saudosismo foi despertado por Hilton Frazão Andrade que vem me causando vários momentos de alegria e me fazendo entrar em um túnel particular de lembranças, como se desejasse arrancá-las definitivamente de meu coração e partilhá-las com meus leitores. Se fora esse seu propósito e desejo, está cumprindo a meta objetivamente.  Sou movido a saudosismos e saudades do que já fui, fiz e deixarei para as novas gerações.

A cada volta ao passado em crônicas que escrevo e publico pelo facebook e em meus blogs, recebo um vídeo de Hilton Frazão Andrade. E, a cada vídeo que recebo, o Hilton me faz penetrar cada vez mais fundo em lembranças e arrancá-las para dar de presente a todos, essas coisas fantásticas de um passado recente, em forma de crônicas. 

O primeiro vídeo que recebi de Hilton, mostravam aviões do passado da companhia Cruzeiro do Sul. Amigo, sou apenas refém de lembranças registradas em crônicas que escrevo em meu notebook, e que brotam como sangue escorrendo de meu coração, sem matar-me por isso.

Ah, amigo, como viajei com seu vídeo hoje, principalmente porque o amazonense Berg, contrato arrojado do Botafogo, no ápice de seu jejum, deu um sacode no Flamengo, pentacampeão da Taça Guanabara e campeão brasileiro de 1983. 

Contra o tradicional toque de bola que levou o Flamengo estava à garra do determinado amazonense Berg, nos pés de quem estavam depositadas as esperanças dos torcedores e que deu o passe para companheiro Geraldo fazer o segundo gol com e o próprio Berg em uma arrancada impressionante, fez o terceiro gol do jogo. Apesar de o goleiro Raul, do Flamengo, ter feito defesas milagrosas defesas na partida, só deu Botafogo três, Flamengo zero, dentro do Maracanã! 

Fiz uma grande viagem ao passado!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

COM A CADEIRA NA CABEÇA, LÁ VAI MARIA...


Com uma cadeira de balanço na cabeça, “lá vai Maria”, sem conseguir o que o que queria. Poderia ser a música “Lata D'Água”, composta há muitos anos pelos geniais letristas Luís Antônio e Jota Júnior, gravada pela cantora Marlene, mas não é! Em meio a tantas péssimas notícias – relatório do desperdício de água no Brasil, sátiras inteligentes e bem-humoradas de execuções de presos como uma advertência ao Ocidente, um surpreendente pedido de clemência da Indonésia - depois que executou e não aceitou o pedido de clemência feita em favor de um brasileiro  - à Arábia Saudita, presos mandando nas cadeias, usando celulares, facões, drogas como se estivessem em liberdade, apagões de energia sem explicações ou com muitas explicações contraditórias e sofríveis, com ameaça de demissão do Ministro das Minas do Governo Dilma, empossado há 22 dias Eduardo Braga – uma informação específica de uma mãe que acordou de madrugada, foi esperar ficha na porta de uma Escola em Manaus, voltou para casa sem conseguir matriculá-lo na Escola perto de sua casa, me chamou a atenção, primeiro porque ela não conseguiu acordar mais cedo e ser uma das primeiras da fila, depois pela insistência das Secretarias de Educação do Estado e do Município de aconselhar os pais a procurarem vagas na internet, como se todos tivessem acesso a essa ainda precária e cara ferramenta de comunicação,  me chamou a atenção. Pode uma coisa dessas?


Essa cena aconteceu em Manaus, na porta de uma Escola, onde havia uma fila de cadeiras de balanço e outras de vários tipos, inclusive com os nomes das proprietárias. Mas poderia ter acontecido em qualquer outra parte do Brasil, em qualquer porta de qualquer Escola, porque o problema é sério e as mães são apenas “Maria's” pobres, sem muita cultura e preferem madrugar na porta das Escolas, lutar por uma senha para não serem atendidas com respeito e dignidade. Frustradas por não conseguirem vagas perto de suas casas, colocam as cadeiras na cabeça e voltam para suas casas, subindo as ruas, levando a “pela mão a criança”, tendo que explicar aos pobres inocentes e indefesos que não conseguiu a vaga que queria, principalmente em creches que não existem e aumentou muito a necessidade depois da criação da Lei das Domésticas. Como explicar a uma criança que quer estudar essa decepção?

São mães que, como diz a composição da música, que voltam no dia seguinte as mesmas Escolas em todo o Brasil, mas que vivem como domésticas “lutando pelo pão de cada dia/ sonhando com uma vida  (digna), no asfalto/que acaba/Onde o morro principia”. Essa verdade, é o que menos importa, porque o que importante é o voto delas nas urnas e manter a total bagunça que se tornou o processo de renovação de vagas nas Escolas Públicas e muitas particulares também do Brasil. No passado, além de se respeitar mais a Educação, o aluno só era obrigado a trocar de Escola quando não houvesse mais a série que ele faria. Agora, não! Nada é automático e todo ano os pais e as mães têm que renovar matrícula. Se for em Escolas particulares,  pagando preços caríssimos, o que poucas famílias podem honrar.

Na década de 70, mudei do Grupo Escolar Adalberto Vale, no bairro do Morro da Liberdade, onde cursei as primeiras quatro séries do antigo curso primário para a recém-inaugurada Escola Dorval Porto, no antigo Crespo e cursei até a antiga 8a série (hoje Ensino Médio), mas só confirmei a matrícula em uma lista datilografada que já se encontrava na secretaria da nova Escola. Como na Escola só tinha até a 8a série, me transferi para o Gynásio Amazonense, na Avenida 7 de Setembro, onde cursei meu primeiro ano do 2o Grau e novamente optei pelo ensino profissionalizante de magistério e terminei concluindo-o para ser professor de 1a a 4a série no Instituto de Educação do Amazonas. Entrei no curso de Comunicação Social em seguida e tornei-me professor universitário, teórico social e autor de vários livros de crônica, científicos, filosóficos

Hoje, em plena era da tecnologia, onde tudo pode ser feito pela internet, não entendo porque famílias são obrigadas a dormir na fila, em cadeiras de balanço ou qualquer cadeira que tenham em casa, colocar seus nomes em placas como se fosse uma reserva de local, enfim, enquanto as Secretarias de Estado e do Município insistem em mandar os pais reservarem as vagas pela internet. Das duas uma: ou nossos gestores educacionais vivem em outro planeta onde tudo funciona na velocidade da luz ou perderam a noção do ridículo: se fosse tão fácil usar a internet, por que não cruzariam os dados dos alunos, identificariam qual a Escola mais próxima da casa do aluno e fariam as matrículas automaticamente? Ou será que não confiam na qualidade da internet que mandam os pais e as mães usarem? Pode ser! 

Pode uma coisa dessas?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

NOVO ARROCHO FISCAL DO ESTADO INCHADO


Todo dinheiro que entra fácil demais através de impostos extorsivos, sai mais fácil ainda em forma de corrupção e alimenta muitos políticos! 

Essa, contudo, tem sido essa a prática do Governo Federal: ao contrário de reduzir o número de Ministérios e otimizar a máquina pública para torná-la mais eficiente, prefere caminhar no sentido contrário e aumentar impostos, não permitindo o reajuste da defasagem de mais de 60% em 4 anos na tabela do Imposto de Renda, aumentando  os tributos sobre os combustíveis que, no final, todos  os contribuintes pagão a conta porque todos os preços reajustados de gasolina e diesel, principalmente, serão repassados aos produtos que se compra em supermercados, na hora de se encher o carrinho no final do mês. Contudo, o que poderá ocorrer é o contribuinte constatar nos supermercados que está pagando muito imposto e voltar às ruas para exigir melhorias, sendo reprimidos pela Polícia, em caso de violência da parte dos manifestantes, o que tem sido comum nos últimos tempos.! Mas do que isso, não acredito que aconteça!

Por que ao contrário de elevar a tributação, o Governo Federal não se enxuga a máquina do Estado, diminui o número de Ministérios, aumenta a eficiência da máquina pública e muda a mentalidade dos servidores públicos para serem servidores do público?

Hoje, servidor público, é sinônimo de não fazer nada, de não servir ao público. Em muitas ocasiões os “servidores públicos” maltratam quem precisa, os obrigando a enfrentar filas, se sujeitando a acordar de madrugada para pegar ficha de matrícula de um filho na escola, na creche ou frequentando filas de precários hospitais, só para falar de algumas coisas!

O Governo Federal precisaria desse arrocho todo? 

Sim, precisaria porque o Estado está muito inchado e essa é  a única fonte de receita do Governo Federal possui, que são oriundos dos impostos cobrados dos contribuintes. Só que em troca, os contribuintes deveriam receber melhorares e com mais eficiência os serviços da máquina pública, como reajustar o valor das aposentadorias, corrigir uma parte da defasagem de mais de 60% na tabela do Imposto de Renda, congelada nos últimos quatro, em vez de anunciar que nada disso pode ser feito porque perderia bilhões em receita fiscal, como se a receita do Brasil não viesse dos impostos astronômicos cobrados através de seguidas manobras “impostômetras”

É o mesmo ditado de sempre: “venha nós ao nosso bolso, tudo; ao vosso reino dos contribuintes, nada e os contribuintes que se danem! 

Reconheço que a presidente Dilma Rousseff está tentando fazer o que pode para estancar a corrupção. Os corruptos não se importam porque nada os atingem. Presos e depois soltos por manobras jurídicas, por brechas nas leis ou pela competência de quem os defendem, continuam usufruindo das riquezas conseguidas de forma fraudulenta, em prejuízo à comunidade. É preciso uma lei que os desapropriem sem burocracias dos bens adquiridos de forma ilícita, respeitando o amplo direito de defesa, contudo, se é que para corrupto existe defesa.  

As denúncias do repórter sem rosto do Fantástico, Eduardo Faustino estão se multiplicando. Dos inocentes desvios de recursos públicos com Notas Fiscais frias, os corruptos estão ficando mais espertos e agora estão desviando de outras formas. Começaram a roubar água de creche, aparelhos condicionadores de ar. Isso não é ato de corrupção explícito. Ladões comuns fizeram isso em prejuízo a todos os alunos da Escola de Santa Catarina. A corrupção surge a corrupção com superfaturamento de preços e outros esquemas. Incrível! Como se já não bastassem as outras modalidades de corrupção praticadas! Toda corrupção começa pequena, vai aumentando, aumentando, ficando cada vez mais sofisticada e chega aos milhões, com o envolvimento indireto do poder judiciário e das leis e  da Constituição do país, que considera “todos inocentes até a sentença transitar em julgado”.

Sem uma profunda reforma do Estado, as coisas continuarão piorando, até o dia em que a sociedade civil organizada voltar às ruas, enfrentar os Aparelhos de Repressão do Estado, como for possível: protestando de forma pacífica, ordeira ou reprimida. 

Ninguém aguenta mais!

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

COMEÇA O BBB, PROGRAMA QUE CONTRARIA A CONSTITUIÇÃO


Em total afronta ao artigo 221 da Constituição do Brasil, divulgado em rede social pelo Conselho Nacional de Justiça, mais uma vez a Rede Globo de Televisão promove mais uma vez o programa BBBosta, o pior programa da TV Brasileira, em total afronta o que preceitua o inciso IV “respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”. 

E o pior é que nenhum cidadão brasileiro entra na Justiça para fazer cumprir o que determina o inciso IV do artigo 221 da Constituição do Brasil. Por que será?

Em nome de uma suposta liberdade de expressão, até quando a sociedade brasileira vai ter que aguentar essa baixaria explícita apresentada pelo preparado, ético, competente jornalista, autor de peças de teatro e ex-jogador de basquete, Pedro Bial? 

Será que nenhuma autoridade da República está percebendo que o inciso IV, do artigo 221 da Constituição do Brasil – respeito aos valores éticos sociais da pessoa e da família – continuará sendo uma mera peça de ficção ou letra morta, porque o dinheiro e o poder da mídia sempre fala mais alto? 

Será que o direito de se comunicar, o direito de expressão prevalecerá sempre em detrimento ao valor da família? Ou esse valor, diante de tantos outros valores utilizados pela atual sociedade, que endeusa a corrupção, os desvios de recursos públicos, da merenda escolar, das escolas, saúde e educação também foi esquecido? Ou será que de tanto ver isso acontecendo, os brasileiros já integraram essas coisas como parte integrante da vida social como um todo?

Como perguntei no ano passado, pelo mesmo motivo, volto a questionar de novo: além da Grazzi Massafera que fez uma brilhante carreira na televisão como atriz, alguém pode me dizer quais foram os nomes de todos os vencedores dos BBB anteriores? Excetuando os aficionados pelas bisbilhotices das vidas alheias perderão 90 dias comentando, votando em seus preferidos, defendendo os que desejarem que fiquem no programa que começa e termina com carta marcada, já se sabendo quem deverá vencer, porque quem manda é o dinheiro e não “o respeito aos valores éticos sociais da pessoa e da família”!

Esse inciso da Constituição e nada serve para mesma coisa: ser um mero papel higiênico usado nos banheiros das famílias brasileiras! 

Enquanto isso, políticos desonestos continuarão roubando o dinheiro público do Brasil, enquanto muitos tolos discutirão quem vencerá o BBBosta, sabendo quem faltou com respeito aos valores da família. Poucas pessoas entendem o que são os valores éticos e sociais, por isso se deliciam em votar e determinar quem deve sair da casa ou permanecer dentro dela. E os heróis mediáticos são criados pela mente criativa do excelente jornalista Pedro Bial.






A EXECUÇÃO DE MARCO ARCHER, POR VÁRIAS VERTENTES


A execução por um pelotão de fuzilamento, do brasileiro Marco Archer, de 53 anos preso há 10 anos por tráfico internacional de drogas na Indonésia, pode ser analisado por vários aspectos: histórico, jurídico, religioso, político e dos direitos humanos. Por questões humanitárias, sou contra qualquer tipo de pena de morte como também sou contra atentados em nome de qualquer religião, os historicamente praticados pelas “Cruzadas” e “Os Cavaleiros Templários” e a corrupção. Vamos ao primeiro ponto: no do aspecto histórico, o jornalista Paulo Nogueira disse que Archer morreria por culpa dos crimes cometidos pelo Império Britânico e, principalmente, por ter sido condenado à morte depois de ser preso com 13,4 quilos de cocaína escondida no interior de uma asa delta. (http://brasilemversos-am.blogspot.com.br/2015/01/por-que-um-brasileiro-sera-fuzilado-na.html).

Ainda no aspecto jurídico, Paulo Nogueira garante que os 13,4 quilos de cocaína, não representam quase nada perto de quase meia tonelada descoberta no helicóptero do político Perrela em uma fazenda, mas, voltando ao aspecto histórico, também diz que o Império Britânico promoveu no século 19 uma verdadeira guerra contra o tráfico do ópio quando dominava a Indonésia. Continuando no aspecto jurídico, todos os trâmites legais do processo, com ampla defesa do réu, foram cumpridos e a soberania nacional da Indonésia foi respeitada, apesar dos diversos apelos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff em favor da vida do condenado. Enquanto isso, o processo contra os políticos da família Perrela não consegue andar porque enquanto na Indonésia para quem é traficante, no Brasil ele vira político, se elege e nada acontece porque ele passa a ter imunidade parlamentar, mesmo sendo pego com droga. Muitas desculpas já foram dadas sobre esse episódio e chego a suspeitar que há envolvimento de gente muito mais importante com essa droga encontrada na fazenda no helicóptero da família Parrela.

Nos aspectos histórico e religioso do passado, há que se dizer que a pena de morte foi verdadeiramente implantada no mundo pela Igreja Católica, durante vários momentos de imposição, intolerância e perseguição religiosa, convertendo aos que não eram pertencentes à Igreja, com penas bárbaras e até execuções como narra  a obra “Vigiar e Punir: o nascimento da prisão”, do francês Michel Foucault, publicado originalmente em 1975 e até hoje considerada uma obra que alterou a forma de pensar e de fazer política social no mundo ocidental. O livro narra a condenação de Robert-François Damiens, em 1757 a ter “a carne dos mamilos, dos braços, das coxas e da barriga e das pernas arrancadas, queimada com fogo de enxofre e as feridas cobertas por chumbo derretido, óleo fervente, piche, cera quente, e, finalmente, o corpo puxado e desmembrado por quatro cavalos”. Depois, inerte, o homem deveria ter seu, “cadáver reduzido a cinzas e elas espalhadas aos quatro ventos” (Aventuras na história – para viajar no tempo – in http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/saiba-mais-obra-vigiar-punir-michel-foucault-678921.shtml). Naquela época de repressão violenta e desproporcional, os bispos eram os aplicadores das penas. Por fim, se mesmo depois de tudo isso, a pessoa ainda permanecesse viva sem braços e pernas, “o tronco seria jogado na fogueira”. Eis a origem da pena de morte imposta pela Igreja, que prosseguiu com as “Cruzadas Medievais”, na Palestina do século XI ao XIX, iniciada logo depois do domínio dos turcos, na chamada “Guerra pela Terra Santa”, convocada em 1095, pelo papa Albano II, com a promessa aos camponeses que receberiam reconhecimento espiritual. Os turcos, invasores, por vários séculos impediram o acesso à Terra Santa, considerada sagrada para os cristãos. (http://www.suapesquisa.com/historia/cruzadas/). Depois, veio “A Ordem dos Cavaleiros Templários”, que contaram com a participação militar nas etapas seguintes das Cruzadas.

Mas voltemos ao tema Marco Archer Cardoso Moreira que, ao ser preso aos 43 anos, disse que fora detido porque um “guardinha” no Aeroporto, que o tinha visto nervoso, decidiu revistar sua Asa Delta. Ele fugira e fora preso mais tarde. Dez anos depois, sabendo que todos seus recursos e apelos humanitários tinham sido negados, decidiu dizer que desejava retornar ao Brasil para ensinar aos jovens que a droga só leva a dois caminhos: prisão e morte. No caso dele, foram as duas coisas, a prisão e a morte. Mas se arrependera e teve tempo de reconhecer seu erro! Mas fui fuzilado porque decidiu vender droga no país errado, na hora errada, porque “lhe daria um bom dinheiro”. Se fosse no Brasil, talvez ele virasse um político e se destacasse!

Continuando com a história, na época o Império Britânico, berço da civilização industrial, comandava a Indonésia. Os britânicos comercializavam seda, chá e porcelana e a China comercializava o ópio produzido na Índia. Com isso, em termos comerciais, a Inglaterra acumulou um grande deficit comercial com a Índia, como informa a publicação do jornalista Paulo Nogueira, “Por que um brasileiro será fuzilado na Indonésia”. Com relação aos aspectos histórico, jurídico e religioso, o politico, o dos direitos humanos e apelos humanitários, todos foram respeitados.  Marcos Archer, no início, só queria saber de dinheiro fácil, mas confundiu o Brasil com a Indonésia e fora fuzilado em razão de sua ganância porque lugar de dinheiro fácil é no Brasil, através de muitos políticos que se tornam celebridades da noite para o dia, principalmente quando seus advogados lhes apresentam como inocentes e invocam a Constituição, assegurando que “todos são inocentes até que a sentença transite em julgado”. Como existem muitas possibilidades de recursos, dá tempo a aos que querem se eleger deputados federais ou senadores e passarem a ter fórum privilegiado. 

Eis a diferença e a razão porque “um brasileiro foi fuzilado na Indonésia”. Marco Archer, “não poderia ter escolhido um lugar pior para contrabandear cocaína”  porque “raiz das todas as balas que o abateram, está o terror que o Império Britânico promoveu na Ásia, no século XIX”, conclui com propriedade, historicidade e lucidez o jornalista Paulo Nogueira. 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

MAUÉS-AM, MEU AMOR FINITO


Ah, Maués terra querida do guaraná, 
Terra que meu tio Raimundo Costa, escolheu para viver
e talvez, morrer!
(saudades tenho dele; notícias, não!)
da praia da Ponta da Maresia, onde  na hora
que os anjos passeiam ao sabor da estrelas.
Do hotel hospedou o poeta Jorge Tufic,
Ronaldo Tiradentes e os cantores Edney Sander e César Sampaio,
na festa do guaraná, das famílias,
Miranda Leão, Michille, Magaldi e Esteves, 
da professora Iraildes,
e de tantas outras famílias 
que hoje fazem ou fizeram parte da história social, 
cultural e política do Amazonas e política do Brasil
da primeira senadora do Brasil,
do senador José Esteves,
do Festival de Verão e dos jogos de vôlei na praia!
Por que você fez parte de minha vida e desapareceu? 
Me permitiu ouvir o poeta Celdo Braga e seu grupo musical
tocando no lançamento de uma de minhas obras.
(fiquei emocionado e nunca esqueci),
Até hoje me pergunto sem obter resposta!
Ah, minha Maués,
(por que você me esqueceu?)
quando e se nos encontrarmos de novo
juro que a amarei ainda mais...
Ah, minha Maues!
 Por quê você me maltrata tanto
Se tenho muito amor para lhe oferecer!?

domingo, 18 de janeiro de 2015

OS POETAS E A LUA


Os poetas dormem acordados, 
sonhando com as estrelas e a lua nua, 
imaginando um coloquio amoroso com aquela que deixou de ser virgem desde que o ser humano a seduziu pela primeira vez, 
pisando-a em seu rosto, agora um pouco deformado!
Mesmo assim, o poeta sonhador e 
despudorado a deseja ardentemente!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

"RUA CARLOS SOUZA, POR QUÊ?"


- Moro na Rua Carlos Souza, no bairro Cidade de Deus!

Estava sendo atendido como preferencial no laboratório CPDE, no Milênio Shopping, entregando minha requisição para fazer exames de sangue de rotina para controlar a infecção hospitalar com a qual passei a viver desde de 2006, quando fui submetido à cirurgia para tratar de um empiema cerebral, quando ouvi a pessoa que era atendida ao lado, atrás de mim, responder à atendente: “Moro na Rua Carlos Souza”. Virei-me e perguntei ao interlocutor que falara: “Por favor, foi Rua Carlos Souza, que o senhor disse”. “Foi, sim, por quê?” “Eu trabalhei com ele em Manaus, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez”. Em 2006, quando recebi diagnóstico de câncer em metástase no cérebro e precisei viajar para SP, pedi e recebi ajuda do deputado federal, embora não fosse mais seu chefe de gabinete em Manaus, mas apenas seu amigo!

Depois de responder-lhe isso, cheguei em casa com duas marcas de picadas nos braços e recordei que ainda está em vigor a Lei Federal 6.454/77, de 24 de outubro de 1977, assinada pelo presidente Ernesto Geisel e seu ministro da Justiça, Armando Falcão, proibindo a colocação de nomes de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra, em qualquer modalidade, a bem público, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta. O ex-deputado federal por três mandatos, vice-prefeito de Manaus, merece homenagens, tanto quanto seu irmão, o deputado estadual falecido Wallace Souza, por ter sido cassado injustamente pela pressão do governador do Estado, Eduardo Braga,  (hoje Ministro das Minas e Energia da presidente Dilma Rousseff). O filho de Wallace Souza, Rafael Souza se envolveu em crimes e foi julgado, condenado e está cumprindo a pena que lhe foi imposta pela Justiça. Wallace Souza, já falecido e esquecido, merece homenagens porque foi cassado injustamente por pressão política! Carlos Souza, merecerá, mas ainda está vivo e gozando de saúde!

Ao chegar em casa com dois pedaços de esparadrapo, um em cada braço e pensando no que ouvi no laboratório CPDE, recordei que Carlos Souza era um jovem atlético,  usava calça jeans e tênis, subia rápido, quase pulando as escadas de um prédio na Rua Marques de Santa Cruz para trabalhar como Despachante de Veículos. Era amigo do também despachante de veículos e hoje desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas,  Yedo Simões de Oliveira, com escritório em uma sala no piso superior do Bar KatKero, na Avenida Getúlio Vargas. Yedo concluiu a Faculdade de Direito, entrou para a magistratura. Carlos Souza, formou-se em biologia, foi professor no Colégio Militar, casou com Juracy Souza, apresentou programas de TV e, com o seu irmão deputado falecido, Wallace Souza e ambos ficaram conhecidos na política como “Os Irmãos Coragem”, com a competente produtora Vanessa Lima comandando tudo.

O bairro Cidade de Deus, começou a surgir depois de 1977, quando as obras de construção da sede do SEST/SENAT foram concluídas, resultado de invasão de um buritizal. Fazendas, sítios e outros locais que eram usados para lazer na Avenida Autaz Mirim, na Zona Leste de Manaus. No início eram casebres cobertos de lonas. Ao lado, surgiu outra invasão e recebeu o nome de Braga Mendes porque era governador do Estado  era Eduardo Braga e o prefeito era Amazonino Mendes. 

Mas esse problema de dar nome de pessoas vivas para obras públicas não é privilégio de Manaus. Em Alagoas, o Ministério Público entrou na Justiça exigindo o cumprimento da Lei Federal, porque inúmeras ruas e locais púbicos, homenageiam pessoas vivas e bem conhecidas da população alagoana. No Estado existem homenagens a Gustavo Paiva, ao industrial João Lyra, pai da vice-prefeita Lurdinha Lyra, a Avenida Márcio Canuto, jornalista Alagoano. 

Não que essas pessoas não mereçam as homenagens, mas a Lei 6.454/77, continua em vigor e não pode!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

"URUBUS DAS ALTURAS" (HOMENAGEM AOS INTELECTUAIS DO CLUBE DA MADRUGADA)


Sentado na varanda do apartamento no Mundi, olhando para a piscina azul onde ontem era uma mata virgem, observo agora pontos pretos na sua água clorada, de pássaros voando alto em busca de seus espaços. Ao subir o olhar, vejo mais pássaros despejados de seus habitats naturais sobrevoando alto, em busca de suas antigas árvores que se transformaram em torres de concreto. Dentre eles, observo ainda muitos urubus sentindo o cheiro da podridão da corrupção política do Brasil, em busca de alguma carniça do povo que fica sem educação, saúde, saneamento e, pasmem, no Rio Grande do Sul, de pessoas que adquiriam unidades autônomos pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, foram despejados pelos traficantes que se apossaram do local, continuam sendo obrigados a continuar pagando suas prestações porque são pobres e não querem ter seus nomes sujos na praça, porque são o único bem verdadeiro que possuem na vida! Nome sujo na praça? É melhor continuar pagando para que os traficantes ocupem seus apartamentos construídos com o dinheiro público.

Enquanto os urubus aparecem como pontos pretos na água azul da piscina, outros misturam-se a eles, mas dos quais só se ouve o som estridente em busca de seus lugares, me perco em pensamentos que me levam a concluir que o Brasil continua sendo movido pela corrupção, mas que a presidente Dilma Rousseff poderá vir a ser conhecida na história por tê-la enfrentado em todos os níveis, lembrando apenas que a corrupção é histórica e tem raízes profundas e que não começou agora, no governo atual. O Brasil cria controles para combatê-la, mas os corruptos, sempre apoiados por políticos que os indicam, se multiplicam e multiplicam-se em cargos importantes e em escândalos cada vez maiores no país, apadrinhados por políticos que os reconhecem  frágeis e mais facilmente corrompidos, com desvios, em um jogo imoral de “toma lá dá cá”, que destrói os alicerces da governabilidade, a democracia e oprime a sociedade porque a corrupção não tem rosto, não tem escrúpulos e não escolhe pessoas para prejudicar. Os urubus voam suavemente aproveitando as correntes de ar, planam com tanta graça até encontrarem a carniça que buscam para devorá-la: os corruptos em cargos indicados por políticos, reconhecidamente pobres em fé e mais fáceis de apodrecerem! Os outros pássaros, não! Apenas voam e cantam um pouco mais barulhentos! 

Dentre eles, estão os periquitos asa branca que faleceram envenenados ou não, que mereceram apenas uma placa do IPAAM na Avenida Efigênio Sales informando a presença deles, em um trecho pequeno da rua. A placa está sustentada e afixada no chão e por trás dela, vê-se dois pedaços de madeira, formando uma espécie de cruz . Será que é pelos periquitos asa branca falecidos? Será que é só isso que merecem os bravos periquitos por lutarem inutilmente por seu espaço? Por que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas não divulgou até hoje, os laudos das Universidades de Pernambuco e MG. Por que? Eles não merecem? Ou deverão apodrecer na lembrança das pessoas para que os urubus os devorem, como devoram o dinheiro público? Não! Tenho esperança que não!

Hoje, na pressa das pessoas, quase tem tempo para apreciar o voo dos desesperados periquitos asa branca que cantam em protesto, muito menos ficar olhando para o céu ou para a piscina azul do Condomínio Mundi apreciando silhuetas negras correndo sobre a água cheia de cloro, parecendo um céu de verão amazônico! Quanta pressa, para quê? Para a morte, talvez!  

Ah, como sinto saudades de ver um Brasil honesto, incorruptível, sério e sincero. Talvez isso mude, mas o país terá que mudar também como eram e desejavam os escritores Arthur Engrácio, Anthistenes Pinto e o irreverente poeta do azul, Ernesto Penafort e aos demais integrantes do sexagenário Clube da Madrugada, falecidos ou vivos que, irreverentes, fundaram um clube sem estatuto  ou sede. Fui ao Clube levado pelas pela espada do falecido intelectual, padre Nonato Pinheiro, empossado junto com o médico Simão Araaão Pecher, à sombra do pé de mulateiro, na Praça Heliodoro Balbi, com muita honra! 

Os integrantes do Clube da Madrugada lutaram pela redemocratização do Brasil e agora lutam pelo fim dos urubus que sobrevoam o país, procurando novas carniças para devorá-las, meu reconhecimento e meu abraço sincero.

O CHORO TRISTE DA FLORESTA AMAZÔNICA (escrita em 2002 e ainda atual)

www.youtube.com/watch?v=8tMRtgJXtvc

Comentários direcioná-los ao link http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2012/08/o-choro-triste-da-floresta-amazonica.html




O CHORO TRISTE DA FLORESTA AMAZÔNICA!


Horas há em que a Floresta Amazônica chora, inundando os Rios Negro e Solimões que, sem pedir licença, invadem as ruas das cidades. É um protesto silencioso, um pedido de socorro talvez, só para ver se alguém escuta o soluço copioso brotando das entranhas da floresta saindo das raízes e das copas de suas árvores,  em forma de fumaça também. Se nada for feito para socorrer seu lamento triste, estará próximo seu desaparecimento e será horrível para seus habitantes.

Horas há que ao contrário de chorar copiosamente, manda o sol inclemente sugar suas lágrimas, deixando à mostra apenas uma terra nua e seca, por onde antes deslizavam suavemente os  frondosos leitos dos Rios Negro e Solimões, como pedindo socorro contra os incautos e gananciosos exploradores, irresponsáveis e insensíveis também!

Ah, minha floresta, o que estão fazendo com você? Poderiam muito  bem explorá-la  em suas riquezas sem destruí-la em sua pujança de biodiversidade mas, ao contrário,  preferem destruí-la para depois chorar sobre “leite  de seu látex derramado” ou “sobre o roubo realizado” desde o século XIX quando um “botânico” passou por aqui, entrou em suas entranhas e roubou de suas mães,  suas filhas, as sementes de seringueiras e as deu de presente ao Rei da Inglaterra, que mandou plantá-las na Malásia e tornou um caos a economia do Amazonas!
 Ah, minha floresta, tão subtraída, tão desprezada, tão maltratada, embora como uma mãe zelosa, sempre acolhe a todos que lhe desejam conhecer e conhecendo-a, exploram-na de forma criminosa, irracional e também irresponsável! Como sangue de cores do pau-rosa em toras levado para a França para fixar perfumes e cores negras de suas queimadas, as lágrimas da floresta parecem que são invisíveis aos administradores públicos.
Ah, minha floresta! As outroras águas preocupantes que banham as cidades causando preocupações, estados de calamidade pública e muito dinheiro gasto para a limpeza do lixo deixado pelos homens, ou quando a floresta chora ou também quando secam devido ao sol enxugar suas lágrimas pela parceria da floresta com o Rei, é apenas o resultado de sua progressiva destruição lento, gradativa, mas de forma constante.

Quando as águas dos Rios Negro e Solimões despejaram suas revoltas impiedosas nas cidades do interior e depois secarem completamente e só deixando aparecer os dentes de peixe em suas terras nuas e as vértebras e esqueletos que nos alimentava com fatura mas que agora são jogados no lixo todo o excedente, foi apenas a forma de protestar que a Floresta Amazônica encontrou, se defendendo  das agressões que vem sofrendo, com muito lixo jogado em suas veias que não transportam vida; apenas, morte em forma de lixo, muito lixo, mas parece que ninguém entende o seu pedido de ajuda desesperado.

Ah, quem escutará um dia minha floresta amazônica em seu canto triste e penoso, sem ser um canto belo de sereia, que encanta os náufragos? Não sei! Não sei!

Ah, minha floresta, até quando....?


CRÉDITOS
Texto: Carlos Costa
Formatação: Sonia Biasus
(http://soniabiasus.blogspot.com.br)




domingo, 11 de janeiro de 2015

CARTA PARA CARLOS COSTA FILHO (7 de janeiro de 2015)


Meu querido e amado filho:

À noite, quando o vejo correndo atrás de uma bola com os colegas na quadra do Condomínio Mundi, recordo você correndo em seu velocípede com sua “Mia”  indo rápido atrás para que não caísse ou correndo amarrado em fraudas na cintura, porque ainda não sabia caminhar direito: só engatinhava e já queria correr!.Meu filho, você era peralta quando começou a engatinhar, mas ficava quetinho em seu berço! Mais tarde, dirigindo seu jeep elétrico no Condomínio Florença Residencial Park, dando carona às duas filhas do advogado Francisco Cloacy, o “Chicão”, um boêmio com o qual eu convivia nas tardes sonoras na área de lazer ouvindo os boleros do senhor Claudionor Santos, com seus excepcionais CDs. Ah, meu filho, como você cresceu! Está mais alto que eu, mas a vida lhe continuará ensinando. Como o tempo voou e eu e sua mãe voamos junto até que, aos 46 anos, sofri um empiema cerebral foi operado pela primeira vez. Fiquei infectado por bactérias hospitalares e fui saindo devagar de sua vida. 

Também lembro das vezes que Miraceli Ferreira, passava álcool em seu rosto de pele frágil para não deixá-lo empolado com o toque de minha barba ao beijá-lo. É, como o tempo passa e é cruel, mas é a melhor escola que você terá em sua vida. Eu e sua mãe envelhecemos os seus 17 anos e você está começando a viver e não sabemos se teremos tempo para ver você enfrentando a vida com altivez, terminando sua faculdade e desenvolvendo sua atividade profissional, seja lá qual for, com determinação, honra e caráter. 

Ontem, você era apenas uma criança. Hoje, completa 17 anos e quantas coisas você viveu, sem saber ou lembrar que vivera! Quantas lembranças boas da infância nos deixou, sem saber que as deixava. Gostava de andar de ônibus com a sua “Mia”, a mãe 2, indo nos consultórios médicos, em suas consultas. Quando o beijava, Se eu a beijasse ao chegar do trabalho, você ria muito, mas a “Mia” não gostava que lhe beijasse no rosto rosado e rechonchudo. Lá vinha ela passando álcool para que você não ficasse empolado com contato de minha barba negra com seu rosto ainda de pele frágil e muito sensível. Quantas lembranças agradáveis e esquecidas em sua mente infantil você nos deixou. Ontem, lhe dava mamadeira no colo, colocava no berço e lhe fazia dormir assistindo  o Teletubes. Quando despejava o resto de seus alimentos ou sua urina na fralda descartável, gritava e chamava “Mia, tá cocô” “acho tá xixi”, se escorando na parede da casa ou, ainda, quando levava o dedinho rumo à tomada, olhando para babá, dizendo “não pode, né, Mia, né que nenê não pode colocar o dedo aqui porque dá choque?”, Você nunca levou um choque, meu filho! E hoje usa seus dedos longos para jogar vólei! Dormindo, você caiu do berço, quebrou a clavícula e voltou a dormir calmamente. No dia seguinte, a Miraceli Ferreira, percebeu que você chorava e perguntou: “O que aconteceu com o Carlos Filho? O levamos em urgência para a Unimed, mas não quiseram lhe atender porque, no desespero e pressa  em socorrê-lo, esquecemos sua carteira e exigi o direito de atendimento de urgência a qualquer paciente e lhe engessaram todo! Miracele lhe passava uma escova para coçar suas costas.

A agilidade com que você usa seu aparelho celular é a certeza que temos que você nunca o colocou na tomada. É...Carlos Filho e por isso os usa, hoje, tão rápido vólei que joga e nos esportes que pratica. O tempo passou rápido demais, mas recordo quando você ouvia músicas ou programas infantis em seu berço. Depois aprendeu a colocar a sua fita predileta no videocassete, sozinho mesmo sem saber ler. Quando ainda no ventre de sua mãe, você chutava muito, e eu, acariciando a pele que lhe encobria, cantava a música “....era um garoto que como eu, amava os Beatles e os Rolings Stones...” e você passou a cantá-la quando começou a falar. Era sua música predileta! Eu e você, assistimos muitas vitórias do piloto Airton Senna, pela TV e passou a gostar de Fórmula 1, mas nada entendeu porque o Brasil chorou sua morte!

A Yara Queiroz, o transportou no ventre para todos os lugares que se dirigia: trabalho na ALE, faculdade, reuniões de estudos. No dia da formatura, você esteve presente e participou de toda a solenidade de colação de grau em Direito, em um calor infernal no Auditório do Centro de Comércio da Zona Franca de Manaus – Cecomiz, durante a crise de energia elétrica na cidade de Manaus. Você nasceu e, emocionado, pedi ao médico para filmar todo o parto até o horário em que ele fixou no relógio e parou  porque teve que ajudar a equipe, porque você nasceu todo roxo, enlaçado no pescoço pelo seu cordão umbilical Eram 9:15 da noite do dia 07 de janeiro de 1998 e sua mãe, antes de lhe ver e sem poder falar, escreveu “Como ele é, é grande?” Eu respondi que era lindo, pesou mais de 3 quilos e nos fez feliz. Sua irmã, Isabella Queiroz, telefonou para saber se você já tinha nascido! Disse que já e que era fofo! 

Deixamos a casa do Campos Elíseos, em cujo quintal você corria feliz, e mudamos para um apartamento em 2000. Fui socorrido pelo engenheiro ambiental Luiz Cláudio, quando lhe pedi para esquentar sua mamadeira. Você cresceu uma parte no Florença, outra no Geneve, depois no Nau Capitania e está vivendo agora no Mundi, com muitos amigos. Não havia uma só pessoa que não lhe achasse fofinho e sua madrinha de batismo, Vera Queiroz, que foi a madrinha de casamento com seu esposo Carlos Coutinho, lhe chamava de “meu gordinho”. Sua "avô gordinha", como a chamava, Maria Luíza de Souza Queiroz, o consagrou ao “Divino Espírito Santo” e foi a primeira pessoa a vê-lo, quando sua mãe deixou a Maternidade da Unimed, na Constantino Nery. Depois, foi a sua “Mia”, que cuidou de você por 12 anos!

Ah, meu filho, são tantas lembranças gostosas que você nos deixou e ainda nos deixa! No Maternal Floresta Encantada, em seu primeiro dia de aula, chorava muito sua mãe  chorava também e dizia que ia lhe tirá-lo da alfabetização. Eu respondia que no início era assim mesmo, mas depois acostumaria. Fui lhe deixar no Maternal, tive que entrar na sala e fui saíndo aos poucos, enquanto brincava com seus coleguinhas. Você quando não me via, chorava. Eu voltava e você sorria, mas novamente chorava e eu aparecia e  ria de novo.... E assim fui saindo para trabalhar.

Nós aprendemos muito com você! Obrigado Carlos Costa Filho por existir em nossas vidas! Ficamos felizes porque você estava feliz com seus amigos, no dia do seu aniversário! Nós o ensinamos, mas a vida é que lhe ensinará completamente porque só o dia a dia é capaz de nos dar lições para a eternidade. Siga com fé em Deus e você será feliz, nosso filho amado, querido e esperado. 


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ESSES LADRÕES... (escrito em 1982)

Texto escrito em 1982 e classificado no Concurso Nacional de Contos/Crônicas Parranavaí,PR, em plena  época da censura militar, criticando indiretamente  os elevados impostos no Brasil. 
Como o encontrei perdido entre meus antigos arquivos perdidos, decidi republicá-lo sem qualquer alteração porque ainda serve para os dias de hoje!

ESSES LADRÕES...


Certa vez, um ladrão decide entrar na loja de um comerciante e anunciar:   

-E um assalto, gritando e puxando um revólver 38 da cintura e empurrando-o na cara de um homem que tranquilamente, ao cair da tarde, encerrava o expediente da loja, contando o dinheiro. 

 - Calma amigo! Todo ladrão que entra em minha loja sempre traz um documento de identificação...carteira do órgão tal, ou órgão tal... O ladrão, já meio nervoso, responde

 - Que outro documento de identidade o senhor quer de mim, além desse meu revólver apontado para sua cabeça.

 - Ah, nem tinha notado esse detalhe...Mas o senhor pertence a qual sindicato ou associação...?

  Irritado, o ladrão fez menção que atiraria.

 -Calma moço. Calma! O assalto não está se dando da forma correta! 

 - Como não? – perguntou o ladrão, ao comerciante que estava sendo assaltado.        

- É que sempre que aparece um ladrão para fazer um assalto em minha loja,  sempre pega meus dados primeiro, depois  vem pelo correio uma multa,  eu pago a multa. Assim, se torna o assalto profissional e oficial!  É só isso que estou querendo lhe explicar.

 - Mas eu sou um ladrão profissional!

- Prove o que você está dizendo! Sempre que entra um ladrão em minha loja para cometer um assalto, ele sempre apresenta um documento com foto e o nome...                

- Mas eu sou um ladrão profissional...- respondeu o larápio, já bastante nervoso.         

 - Então, meu amigo, eu lhe convido para ser o meu sócio na loja. Você, até agora, foi o único ladrão honesto que conheci na vida porque os outros só me mandam as coisas pelo correio, em forma de autuações, multas etc. Você, ao contrário, teve coragem de entrar aqui armado, pedir o dinheiro, o que eu acho justo! E, além de tudo, um ato de muita coragem!

 - E o bandido respondeu: não aceito não, porque aí eu terei que ganhar honestamente e isso eu não quero não! Prefiro pegar o que é meu e ir embora correndo, antes que a polícia chegue.

 E a polícia chegou. O comerciante, enquanto distraia o assaltante, acionou o alarme de roubo da loja e a polícia ainda o pegou com a arma na mão.                       

- Calma autoridade, muita calma nessa hora! Eu estou sendo preso só porque fui honesto e tive coragem de vir pessoalmente cobrar este cidadão honesto e, ao mesmo tempo, expropriado. Pior são os outros que não têm coragem de meter a cara e ficam só fazendo cobranças através de boletos de autuações, multas disso e multa daquilo mais.

Não teve perdão. Mesmo alegando a sua honestidade no roubo, o ladrão fora preso.               

 Uma vez, frente ao delegado, o ladrão tenta se explicar.  

O caso foi o seguinte, autoridade constituída. Eu fui só à loja cobrar o que é meu de direito porque também sou apenas mais um ladrão sem crachá e sem identidade de qualquer órgão público!

- Sei – respondeu o delegado.

 E foi em cana assim mesmo, mesmo sendo o mais honesto dos ladrões. Os outros, apenas se disfarçam com documentos de órgãos públicos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

EU E O TEMPO!

Não correrei atrás do tempo, mas o tempo correrá atrás de mim e, no mês de fevereiro, permitirei que me pinte na cor de prata, meus poucos fios de cabelo na cabeça cheia de pontos de 11 cirurgias e sem dois lados do crânio. A barba, que uso desde meus 18 anos, será pintada na cor branca, mais branca do que já está hoje. Tudo ao contrário das cotas raciais, do socialmente viável programa bolsa família e do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, “imexível”, como dizia o Ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri, do Governo Collor. O tempo terreno é finito e me levará um dia, mas deixarei todo um trabalho científico, social, literário e filosófico que produzirei em minha vida terrena. Cumprirei, cobrarei e o recompensarei o tempo, dando-lhe algo que sei que gostará: me tornar mais frágil, trocando de óculos já em 7,5 graus sempre que possível, visitando médicos, fazendo exames e, sempre que não estiver dopado por remédios, escrevendo trabalhos novos.

Na parede de meu quarto, ao lado oposto a um quadro do almirante Paulo, que conheci no prédio “Pedra Bonita”, no Rio de Janeiro,  - excelente pintor anônimo que nunca tinha feito qualquer exposição, mas de um talento fantástico - conservo com orgulho a caricatura do início de minha carreira jornalística, a caricatura do artista plástico Palheta, datada de 1899, quando decidi deixar crescer o cabelo cacheado junto com a barba crescer. Contudo, a hereditariedade me alcançou e fiquei com  “careca de aeroporto”. Em outro canto, abaixo do quadro de um barquinho na praia, mantendo um “Soneto a Carlos Costa”, do poeta nacional Jorge Tufic, datado de 2000, comemorando os nove anos após mudar-se de Manaus para a  “Terra de Iracema”.  Do tempo de outrora, conservo a barba, quase sempre aparada à máquina, no número dois, mas nem sempre. Nos pés, continuo usando e andado lento com minhas sandálias havaianas em shoppings, lojas e a todos os lugares que frequento com minha esposa Yara Queiroz, por serem leves e mais confortáveis. 

Historicamente, o tempo foi definido com a “data juliana”, inventada pelos estudiosos francês José Justo Escaligero (1540-1609) e italiano Júlio César Escaligero (1549=1609) e e servia para atribuir um número para cada dia a partir de 1 de janeiro de 4713 AC. O “calendário Juliano”, porém, foi introduzido por Júlio César, em 45 AC. Contudo, esse calendário para cada 128 anos, atrasava um dia, levando o escritor Dante Aligheri, autor de “Divina Comédia”, ter reclamado sobre os segundos de arco defasados diariamente em seus poemas e deu a entender que se a Igreja não tomasse providências, o mês de janeiro, verão, se tornaria inverno devido essa defasagem temporal reclamada pelo poeta. Mesmo assim, o calendário Juliano continuou em uso corrente até 1582. Depois que alguns países começaram a mudar para o “Calendário Gregoriano”, o Papa Gregório XIII, seguindo instruções do Concílio de Trento, instituiu o calendário atual.

Não é sobre história do tempo que escreverei. Essa crônica é sobre história do acordo que fiz com o tempo e nada mais! Não esperem nada além disso!

O tempo atual que está correndo rápido demais, igual ou mais rápido do que a bala disparada de um revólver, disparada pela mão de um adolescente drogadito, protegido pelo ECA contra um pai de família, mas  “imexível” como disse Magri. Há um grande descompasso entre o que a sociedade quer e o que os políticos fazem e os adolescentes drogaditos matam só para roubar alguns trocados. A sociedade cobra revisão no ECA há muito tempo! Meu acordo, porém, não será eterno. Terá começo, meio e chegará ao fim quando deixar a vida terrena. Contrariando a imposição da cota racial,  implantada no Brasil, sem critério e muitas discussões, permitirei que o tempo venha todos os anos atrás de mim e pinte meus cabelos que ainda me restam na cor de prata até que ocorra o nosso encontro final e eu descanse no sono eterno ao lado do Criador. Serei benevolente com o tempo e lhe darei o que deseja – me envelhecer -, mas ele não será para comigo, porque me levará desse mundo. Permanecerei vivo no mundo natural através dos trabalhos que deixarei. Não serei tão benevolente como o Governo Federal, que dá tudo  e quase nada cobra, em contrapartida efetiva na área social.

Hoje, ainda, consigo encontrar pessoas catando lixo para comer, recolhendo peixe podre para viver, morando em palafitas sem água, energia, saneamento básico, escolas caindo aos pedaços, enquanto prefeitos continuam desviando recursos públicos da merenda escolar, de pequenas obras de hospitais, postos médicos, saneamento básico, poços artesianos e vivendo nababescamente sob a miséria dos eleitores miseráveis. Só a educação consciente, seria e responsável pode libertar o povo da opressão e da miséria política. Isso não é culpa do Partido que Governa o Brasil, mas da quase total falta de fiscalização dos órgãos do Aparelho Estatal porque os ladrões dos colarinhos brancos são mais inteligentes que os órgãos de controle e bolam sempre novos planos para continuar roubando!

Felizmente entre mim e o tempo, o acordo será “mexível”, aceitará mudanças, definirá rumos e serei mais honesto do que têm sido alguns políticos com seus eleitores.

sábado, 3 de janeiro de 2015

A CARTA, O DICIONÁRIO E A GRAMÁTICA!

Maria Auxiliadora Costa, minha tia, pelos seus 70 anos de idade!


A música de Vanusa, “O Carteiro”, poderia definir essa crônica! Mas não define.  Contudo, explica o desuso e a substituição das cartas pelos e-mails e outras redes sociais!

Correspondia-me muito, com muita gente, desde minha adolescência. A carta e o carteiro eram duas coisas que andavam sempre juntos. Sem o carteiro a carta também não chegaria! Não havia internet no final dos anos 70 e muito menos aparelhos de telefonia móvel. Só fixo e era caríssimo. O único meio de comunicação possível e com preço barato eram as cartas e eu as escrevia desde meus primeiros anos de Grupo Escolar Adalberto Vale. Ficava ansioso esperando a resposta do que havia escrito e postado, mas ao contrário do que diz a letra da música de Vanusa, não a esperava no “portão” e nem ficava parado com “a carta na mão”, porque sabia que não seria de “tristeza”, mas de “alegria” a resposta que receberia.

Os adolescentes que tinham dinheiro falavam ao telefone. Conversavam com suas namoradas. Demoravam longos minutos pedindo: “desliga”. “Não, desliga você” e decidiam os dois desligar ao mesmo tempo contando 1, 2, 3 e encerravam com promessas e juras de amor intermináveis, para o total desespero dos pais no final do mês ao receberem o valor da conta. Muitos contavam os minutos de ligação. Nessa época, sem dinheiro, vendendo jornais, picolés, cascalho ou velas e flores em porta de cemitério, mas estudando e querendo mudar de vida, mal conseguia dinheiro e me correspondia com minha tia Maria Auxiliadora Costa, no RJ, além de outras pessoas, como a Ana Monteiro, que trabalhava na Ceplac, que dentre outras atribuições, ajudava e orientava os plantadores de cacau, na Bahia e Sandra R. Henriques, na cidade paulista de Santos. De todas, esperava resposta de minhas cartas e me sentia feliz quando chegava. Geralmente, as cartas eram escritas quando trabalhava como auxiliar de escritório no Consórcio Manaus, depois consórcio União. Criativo quando não queria encerrar a longa carta, dizia que meu patrão Edson da Silva Massulo, já estava me chamando e escrevia “já vou Edson” e encerrava a correspondência. Eu faria aniversário no ano seguinte e quase nenhum dinheiro! Josefa Costa, minha mãe, me prometeu um bolo de presente. Haveria festa, com guaraná Luzéia, Magistral, Baré e Andradde, todos fabricados em Manaus e os melhores que existiam. 

A tia Auxiliadora, já tinha sido informada por carta da promessa que a mãe me fizera e, telefonou o número que minha irmã Iraides Costa, trabalhando na empresa Imifarma, havia adquirido para nossa casa e falou comigo: “qual o presente que você quer receber”. Sem pensar, respondi “me traga um dicionário, se poder”. Depois, me escreveu e perguntou qual o tipo do dicionário que queria receber. Eu lá sabia que dicionário tinha tipo ou marca? Respondi: “sendo dicionário, qualquer um me servirá para mim porque o quero para estudar, apenas!”


No dia em que desceu do avião no Aeroporto Ajuricaba, em Manaus, estava esperando-a ansioso e quase entrei na pista indo buscá-la à porta do avião só para perguntar se ele havia trazido o presente. Meu pai segurou-me e não deixou que fosse à pista de pouso, recebê-la como gostaria. Desceu por uma longa escada que era colocada nos aviões DC3 que pousavam meio de bico para cima e uma rodinha pequena na parte de trás do avião, e vi um pacote em sua mão. Meu coração bateu forte. 

- Trouxe meu presente?
- Sim, lhe entregarei em casa!

O coração bateu forte quase pula pela boca. Seria meu primeiro presente depois do cavalinho de couro que havia recebido de minha avó adotiva, dona Zizi, devido minhas boas notas nas Escolas, cujos cadernos conferia pessoalmente todos os dias. Do cavalinho de couro, gostei muito e mantive-o em meu poder por longos anos. Do meu primeiro dicionário, gostei muito mais ainda porque me serviria para estudar. Desembrulhei o presente e era um de capa preta, dura, autografado por minha tia, em letra de forma! Mas, como? Ela não era a autora da obra? O guardei e usei por longos anos.  Com as constantes mudanças na língua portuguesa, ficou defasado e perdeu sua utilidade, mas não sua importância. Por que a língua portuguesa muda tanto? As gramáticas também mudaram e tudo o que era no passado, hoje não é mais. Infelizmente. Nunca fui muito bom em gramática. Até os 17 anos, não sabia diferenciar o “mas” proposição de “mais”, como quantidade. Até hoje sou grato à professora de inglês Alice Fabrício da Silva, do colégio Dorval Porto, por ter corrigido o livro “(DES)Construção...,(1978/Imprensa Oficial, Mao-Am, 1a Edição, 2a – Prefeitura Municipal de Manaus, “Coleção Valores da Terra”/2001) a primeira obra poética lançada em 1978, aos 18 anos, quando dava meus primeiros passos no jornalismo e me tornei professor de gramática e língua portuguesa. Mas meu primeiro dicionário me serviu por longos anos e foi meu maior e melhor presente até hoje porque a partir dele, comecei a me interessar mais pela escrita, fiz jornalismo, me tornei escritor e devo muito ao meu primeiro dicionário, embora a escrita continue igual, a gramática está ficando cada vez mais difícil em suas regras