segunda-feira, 31 de agosto de 2015

BUROCRACIAS PARA EXIGIR PROPINAS E GERAR FACILIDADES


O Estado brasileiro gerou burocracia em excesso, complexidades em demasia, multas impagáveis para poder exigir propinas em troca de facilidade e desburocratizar a burocracia que o próprio Estado criou


Sem falar mais nada sobre a ideia de redução do número de ministérios e a extinção de milhares de cargos em comissão com salários elevadíssimos, o Governo Federal anunciou que enviará ao Congresso Nacional, o seu Orçamento de 2006 prevendo  deficit financeiro. Para o vice presidente da República Michel Temer é um sinal de orçamento sem maquiagem e transparente”. Por que, antes não eram transparentes e havia maquiagem nos orçamentos apresentados? No mínimo, é estranha essa afirmação vinda de um vice-presidente da República! 

Essa declaração estranha do vice-presidente não seria só uma confissão de que os orçamentos anteriores não eram “transparentes” e que possuíam “maquiagem financeira” para justificar super-hilários aos apaniguados dos deputados e senadores indicados como se fossem  ratos aos ministérios, principalmente os do Trabalho e o de Pesca? Caso aconteça o fim dos dez ministérios ainda não definidos, todos os contratos elaborados devem merecer um grande trabalho de investigação do Ministério Público Federal.

Depois do anúncio do fim dos Ministérios como um sinal de que cortaria na própria carne, o Governo anunciou um orçamento “transparente” e sem maquiagem. Também anunciou e desistiu de criar a extinta e famigerada, que deixou de existir pelo voto dos senadores em 2007 e CPMF como um novo nome, a CIS – Contribuição Interfederativa para a Saúde. Mas, ao anunciar a “transparência orçamentária”, como se fosse uma meia culpa, o vice-presidente Michel Temer não falou mais em fim de ministérios e o fim de cargos em Comissão. Teria o Governo recebido pressão dos deputados e senadores que indicaram pessoas para os Ministérios? Provavelmente, sim!

Não é fácil extinguir ministérios depois de criados, estruturados e funcionando, mesmo que não tenham estrutura para isso. Hoje, em Brasília, os prédios construídos na chamada “Esplanada dos Ministérios”, no projeto original de Oscar Niemayer  existe hoje mais de um ministério funcionando precariamente dentro de um mesmo prédio e o Governo federal teve que alugar mais prédios para alocar os 34 ministérios que existem hoje, porque não foi possível agrupá-los todos dentro de um mesmo espaço! Nada é fácil, mas será possível destruir a corrupção “endêmica”, desde que a sociedade apoie o trabalho desenvolvido pelo juiz federal Sérgio Moro. Um erro processual qualquer é o que os advogados de defesa dos réus da operação “lava jato”  desejam que aconteçam para destruir todo o trabalho já realizado até agora. Isso deixou perplexo o juiz porque os pedidos de propinas tinham se tornado algo normal no Serviço Público do Brasil.

Como eu disse no início dessa crônica e reafirmo: “O Estado brasileiro gerou burocracia em excesso, complexidades em demasia, multas impagáveis para poder exigir propinas em troca de facilidade e desburocratizar a burocracia que o próprio Estado criou”. Tudo poderia ser mais simples! Mas o Estado não deseja que assim seja, o que seria bom para todos os contribuintes, principalmente os empresários que desejam investir para desenvolver o Brasil.

domingo, 30 de agosto de 2015

DO SILÊNCIO...!


                                              À leitora Graça Guerreiro

Do silêncio, tiro meu alimento.
Mas morro sem tê-lo!
Do silêncio, tiro minha paz; 
Mas também a perco.


Quer saber?


Não detesto o silêncio que me mata:
e me perco dentro dele em meus pensamentos que voam
e não me acho em mim mesmo!
Me procuro e não me encontro dentro de mim,
Me busco e não me vejo no espelho, 
Não me reconheço quando me vejo!
Tudo, no silêncio que teima em me acompanhar!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A MERCANTILIZAÇÃO DA MEDICINA


Duas notícias conflitantes.

A primeira, quando o deputado federal Arlindo Chinágla (PT/SP), conseguiu aprovar no dia 19/12/2007 o seu projeto de Lei 65/03, proibindo a abertura de novos cursos de Medicina no Brasil e a ampliação de vagas nos cursos existentes. O deputado Felipe Maia (DEM/RN),  declarou que a aprovação do Projeto era um desrespeito ao Conselho Nacional de Educação, que autoriza a abertura de cursos à sociedade. Marcelo Ortiz (PV/SP), concordou dizendo o projeto impediria a atividade privada de atuar e mercantilizar a saúde no Brasil. 

Contudo, a CCJ, acatou o substantivo do relator Colbert Martins (PMDB/BA), que mudou o texto original e determinou que o Poder Executivo regulamentasse e validasse em 120 dias, os cursos de medicina concluídos no exterior. Martins entendeu que as determinações eram contrárias ao princípio constitucional de separação dos três poderes da República porque o projeto original de Arlindo Chináglia também proibia essa validação. A segunda foi quando o Fantástico, denunciou que a mercantilização da Saúde  já era uma realidade no Brasil!

Como Editor Geral, divulguei com destaque, anos antes, que um membro do Conselho Federal de Medicina havia denunciado junto ao Conselho Federal de Educação, que a mercantilização da medicina, com baixa qualidade e elevados preços, aconteceria. E aconteceu! Agora o Governo anuncia que no orçamento do próximo ano, contará com a arrecadação de vários milhões de reais da antiga CPFM com outro nome. ;Agora chama-se de CIS – Contribuição Confederativa da Saúde. A CPFM, arrecada por vários anos, foi derrotada em 2007 pelos senadores e foi comemorada pelos senadores, mas lamentada pelo Governo.

Dei destaque à denúncia, mas, em uma nota à parte, na coluna de opinião no mesmo jornal advertia e previa o que aconteceria: novos cursos de medicina continuariam sendo abertos porque o poder econômico tem mais poder que à saúde do povo! Disse conselheiro representante dos médicos seria afastado e tudo continuaria em poder da economia de mercado. Mesmo não sendo pitonisa, acertei em tudo!  Alguma deve ter acontecido no Conselho Federal de Educação!  O membro “inconveniente”  fora afastado, novos membros assumiram e a saúde dos brasileiros foi mercantilizada e destruída, literalmente, ficando na UTI da ganância e incompetência, dominada pelo poder econômico. A atividade privada venceu, a sociedade perdeu e  a saúde no Brasil! É uma vergonha, como dizia o âncora de TV, Boris Casoy. O projeto de lei de Arlindo Chinágla, aprovado pela CCJ deixou de ter qualquer valor e importância. Mas não foi revogado e nem votado em plenário para se transformar em Lei

Por isso, não tomei susto e assisti com tristeza a reportagem do Fantástico, sobre a  precarização da saúde no Brasil. Chegou ao fundo do poço da UTI da incompetência, descaso e falcatruas de muitos prefeitos municipais! Denúncias de erros médicos triplicaram. Hospitais funcionam sem ter estrutura, condições, leitos, remédios etc. Alguma coisa está errada abaixo da linha do equador: ou o Ministério da Educação está conivente com essa mercantilização da saúde ou não tem competência para fechar os cursos que não atendem às mínimas exigências de funcionamento. É um tremendo descaso com a saúde dos brasileiros!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

TURBILHÃO DE LEMBRANÇAS (a vida é uma sucessão de ondas)



À Joel Duarte e sua mãe Ursulina Duarte Pinheiro, em seus 90 anos!


Em ondas que vem e vão, a vida vai passando. Umas ondas passam rápido demais e nem devemos lembrá-las; outras, em forma de ondas teimosas, vem, não voltam  e nos fazendo recordar de coisas e ruins boas. Mas tudo passa. A vida passa, o tempo passa. Todos nós amadurecemos, envelhecemos e mudamos para melhor ou para pior. 

Como disse o filósofo Heráclito “ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras” . Isso também serve para a vida: ninguém a vive duas vezes e tudo não será nunca a mesma coisa! Passam os dias, horas, minutos e todos envelhecemos, deixando lembranças para trás, no meio do caminho da vida. Temos que  vivê-la bem, a vida e nos tornando melhores a cada dia, mesmo que tenhamos sofrimentos! Não lamento os meus, porque foram absorvidos e viraram passado também!

Como as ondas, também os amigos vem e se vão. Algumas ondas, produzem espumas, apreciam--nas, revolvem passados, movimentam a areia da praia e se vão deixando lembranças ou saudades. Outros, nada deixam. No máximo, mudam as areias de lugar. Mesmo que sutis mudanças, devemos absorvê-las, porque as ondas serão passageiras. Mesmo assim, se nos causarem mal. Temos que tirar proveito positivo do mal que as ondas nos causam e seguir em frente. Se nos fizeram bem, devemos preservá-las como se fossem obras de arte, joias raras a serem guardadas em cofre!

E, por que estou escrevendo assim, hoje? 

Porque dona Ursulina Duarte Pinheiro, mãe do amigo de infância e adolescência Joel Pinheiro, completará 90 anos, no dia 12/09. Ela nasceu em 1925. Tomei um susto quando contou-me de quem ele era filho e pediu que visse a foto de sua família reunida. Vi, mas não reconheci ninguém. Todos passaram, todos mudaram, inclusive a que na adolescência, em programa  “Para ou Continua”, da Rádio Rio Mar, deixava tocar para ela a música “Sonhos”, de Peninha! Ah, que lembranças: ela colocando música para mim e eu pedindo para que continuasse tocando, depois de terminar. Era gostosa essa brincadeira de adolescente! Mas isso também mudou. A irmã do Joel casou, eu casei, seguimos caminhos opostos! Mas ainda são fortes as lembranças.

Como tudo passa na vida, também a vida passa! Dona Ursulina, em seus 90 anos de vida, também passou de mãe zelosa de 5 homens e 3 mulheres à avó de 48 netos, 21 bisnetos e  8 tataranetos. Não foi uma vida fácil! Mas ela conseguiu! E agora tudo é passado e lembranças boas e ruins, também. Como disse, dos ruins, é melhor não falar. Das boas é que interessam e gosto de recordar com saudades de um tempo bom que não voltará nunca mais porque com o tempo, o progresso chegou e tudo ficou diferente! Como era bom viver no bairro da Betânia!

O pedido de amizade pelo facebook de Joel Duarte me causou um turbilhão de recordações boas. Lembramos de pessoas do bairro da Betânia, onde residi e depois passou. Perguntei pela Maria José, se tinha notícia e se ainda era viva. Contou-me que Maria José, de uma família humilde de 6 irmãos, sendo de 4 irmãos falecidos e irmã da Ana passou de lembrança ao esquecimento, mas reside no bairro do Morro da Liberdade, no qual nasci Como relatei na crônica “Maria José, lembrança inútil”, recordamos que ela caminhava pela manhã, pela avenida Adalberto Vale, onde Joel também morava, olhando para o chão. Telefonei para ele!

Quis saber sobre os irmãos “Campos”, conhecidos como “Os Incríveis” porque todos usavam calça pantalona preta, justinha, cintos de fivelas grandes, cabelos imitando o dos “The Beatles”, que era imitado no Brasil pelo conjunto musical de sucesso, “Os Incríveis”. O Joel me contou que vários irmãos faleceram, inclusive o José Campos da Silva, com quem mais eu era ligado. Não quis saber se meu “cumpadre” de fogueira de São João, o Chico Campos, se ainda estava vivo, mas soube que esteve doente por um tempo e que teria uma banca de peixe no Mercado Adolpho Lisboa. 

Perguntou-me saber sobre a sobrinha do “bombeiro” José Belém, Erika Costa, que casou com meu irmão Nilberto Costa. Disse que estavam separados. O “bombeiro”, era um membro do Quartel do Corpo de Bombeiros, conhecido por sargento Pedro. Ele q parava quase todas as tardes com o carro-pipa vermelho, chiando quando freava e descia da traseira da viatura, onde se seguravam todos os que estavam com ele. Usava um chapéu que eu achava engraçado, na década de 70.

Isso também passou como se fosse onda que vai e não volta mais! Mas revirou a areia de minhas lembranças e gosto disso!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DE NOVO: CADÊ OS LAUDOS?


No dia 29 de novembro de 2014, muitos periquitos asa branca amanheceram mortos, estendidos no asfalto. Escrevi a crônica sobre esse fato no blog “NÃO NOS CALEM! PAI, O QUE FIZEMOS? (periquitos mortos)”. 


Depois das manifestações e mobilização dos órgãos de meio ambiente e sem resultado prático algum, no dia 10 de fevereiro, publiquei crônica com o título (“CADÊ O LAUDO? (OS PERIQUITOS SÃO MEU RELÓGIO!”). Meses se passaram e em novembro completará um ano das mortes esquecidas, o titular do IPAAM mudou e até agora não houve divulgação dos laudos oficiais das mortes dos periquitos, realizados pelas Universidades de MG e em PE. Sem saber se os periquitos morreram atropelados ou envenenados na Avenida Efigênio Sales, em frente aos Condomínios Mundi e o Efigênio Sales, fica impossível saber do que teriam morrido! 

O laudo preliminar divulgado, muito confuso, não apontou ninguém como culpado ou se existiu algum culpado. A omissão é pior do que a ignorância que existe, porque não permite saber se teriam sido morrido envenenados, como foi levantado como primeira hipótese ou atropelados! Cadê os laudos oficiais sobre a morte dos mais de 100 periquitos de uma única vez, feito pelas duas Universidades? Estariam protegendo alguém? Ocorreu um crime ambiental, existiu mobilização de ambientalistas, mas depois tudo parou e ninguém fala mais nada. É como dizia o ex-prefeito de Manaus na década de 70, coronel Jorge Teixeira de Oliveira: “existe a minha verdade, a tua verdade e a verdadeira!”. Mas qual a verdadeira se é que existirá uma só?

O relógio desperta! Não levanto por preguiça mesmo! Minha esposa Yara Queiroz, chama o Carlos Filho, prepara o café e ele segue de ônibus para a Escola, de onde retorna somente no final da tarde. Mesmo sonolento,  consigo ouvir ao longe o canto dos periquitos. Como não aprendi a linguagem “periquitês”, não sei se o canto deles é de alegria por estarem vivos; ou de protesto, por não saberem o que causou a morte de seus irmãos: envenenamento ou outra causa, como carretas que passavam veloz próximo as árvores em dormiam, depois de um dia todo de alegria, revoando de um lado para o outro, como se fosse uma nuvem comandada por um único movimento. De que teriam morrido os irmãos dos que ainda cantam? 

Também ao deixar o apartamento para praticar meu exercício matinal na Academia do Condomínio Mundi, não os vejo revoando como faziam antes, entrando e saindo do galho da árvore que ainda avisto pela janela aos fundos da cozinha. Também não cantam mais até o mesmo horário que cantavam. Param mais cedo e somem. Será que estariam com medo? O galho ficou tão desgastado que chegou a cair com um vento. Ficou silencioso também. Apenas avisto uma folha caindo ao vento, bailando ao sabor do ar e parando calmamente no chão, esperando para ser decomposta pela ação do sol e da chuva, o mesmo destino que teriam seus irmãos se não tivesse ocorrido uma comoção em Manaus.  Houve uma passeata de ambientalistas exigindo a rigorosa apuração de tudo. Só que fizeram na hora em que começam a descansar, no início da tarde. Os periquitos ficaram agitados e cantaram até tarde nesse dia. Seria protestando contra a passeata? Não sei dizer!  

O sabiá continua vindo bicar a janela da suíte, mas também não mais com a mesma intensidade de duas vezes ao dia, como fazia antes, logo cedo e no início da tarde. Quando aparece, é só uma vez, no máximo duas. Será que por que em novembro desse ano completarei 4 anos sem novas convulsões, internações ou cirurgias em emergência no cérebro, o sabia não vem mais me lembrar que continuo infectado por bactérias hospitalares borrelia e serrátia incuráveis, mas controláveis com medicamentos? Talvez, talvez, mas não tenho certeza e ninguém pode dar-me a resposta porque também não entendo as bicadas do sabiá em minha janela, embora tenha feito curso de telegrafia em um projeto social no Dom Bosco. Esqueci porque nunca pratiquei esse exercício de pontos e traços para formar palavras. Também não sei responder!

Mas voltemos ao tema da crônica, o laudo dos periquitos que foram brutalmente esmagados por carretas no meio da avenida. O fato causou muita comoção na época, em Manaus. Foi tema da irreverente banda de carnaval da Bica, unindo à morte dos periquitos com um crime praticado a mando de uma socialite casada em Manaus, contra a também amante de seu amante, que seria sua rival!

Cadê a divulgação do laudo oficial das mortes? 

A sociedade, os ambientalistas e todos os interessados ficaremos sem saber se os periquitos choram ou cantam por permanecerem vivos ou se lamentam por não me permitirem saber do que seus irmãos morreram. Só sei uma coisa: meus periquitos não revoam mais como antes, aos bandos, saindo e entrando no galho da árvore, que eu apreciava todas as tardes pela janela da cozinha di apartamento, sem pagar nada para vê-los!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

REDUÇÃO DE MINISTÉRIOS, SERÁ UMA DIFICIL TAREFA!


Pode até conseguir, mas será muito difícil a presidente Dilma Rousseff extinguir dez ministérios e reduzir milhares de cargos comissionados, ocupados, principalmente, por indicados pelas bancadas fisiologistas de sua base de sustentação política. Ficará mais difícil agora que o articulador político e vice-presidente da República, Michel Temer, se despediu da função, porque estava achando muito difícil conciliar os interesses de todos. A Câmara Federal, como venho afirmando, deixou de legislar pelo interesse do povo e se transformou em um grande balcão de escambo: troca cargos no Governo por apoio político!

Diante da rebeldia da Câmara, que não marcha coesa com os interesses maiores do Brasil, mas somente com os interesses pessoais de muitos políticos, não será fácil a presidente Dilma cumprir o que anunciou: extinguir 10 ministérios e reduzir os gastos da máquina pública. Na época das vacas gordas e dos impostos elevadíssimos, chegando até a ser escorchantes, o Governo Federal criou cargos comissionados em excesso para atender aos pedidos de partidos que apoiavam o Governo. Agora, acontecerá uma visão alegórica: um monte de ratos pulando do navio que está afundando lentamente! 

Aos interesses partidários, tudo; aos i nacionais, nada! Essa é a lógica da política e  de muitos políticos! Na hora da dificuldade, a Câmara aumenta custos, em vez de diminuir e colaborar com a presidente. O Governo da presidente Dilma Rousseff, por não ter uma política de planejamento a longo prazo, não conseguiu ver a gravidade da crise financeira que atingiria o país no início de seu segundo mandato. E deu no que deu! Economia estagnou, a recessão bateu à porta, gerando menos vendas e, por consequência, menos impostos ao Governo. A desgraça da economia veio junto com a decisão de apurar toda a corrupção na Petrobras, responsável por investimentos de mais de 1% do PIB Nacional. Foi um efeito cascata e, como cartas de um baralho ou de um dominó, desmoronou um a um todos os alicerces da economia do país.

Estive várias vezes em Brasília durante os Governos de FHC e no primeiro ano do Governo Lula, em reunião com membros do Ministério do Trabalho, discutindo as novas políticas de Emprego. Trabalho e Renda e tratando de outros assuntos de interesse da Comissão Estadual de Emprego, que presidia no Amazonas. Nessas reuniões, observava em que uma pequena sala, membros sindicalistas as lotavam  porque o espaço era muito pequeno para suportar tantos indicados políticos em cargos de comissão. No Governo de Dilma Rousseff, já estava aposentado e não viajei e  desconheço a situação de hoje, mas devem continuar todos atendendo a pedidos de partidos políticos, políticos e até mesmo do ex-presidente Lula, que começou sua vida como sindicalista no ABC! Nessas reuniões cansativas, cheguei a discutir com membro da CUT e de outras centrais sindicais em cargos de comando, que pouco entendiam do assunto. Era eu defendendo o aumento da carga horária dos cursos realizados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para no mínimo 120 horas (na época cursos eram realizados como 12 horas e achava isso inaceitável porque no máximo seria considerado reciclagem ou treinamento, mais curso de qualificação) e eles respondendo que estava ótimo porque queriam quantidade e não qualidade.

Como comecei a escrever, será muito difícil a presidente Dilma Rousseff, sem seu hábil articulador político, conseguir cumprir o que prometeu e há muito tempo já deveria ter sido feito: enxugar a máquina pública! Será uma tarefa hercúlia e todos devem apoiar o esforço da presidente Dilma, porque não será uma tarefa fácil de ser cumprida!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O "DIA DO FICO" SE REPETIU!

O “Dia do Fico”, ocorrido em 9 de janeiro de 1822, historicamente pronunciado pelo então príncipe regente D. Pedro de Alcântara, voltou a ocorrer de novo em 2015. Dessa vez, pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que, embora denunciado no STF, não deixará o cargo porque fora eleito por seus pares, provará sua inocência e será´absolvido! Será?

O deputado, denunciado por envolvimento na “Operação Lava Jato” está usando a presidência da Câmara para pressionar o Governo com seguidas “pautas bombas”, onerando a folha de pagamento do Estado brasileiro, obrigando a presidente da República a seguidos vetos, deixando a popularidade de Dilma Rousseff baixíssima. Essa briga ridícula tem que acabar pelo bem do Brasil porque a instabilidade política, briga entre poderes e a crise financeira estão afastando novos investimentos, fazendo oscilar muito o valor do dólar e não permitindo confiabilidade ao país. Usando o texto constitucional que diz que todos são inocentes até que a última condenação tenha transitado em julgado, sem possibilidade de mais nenhum novo recurso, o deputado Eduardo Cunha, resiste ao pedido de renúncia ao cargo, o que permitiria mais transparência nas investigações e mais tempo para que pudesse apresentar sua defesa à Justiça. Se for denunciado pelo Ministério Público, o deputado passará de investigado a réu e mesmo assim garante que permanecerá ocupando seu cargo porque a palavra “renuncia” não existe no seu dicionário dele. Seria diferente o dicionário que ele usa na Câmara e só teria as palavras “propina”, “propina”, diversas vezes? Muito suspeito o dicionário usado pelo presidente Câmara Federal. Ele  conseguiu ser mágico e transformou o prédio da casa em um lucrativo balcão de negócios escusos.

O que ficou conhecido como o “Dia do Fico”, se deu quando D. Pedro de Alcântara não aceitou as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, decidindo ficar no Brasil. Em 2015, o deputado presidente da Câmara protagoniza de novo o “Dia do Fico”, mas por outros motivos e razões”. Em 1832, as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, segundo o site Wikipédia,  defendiam a ideia de transformar o Brasil  em uma colônia de Portugal e mandaram a decisão ao príncipe regente D. Pedro de Alcântara  para que retornasse de imediato  a Portugal. Ele dissera “digam ao povo que fico”, permanecendo no Brasil e  declarando a independência do Brasil de Portugal, no dia 7 de setembro de 1822. 

Mas isso é história. Voltemos à questão do presidente da Câmara Federal, que declarou não o dia do Fico, mas o dia do “permaneço”! Incrível e muito estranho esse apeto ao cargo!.

Em palestra que fez e nas entrevistas que prestara à imprensa, repetiu sempre que em seu dicionário não existia a palavra renúncia, e ele fora eleito por seus pares e continuaria até o final de seu mandato de presidente. Como um deputado investigado por corrupção pelo STF, poderia suceder a presidente da República, Dilma Rousseff em caso de ausência dela e de seu vice, Michel Temer? Que moral teria para cobrar alguma coisa de alguém? 

Nos bastidores da política brasileira, ocorrem mais fatos estranhos e que se interligam, formando uma intrincada e indecifrável teia de aranha em torno dos cargos e poder, do que de coisas compreensíveis e que podem ser divulgadas e tornadas públicas conhecimento de todos os eleitores! 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL X CÂMARA FEDERAL


O que tem a ver a redução da maioridade penal com a Câmara Federal? Tudo e nada! Aprovada pela Câmara Federal, bem que poderiam os deputados ter aprovado, também, o Estatuto da Imunidade do Prédio da Câmara Federal para blindá-la de vez e torná-la imune à investigações em seu interior, para não envolver mais seus futuros presidentes em falcatruas? A redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, foi uma medida acertada, porém tardia, da Câmara Federal. Para livrar novos menores de 16 de entrar no mundo do crime, dependerá da implantação de um programa de recuperação deles, para que consigam ser tratados em hospitais públicos e, ao atingirem os 16, não entrem para a estatística do crime, mas possam dizer “eu fui drogadito e vendi o vício”, o que não é muito fácil! 

A Câmara Federal, aprovou mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, aumentando a pena para alguns crimes hediondos a menores de 16 anos. Não seria o momento de o Governo Federal se unir aos movimentos sociais contrários à aprovação e investir em Educação construindo 40 mil Escolas em vez de 40 novos presídios, como chegou a anunciar o Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, caso o ECA fosse alterado e redução da maioridade penal fosse aprovada? Não seria um momento propício para se implantar programas de tratamento químico em hospitais públicos com equipe multidisciplinar para evitar que outros menores de 16 anos se envolvam com o crack e, futuramente, a sociedade perceber e exigir que se reduza ainda mais a idade penal dos protegidos pelo ECA?

Se o governo investir, agora, em um programa de tratamento para desintoxicação química de adolescentes menores de 16 anos, talvez ainda possamos ter uma sensação de tranquilidade social porque a violência está intimamente ligada aos pequenos furtos e roubos, também, principalmente de aparelhos celulares que depois são facilmente comercializados no comércio clandestino. O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, acertou na votação do ECA embora tenha sido denunciado em inquérito no STF, envolvendo-o no esquema de corrupção da Petrobras. Alegou inocência, esperneou contra a denúncia e disse que o Governo Federal o escolheu para ser perseguido, porque ninguém do PT teria sido denunciado até agora, esquecendo que tem um vereador do PT está preso, pelo mesmo envolvimento. Só que o deputado, se disse tranquilo e que provará sua inocência durante as investigações. Durante a noite, contudo, recebeu pedido de deputados federais para que renunciasse ao cargo de presidente da Câmara Federal. Garantiu que não renunciará e provará sua inocência, muito embora existam provas contra o parlamentar paulista.

Até a ex-deputada federal Solange Cunha, também denunciada e aliada de Cunha, usou o computador pessoal da Câmara, com a senha do deputado denunciado, para redigir e protocolar requerimento denunciando outras empresas que participavam da licitação para a construção de navios para a Petrobras., como uma forma de pressionar à continuidade da “propipagem”. A Igreja Assembleia de Deus, de Campinas, também recebeu doações e precisa ser investigada, porque ninguém está acima da lei. O o senador Fernando Collor de Melo foi denunciado, entre outros 52 políticos de vários partidos, estão sendo investigados, por ter recebido 26 milhões de dólares em vários anos em que o esquema funcionou com uma subsidiária da Petrobras. Todos alegam inocência! Ou seja, a Câmara Federal foi transformada em Balcão de Negócios e deve ter sido por isso que o seu presidente tenha entrado com ação no STF pedindo imunidade ao prédio!

As mudanças e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, dependerá de votação no Congresso Nacional, mas pouca coisa poderá ser modificado e, se for, voltará a Câmara Federal. Não vejo com de todo preocupante a redução da maioridade penal, embora o Governo Federal tenha anunciado que teria de construir mais de 40 mil presídios para colocar os menores. Como o Governo sabe da quantidade de presídios que teria que construir e não admite que existem menores envolvidos com crack no Brasil, na quantidade que disse que teria? É melhor se omitir do que admitir? É melhor ficar quieto e brigar contra a redução, do que se preparar e determinar construção de escolas e hospitais públicos para tratar os dependentes químicos como se fosse um problema de saúde pública, na verdade já o é? 

Enquanto isso, se arrasta sem julgamento, no STF ação de um preso que foi flagrado dentro da prisão com 3 gramas de drogas e alegou ser usuário! Incrível essa distorção! Um problema grave e de saúde pública, não merece atenção do Governo Federal e um preso flagrado com 3 gramas de drogas merece tanta atenção e até julgamento no STF? 

Impressionante, ridícula essa omissão! Dois pesos e duas medidas, é isso que percebo! Mais cego é o que se recusa a ver o que está acontecendo e não quem não pode ver por ser cego mesmo!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

POLÍTICO NÃO É UMA PROFISSÃO!


Desde quando a humanidade recebeu da Grécia antiga os princípios primários da democracia, nascida nas cidades-estados de Atena e Corinto (A CIDADANIA COMO FATOR DE RESGATE SOCIAL, Carlos Costa. Ed. Scortecci, SP/2005 (in carloscostajornalismo.blogspot.com) e o governador grego Péricles (495/429 a.C, estadista ateniense, orador e chefe do partido democrático que dominou a cena política grega de  450 a.C, até sua morte), declarou em praça pública que ninguém era tão ocupado que não dispusesse de 5 minutos de seu tempo para tratar de assuntos da sua pólis e decidir coletivamente, passei a entender que ser político não é uma profissão, mas um sacerdócio em benefício da coletividade e que a remuneração deve ser relativa. Deva receber ajuda de custos e até as verbas de gabinete. Mas tudo deve ser referendado depois por quem os elegeu.


Deve ser remunerado, sim, mas os últimos acontecimentos políticos no Brasil não permitem que eles reajustem seus salários da forma valor que desejarem. Claude Mossé (História de uma Democracia – Universidade de Brasília,1980 (in CIDADANIA COMO FATOR DE RISCO SOCIAL, de Carlos Costa) garante que tanto na Grécia do passado como no Brasil de hoje – essa afirmação é minha - “constatamos algumas distorções”. Garante Mossé que “...o povo era soberano, mas o exercia dentro de certos limites” e que teria sido nessa época que se rigorosas normas “à ordem do dia e periodicidade das sessões”. Continuo afirmando, porém, que ser político não é uma profissão, mas uma dedicação à cidade e à sociedade, pelo bem geral de todos, mesmo que remunerado para exercer seus mandatos. Toda a estrutura deve ser revista e adequada à nova ordem do Brasil. 


Contudo, no Brasil, a profissão que não existe por direito e de fato, se mantém rentável e com salários cada vez mais elevados. Constitucionalmente, a redução de salários de prefeitos e dos próximos vereadores, em municípios do Estado do Paraná, por pressão da população, deveria ter partido da Câmara Federal e atingiria as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais, respeitando a hierarquia das leis. As decisões dos vereadores de municípios do Estado do Paraná, podem ser facilmente derrubadas, porque não se sustentam dentro do princípio legal. Mas por que a ideia não é ampliada para todo o Brasil, permitindo que políticos possam exercer suas profissões e seus mandatos, nem que para isso tenha que se mudar tudo, inclusive a mentalidade da sociedade apodrecida e ávida de TER e não de SER? Não sei, mas foi um bom exemplo de exercício de cidadania, com moradores tomando as rédeas em suas mãos e dizendo o que querem para seus municípios!


Agora, pelas redes sociais, o PT passou a ser chamado de “Camarão”: vermelho, cego, anda para trás e tem fezes em sua cabeça. De certo modo e em alguns aspectos, sou forçado a concordar com o que dizem: o PT, no Governo Dilma Rousseff, tem sido indeciso demais, mas a culpa não é só da presidente. É de todos os membros da sociedade. Culpar só a presidente por tudo, é querer forçar a barra, como se diz na linguagem popular atual.  A sociedade é tão ou mais culpada do que a presidente, porque não soube escolher e deixou se vender por promessas que nunca serão cumpridas integralmente. A presidente Dilma Rousseff tem culpa, sim! Mas quem não teria para governar um país tão complexo como o Brasil? Qualquer um!

Até mesmo o Governo Militar, que assumiu nos destinos dopais e passou a administrá-lo como bem quis, não conseguiu realizar tudo o que se propôs a fazê-lo! O maior exemplo de que nem tudo é como as pessoas pensam, querem e desejam, foi os 12% de crescimento econômico com uma taxa de inflação de mais de 800% ao ano. Adiantou crescer? A tese defendida pelo Ministro do Planejamento, Delfim Neto, de que o Brasil precisaria crescer para depois ser distribuído, não deu certo, como também não deu certo a famosa e ambiciosa estrada da integração nacional, a Transamazônica, que motivou uma desesperada, desorientada e desorganizada corrida para a Região Norte. A estrada até hoje está inacabada, com muitos problemas e conflitos de terra por onde ela passa!

Na verdade, a pecha de “Camarão” se torna propicia a sociedade também, porque ela tem o poder de mudar tudo, mas não é vermelha. É cega, anda para frente e para trás e em vez de usar o voto como arma poderosa, tem fezes na cabeça e troca o poder da sua mudança por uma casa, um rancho, uma conta de luz menor, mesmo sabendo que tudo lhe será cobrado em dobro, depois É ridícula essa cena dantesca, mas é a pura realidade. Dentro desse universo, existem ainda os partidos políticos “camarões”, que falam em nome do povo e defendem só seus próprios interesses, os melhores cargos na administração pública, as maiores fatias no bolo da corrupção praticada e combatida pelo Governo. A questão é que os corruptos e corruptores sabem que se não houver mudança nas leis, mais agilidade em seus julgamentos, os processos prescreverão por decurso de prazo, como aconteceu com o caso do chamado “Valerioduto”, quando muitas penas deixaram de ser aplicadas porque havia sido prescritas nove anos depois, quando se deu o início dos julgamentos, por pressão da sociedade.

Tudo o que a sociedade fez em municípios do Paraná pode ser derrubado por uma questão técnica: foi feito de baixo para cima e não de cima para baixo, da Câmara Federal para que as outras Casas Legislativas se adequassem a ela. Ao contrário como ocorreu, a cidadania dos moradores pode se derreter ou ser atropelada pela Lei Constitucional, na próxima esquina. Mas não deixará de ser um ótimo exemplo a ser seguido como exemplo positivo!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

LENHADOR!


Dedico a todos que partiram e, em especial, ao Sr. Lélio Castro de Andrade, (SP) pai do deputado Luiz Castro, que passou a ser  mais uma estrela brilhante na da constelação criada por Deus


Lenhador, sei que
lenhas a dor de todos 
que partiram e ainda partirão!
Todos os bons e justos
aumentarão a constelação
criada por Deus e sorrirão felizes!
Mas também, lenhas a dor que sinto 
por me saber caminhando
angustiado rumo à inevitável morte terrena!
Cortas, a árvore e tirarás dela também
a tábua para todos os caixões, inclusive a do meu!
Ah, dor! 
Indisfarçável dor me causas agora!
Como prometeu Deus,
Queria viver pelo menos 120 anos!
Mas me sei enfraquecido, bacterícido, 
caminhando ao encontro da inevitável
dor que causarei a todos os que me querem bem!
Ah, lenhador!
Por que contribuís com teu trabalho
para que esse momento se antecipe?
Ah, lenhador!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

IMPEACHEMENTE TAMBÉM DA SOCIEDADE!


Confesso que senti saudades de viver em uma sociedade honesta, harmônica, coesa e decidida. Isso me ocorreu ao ver uma pequena parte da sociedade consciente, exigindo mudanças para o Brasil. Senti saudades do tempo em que a política surgia do povo, para o povo e em seu nome era exercita. Do tempo em que havia fidelidade partidária. Da época do bi partidarismo e dos embates entre MDB e ARENA, dos comícios e das campanhas modestas, com médicos, advogados, poetas, escritores se expondo seus nomes pelo bem comum de todos! Ah, como sinto saudades, mas não desejo o retorno do Governo Militar. Uma mudança nos valores morais da sociedade para que ela volte a escolher bem seus candidatos e cobre trabalho deles no decorrer do exercício do mandato, já seria mais do que o suficiente! 

Hoje tudo mudou, a sociedade apodreceu e nada é mais inútil do que gritar “fora Dilma, fora Dilma”. A presidente saiu fortalecida das manifestações que transcorreram de forma pacífica, sem incidentes, badernas, mascarados ou black “bostas”, como chamei as pessoas que se infiltram no meio dos manifestantes para tumultuar, agredir, insultar, queimar, destruir, enfim, gerndo balbúrdia onde não cabe, destruindo tudo. É preciso pedir o impeachment de toda sociedade que se vende na hora de votar, acredita em promessa de papai noel, em fantasmas, em boatos, em delírios noturnos e até em programas eleitoreiros! A sociedade se corrompeu e corrompe as pessoas!

Foi no domingo, ao assistir  “indecisos cordões”, marchando, pedindo e gritando pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff como cantou Geraldo Vandré. E pensei, não seria melhor pedir o impeachment da sociedade apodrecida, sem valores, ética, moral e deixar descer tudo pela latrina do vaso sanitário de uma vez só? Talvez do cheiro fétido que exalasse, talvez possa surgir alguma coisa melhor, uma sociedade mais moral, ética e justa, pensando mais no Ser do que no Ter. O jornalista e articulista Diogo Maianard em publicação em uma rede social, disse que “o impeachment, na minha visão, funciona como um botão que se aperta para dar descarga na privada. Você já fez...o que precisava ser feito e não precisa olhar mais os seus dejetos, misturados ao papel higiênico usado”. Seria mesmo, tão simples assim?

Desconhecia que o articulista Diogo Maianard jogava papel no vaso sanitário para obstruí-lo em algum momento, mas isso é outra coisa que não pensei, mas fiquei sabendo que o jornalista também faz, infelizmente, para desespero dos seus vizinhos do prédio. Mas isso não vem ao caso! Senti saudades, sim, de um tempo em que a sociedade respeitava a ordem, cultivava a ética e a moral, cantava o hino nacional com a mão no peito na Escola, mesmo que forçado, tinha disciplinas de Moral e Cívica e estudava a Organização Política Social do Brasil – OSPB -, respeitava professores em sala de aula e a Escola era local para se aprender em processo de ensino-aprendizagem quase perfeito e não local para desaprender, como ocorre hoje. Senti saudades do tempo em que a imunidade parlamentar era apenas para o político discursar na tribuna da oposição sem medo de sofrer represálias e processos pelo regime militar e, não, também para o prédio da Câmara Federal. Enfim, senti vontade de voltar ao passado e voltei para ver apenas professores, médicos e a sociedade humana sendo mais valorizadas e não desrespeitada como está ocorrendo hoje!

Como parte integrante da sociedade que também precisa descer pela descarga como sugeriu Diogo Maianard, os partidos políticos são formados por essa mesma sociedade apodrecida. Os partidos políticos vivem brigando pelo poder, sem se preocupar com mais nada em torno do coletivo, da sociedade que os deu origem e lhes dá guarida e voto para que existam os vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Todos os partidos políticos, sem exceção, também precisam desaparecer. Em todos os partidos políticos, como também na sociedade existem boas ou más pessoas, honestas e desonestas, corruptas e incorruptíveis. Mas tudo precisa mudar e o o início da mudança está na sociedade que precisa escolher melhor os candidatos e não só no Governo que administra o Brasil, que é apenas um reflexo da sociedade, Se o partido existe e o político se elegeu, o parlamentar não se auto elegeu, não foi via golpe. Alguém votou nele para que esteja lá, mesmo sem representar a sociedade que caminha para um lado e o político caminha diametralmente em sentido oposto!

De tudo que vi dos “indecisos cordões” marchando com bandeiras na mão e gritando pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, de positivo mesmo, só algumas coisas: uma democracia mais fortalecida, o juiz Sérgio Moro recebendo mais apoio e força e uma proposta do Ministério Público para reunir assinaturas e desengavetar projetos de Lei  das prateleiras da Câmara dos Deputados, punindo com mais rigor corruptos e corruptores. Hoje, como está, ainda é mais vantagem ser corrupto do que ser honesto no Brasil porque as penas são menores do que a de um crime de homicídio. Mais é um crime também e mata a educação, os sonhos de alunos, pacientes em hospitais etc. Os corruptos e corruptores terão tempo de sair da cadeia e viver com o dinheiro que desviaram porque a pena é baixa, menos do que quatro anos e ainda recebem beneficios! 

A presidente Dilma Rousseff saiu mais fortalecida das manifestações. Ela é como madeira mole que enverga ao vento, mas continua firme, mesmo com sua popularidade quase chegando ao chão. Depois que se puxar a descarga e descer a sociedade apodrecida pelo vaso sanitário, olharei para trás e verei se dos restos que devem ficar, poderá surgir uma nova sociedade forte, unida, determinada e menos alienada politicamente como a que temos hoje no Brasil! Os milhões de brasileiros, integrantes da sociedade, que foram as ruas e “marcharam em indecisos cordões”, talvez tenha esquecido de puxar a descarga para que também descerem juntos com o Governo do PT, PSDB, PSTU, PRONA, PSOL, PT, PP, PT do B e outros que existirem. Como disse, em todos os partidos, existem políticos honestos e desonestos   e a Câmara Federal se transformou em um grande balcão de negócios escusos e negociatas inconfessáveis!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

TOURADAS NA ESPANHA


Touradas?
Nada!!
Não!
É só um  Miúra 
sangrando no chão 
um toureiro aplaudido
com o pano cor de sangue nas mãos!
pura diversão!
(fazendo referências mil)
Touradas?
Não!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

"ESTUDAR É PRECISO",APREENDER TAMBÉM É PRECISO

                                                                               Nena Inanias, de Presidente Prudente/SP

Estudar, em qualquer idade, não é vergonhoso, é preciso e imprescindível à vida; procurar desculpas para não estudar e mudar e3 condição social e sair da mesmice vergonhoso! De vendedor de picolé, jornal, saco de guardar peixe no mercado, velas e flores em porta de cemitério do bairro do Morro da Liberdade a condição de professor Universitário, depois de ter passado pelo ensino de alfabetização, 5a a 8a, todas as séries do antigo segundo grau, concluído dois cursos superiores e duas pós concluídas, só o estudo determinado e constante foi o que usei! Muitas vezes cochilei e dormi durante as aulas, por estar cansado da jornada exaustiva de trabalho. Se eu consegui, todos podem fazer o mesmo!

Do Oiapoque, no Estado do Amapá, ao Chui, no Rio Grande do Sul, (https://www.google.com.br/search?client=opera&q=Mulher+decide+voltar+a+estudar+depois+de+anos+fora+de+sala+de+aula&sourceid=opera&ie=UTF-8&oe=UTF-8), como se dizia antes dos pontos extremos do Brasil, está cheio de exemplos de mudanças de vida através da educação. Não é a condição social da pessoa,  pobreza, ou as suas dificuldades em se dividir entre a casa e o trabalho, que decide pelo não estudo. É a mente. A serra do Caburai, em Roraima, é agora o ponto mais distante do Brasil, segundo anotações do Capitão De Mar e Guerra, Braz Dias de Aguiar, Chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites do Brasil.. 


Não é a condição de nascimento, a pobreza, as dificuldades de comunicação que faz a pessoa não frequentar uma escola. É a própria anulação e abandono de seus propósitos e objetivos de vida, que não lhe permite ver o horizonte que se descortinará à sua frente, estudando. O estudo é como uma radical mudança da idade das travas ao estado da luz. A negatividade sobre essa possibilidade é que não deixa a pessoa ver que isso é possível! Mesmo com as dificuldades existentes, escolas precárias, professores desmotivados financeira e nem sempre com muito qualificação pedagógica sobre temas como transversalidades educacionais que tem que se dar de fora para dentro de sala de aula, discutidos e devolvidos em forma crítica à sociedade, nem sempre bem entendidos, explicados e bem explorados com os alunos. 


Contudo, nada disso justifica a anulação da vida em todos os sentidos com o próprio desestímulo à volta aos estudos porque cresceu o número de alunos com mais de 40 anos, de avô analfabeta que decidiu estudar para ajudar o neto, de mãe que seguiu o caminho da filha e cursou a faculdade de Direito. No link https://www.google.com.br/search?client=opera&q=Mulher+decide+voltar+a+estudar+depois+de+anos+fora+de+sala+de+aula&sourceid=opera&ie=UTF-8&oe=UTF-8, existe até exemplos reais de pessoas casadas, com filhos, que passam a frequentar sala de aula.

Como educador, sempre acreditei que o a Educação pode transformar a vida de alguém e a minha foi transformada com determinação, força de vontade e coragem, dormindo pouco, estudando muito e trabalhando sempre. Conciliar trabalho, seja qual for o tipo, com Escola, não é fácil. Mas é possível! O Governo Federal oferece muitas formas de se acessar o ensino. O mercado de trabalho fará a separação dos bons e competentes, dos maus e incompetentes. 

Como empregador, entrevistei muitas pessoas com diplomas que eram analfabetas e muitos com poucos estudos, mas com determinação, coragem e dedicação.  Logicamente, deixava de lado o diplomado analfabeto e ficava com preferia os que tinham poucos estudos, mas que queriam apender. Não é somente o Estudo que decide um emprego, mas competência, coragem e força de vontade em aprender. Como educador, essa era, foi e sempre será minha missão: aprender com quem quer me ensinar e ensinar com quem deseja aprender. Nunca desistirei de ensinar os que me pedem ajuda e de aprender com o que menos sabem porque o processo de educação é infinito. Por mais que se pense que se sabe, tudo, sempre pode ficar uma lacuna aberta para se aprender um pouco mais.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

HISTÓRIA DO FECANI DEVE CONTINUAR!



(Manolo Olímpio e Bruno Azedo)

O Festival da Canção de Itacoatiara – Fecani, não pode e não deve morrer, depois de 30 anos! 

Lembro-me bem como tudo começou e a crise que atingiu financeiramente o Brasil e o Amazonas, não pode e não deve servir de desculpas para o Governo do Estado não investir no Fecani porque não falta verba para o Festival Folclórico de Parintins. A Secretaria de Estado da Cultura, que tanto se empenha para conseguir patrocínios para o Festival de Parintins, não tem o mesmo empenho para a realização do Festival da Canção de Itacoatiara. 

Usava calça jeans, óculos estilo Jonh Lennon, cabelos encaracolados e barba preta quase alcançando o meio de meu peito, trabalhando no Jornal A Notícia, em Manaus, aos 22 anos! Atendia aos chamados de Manolo Olímpio ou de Bruno Azedo, que trabalhavam no setor cultural, com o artista plástico Jair Jackmont. Eles me falavam e me pediam opinião sobre a ideia de criar um Festival da Canção no Município de Itacoatiara. Queriam transformar Itacoatiara em uma referência musical, como o Município de Parintins se transformou em sinônimo de turismo cultural dos bois bumbas Garantido e Caprichoso! E conseguiram, mas tudo pode morrer!

Embarquei no sonho de Manolo Olímpio e Bruno Azedo, talvez porque como eu, também usavam tênis e calças jeans, camisas de meia e eram simples. Fundaram a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIRMA) e no ano de 1994, com muitas dificuldades e falta de patrocinadores, promoveram o 1º Festival da Canção de Itacoatiara. Em 2014, o Fecani completou sua 30º Edição, mas tudo começou com o sonho de dois jovens idealistas que sonharam com o povo de Itacoatiara e conseguiram realizar o primeiro Festival da Canção de Itacoatiara, há 29 anos passados. 

E pode morrer também, por falta de patrocínio e, principalmente; de interesse do Estado! Com umcusto estimado em um milhão e quinhentos mil reais, hoje, há 40 dias o Governo do Estado repassaria esse valor e não aconteceu. Em cima da hora, anunciou que Secretaria de Estado da Cultura repassaria só 500 mil reais, apenas. A Prefeitura Municipal de Itacoatiara, segundo seus organizados, não investe nada e tudo pode morrer agora! Manolo Olímpio e Bruno Azedo agregaram ao festival, outros eventos culturais e fizeram isso. 

No III Fecani, fui jurado em um evento de poesias e conheci um jovem poeta excepcional, Francisco Calheiros, todo vestido de branco, declamando um poema em um tablado de madeira. Estava muito nervoso o poeta que surpreendeu a mim e ao poeta consagrado Jorge Tufic, que também compunha a mesa de jurados. Desejavam criar um Centro Cultural Marina Benalber e conseguiram. Em 2013, realizaram o 29º Concurso de Beleza na tenda cultural “Terezinha de Jesus dos Santos Castro”. Mas nada do que conseguiram fazer, parece que tenha merecio atenção do setor cultural do Estado. Esses dois jovens determinados tiveram só a ideia de criar a Associação para realizar o Festival: tudo começou com uma ideia na cabeça e uma realização no coração e pode morrer também, por falta de patrocínios e de interesse!


domingo, 9 de agosto de 2015

PAI JÁ FOI FILHO E SERÁ AVÔ! (HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS)


Como todo pai já foi filho no passado e será avô no futuro e toda mãe foi uma filha e será uma avó depois. 

De repente, pego-me vendo a foto de meu filho deslizando no escorredor na Escola de Alfabetização Floresta Encantada, presa na cabeceira da cama e lembro que me foi presenteada com um gostoso abraço no dia dos pais. Está ornamentada com pernas, mãos e moldura de cartolina feito pelas professoras,. Pego-me a pensando na foto e percebo que meu filho com dois dedos digita rápido no celular e, ainda, como foi difícil e prazeroso o curso de datilografia que fiz por um ano no Colégio Dom Bosco, promovido com recursos da Funabem. O padre Bruno Bianchini, colocava um banquinho por cima dos teclados, impedindo que os alunos vissem o que estavam datilografando durante o e ficava observando quem tentaria retirá-lo e ver as teclas da máquina. Tinha medo de me submeter à prova e recebe e fiquei um ano estudando, porque por duas vezes recusei-me fazer ser avaliado. Achava que não estava preparado e me recusava. A Escola de Datilografia era só uma das diversas atividades que se desenvolvia no Colégio Dom Bosco, no meio da década de 70, porque pelo mesmo projeto, também conclui cursos de padeiro, eletrônica, telegrafia, montagem de rádios transistorizados e outros que nem lembro mais. 

Como estagiário no próprio Colégio Dom Bosco, produzia pães para a merenda dos alunos que aos finais de semana, frequentavam um outro projeto social: jogavam futebol! Lembro-me de minha mãe Josefa Costa, orgulhosa apontando com seus dedos calejados pelo terçado e cabo de enxada, por anos de agricultura na comunidade de Varre-Vento, a foto na primeira página do Jornal A NOTÍCIA,  destacando-me no meio de outros meninos franzinos como eu: “Está vendo esse aqui na foto? É meu filho!”. Eu estava todo paramentado com avental no encerramento de um curso de padeiro! Acho que foi o primeiro e um dos maiores orgulhos com o qual presenteei minha mãe. Esse mesmo orgulho e talvez até maior, sinto quando vejo a foto de meu filho fardado descendo pelo escorregador de sua Escola de Alfabetização, presa a cabeceira da cama!

Graças ao curso de Datilografia que fiz, hoje uso e sinto os meus 10 dedos deslizando pelo teclado do computador, no qual escrevo essa crônica. Meu filho, com muita agilidade e usando só dois dedos e faz o mesmo que eu faço agora com meus 10. Incrível a agilidade que tem para escrever mensagens no celular! No dia da prova,  datilografei 178 palavras em um minuto, sem erros, sendo o primeiro colocado da turma. Durante as aulas, era repetição constante de ASDFGÇLKJ, subia e descia diversas vezes, conhecendo sem ver os teclados da máquina. Depois se passava para juntar letras e, por último, formar palavras. O Dr. Maury de Macedo Bringel, dizia que datilografa tão rápido que só faltava sair fumaça da máquina que usava. Assim, graças a essa agilidade, permaneci mais de 6 anos no Jornal, escrevendo mais de 7 matérias diferntes por dia e como Assessor de Imprensa no Sinetram, até assumir à Superintendência, substituindo o Dr. Maury. Em parte ele tinha razão!  Quando usava o aparelho de telex do Jornal para gravar matérias e enviá-las para outros jornais nos quais trabalhava como correspondente, terminava de digitar e o telex continuava trabalhando sozinho e registrando as letras que havia datilografado no teclado do telex, pelo qual também se recebia notícias, na época. Ao fazer isso, usava uma fita para gravar letras em furinhos e depois repassá-la aos jornais. Antes, se tinha que fazer uma ligação telefônica para enviar o texto pela fita. Era mais rápido. O demorado era completar a ligação telefônica. O Dr. Malry de Macedo Bringel foi quem pediu que o substituísse na Superintendência do Sinetram. Hoje, guardo gostosas lembranças e recordações do que ele me dizia. Aprendi muito do que sei com esse mestre da paciência, da sapiência e da filosofia que a vida lhe proporcionou com o avançar da idade! Era um mestre e assim que quero mantê-lo da memória e no coração!

Digo ao meu filho Carlos Costa Filho, hoje com 17 anos e já se preparando para se submeter às provas do ENEM, que o que aprendi em máquina de datilografia me abriu às portas para trabalhar como auxiliar de escritório e depois como “foca” e depois de formado, como jornalista no jornal A NOTÍCIA, o mesmo publicou a foto de um menino magricelo, paramentado, recebendo diploma de encerramento do Curso de Padeiro, que minha mãe guardava e se orgulhava em mostrar a quem desejasse vê-la. Nunca comentei esse fato e nem quis saber quem tinha feito a foto ou a matéria ou se ainda trabalhavam no jornal. Meu filho, que também será pai um dia e me fará avô e depois ele próprio também o será, deverá receber uma foto como a que me presenteou em sua inocência. Quando falo isso com meu filho, ele apenas ri porque nunca estudou datilografia, os tempos são outros e tenho que aprender com ele como essas mudanças se deram de forma tão rápida. Passamos da TV de tubo e válvulas à TV de Plasma e LED. Carlos Filho está estudando de manhã e de tarde, namorando e isso me deixa feliz! Não porque esteja namorando, mas porque chegou feliz da vida com um Boleto de pagamento em casa dizendo que faria o Curso de Direito, e seguiria a carreira do avô, Francisco Guedes de Queiroz, que  também foi político por 26 anos no Amazonas do tio, advogado R. Rafael de Queiroz , funcionário da Petrobras e da mãe Yara Queiroz, servidora concursada da ALE/AM e em véspera de aposentadoria por tempo de serviço.

É...tudo isso que escrevo agora é só para você saber como me orgulho de tê-lo como filho como minha mãe – sua avó materna - sentiu orgulho de mim pelo curso de padeiro que fiz no passado. Hoje podemos lhe dar o que não tive...mas sua mãe também não veio de uma família rica, morou em casa alugada na Vila Rezende, por muito tempo, mesmo seu avô sendo político de destaque no Estado, seu bisavô sendo um próspero fazendeiro e dono “Baturité”, onde seu avô nasceu e viveu até vir para Manaus, estudar, trabalhar e se destacar. Sua mãe e eu nos enriquecemos de estudo, conhecimentos e com muito trabalho. A Fazenda “Baturité” foi a maior fornecedora de melancia pra Manaus nos anos 60.

Não importa qual profissão seguirá. A honra é um legado que adquirimos e  morrerá conosco. A história registrará e destacará esse feito. Não importa o dinheiro, porque esse também acaba. A honra, caráter, dignidade, humildade, inteligência e conhecimento constante, sempre, nunca acabarão e ficarão na história para destacá-lo. Seja um bom pai e não esqueça: sua foto que tenho na cabeceira de minha cama, foi o maior troféu que recebi de sua infância e sei que ainda receberei outros, que me orgulharão muito mais ainda.

sábado, 8 de agosto de 2015

CORRIDAS DE RUA EM MANAUS - "CUMPRIMOS NOSSAS PAUTAS!"


Cumprir pauta na linguagem jornalística, é quando algum profissional é designado para escrever uma matéria sobre qualquer assunto! Foi o que aconteceu! Cumprimos nossas pautas.

Eu, por ser credenciado de A NOTÍCIA junto a 5a Seção de Comunicação Social da Polícia Militar, fui designado para cumprir pauta e escrever matéria sobre uma corrida clandestina que ocorreria na Avenida Djalma Batista, nas 8 pistas, a Avenida mais larga e deserta de Manus naquela época. O jornalista Luiz Octávio Monteiro, repórter policial no mesmo jornal foi cumprir sua pauta na Estrada da Ponta Negra, cobrindo outra corrida de rua, coisas comuns naquela época e que rendiam matérias. Na década de 80, com poucos fatos, até batida de carros sem vítimas, virava notícia!

Manaus era só uma pequena cidade onde viviam 642.492 mil famílias. As mais  abastadas podiam desfilar com seus carrões do ano em  (Fuscas, Chevettes, Maverikes e Corcel I (e alguns poucos outros importados), pelas ruas. Em plena avenida Eduardo Ribeiro, mulheres desfilavam com bobes e lenços nas cabeças, deixando o salão de beleza da Messody's. Os jovens das poucas famílias endinheiradas   “envenenavam” os motores dos seus possantes para participar e vencer as corridas de rua. O envenenamento para ganhar mais potência nos motores a combustão, era feito em uma oficina de um famoso mecânico que funcionava na Avenida Costa e Silva. As áreas da Avenida Djalma Batista e a Estrada da Ponta Negra, eram as preferidas para essas disputas. Adolescentes subiam nuas nos carros e se apresentavam perigosamente aos espectadores. Ao final, eram aplaudidas pela coragem e sangue frio que tinham e os motoristas, reconhecidos e apontados nas ruas como “fera”.

A Avenida Djalma Batista, com suas oito pistas construídas com aterros de igarapés que serviam de balneários desapropriações de parte de alguns terrenos pelo prefeito coronel Jorge Teixeira de Oliveira, serviria naquela tarde para uma disputa clandestina entre jovens. Era uma farra! Por que estou escrevendo sobre corridas de rua? Porque vejo pela TV irresponsáveis corridas de motos e carros em rodovias do Brasil e sempre relembro do que ocorria em Manaus também e guardo na memória como se fosse uma fotografia em preto e branco, precisando ser pintada. Eu estou dando um colorido na foto. 

Dentro do Quartel do Comando-Geral da PM, em uma área lateral do atual Palácio Imperial, na Praça Heliodoro Balbi,  funcionava a Companhia de  Polícia de Trânsito- Ciatran e combatia essas corridas. Também naquela época, o livro de Legislação de Trânsito se comercializava em bancas de revistas, o aluno lia e, quando se sentia preparado, comparecia ao Departamento de Trânsito e se submetia aos exames de psicotécnico, vista e, se aprovado, marcava a prova de Legislação. Fazia exame de rua e recebia sua CNH. A Ciatran ficou sabendo da corrida clandestina na Avenida Djalma Batista e, designado para cumprir a pauta, cheguei cedo, estacionei meu fusca no meio da Avenida e comecei a fotografar tudo. A Companhia de Trânsito da PM chegou um pouco antes da hora marcada do início da corrida, às 15 horas. Fechou a rua, estacionando su Veraneios, Fuscas, Chevettes usados na PM e outros no cruzamento da atual Avenida Efigênio Sales e outras no Boularvard Álvaro Maia, para impedir a fuga de todos que estivessem no perímetro. Eu estava lá! Estava feito o cerco. O aviso foi dado e os policiais, ao mesmo tempo, caminharam nas duas direções, uns subindo do Boulevar e outros descendo a Djalma Batista e se encontrariam em frente onde funciona hoje o Amazonas Shopping, 

Como se fosse um participante da corrida, fui detido também, meu fusca recolhido ao Detran e segui para a Delegacia de Polícia, para prestar depoimento, como todos os que lá estavam correndo e não tiveram por onde escapar. Tive dificuldades para retirar o fusca do parqueamento do Detran;Am, mas, felizmente fui isentado das pesadas multas e pude dirigir meu fusca mais uma vez. O jornalista Luiz Octávio Monteiro, cumprindo outra pauta, fotografou uma adolescente totalmente despida, publicou na primeira página de A NOTÍCIA, com a tarja cobrindo suas partes íntimas, mas foi reconhecida pela família, repreendida, virou evangélica, casou e mudou de vida! Ela e outras adolescentes estavam exibindo seus capus para delírio dos espectadores que as assistiam e aplaudiam a performance de cada uma e também, pela coragem em subir nuas nos capus dos carros em alta velocidade e exibir seus corpos, nem sempre tão bonitos.

Eu, estava detido na Delegacia, liguei para o jornal e pedi que um carro fosse me buscar e o Luiz Octávio vendo as adolescentes nuas.Cumprimos nossas pautas jornalísticas!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

CONSULTORIA E "CONSULTORIA"!


Felizmente existem empresas de consultórias sérias, honestas, honradas, acima de toda e qualquer suspeita, merecendo aplausos. Infelizmente, também existem empresas de “consultorias” desonestas, geralmente envolvidas com políticos, que não servem nem como papel higiênico para ser usado em banheiros, quanto mais para prestar consultorias, uma atividade séria, competente e ética. Às sérias, aplausos. Às desonestas, seus e sócios estão sendo recolhidos à prisão, um a um, na ação determinada do Juiz Federal Sérgio Moro, que está sofrendo pressões de tudo que é lado, mas não arreda o pé de sua missão de fazer cumprir as leis e a Justiça e mereceu até elogios do Ministro Celso de Melo, do STF, que teceu comentários à liberdade da imprensa, na democracia do Brasil. A democracia tem esses percalços, mas isso fará com que o Brasil cresça mais forte e ressurja das cinzas da mitológica Fênix, para  voar livre da corrupção. Nada disso ocorreria no Governo Militar, porque a imprensa era censurada diretamente pu de forma velada e nunca aconteceu antes do Governo Dilma Rousseff, quando a corrupção sempre era varrida para baixo do tapete no famoso “não sei, não vi, não me comprometa”. Agora, está sendo apurada, “doa a quem doer”.

Mas, em Brasília, os açougueiros de plantão, querendo o piorar ainda mais o Brasil, voltaram a defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff, depois da prisão do ex-ministro e fundador do PT, José Dirceu, condenado no “Mensalão” e investigado e preso na Operação Lava Jato pela prática do mesmo. Na Câmara dos Deputados, o presidente Eduardo Cunha (PMDB), rompido com o governo do PT que tem como vice-presidente Michel Temer, membro de seu partido, anuncia uma “pauta bomba”, porque também foi denunciado por um corrupto arrependido e que apresentou provas já aceitas e confirmadas na Justiça. O corrupto arrependido  denunciou Eduardo Cunha, por também ter recebido dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras. Como tentou fazer um acordo com o Governo para não  prosseguir sendo investigado pela denúncia e não foi aceito, se rebelou, virou beicinho e declarou-se de oposição ao Governo PT. Só ele e o senador Color de Melo estariam envolvidos na corrupção, já que a Câmara Federal virou um grande balcão de negócios, acredito que tenham mais envolvidos.

Como diz a música de Raul Seixas, “tudo isso acontecendo e eu aqui na praça”, pensando nas famosas e muitas inescrupulosas empresas de “consultorias”. Alguém já fez uma análise detalhada dos fatos: sempre por trás de uma nova corrupção descoberta, está sempre uma empresa de consultoria de um ex-membro do elevado escalão do Governo Federal envolvida! Com tantos órgãos de controle financeiro que o Governo possui, espanta-me saber que vendi um apartamento em Manaus onde resido, depositei o dinheiro no banco pela manhã e, no horário da tarde, recebi uma ligação do banco, questionando-me sobre a origem do dinheiro que havia depositado, para ser informado à Coaf - Conselho de Controle de Atividades Financeiras porque ele queria saber a origem da movimentação “estranha na conta”. Santa paciência! 

Tive que informar que a origem era da venda de um imóvel que comercializei financiado pela CEF para adquirir um outro à vista e tive que responder a outras perguntas sobre o mesmo assunto. Como, então, uma empresa de consultoria consegue receber milhões e até bilhões de reais, depositá-lo exterior, em paraísos fiscais e não ter nenhum tipo de controle sobre isso?! Será que a Coaf, que se apresenta como “Unidade de Inteligência Financeira do Brasil”, só quer saber da origem do dinheiro de trabalhadores honestos que ganham pouco para tributá-lo? Por que as empresas de consultorias não merecem um maior controle em suas movimentações financeiras?

Órgãos de controle financeiro no Brasil existem, mas parece que não funcionam de forma adequada e coordenada porque a corrupção está cada vez mais inteligente e sofisticada. Se continuar assim, pessoas com competência e seriedade pensarão duas vezes antes de decidirem criar empresas de consultórias porque poderão ser confundidos com pilantras também!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

JUVENTUDE PERDIDA (BUSCA INÚTIL)


Vocês estão vendo
aquele velho chato, rabugento,  
olhando-me fixamente pelo espelho da vida 
buscando encontrar resquícios da
juventude que se foi rápida demais?
(usando de um óculos 7,5 graus!)
Se também viram como  
vejo de forma míope, saibam: não sou eu!
Era apenas um velho
que viveu muito, sofreu muito,
trabalhou muito e não
aprendeu quase nada da vida.
Está aprendendo agora com a juventude conectada
(ou seria desconectada do mundo real?).

O velho que vejo tem cabelos e barba 
cor de prata aos 55 anos!

Foi embora, me deu adeus com as mãos frágeis 
sem encontrar nada!
Permanecerei procurando-a,
Sei que a encontrarei 
 algum lugar por onde andei,  
esquina de rua que cruzei, 
Ou a teria perdido algum banco de Escola, Faculdade
ou a teria abandonado entre os livros que li?

Sei que a deixei por lá, 
mas não sei em qual lugar!

sábado, 1 de agosto de 2015

PRECE OU DELÍRIO AO RIO ANDIRÁ



(Dra. Iraildes Torres Caldas e ao poeta Alcides Werk)



Andirá, as belezas naturais que 
escondes e preservas muito bem
não exista mais cá!
Destruíram que era belo 
transformaram tudo 
em asfalto e concreto!
Ah! Andirá! De Barreirinha, 
dos poetas Thiago de Mello e Walcides Werk
(descreveram tua negritude e teus mistérios) 
que se confunde em simbiose com a floresta e tuas águas
(simbiose perfeita!)
Ah, Andirá, do poeta! Da lua! 
Das estrelas e dos cunhantãs que remam  
refletindo em tuas águas a sombra das canoas,
deslizando sob as águas como 
se fosse pluma ao vento!
Ah, Andirá!
Te permita ser estudado e preservado e
Permaneças assim, intocável e belo!
e não venhas para cá meu Andirá!
Não te exponhas tanto, tá?!