terça-feira, 30 de setembro de 2014

A DEMOCRACIA ESTÁ EM PERIGO!



Devido à lentidão dos julgamentos, excesso de prazos e o excesso de recursos no poder judiciário brasileiro, alguns meramente procrastinatórios, a democracia representativa do Estado Social está em perigo! Mas isso poderá mudar, se mudar a mentalidade da sociedade com relação ao seu poder e consciência ao votar!

Muitos teóricos definiram a palavra democracia, com diversos sentidos e formas. Como não sou cientista político, apenas um teórico social, defino a democracia como uma grande engrenagem, extremamente sensível e complexa que, quando uma das engrenagens que a formam e sustenta se desgasta por alguma razão, nada mais funcionará e precisará ser reformulada ou trocada urgentemente para que o Estado Democrático de Direito continue funcionando com perfeição. No caso, a peça que está desgastada é o poder judiciário, com o excesso de possibilidades de recursos previstos em lei, além da demora em uma decisão definitiva em julgamentos que levam anos e se tornam intermináveis, causando, com isso, quebra em um dos pilares da democracia, que é a Justiça, fragilizando-a e passando à sociedade uma sensação de impunidade.  

Devido à falta de ação do poder judiciário com julgamentos de um mesmo caso de forma seguida e infindáveis e geralmente contraditórias decisões, além dos possíveis e infinitos recursos jurídicos, a democracia está em perigo. Não adianta outros Aparelhos de Estado funcionarem com perfeição se o Aparelho que faz cumprir as Leis e define a ordem, não funciona, porque sempre aparecerá um defensor para anular tudo. Alguma coisa está errada na democracia do Brasil. Nada tenho contra os advogados que são bem pagos para defenderem seus clientes. Estou contra as Leis que são excessivamente generosas com bandidos que desviam recursos públicos, ficam milionários e rigorosas contra quem derruba uma árvore, por exemplo, que queima algum mato, por exemplo. Está previsto na Constituição do Brasil, que todos são inocentes até o processo transitar em julgado e advogados usam as metralhadoras giratórias que possuem para metralhar a democracia, inventando inimagináveis recursos protelatórios e nada mais do que isso! Admiro os advogados por essa capacidade que possuem para estudar brechas nas Leis para defender seus clientes!

Uma profunda e radical reforma no Poder Judiciário precisa ser feita para adequar às leis ao que exige a sociedade democrática, mas sempre mantendo o princípio da liberdade, do contraditório e não transigindo no sagrado direito de defesa. Ao contrário do que dizia o teórico do Direito, Hans Kelsen, nascido em Praga e descendente de família de judeus e um dos maiores e mais importantes estudiosos do direito do século XX, que qualquer Estado, originário de um processo revolucionário, se legitimaria pelas atitudes tomadas, o Brasil não se legitima pelo Poder Judiciário que possui. Flávia Aguiar Cabral Furtado Pinto, em seu trabalho filosófico “Ciência Jurídica Kelseniana: uma análise crítica contemporânea”, afirma que o teórico tinha o propósito de legitimar sua teoria  afastando-a de críticas e questionamentos indesejáveis porque Kelsen considerava a ciência jurídica do direito como pura, positivista, anti-ideológica e não sofreria influência de outras ciências.

Deixando Kelsen de lado e voltando à questão da democracia em perigo, durante o Governo FHC, a Polícia Federal realizou apenas 48 operações, contra 1.273 no Governo Lula, com 15.273 pessoas presas. Acontece que dessas prisões, poucos processos resultaram em julgamentos ou condenações e absolvições porque nem sempre a Justiça não as julgou em tempo hábil e agora muitas processam a União, pedindo indenizações, por terem sido expostas. De uma forma prática, tanto com o PT ou o PSB comandando o Brasil, os Delegados da Polícia Federal temem ser rebaixados, enxergando riscos de investimentos e perda de sua autonomia conquistada. O PT fez muito pelo combate à corrupção e garante que fará ainda mais se tiver o direito de continuar comandando o Brasil porque está defendendo punição mais rápida aos corruptos e a perda do fórum privilegiado para crimes comuns, mais agilidade nos julgamentos para detentores de mandatos e outras mudanças prometidas pela candidata. Contudo, em relatório da Federação Nacionail dos Policiais Federais, o órgão garante que a Polícia Federal reduziu drasticamente as operações de combate à corrupção nos últimos anos do Governo Dilma Rousseff, que tenta um segundo mandato. O documento aponta queda significativa em investigações dos crimes de peculato, concussão, emprego irregular de verba pública, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, representando uma redução em 86%. 

Como disse, se a peça frágil e lenta da Justiça não for melhorada, a democracia não será melhorada e os bandidos do colarinho branco e os comuns continuação nas ruas e os brasileiros honestos permanecerão presos por grades invisíveis de suas consciências e temendo pelas suas vidas. Diante dessa verdade, não adianta estrebuchar: a democracia, sem o judiciário, com uma polícia federal forte e um judiciário fraco, o Brasil ficará como se fosse o andarilho em uma perna manca que sai  aos pulos e nunca conseguirá andar em linha reta, de forma normal. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MAIS DÚVIDAS QUE CERTEZAS NA HORA DE VOTAR!


Mais dúvidas do que certeza me acompanharão rumo às urnas, para ajudar a eleger a pessoa que ocupará o cargo máximo da República do Brasil, o de presidente! 

Dúvidas porque a disputa presidencial se tornou um ringue de acusações, com poucas ideias e propostas para dirigir o país. Dúvidas porque não é assim que a democracia andará rumo a um desenvolvimento. Dúvidas porque não é acusando, só acusando e sem nada propor, que se vai tirar o Brasil do buraco econômico em que se encontra. Dúvidas porque as promessas feitas agora já foram feitas antes e algumas foram cumpridas e outras não!

Se de um lado, em termos sociais, o Brasil cresceu, se desenvolveu, investiu na criação de uma nova classe social, a D, e fazê-la ingressar no mercado de consumo, do outro lado outra classe econômica perdeu e ficaou achatada, desprovida de bens, recursos e certezas. Da classe média foram tirados todos os recursos para investimentos e o surgimento da classe D porque economicamente  ninguém elevava uma classe sem desapropriar uma outra, seja por qualquer meio. No caso do Brasil, embora o Governo não tenha elevada impostos, ele também não reajustou nada na tabela do Imposto de Renda, nem pela inflação do ano. A classe média perdeu e cada vez mais ficou achatada pelo crescimento da classe de trabalhadores. 

Se esse era o propósito do Governo, ele alcançou. Mas precisa seguir outros caminhos agora, crescendo em outros campos e juntando economia, ecologia, saneamento básico e unindo o desenvolvimento sustentável ao social. Enfim, estarei com mais incertezas ao depositar meu voto em quem comandará o Brasil nos próximos quatro ou cinco anos, do que certezas Mas definitivamente, sou contra a reeleição porque o país fica sempre estagnado dois anos antes do processo eleitoral e aparecem  denúncias que deveriam surgir muito antes para serem apuradas. 

Estou com a firme tendência de votar pela memória do jornalista Paulo Frances, que faleceu de desgosto e arrasado, massacrado pelo poderio de uma estatal do petróleo do Brasil porque ele tivera a coragem de denunciar o que estava acontecendo na cúpula da empresa e recebeu uma condenação de 100 milhões de dólares. Como não teve condição de honrar esse pagamento porque jornalista não ganha muito, faleceu precocemente no auge da apresentação do seu programa “Manhattan Connection”, sendo uma surpresa sua morte para muitos amigos seus. Eu não tive o prazer de conhecê-lo e nem sabia disso, mas fiquei sabendo lendo uma excelente crônica de Carlos Heitor Cony relatando esse fato. 

Cada vez mais próximo se torna o dia 5 de outubro e mais difícil fica tomar uma decisão consciente, racional, responsável, isenta de paixões, apartidária, lógica, crítica e olhando para o Brasil que deverá seguir em frente, avançando cada vez mais e seguindo para outros lados. Muitas promessas, muitas mentiras, muitas meias verdades e, principalmente, repetição de promessas já feitas e não cumpridas, deixam o eleitor confuso e, nessa confusão, ou se entra de cabeça no que já existe ou se busca novos caminhos para continuar mantendo o que jã foi conquistado pelos movimentos sociais organizados, aceitando tudo o que ainda não foi feito e se caminha para outros e novos caminhos, mas tudo pode ser uma aventura porque certeza de alguma coisa só se poderá ter depois de mais quatro anos de Governo. Confesso que com esse terrível clima de acusações de lado a lado, fica cada vez mais difícil uma decisão consciente e responsável. Na esfera estadual, tenho definidos todos meus candidatos!

De um lado, é a repetição de promessas feitas e não cumpridas integralmente. De outro, uma candidata oferecendo governo diferente, com um novo jeito de governar. No meio, mineiramente, outro candidato que tira proveito da dúvida, mas não divulga como pretende cumprir suas promessas. Não sei em quem votar, mas me alegra a ideia de não ter mais reeleição, defendida por uma candidata porque o Brasil para, não anda, reajuste de preços não é concedido e, depois, explode uma bomba e os cacos do que seria para ser cumprido antes das eleições, são juntados por todos os brasileiros honestos, que pagam seus impostos, cumprem seus deveres e estão cheios de ver acusações que sempre surgem em épocas eleitores e, ao final delas, todos as esquecem deixando claro que tudo fora fruto de delírios de candidatos que desejavam chegar ao poder a qualquer preço.

O que não dá mais é para aceitar que em novo mandato, o processo de fiscalização das roubalheiras no Brasil serão mais intensificadas porque o que mais sobram são órgãos para bisbilhotar a vida dos honestos homens que trabalham, pagam seus impostos e ainda são importunados por questões de centavos que se transformam em vorazes multas,  o que não ocorre com os funcionários públicos desonestos que, após desviarem dos cofres públicos, depositam tudo no exterior. 

Dizer que a fiscalização será intensificada para coibir essa prática prejudicial ao Brasil é o mesmo que dizer que um picolé exposto ao sol não derreterá, mesmo a 40 graus de calor à sombra! 

Isso não dá para aguentar mais!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VIVER COMO CASAL É UM CARRO EM MOVIMENTO!


Casamento é contrato comercial infinito, regido pelo interesse do casal que busca perpetuar a espécie (O HOMEM DA ROSA, de Carlos Costa)

Dedicado a minha esposa Yara Queiroz, pelos nossos 17 anos de casamento.


Viver como um casal, é como se fosse um automóvel em movimento, enfrentando um trânsito pesado em uma autoestrada. É possível se chegar ao final do percurso sem atropelos, mas será difícil e exigirá muita atenção e muito cuidado do condutor para não atropelar alguém e nem ser atropelado por outro carro dirigido por motorista imprudente, talvez inebriado por novas experiências fúteis e inúteis!

Viver a dois, não é nada fácil, mas é possível. Como automóvel em movimento em uma autoestrada bem asfaltada, perigosa exigirá sempre de muito cuidado, atenção, correção de rumos, sempre respeitando a sinalização da pista, freando quando  necessário, correndo quando permitido, enfrentando sol e chuva, permitindo passagens aos mais velozes, desviando-se de buracos que sempre existirão em uma relação e evitando cair dentro deles. O carro pode quebrar na via, o guarda poderá multar, mas o importante e chegar a um final feliz, com todos os passageiros vivos.

Um carro pode ser trocado, mas na vida a dois é preferível uma boa revisão do que a troca. Mas quando é inevitável, a troca pode ser feita antes do desgaste das peças para poder seguir em frente porque nem sempre o carro que se adquire é o que desejávamos comprar. Falhas existem também na escolha de parceiros. Errar é permitido, permanecer no erro é burrice!

O convívio a dois, precisa sempre ser revisado, tal qual um carro em movimento. A elevada velocidade ou a lentidão excessiva são um perigo: pode-se sofrer um acidente ou atropelar alguém e tudo precisa funcionar como se fosse uma engrenagem perfeita para continuar sempre justa, lubrificada para continuar exercendo sua função com perfeição. Existirão consertos que necessitarão de reparos no decorrer da viagem, como um pneu furado, uma olhada pelo retrovisor, uma ultrapassagem em local proibido. Olhar para o lado, rapidamente, para ver pelo retrovisor, é permitido, mas precisa ter cuidado.

A vida a dois é como se fosse uma estrada bonita, longa, bem asfaltada, mas muito perigosa, sem acostamento, com placas furadas por tiros, outras nem sempre visíveis, escondidas pelo mato das rodovias e quase sem sinalização adequada, qualquer descuido poderá ser fatal. Pode-se cair em um barranco, quebrar para sempre o automóvel ou pode-se sair do carro ou permanecer dentro dele, dependendo de atitudes que tomamos para corrigir os rumos de uma relação a dois. Mas como em uma estrada, viver o casamento tem que passar por uma profunda revisão, onde deverão ser verificados o nível de óleo do motor, o nível de água, os limpadores de para brisas, extintor de incêndios, estepe e a parte elétrica para evitar incêndios no decorrer da viagem. O casamento tem que permitir passagem a outro automóvel que esteja andando mais veloz que o casal, respeitando a e aceitando a individualidade e a velocidade de quem tem pressa e não invadindo o direito de ultrapassagem do outro, para não estragar a engrenagem, sofrer um acidente. O automóvel, como o casal,  precisa ser constantemente reajustado, lubrificado e poder evitar os desgaste do tempo e não deixar que a vida se transforme em uma monotonia total. Se ocorreram – e sempre ocorrem, nunca se deixar abater ou se inferiorizar diante da troca. Paciência! Sinta-se forte e determinada porque os frutos do produto que estão sendo transportados no automóvel não podem ser estragados.

O carro pode chegar ao fim da estrada, velho ou parar pelo caminho ainda novo, fazer uma revisão e voltar à estrada novamente, mais seguro do que deseja fazer em sua nova viagem perigosa. Com tempo, aprende-se que a vida não gira em torno dos desejos individuais, mas das vontades e de um querer melhor para o outro. Na vida a dois, temos que vivê-la como permite que a vivamos, nos esforçando sempre para sermos cada vez melhores para os outros e para nós mesmos. Isso é totalmente possível com muito amor, entrega e respeito.

Na vida a dois, temos que transformá-la em uma constante vida de aprendizado, lubrificando cada peça, não permitindo que as fricções do tempo e as desavenças naturais permitam que desgastem, sofrendo rupturas e problemas irreparáveis. Sempre devemos recuperar a peça defeituosa antes que ela se quebre e se torne irrecuperável. É, portanto, um aprendizado constante, uma lubrificação permanente para que a peça da engrenagem que se chama casal não se desgaste pelas fricções do tempo ou pelas desavenças naturais que ocorrem. Viver a dois, é difícil, mas é possível! O que precisa ser entendido, compreendido e aceito por todos é que tudo pode acontecer de bom ou de ruim em uma relação a dois: ou se chega ao final da estrada ou se recomeça tudo de novo, desde o início. Me desviei da estrada uma vez, quis experimentar outro veículo mais novo, mas me arrependi porque nunca deve-se trocar um carro que já se conhece por um outro que ainda será conhecido e que logo poderá apresentar defeitos. 

Os filhos nascem, crescem, ganham asas, constroem seus próprios ninhos e passam a dirigir seus próprios carros, continuando um aprendizado que receberam. Não importa o tipo ou a marca do carro: o que é importa que tenha direção defensiva e ofensiva, quando estiver na estrada. Defensiva para prever os riscos e se defender dos outros; ofensiva, para gozar a vida intensamente, superando os riscos de se viver como um casal que se ama e que se quer bem!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O PREFEITO "CEMITERISTA" ODORICO, RENASCE EM PIMENTEIRA!


O município de Sucupira, da genial fictício de Dias Gomes, na Novela “O Bem Amado”, teria literalmente se materializado no Município de Pimenteira, a 252 quilômetros no Sul do Piauí. Não sei se o prefeito corrupto Odorico Paraguaçu, também teria se materializado no administrador da cidade Pimenteira, no Piauí, com 4.563.103 Km2, com uma densidade populacional de 2,6 habitantes por km2, porque com 11.733 habitantes e um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH), com problemas sociais graves nas áreas de saneamento, educação, habitação, asfalto e outras necessidades sociais fundamentais e necessárias à cidade, a Prefeitura do Município de Pimenteira decidiu investir parte de seu pouco orçamento na construção mais de 30 cemitérios e recuperar os que já existem. Será um cemitério para cada grupo de 300 moradores, em um município que registra uma média de 124 falecimentos por ano. Com 830 mil habitantes, Teresina possui menos cemitérios do que pretende construir o prefeito de Pimenteira.

Não seria apenas o espírito do personagem Odorico Paraguaçu, criado por Dias Gomes, reencarnando no prefeito do Município de Pimenteira, Romualdo de Souza Pereira? Não seriam as “Irmãs Cajazeiras”, Ida Gomes, (Dorotéia), Dorinha Durval (Dulcinéia), Dirce Migliáccio (Judicéia) suas assessoras mais próximos? Existiria o personagem “Dirceu Borboleta” e o “Zeca Diabo”? Ou tudo não passaria de intrigas do jornal “A Trombeta”, de Neco Pedreira, uma publicação que Odorico dizia ser “oposicionistamarronzistamaucaratista”? 

Na novela “O Bem Amado” de Dias Gomes, com a direção de Régis Cardoso e supervisão de Daniel Filho, o ator Jardel Filho, fazia o papel de  “Juarez Leão”, um médico bêbado que perdera a esposa por quem teria sido apaixonado. Opositor e apaixonado pela filha do prefeito de Sucupira, Telma, que tentava ajudá-lo a superar o trauma e terminaram se apaixonando, revoltando ainda mais Odorico Paraguaçu. A novela “O Bem Amado”, foi exibida pela Rede Globo de Televisão de janeiro a outubro de 93. A história da novela todos conhecem porque girava em torno da determinação do prefeito Odorico Paraguaçu, político corrupto e cheio de artimanhas, que tinha como meta prioritária de sua administração na cidade, inaugurar um cemitério e contava com o secretário gago e bajulador “Dirceu Borboleta profundo conhecedor dos lepidópteros e as formosas Doroteia, Dulcineia e Judiceia. 

Doroteia era líder na Câmara de Vereadores. 

Na novela, havia a luta da Família Medrado contra a família Paraguaçu, do prefeito. Será que o prefeito Romualdo de Souza Pereira tem uma oposição como a que família Medrado, fazia contra a família Paraguaçu? A genial ficção de Dias Gomes, ainda serve para a política de hoje no Brasil, inclusive com o jornal “A Trombeta”, de Neco Pedreira, se materializando em algumas divulgações e fazendo oposição a tudo o que o prefeito desejava fazer, principalmente se fosse gastar milhões para construir o cemitério. Lulu Gouveia, vivido pelo ator já falecido, Lutero Luiz, era líder da oposição, um “marronzista militante” como costumava dizer seu inimigo mortal, Odorico. Lulu Gouveia era líder da oposição na Câmara. Como se tudo isso não bastasse, Odorico ainda enfrentava os desaforos do médico personalístico da posição, Juarez Leão, que se envolveu com sua filha Telma. No fim, Zeca Diabo, revoltado, mata Odorico, que, finalmente, inaugura o cemitério de sua cidade.

Hoje, o Brasil vive um momento político confuso e tudo gira em torno de ataques e defesas da máquina do Estado tributando tudo o que lhe ameaça o poder, sem que o eleitor possa se manifestar, mas o fará no dia 5 de outubro. É um gigante esmagando um Golias, ou uma pedra pesada sendo arremessada contra uma formiga quase inofensiva. Os partidos se misturaram todos, mesmo sem muita ideologia, desejando o poder pelo poder, simplesmente. É uma Sucupira; todos ao mesmo tempo prometendo construir cemitérios para enterrar os mortos do passado e sem se preocupar com o que pode vir para o futuro, como se não houvesse feridas a serem cicatrizadas pelos ataques de lado a lado!

“Não dá para entender a postura do prefeito em mandar construir essa quantidade de cemitérios. Acho que ele deveria usar este dinheiro em outros setores como saúde e educação. Esse valor deveria ser gasto com os vivos e não com os mortos”, garante a moradora do município Maria de Fátima, comerciante de 38 anos.

Será que o prefeito vai querer inaugurar um dos cemitérios? Será que o prefeito contratará um Zeca Diabo que terminará por assassiná-lo para que possa ser enterrado em um dos muitos cemitérios que mandará construir, com toda pompa? Talvez, talvez, se a Justiça não brecar suas pretensões fúnebres, antes!
















segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A EMOÇÃO DO OLHAR!


- Estou vendo o rosto de minha esposa e de meus filhos pela primeira vez, disse o paciente que fora operado de catarata no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Manaus, nos anos 80, quando os médicos Juan Villa Beneyto e Expedido Teodoro implantaram o primeiro Banco de Olhos no Amazonas, com a ajuda do Rotary Clube do Distrito Industrial. Hoje, o prédio histórico do hospital encontra-se fechado por dívidas acumuladas há muitos anos e sem uma solução política ou técnica. O hoje candidato a deputado estadual Mário Frota chegou a lutar pela sua reabertura quando foi vice-prefeito de Manaus, mas não conseguiu, mas continua lutando! Cheguei a ficar internado no hospital, vítima de pneumonia na adolescência e do leito ouvia o provedor do Hospital, Dr. João Lúcio Pereira Machado dando ordens em voz alta pelos corredores. Ele, pessoalmente, era uma pessoa educada hoje dá nome do hospital “João Lúcio”, na Zona Leste de Manaus. Como membro do Rotary Clube e jornalista, fui designado para cobrir o resultado da primeira cirurgia de transplante de corneia realizado em um paciente.


Os dois médicos retiraram ao mesmo tempo o tampão do olho do paciente. Ele começou a olhar espantado para o rosto de sua esposa, dos seus filhos, que lhes eram desconhecidos até aquele dia. Depois, abraçou-os todos e chorou, como devem chorar também os mais de 600 mil brasileiros que sofrem da mesma doença e dependem de um transplante de córnea para voltarem a ver a vida como está difícil embora rever rostos, cores,  flores, a natureza seja belo demais! O Amazonas, teve um Banco de Olhos e hoje não tem mais nem o hospital. 


A Santa Casa tem histórias a serem contadas. No local, nasceram o jornalista, professor e articulista José Ribamar Bessa Freire, também a filha da apresentadora de TV, Babby Rizzatto; falecera o ex-governador do Amazonas, Álvaro Maia no dia 4 de maio de 1969, assistido pelo seu médico Dr. Osvaldo Said, acompanhado da enfermeira e prima Maria Helena Paiva Monte e do amigo Dr. Erasmo Alfaia. No mesmo hospital também se internara a mãe do ex-governador do Estado, Gilberto Mestrinho, a Sra. Balbina Mestrinho, hoje nome de maternidade em Manaus. Nem com toda essa história viva, o Hospital da Santa Casa continuará morto e não será reaberto nunca mais, pois sequer faz parte das discussões políticas dos candidatos ao Governo do Amazonas, que em campanha, anunciam o que farão na área de saúde se forem eleitos, mas nada mencionam sobre o prédio antigo e histórico onde funcionava a Santa Casa e local vai se deteriorando, porque é mais fácil construir novos hospitais e equipá-los do que restaurar e equipar um hospital que já está pronto! A razão dessa preferência, desconfio, mas não tenho certeza! 


O Hospital foi construído para atender “a necessidade de internação de pacientes destituídos de recursos (…) e sem famílias e moradias”, como maternidade e hospital em 1880, sendo um dos primeiros de Manaus. Recebeu o primeiro banco de olhos implantado, quando funcionava, possuía 17 consultórios médicos e oftalmológicos, 202 leitos distribuídos em apartamentos e enfermarias das áreas clínica, cirurgia e de maternidade, cinco salas de UTI, lavanderia, laboratórios, cozinha, banco de sangue e salas administrativas. Hoje a Santa Casa está falecendo à míngua e nenhum candidato ao Governo, mesmo com o caos na saúde pública, menciona reabri-la! E por que estou escrevendo sobre o Hospital da Santa Casa? 

O hospital foi prometido ser reaberto pelo ex-prefeito de Manaus, senador e agora candidato a deputado federal Alfredo Nascimento e pelo ex-governador do Estado e candidato ao senado pelo Amazonas, Omar Aziz, mas continua fechado. Os atuais candidatos ao Governo anunciam a construção de novos hospitais e nada falam sobre a reabertura de um hospital que está construído e hoje é explorado como estacionamento e lavagem de carros pelos “flanelinhas”. Será que as águas do lava jato clandestino estão envenenando as veias dos atuais candidatos ao Governo do Estado ou dos presidentes das Comissões de Saúde da Câmara e da Assembleia Legislativa do Estado, tornando-os incapazes de ver que o prédio ainda é uma parte da história social e sentimental da sociedade do Estado e nada fazem pela sua reabertura? 

Ou seria só mais um símbolo de incompetência com um local onde nasceram pessoas importantes na História do Amazonas e ter recebido em seus leitos pessoas importantes do Amazonas e do Brasil, como o senador Álvaro Maia e Sra. Balbina Mestrinho, mãe do ex-governador Gilberto Mestrinho? Talvez não venha a ser restaurado seu prédio histórico e devolvida à sociedade! Ou será que por não haver dividendos financeiros, as autoridades públicas preferem investir milhões em novas construções ao contrário de promoverem dividendos sociais ao povo com a reabertura de um prédio para a cidade de Manaus? Estranho! Muito estranho que uma estrutura pronta e que já funcionou não possa voltar a funcionar novamente! Talvez seja isso!

domingo, 21 de setembro de 2014

MINHA DESIDERATA!

Crônica reposicionada por não permitir receber comentários:


Sou apenas um passageiro do tempo: estou aqui, mas já me vou.

E o que levarei...?

DEUS dentro do coração, em meu modo de compreendê-lo, muitas vezes de forma torta; lembranças e recordações prazerosas dos verdadeiros e leais amigos que fiz e que deixarei pelos caminhos da vida. Ou como os jornalistas Carlos, de A Crítica, e Sebastião Raposo e os assistentes sociais Nilo Tavares Coutinho, das lojas Bemol e Edson de Aguiar Rosas, também de carreira jurídica, que se foram me avisar que estavam partindo e nem mais poderei avisá-los de minha partida (se é que podem existir lembranças para onde partirei só de ida!), além dos bons e os vários momentos felizes que vivi profundamente em diversas fazes de minha vida.

Os momentos tristes e desesperados que vivi, na justa medida, também vivi mais esses quero esquecê-los a todos porque me foram tristes demais!

Levarei também – e mais ainda, a certeza de que a vida é passageira!

Levarei como apoio em minha cabeça, agradáveis livros de crônica de Vinicius, Drumond, Neruda, Rubens Braga, Cecília Meirelles e todos os outros que poderem ser colocados para apoiar minha cabeça inerte e sem qualquer pensamento dentro do ataúde no qual serei colocado. Quem sabe poderei lê-los, ainda?

Estou aqui, mas tenho total consciência da minha condição de ser apenas passageiro de um trem que se chama vida!

Partirei, estou e serei agradecido a Deus porque meu “trem da vida” permanece, ainda, nos trilhos e segue um caminho tranquilo e de forma perfeita, só com alguns sustos vez ou outra, mas isso faz parte da vida que levo agora!

Levarei também da vida que vivi e minhas realizações. À história deixarei alguns mistérios a serem desvendados, os escritos que produzi freneticamente, ora de forma terna, ora de forma revoltada, ora entrando dentro de meu túnel do tempo particular! Livros que escrevi, romances conclusos e inconclusos para alguém, se desejar, terminá-los. Mas acho que essa tarefa nunca será realizada porque é difícil a um escritor entrar na mente de outro...como eu, confuso, delirante, amoroso, terno e muitas vezes revoltado com  as injustiças sociais da vida!

Partirei sem levar qualquer saudade de minha vida, pois a vivi de forma plena e perfeita! Estou aqui só de passagem, ocupando um corpo; não somos nada, já disse; somos apenas mais um ser vivente!

Se produzi mágoas pelo caminho, se causei discórdias, se ofendi alguém, todos me desculpem. Não tive essa intenção e nem foi esse meu desejo! Se deixei de namorar alguém que desejei, o fiz de forma involuntária também. Às que namorei e abandonei, deixo meu pedido de perdão, se lhes produzi dissabores!

Sei que só Deus pode perdoar, mas meu arrependimento já é um bom começo!

Apenas tenho certeza disso: casei com a mulher que também amei...que me acompanhou em momentos difíceis e serei sempre grato por isso. Eu a magoei algumas vezes – estou certo disso, mas só porque outros amores apareceram que pensei serem melhores, mas vi que não eram. Minha mulher de verdade, guerreira, amiga, companheira sempre fora minha esposa Yara.

Tenho consciência que não fui o melhor homem do mundo; também não fui dos piores...tenho certeza! Na comparação, fiquei dentro da média de razoável para bom.

Nada levarei dessa vida: bens materiais, dinheiro, riqueza que nunca tive. Descerei à cova sem nada, só com a roupa do corpo, se é que haverá alguém interessado em vesti-la em meu corpo inerte.

Aos filhos, deixarei meu exemplo: estudo, dignidade, respeito a todos, determinação, coragem para superar obstáculos! Só assim se passa de um estágio ao outro da vida social! Mas todos ficarão bem, seguindo meu exemplo! Nada mais deixarei, exceto meu profundo amor pela vida que me foi amarga e meu total silêncio sepulcral!

sábado, 20 de setembro de 2014

"POEMINHO DO CONTRA” II OU POEMA DE MINHA ILUSÃO (à Mário Quintana)


Enquanto tomo café, ouço canto de pássaros  
(ainda livres).
Da cozinha, sorrio e avisto periquitos desesperados.
(ainda livres)
No rádio, ouço promessas de políticos em campanha.
(ainda livres)
Vários e velhos políticos corruptos que estão aí 
(ainda livres)
impedindo atrapalhando o som dos pássaros e do Brasil
(prometendo o que não cumprirão)
passarão.
Continuarei, ouvindo o canto dos pássaros 
livres na árvore...
(como um prisioneiro na solidão, 
desistindo da esperança)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A CAMPANHA POLÍTICA ESQUENTOU NO BRASIL


Como anunciava o mais famoso locutor de jóquei do Brasil, Ernani Pires Ferreira ao final de suas narrativas: “e cruzam a faixa final”, o mesmo não se poderá dizer sobre a corrida presidencial. Duas candidatas que se mantém “cabeça com cabeça” nas pesquisas, usando o condenável processo de denúncias e trocando coices ao vento. Tudo poderá acontecer até o final da corrida do jóquei, digo, da corrida presidencial, mas principalmente cobranças e protestos da sociedade dias após a vencedora assumir o cargo, seja quem for, porque terá que conceder reajustes de preços para energia elétrica e investir nas promessas que fez durante a campanha, que nem sempre serão cumpridas porque o Governo Federal está muito ingressado e com excesso de burocracia para evitar desvios de recursos e fraudes, nem sempre evitáveis por pura falta de caráter de muitos administradores públicos, que transformam o público em privado e enriquecem!

Mas, a campanha presidencial está esquentando. Denúncias preocupantes contra a candidata que mais cresceu nas pesquisas, estão sendo veiculadas pelas redes sociais. Seriam verdadeiras? Seriam mentirosas? Os que são contra Dilma, dizem que as denúncias são feitas pelo  o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Isso seria verdade? Lula usaria o mesmo veneno denuncista que também sofreu? Não acredito, mas tudo pode ser verdade para que o PT continue no poder. Mas, será que essa onda de denuncismo pelas redes sociais engrandece ou empobrece o regime democrático? Já vi esse filme antes, só que em preto e branco, só que menos nítido! Era um tal de dossiê contra Lula, até uma filha bastarda foi usada contra ele!

Na questão social mais grave do Brasil, o aparato policial utilizado para a desocupação de um hotel invadido por famílias integrantes de um movimento que luta por moradias em SP me pareceu coisa de filme de guerra. Durante o despejo, vândalos que nada tinham a ver com o problema de moradia se aproveitaram do tumultuo e saquearam lojas, destruiriam patrimônio público que é de todos, queimaram ônibus e outros atos não diretamente decorrentes do problema social gravíssimo que ainda é a falta de moradia no país. Por que o Governo Federal não faz um levantamento para conhecer todo o patrimônio abandonado que possui e os destina à “Minha Casa, Minha Vida”. Com pequenas reformas, poderiam servir de abrigo para muitas pessoas, do que insistir em um projeto que serve mais para desviar e enriquecer políticos com recursos públicos do que para quem precisa de moradia.  

Mesmo a presidente Dilma Rousseff, tendo anunciado em seu último programa “Café com a presidente” que “mais de dois milhões de moradias foram contratadas pelo Governo Federal”, por meio do programa “Minha casa, Minha vida” e outras 1,4 milhão de residências já teriam sido entregues à população, parece que nada aconteceu porque continuam os problemas da falta de moradia, saúde, saneamento, educação, segurança, só para citar alguns. Esses problemas continuam sendo crônicos no Brasil e aparecem mais fortemente na época eleitoral. Isso parece normal porque foi aceito pacificamente pela sociedade e os marqueteiros procuram inflamar ainda mais com novas promessas e os candidatos a cargos majoritários caem em suas “estratégias de marketing”  muito bem pensadas e elaboradas. 

Lembro que durante o Governo humanista de José Lindoso, no Amazonas, na década de 80, havia muitos pedintes hansenianos nas ruas da capital, em situação deplorável, se arrastando pelo asfalto a qualquer hora do dia. O governo decidiu construir casas para todos no bairro 11 de Maio, adquiriu fogão, geladeira e os colocou dentro, aprovou lei em que o Estado assumia mensalmente o pagamento de um salário-mínimo para todos, construiu hortas comunitárias, fábricas de tijolos e fez benfeitorias no bairro. Junto com essa ação social humanitária, o Governo fez campanha na TV e rádio pedindo para a população não desse mais esmolas aos pedintes  hansenianos, mas só após a provação da Lei. O que aconteceu? Uma grande maioria vendeu suas casas com tudo dentro para famílias não hansenianas e voltou a mendigar no centro de Manaus. O mesmo pode estar ocorrendo também no programa Minha Casa, Minha Vida.

De certo mesmo é que o Brasil esquentou literalmente com a campanha eleitoral e parece que está queimando o cérebro dos “assessores” políticos em busca de mais fatos nascidos “dessa militância esquerdista denuncista” como dizia o famoso e inesquecível personagem de Dias Gomes, Odorico Paraguaçu, para responder às críticas de seus adversários à administração na cidade fictícia de Sucupira. Também correm pelas redes sociais denúncias de outros tipos vindos de revistas tidas como sérias e estão garantindo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria por trás de todas elas, mas não sei se isso poderia ser verdade. Até essa enorme repercussão dada a desvios financeiros na Petrobras, para atingir Dilma Rousseff, presidente de seu Conselho de Administração na época dos fatos, me parece ser fruto da inimaginável mente fértil dos marqueteiros de plantão

A polarização da campanha e as acusações entre as candidaturas do PT e PSB, o  candidato do PSDB está se aproveitando para angariar mais votos e subir nas  pesquisas pela  corrida eleitoral que entre as duas candidaturas que se polarizaram está “corpo a corpo ou parelha a parelha”, como narrava o saudoso Ernani Pires Ferreira sempre ao final das corridas de cavalo no Joquei Clube. Ele só não poderá anunciar “e cruzam a linha de chegada” porque o mais famoso locutor do turfe brasileiro faleceu aos 77 anos depois de dois dias, internado no Hospital Espanhol, no centro do RJ, vítima de parada cardiorrespiratória. 

Quem vencerá essa disputa? Nem Ernani Pires Ferreira poderá dizer, porque os candidatos continuam se dando coice na reta final de chegada e vencerá a “pangaré” que resistir a tantas denúncias, o mesmo tipo que faziam contra o ex-presidente Lula. Na democracia do Brasil, é veneno contraveneno e, se não morrer antes vítima das venenosas denúncias poderá subir a rampa presidencial, embora um pouco fragilizada e terá que unir o Brasil e enfrentar a dura realidade de ter que ser pressionada para conceder reajustes de preços para vários setores da economia que ficaram engasgados nas gavetas da burocracia da corrida eleitoral.

Quem quer que vença, seja bem-vinda ao Brasil real e não ao Brasil montado pelos marqueteiros políticos, que ora está perfeito, em outro momento está destroçado pelo partido que “ai está”, como os políticos diziam na época do Governo Militar!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

PELO FUTURO DO AMAZONAS E DO BRASIL!


Em um passado não muito distante, o Amazonas viveu o caos com o fim da exploração do látex no Estado pelos ingleses. Contudo, lentamente, buscando alternativas de sobrevivência o Estado investiu na exploração predatória da floresta, mas se transformou em euforia com a implantação da ZFM. O comércio de importados oscilou entre forte e fraco em vários momentos, em forma de sustos e de protestos pelas entidades das classes empresariais. Foi fundada a Associação dos Importadores da ZFM, dirigido pelo empresário do comércio Aron Hakimi, para fortalecer os importadores A ACA – Associação Comercial do Amazonas já era quase centenária e tinha muita força política. A FIEAM, dirigida pelo empresário João de Mendonça Furtado, muitas vezes se juntou à ACA, dirigindo apelos ao presidente João Figueiredo. Tudo se acalmou com a perenização da ZFM na Constituição, por proposta de seu relator, Bernardo Cabral e aprovada pela Câmara Federal. Depois que a perenização foi definida, se instalou a calmaria no único modelo de desenvolvimento da Amazônia, para manter a floresta em pé. 

Governos sucessivos distribuíram motosserras, implantaram o III Ciclo, mas nada pensaram no sentido de criar um fundo de pesquisa para desenvolver, investir e diversificar outras áreas de desenvolvimento econômico no Estado como o turismo, a mineração, pesca, por exemplo. Algumas dessas áreas como os polos naval e mineral estão surgindo pela luta obstinada do deputado estadual Sinésio Campos. Mas, o único Governo que pensou nos interioranos até hoje, foi o de José Lindoso que, junto com o ex-Superintendente da Suframa, Rui Alberto Costa Lins decidiu interiorizar a Zona Franca, criando incentivos fiscais para indústrias que também desejassem investir em municípios. Muitas foram, mas depois, faliram porque a política governamental nunca foi perene de política pública, mas política de Governo. Um dos candidatos no passado chegou a anunciar 7 polos de desenvolvimento no interior, mas nada fez. Agora, outro volta a prometer as mesmas coisas, só em que em outras áreas de desenvolvimento. Se cumprirá ou não, só se saberá ao final de seu governo, caso venha a ser o eleito e tudo leva a crer que será o escolhido em 5 de outubro.

Contudo, a maioria dos candidatos ao Governo do Estado e à Câmara Federal está usando a prorrogação da Zona Franca como bandeira de campanha. Mas será que vale a pena todo o esforço em favor de um modelo dependente de incentivos fiscais e prorrogações sucessivos do Governo Federal?! Não seria melhor investir em biotecnologia e desenvolver de forma racional as riquezas que temos em abundância. Uma fábrica de remédios foi inaugurada, mas também é dependente de incentivos fiscais. O Estado precisa criar as mesmas condições para que outras indústrias de ponta se instalem no Amazonas e iniciem pesquisas para a produção de medicamentos e se tornem independente de incentivos. 

O Estado precisa desonerar a cesta básica e se voltar à produção de emprego e renda para o interior, se voltando à política de desenvolvimento do polo industrial e naval também nos municípios, se não em todos, pelo menos nos pertencentes a reunião metropolitana de Manaus e, gradativamente, se voltando aos outros municípios mais distantes e mais pobres. O Amazonas deve se voltar mais aos municípios do que à capital, porque o Estado precisa se desenvolver como um todo e não somente a capital que está inchada e cheia de problemas sociais.

Eleitores, votem conscientes no candidato que melhor conseguir apresentar a melhor  proposta de desenvolvimento para o Amazonas, sem depender de prorrogação da Zona Franca, mas se voltando às pesquisas para explorar de forma controlada, o potencial abundante da flora e da fauna, existentes na floresta Amazônica, cobiçada internacionalmente, mas desconhecida pelos brasileiros e, principalmente, pelos amazonenses. O Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas – Inpa possui pesquisas prontas e possíveis de serem exploradas comercialmente, voltadas à exploração racional da vasta natureza e abundante diversidade biotecnológica, em vários campos da economia, O Amazonas está perdendo tempo por não se voltar à real vocação de sua economia. que está também na exploração racional de sua fauna e flora, ainda preservada e abundante, desenvolvendo o turismo de contemplação e explorando suas riquezas minerais.

Por quais caminhos percorrerão os novos 50 da ZFM? Se não for em busca de outras formas de investimentos e desenvolvimento e deixar de depender de incentivos do Governo Federal, esse é o rumo certo. Caso contrário, a economia do Amazonas poderá estagnar e voltar a ser pior do que a falência do período de exploração do látex pelos ingleses! Nos Estados Unidos, a cidade de Detroit mudou radicalmente sua matriz econômica, depois da falência da maioria das fábricas automotivas. Por que a ZFM não poderia fazer o mesmo e se voltar a outros caminhos, aproveitando os novos 50 anos para encontrar seu verdadeiro rumo? 

Toda euforia de agora vejo-o penas como um filme em preto e branco, repetindo o que ocorreu no ano de 1995, com o fim dos primeiros 28 anos do modelo Zona Franca! Estamos vivendo com um Polo Industrial cheio de ruas esburacadas, população pobre vivendo no entorno das fábricas e poucas indústrias sendo incubadas para gerar produtos biotecnológicos da floresta, além da total passividade dos administradores públicos em buscar alternativas de novos modelos de desenvolvimento para o Amazonas fora do que foi prorrogado, deixando embriagados os políticos em campanha, sem olhar para outros horizontes possíveis, como se a todos tivesse chegado a cegueira e atingindo seus olhos.

Na hora de votar, pensem bem nesse tema e votem apenas em quem apresentar a melhor proposta para a busca de uma nova matriz econômica para o Amazonas, mesmo que ele não venha suplantar votos de outros políticos com mandatos que tentarão provar que foram responsáveis pela prorrogação da Zona Franca! Mas essa é uma obrigação de qualquer político com mandato, ou seja, não fez mais do que o seu dever!

sábado, 13 de setembro de 2014

O SILÊNCIO FALA


O silêncio fala:
Insensibilidade
Ingratidão
Mágoa
Interesses inconfessáveis
(Não estou delirando,
nem louco)
Estou falando com meu silêncio!
(ouvindo e conhecendo a verdade da vida)!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A VERDADE DÓI, MAS É A VERDADE!


À professora Gleice Antônia de Oliveira 

De política, Josué Neto pode entender muito bem porque vem de uma linhagem de política que começou com seu avô, Josué Cláudio de Souza, da sempre maravilhosa e inspirada “Crônica do Dia”, ao meio dia em ponto, seguida da experiência de seu pai Josué Cláudio de Souza Filho, mas em matéria de educação não entende nada e provou pelo que fez contra a professora Eunice Oliveira, convidada para abordar “Critérios de Avaliações para Professores em Estagio Probatório” que, ao dizer que o Amazonas não tem internet nas Escolas, requisito exigido dos professores, o deputado pediu que ela encerasse seu pronunciamento e deixasse de falar a verdade, só porque era e é a mais pura verdade: as Escolas do Amazonas, com poucas exceções, não possuem internet na capital e muito menos nos municípios distantes, onde nem telefone funciona direito.


Eunice Oliveira, ao garantir que falta internet de qualidade em muitas Escolas no Amazonas e que isso tem muita importância dentro dos “Critérios de Avaliações para Professores em Estágio Probatório”, ela foi diversas vezes interrompida pelo  presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas e candidato à reeleição, deputado Josué Neto, que deseja o imediatismo, mas desconhece que esses critérios de avaliação também passam pela informática de qualidade nas Escolas públicas. Dizendo a verdade, Josué Neto garantiu que a professora estaria se desviando do tema. A professora, com muita elegância, pediu que os parlamentares fizessem uma visita de surpresa em Escolas Públicas para ver “in loco” a realidade em que os educadores são obrigados a viver, tendo que frequentar locais que possuem internet para realizar seus trabalhos.


A Akamai Tecnologies, empresa especializada em análise de internet mundial, divulgou no início de 2014 um relatório completo chamado “State of the internet”, no qual posicionou o Brasil em 83 colocado como uma das piores internet do mundo. No relatório, a empresa destacou os 10 países com as conexões mais rápidas em comparação em com a média mundial, destacando-se China em primeiro lugar, Em termos gerais, o estudo considera que o último trimestre foi positivo ao examinar as tendências a longo prazo. A velocidade de conexão da média global cresceu 13% em comparação com 2012, ultrapassando pela primeira vez 3,14 mbps em Hong Kong, na China, considerado  um dos países mais tecnológicos do mundo. O pico médio nacional é considerado quatro vezes maior do que a média global, sendo 21% mais rápido, segundo a última pesquisa feita, atingindo uma velocidade média constante de 65,4 mbps, ou mega byte por segundo, permitindo teleconferência. Os 0,2% de crescimento no Brasil, no último trimestre de 2013, a velocidade cresceu no mundo inteiro, mas no país não passou de 2,7 Mbps. Mesmo assim, foi um salto expressivo de 21%.

Talvez seja por isso que há quatro anos o Governo Federal lançou com muita publicidade, o Plano Nacional de Banda Larga I, de 10 megas a um preço de 39,90. Dinheiro do Ministério das Comunicações foi liberado  à prefeitura do Município nordestino selecionado para ser o primeiro a receber a internet, mas até hoje nem telefone funciona no município. Como nada aconteceu, o Governo Federal lançou o PNBL II, sem anunciar qualquer valor e agora, em campanha, o Governo anuncia o III, para atender al 90% dos brasileiros, mas sem anunciar valor. Em matéria de tecnologia de internet, o Brasil está muito atrasado!

Lamentavelmente, a verdade dói, mas nenhum dos parlamentares que pediram a audiência pública para discutir o problema, saiu em defesa da professora que estava impedida de dizer a verdade sobre a realidade da internet nas Escolas., reinando o total em sua melancólica silêncio em sua descida do púlpito. Eunice Oliveira deixou um recado: “não se pode dizer a verdade na casa do povo.” Tudo o foi dito é mais pura verdade e pior do que está não pode ficar! Só se o Josué Neto não for reeleito e venha a ser nomeado como Secretário de Educação do Estado!

Com relação às Escolas do Amazonas, a professora Eunice Oliveira garantiu - com razão - que não existe internet banda larga na maioria das Escolas, principalmente as dos municípios, onde nem telefones funcionam de forma confiável.. O relatório da Anatel confirma isso, mas  divide a pesquisa em dois grupos: os até 2 mbps de velocidade e o outro grupo, aqueles que possuem velocidade acima dos 2 mbps. No caso das Escolas públicas, as conexões móveis só possuem internet em áreas cobertas pelas operadoras e isso é o que não existe no Estado, principalmente no interior do Amazonas. Em Manaus, os usuários de serviços da NET estão sofrendo com as constantes quedas em sinal, obrigando que seus clientes telefonem para pedir os descontos, de posse de protocolos. Se a NET sabe quando sofre paralisação em sinal, por que não emite a fatura já com o desconto?

A verdade, embora dolorida, precisa ser dita porque o Brasil e o Amazonas ainda vivem no mundo de sonhos da internet de alta velocidade.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

TESTAMENTO CULTURAL

Como já me declarei bígamo, antes que alguma namorada ou amante entre na Justiça com base no artigo 1.723 do Código Civil, reivindicando algum bem que não tenho e venha a ser condenado por bigamia cultural, declaro meus bens que adquiri da minha namorada crônica e de minha amante poesia, com quem mantenho um relacionamento há 34 anos. Declaro-me ainda lúcido, como determina a Lei: nenhum! Mesmo, os distribuirei!

Distribuirei meus poucos bens materiais com minha família. Os muitos bens intelectuais, prêmios, troféus, comendas e diplomas, os deixarei de livre e espontânea vontade, sem pressão, sem coação de ninguém, nem mesmo de minha esposa Yara Queiroz, os meus leitores. Com minha esposa Yara Queiroz, deixarei essa crônica para retirar tudo o que repeti. Ela, ao reler antes de mim me chama a atenção: “você repetiu isso”, “você repetiu aquilo” e vai tirando. Depois releio tudo de novo porque quem escreve não revisa e quem revisa não escreve, sempre digo.

Digo-lhe: - é para isso mesmo que você está lendo, mas depois lerei de novo, retire o que quiser que depois vou relê-la antes de postar e, se for o caso, recolocarsei porque já fiz minha última leitura e estou cansado! Muitas vezes Yara muda o pensamento no texto. Eu quero dizer uma coisa, ela não entende e escreve outra coisa. “Nessa, mudei pouco”, “nesa mudei muito”, diz-me e conclui satisfeita ou decepcionada: “essa gostei, essa não gostei”, sempre que lhe pergunto sobre o que acabou de ler. Digo para a Yara: “essa crônica, como é muito séria e crítica. Terá poucas leituras” e quase sempre acerto, mas nem sempre. Yara e eu, somos nossos maiores críticos! Muitas vezes, em meio a uma crônica, os leitores destacam uma frase apenas, me presenteiam com slides e me enviam. Outras vezes, nada comentam, mas sei que leem porque tenho contagem de acessos quantitativos no blog e identifico de quais países foram todos os que recebi e por qual meio acessaram, se por computador, telefone ou tablet.

Mas voltemos à crônica: meu testamento cultural que farei. Como nunca procurei a Lei Rouanet, de incentivo a cultura, implantada por Fernando Color, em 23 de dezembro de 1991, nada publiquei com incentivos fiscais. É muito burocrática. O Ministério da Cultura aprova projetos, mas o autor é quem tem que conseguir  patrocínios de empresas privadas. Depois os valores doados serão abatidos no Imposto de Renda. Seja ele quem for o autor do projeto. Por isso, continuo vivendo na pobreza intelectual, mas produzindo freneticamente, quase todos os dias.

De novo, não consegui produzir meu testamento cultural. Mas também, quem manda o Governo criar tantas leis inúteis se tudo poderia ser feito só pela consciência de uma sociedade coletiva, ética, moral, respeitosa e com a valorização do conhecimento  educacional, intelectual ou cultural! Infelizmente todos têm que viver dentro de um Estado que aprisiona intelectual e moralmente os verdadeiros produtos de cultura, por culpa de pessoas que desviam recursos públicos e vendem dados falsificados para tudo, até atestados de óbitos, identidade, CPFs!

Talvez devido a isso, qualquer empresa de telemarketing para as quais sou obrigado a entrar em contato, vou logo dizendo: Não sou “político, você têm todos meus dados ai e vou dar apenas o número de meu CPF  e não tenho vários números de CPFs”. A pessoa do outro lado da linha me responde: “só o CPF nada prova! Se você não confirmar seus dados que estou vendo na tela, vou ter que encerrar essa ligação”. Será que tem outra pessoa com o mesmo número de meu CPF? É possível! Por que será que além de políticos que possuem mais de 2,3, e até quatro números de CPFs? Será que nem o CPF pode ser mais confiável? Outras vezes, mais irritado ainda digo à operadora, que não tem culpa de nada porque é o “procedimento”: “vou apenas lhe dar o nome de minha mãe e você confere o resto”. De novo, ouço um sonoro: “NÃO! O senhor tem que me dizer tudo o que estou lendo aqui na tela, senão terei que encerrar essa ligação!” Termino aceitando a ditadura dos telemarketing e forneço todos meus dados! A pessoa do outro lado da linha, me diz: “agora sim, podemos continuar seu atendimento” e confirma de novo todos meus dados que ela está lendo na tela, inclusive repetindo o nome de minha mãe, o CPF, o endereço etc. Será que tudo isso não poderia ser simplificado ou criado outro documento mais confiável? Uma pessoa pode ter vários pais, mas mãe será uma só, sempre! CPF era para ser assim também, mas não é! Infelizmente!

Novamente findei não escrevendo o que pretendia: deixar por escrito meu testamento cultural. Vamos a ele, finalmente. Ufa! Até que enfim:

1. Aos leitores e amigos do Brasil e de países pelo mundo, deixo meus trabalho científicos, sociais, literários e filosóficos; não os republicarei mais porque não tenho dinheiro!

2. Ao meu filho e herdeiro, além do registro de algumas obras, deixo o exemplo de vida voltado ao estudo, trabalho, determinação, coragem e superação, além dos poucos bens que consegui adquirir nesses  54 anos de vida, até agora.

3. A minha namorada crônica de tantos anos e quase diária, deixo os livros que escrevi e os publique até hoje, mesmo sem patrocínio de ninguém;

4. A minha amante, a poesia, que a visito esporadicamente e só quando estou enjoado ou com raiva de minha namorada crônica, deixo de presente meu primeiro livro (DES)Construção, publicado em 1982;

5. A minha esposa e companheira que está lendo essa crônica, Yara Queiroz, deixarei saudades, sentimentos e tristeza quando eu me for. Mas ficarei bem porque estarei ao lado de Deus, vivendo uma vida eterna.

6. Ao Brasil, deixo a fé inabalável em um futuro melhor; ao Amazonas, minha saudade e aos jovens, a esperança de que mudem o país de forma pacífica, pelo voto, sem violência e sem envolvimento de  Elisa Quadros Pinto Sanzi, a “Sininho”,  que tanto mal causou à democracia do país, recrutando e pagando a mais jovens idealistas, mas irresponsáveis iguais a ela para promoverem badernas no país!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

UMA BOMBA EXPLODE POLITICAMENTE NO BRASIL


Uma bomba atômica chamada Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, preso no Paraná, explodiu no colo dos políticos, chamuscou ações da empresa na Bovespa e poderá causar um tsunami político na corrida presidencial. As informações que vazaram para a imprensa, tiveram um efeito devastador porque apontam três ex-governadores, mais vinte e cinco políticos entre Câmara e Senado envolvidos em falcatruas dentro da empresa, que já foi um orgulho nacional. Nenhuma acusação direta contra a presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva foram divulgadas. Mas, contra Eduardo Campos, falecido em acidente aéreo, pesaria a denúncia de que ele estaria envolvido no esquema de propina com as obras da Refinaria Abreu e Lima, que sua ex-vice e agora candidata está pedindo para ser apurada e promete que se for eleita, ela a Polícia Federal se aprofundará nas investigações para não manchar com tinta negra a biografia do ex-candidato do PSB à presidência da República. 

Os outros dois governadores que supostamente estariam envolvidos seriam Sérgio Cabral, do RJ e Roseane Sarney, do Maranhão, Estados onde a Petrobras exerce grandes influências em seus negócios. Supostamente o esquema envolveria também um membro do PT e políticos do mesmo partido, mas nenhuma acusação direta fora feita dizendo que a presidente Dilma Rousseff também estaria envolvida no esquema. Mesmo assim, toda a corrida presidencial poderá ser afetada, mas isso só será percebido na nova pesquisa eleitoral. Políticos de vários outros partidos estariam supostamente envolvidos na denúncia, inclusive o presidente da Câmara Federal, Luiz Eduardo Alves, mas todos negam as informações e vão morrer negando como fizeram os envolvidos no escândalo do mensalão porque não serão burros para admitir, mas onde há fumaça, existe fogo também e o denunciante Paulo Roberto Costa não acusaria ninguém se não tivesse provas, pois ele receberá depois o benefício da justiça por ter colaborado com um dos mais emblemáticos casos de escândalo envolvendo a Petrobras.

Todos os políticos citados se defendem, dizem que nada fizeram e a campanha prossegue para chegar à residência oficial e ao cargo de presidente do Brasil. É estranho que tanto na corrida presidencial como em vários Estados, essas denúncias políticas só apareçam sempre em véspera de eleições. Seriam para confundir os já confusos eleitores brasileiros, ou seriam apenas manobras de advogados e marqueteiros envolvidos na campanha que viram no depoimento elementos capazes de mudar completamente os rumos da disputa política no país? Durante quatro anos não acontece nada, ninguém denuncia nada, mas se dá muita ênfase nessa época de campanha.

O depoimento, ainda sigiloso, de Paulo Roberto Costa chamuscou as ações da Petrobras na Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo, que fecharam em queda, apavorou os principais líderes na corrida presidencial, fez com que políticos da CPI e da CPMI, que investigam o mesmo assunto, trabalhassem, fizessem requerimentos e outros anunciassem que pode ser apenas jogo de interesse para prejudicar a campanha presidencial e por ai vão as desculpas. Mas que vai mexer com a preferência do eleitorado, ah, isso vai sim! É só esperar a próxima pesquisa! O eleitor está como bosta n´água e sobe e desce de acordo com a maré, as ondas do mar e as enchentes dos rios, que duram seis meses no Amazonas.

Enquanto isso, poucos se preocupam em dizer o que farão para tirar o Brasil do caos em que se encontra. Todos os candidatos falam genericamente do que pretendem fazer, mas será que vai dar certo? Será que dará errado? Só depois de eleitos, os candidatos poderão provar se o que prometem será cumprido. Mas uma coisa é certa: o Brasil não vai sair do lugar se os políticos carreiristas continuarem no poder e muitos devem permanecer com seus mandatos. Nada mudará se as reformas políticas, fiscais, monetárias, educacionais, em saneamento básico e em meio ambiente não foram implantadas e feitas com seriedade. Por que será que muitos candidatos prometem que se forem eleitos farão isso e aquilo e depois nada fazem? Seria a lentidão com que as casas legislativas andam no Brasil? Pode ser.

Mas, quando jovens apartidários, sem bandeiras, sem partidos, mas com ideologia de transformar o Brasil, foram às ruas, as casas legislativas rapidamente criaram agendas positivas, votaram, aprovaram, rejeitaram e excluíram propostas polêmicas que tramitavam há anos nos Poderes. Será que os jovens precisarão voltar às ruas mais uma vez porque depois que partidos políticos começaram a se envolver nas manifestações, as transformando em badernas, depredações e queima-queima, nada mais andou no país?

Jovens, a bomba atômica política explodiu nas palavras do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Caberá aos senhores jovens comprometidos verdadeiramente com um novo Brasil voltar às ruas no dia 5 de outubro, portando apenas o Título Eleitoral, sem máscaras, sem bombas, sem pedras e depositar nas urnas seus votos para expurgar os maus políticos, eleger os que acham bons e construir um novo país, dos respeitos que sobrarão do estrago político promovido pelo depoimento vazado para a imprensa, de forma extraoficial. Nenhum órgão público deve ser comandado por políticos ou a partir de indicação política, a menos que as pessoas já pertençam aos quadros das empresas. Caso contrário, servirão sempre como moeda de troca com partidos políticos que os indicaram e serão utilizados para formar caixa 2 para as campanhas partidárias. Os diretores devem obrigatoriamente ser executivos de carreira dos órgãos para evitar esses problemas, facilitar a apuração dos fatos e exonerar os envolvidos em desvios de condutas éticas!

Esse não seria o momento? Entendo que sim!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

SOU UM BÍGAMO!



À Selma Calasans Rodrigues, leitora de Portugal


Sou um bígamo cultural: amo minha esposa, a crônica, mas mantenho a poesia como amante!

Sou casado com a Yara, com a crônica e tenho como amante a poesia, mas não a visito como gostaria de fazê-lo; só raramente, quando sinto muitas saudades...Hoje, me divido com  a esposa que me perdoa porque o primeiro livro foi de poesias, em 1982, (Des)Construção..., lançado no salão de espelhos do Atlético Rio Negro Clube. Era um livro escrito em minha juventude, mas que foi parcialmente censurado, republicada 23 anos depois do fim da censura militar, pela Prefeitura Municipal de Manaus, na administração do prefeito Alfredo Nascimento, no projeto “Valores da Terra”. Mas, antes, tive amantes, a primeira delas foi a máquina de escrever Olivetti línea 98,  Depois, a Toyota For Ranner vermelha,  meu vermelhinho “Toschiba” agora é um preto Lenovo. Com todas as “amantes” me abria e contava  meus segredos mais íntimos, escrevendo. Não fazia a mesma coisa com a For Ranner, que  apenas me transportava!

A primeira amante que tive, a máquina de escrever Olivetti Línea 98, adquiri depois de receber o prêmio em dinheiro, de terceiro colocado no Concurso Nacional de Contos de Paranavaí, no Estado do Paraná, com o conto “Esses Ladrões”, escrito em plena época da ditadura militar, quando não se podia criticar nada. Eu tive a ousadia de criticar os impostos e acho que foi por isso que fui classificado. Mas não tenho certeza!

Hoje, me divido entre Yara Queiroz, que a amo, as crônicas que escrevo e publico e mantenho como amante a poesia, mas só de vez em quando a visito, embora ela cobre minha presença com mais afinco, mas sempre lhe invento desculpas...ela entende, porque não é ciumenta! Contudo, fica triste com minhas costumeiras ausências, Ela gostaria que me de tornasse mais constante. Mas não sou poeta, apenas a pratico de vez em quando essa arte que acho difícil. Explico-lhe que sou casado, sou cronista, mas como escreveu a professora e relações-públicas Ierecê Barbosa, em meu livro “CRÔNICAS COMPROMETIDAS COM A TUA VIDA”, (carloscostajornalismo.blogspot.com) “todo cronista é um poeta também”. Por isso, considero-me um bígamo cultural e não sou constante com ninguém. Amo minha esposa, gosto da crônica e mantenho como amante a poesia, Eu sempre amei a crônica e, em todos jornais em que fui Editor Geral, levava sempre cronistas para publicá-los na página de opinião, que eu escrevia. Geniais cronistas me acompanharam, o paraibano Marcelino Ribeiro e a professora Ierecê Barbosa, que os convidei para publicar no Diário do Amazonas. Ambos me procuraram e eu os aceitei porque escreviam com uma fluidez que me impressionava. Contudo, aprendi como produzi crônicas lendo os textos publicados por Plínio Valério, no Caderno VIDA, de A CRÍTICA, hoje político. Ele foi minha inspiração maior, complementada por outros autores, igualmente geniais. 

Nunca escondi minha admiração intelectual e também não escondia que no tentava imitar estilos positivos de cada autor, como também chegava a imitar estilos de cronistas como Vinícius de Moraes (PARA UMA MENINA COM UMA FLOR), Cecília Meireles, Carlos Drumond de Andrade e, principalmente de Ruben Braga, considerado um dos melhores do gênero no Brasil. Na juventude, li, reli e me diverti várias vezes com  a genial obra “O Analista de Bagé”, de Luiz Fernando Veríssimo e sua forma satírica, crítica e cômica de escrever, falando de assuntos sérios com muito humor e sátira!


Li quase todos os livros da coleção “Para Gostar de Ler”, da Editora Ática, reunindo cronistas consagrados como Paulo Mendes Campos, Afonso Romano de Sant´Anna, Fernando Sabino e Rubem Braga, que sempre me presenteava o proprietário da livraria Nacional em Manaus, José Maria, quando comecei a escrever no Jornal A Notícia, uma coluna que comentava obras literárias. A coleção era destinada a estudantes do ensino fundamental e médio. Foram livros de crônicas que marcaram uma geração e até hoje são lembrados com saudades, porque através deles, dei meus primeiros passos na crônica. A coleção surgiu na década de 70 e reuniu cronistas como Affonso Romano de Sant´Anna, que telefonou para Jiro Takahashi pedindo que telefonasse para ao cronista Rubens Braga para saber por que era tão usado em sala de aula, não se refletindo na divulgação e muito menos na venda de seus livros em livrarias. Com o estímulo de Afonso Romano de Sant´Anna, Takahashi decidiu ousar e criar o ele mesmo definiu como “uma loucura saudável”, a coleção até hoje lembrada por muitos que gostavam de ler no passado, sobretudo crônica.


Como me tornei cronista? 

Devido à censura que recebia nas poesias de jogo de palavras, descobri que os censores não entendiam nada do que seria crônica e passei criar personagens e continuar criticando e satirizando o Governo Militar que se instalou no Brasil em 1964. “Não sou eu quem está dizendo isso, mas a personagem por mim criado”, dizia sempre quando questionavam alguma coisa mais forte que escrevia e deixavam passar. No dia seguinte, me divertia muito com comentários de leitores que me paravam na rua e perguntavam: “Qual será a crônica de domingo que vem?”. Apenas dizia, “espere e lerá” porque nem eu mesmo sabia o que aconteceria com Eleutério, analfabeto casado com uma socióloga e que se envolveu em política e disputou cargo de vereador e já exigia imunidade parlamentar para entrar em festas de bailes de carnaval, além de apresentar projetos para resolver o problema da dívida interna do Brasil. “É só não pagar”, aconselhava Eleutério, sem pensar nas consequências e sem entender que vereador não podia legislar sobre assuntos de esferas federais.


Ganhei gosto pela crônica e a defino como uma produção atemporal, descrevendo uma foto, transportando o leitor para o local do acontecimento, mesmo sem nunca ter estado ou visitado o que está sendo descrito. Assim, me tornei cronista, mas não nego que sofri influências de muitos cronistas melhores do que eu porque de cada um recolhi as melhores coisas e criei meu próprio estilo que é não ter estilo algum, mas escrever o que quero, gosto e sinto vontade de registrar. Entenderam por que eu me considero um bígamo cultural? Não pratico um só estilo de literatura, mas não sei se cada um dos que pratico – científico, romances, sociais, filosóficos – os faço bem! Mas eu amo a crônica como também amo minha esposa Yara Queiroz! 

sábado, 6 de setembro de 2014

OITO ANOS DA LEI MARIA DA PENHA, O QUE COMEMORAR?


O que temos para comemorar nos 8 anos de vigência da Lei Maria da Penha? Pouca coisa!

A Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006,(MARIA DA PENHA), considerada pela ONU como uma das mais avançadas do mundo, modificada por seguidas decisões judiciais, visando aperfeiçoá-la, ainda não ficou como a sociedade esperava. Oito anos depois cresceu com avanços pontuais, mas ainda mantém retrocessos gravíssimos, que precisa e merece a atenção das autoridades. Dados da ONU, indicam que o Brasil será um dos países com o maior índice de violência contra as mulheres no mundo, gerando nelas medo, humilhação, discriminação, preconceito e opressão! Contudo, o Ministério Público de São Paulo está recolhendo assinatura para propor à Câmara Federal colocar no Código Penal um artigo específico para punir homens que matam mulheres, a Lei do Feminicídio, criminalizando referindo assunto ainda mais. O caso mais recente aconteceu também em SP, quando a promotora de Justiça Nathalie Malveiro, do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público, recebeu a visita inesperada de uma mulher e sua filha, um bebê de seis meses, que foram vítimas de facadas e quase mortas pelo marido e pai da criança, na frente de várias pessoas. Ela queria dormir e tinha tanto medo de ser morta e a filha não comia bem porque ficou com várias sequelas e uma grande cicatriz no pescoço.  

Quando o STF tomou a decisão de tornar a violência contra a mulher um crime de ação pública, impedindo que a vontade prevalecesse sobre o crime cometido por seu agressor, cheguei a elogiar a decisão, publicando no blog (http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2014/03/sera-que-lei-maria-da-panha-agora-vai.html).a crônica SERÁ QUE A LEI MARIA DA PENHA AGORA VAI...? abordando-a de forma positiva e acreditando que passando da esfera privada à pública, alguma coisa pudesse melhorar. Mas também não atingiu o objetivo que a justiça desejava porque ainda faltam estruturas para o completo cumprimento da Lei, como abrigo para mulheres vitimizadas, recursos financeiros para se manter enquanto o processo dorme nas gavetas das delegacias, exigindo mais agilidade nas providências da polícia, além de mais delegacias para atender às vítimas, com psicólogos, assistentes sociais, médicos legistas para fazerem os exames de corpo de delito nas vítimas, evitando que a mulher tenha que se expor a mais um vexame porque psicológica e socialmente a vítima de agressão se sente fragilizada. Em termos sociais disse que a decisão do STF poderia mudar alguma coisa para melhor, mas não seria tanto, porque lhe faltariam, outros complementos pois se a mulher denuncia o agressor e volta para casa para continuar residindo ao seu lado de seu agressor, fatalmente terminará agredida ou morta. O Estado deverá ter a garantia integral de proteção à vida para que a vítima não se sinta desprotegida na hora mais frágil de sua vida!

Diante de tudo isso, poucas coisas temos para comemorar nos oito anos de vigência da Lei Maria da Penha, exceto o esforço da sociedade em melhorá-la! A própria Lei em si tem em seu bojo princípios alvissareiros, positivos e altruístas, mas só isso não será o bastante porque outras formas de violência contra a mulher continuam ocorrendo, como, por exemplo, o pagamento de baixos salários para um mesmo tipo de formação, além de outras. Só porque a contratada é do sexo feminino, o salário a ser pago será menor, inclusive no Serviço Público. Lourdes Maria Bandeira, secretária-executiva da Secretaria Nacional de Política para Mulheres, garante que uma grande quantidade de mulheres deixaram de correr risco por estarem em situação de violência e garante que 42% dos casos registrados foi identificado risco de morte. 

Os casos mais graves podem ser feitos diretamente ao Ministério Público, que também não possui nenhum programa específico para proteger mulheres vitimizadas por violência doméstica. E o pior é que poucos Estados conseguiram implantar casas de acolhimento. No Brasil, quando a mulher denuncia seu agressor, se não houver reação imediata da polícia e da justiça para afastar o agressor de casa, a vida da agredida mudará para pior. 

Se tivesse estrutura completa para garantir o cumprimento total da Lei, seria “maravilhoso”, como disse uma vítima que denunciou e passou a se sentir livre e  “feliz”. Lamentavelmente, isso não ocorre para todas as mulheres, porque 50% dos homens conhece pelo menos uma mulher vítima de violência doméstica e 56% dos homens reconhecem ter cometido algum ato de violência contra suas parceiras.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

OS PERIQUITOS E OS POLÍTICOS!

Os periquitos que ouço cantando, não diferem muito dos candidatos a cargos eletivos que ouço fazendo promessas. Prometem o céu, mas o Brasil poderá sofrer quatro anos de inferno! Tem até candidato prometendo governo dos trabalhadores e sem patrões, mas esquece que os patrões sustentam o Brasil que lhes cobram pesados impostos. Pensem bem, antes de votar e votem conscientes. Outro candidato promete fazer reforma política – necessária – se for eleito, outra diz que não tentará reeleição depois de seus quatro anos. Será mesmo? Como saber?

Pela TV, ouço cantos e promessas de candidatos a cargos eletivos que talvez nunca venham a ser cumpridas. O sabiá em minha janela, me avisa que não devo confiar em todas as promessas, mas escolher o melhor entre os piores. Foi difícil, mas entendi porque ele bicava tanto. Acredito que os poucos periquitos que cantam em uma árvore, querem também dizer que existem poucas opções políticas para se escolher. Como se reduzem os blocos não ideológicos para disputar as eleições, os eleitores ficam se entender direito o que pretendem. Mas, o sabiá me alerta que preciso ter cuidado com as promessas, sobretudo as que foram feitas no passado e são repetidas como se fossem uma novidade aos eleitores.

Banda Larga a 94% dos brasileiros, manter o Programa Bolsa Família, um Brasil para frente, são algumas das promessas, umas já feitas e outras o óbvio, mas tudo é para receber votos. Caberá ao eleitor, de forma democrática, decidir o que deseja para o Brasil porque, em campanha, candidatos prometem até o céu, mas o país pode sofrer quatro anos de inferno. O que preocupa é falta de qualidade política nos atuais postulantes, como diminuiu a quantidade de periquitos que cantam na árvore atrás de minha janela.. Dilma Rousseff, governa bem, mas está impopular para muitos, mas  pode se recuperar, embora as pesquisas mostrem ao contrário; outra está sendo enxovalhada pelas mídias sociais, porque pulverizou a campanha. O outro está despencando em cada pesquisa. Porém, em todos, lhes faltam ideias de nação, do todo, indispensáveis para comandar um país tão complexo como é o Brasil, cheio de problemas de difíceis soluções porque quando existe cheia no norte, há seca no sudeste e racionamento de água. Falta-lhes projetos para pensar em um Brasil para um futuro que desejamos ter e viver.

Investimentos em Educação, saúde, segurança, habitação e saneamento básico deveriam ser assumidos como bandeira por todos os candidatos. Se o ensino técnico profissionalizante tivesse sido incluído no currículo do ensino fundamental, como fora no passado, talvez muitos jovens tivessem trabalhando com carteira assinada hoje, dispensando o Programa Nacional de Ensino Técnico (Pronatec) e não se envolvessem tanto com o uso de drogas e nem no elevado índice de violência que o Brasil vive hoje. 

Os eleitores serão os responsáveis pelo Brasil em que desejam viver nos próximos quatro anos. Mas, muitos, mesmo impedidos de disputar eleições para os Governos dos Estados, continuam em campanha e recorrendo judicialmente, como é o caso de José Roberto Arruda, em Brasília, que está em campanha para receber mais um mandato de governador e Paulo Maluf, que tentava a reeleição para deputado federal. Está na hora de a política ser renovada, retirando políticos carreiristas que têm experiência, mas também esperteza para desviar recursos públicos dentro da Lei 8666/93, só negociando antecipadamente todos os contratos das emendas parlamentares direcionadas por pessoas que apoiam e investem em suas campanhas políticas milionárias.

Chico Pinheiro, âncora do Bom Dia Brasil, não se cansa de dizer: desconfie de todas as campanhas milionárias  e não votem nos candidatos que agem assim porque por trás de todas as milionárias campanhas, tem sempre um grande investidor que depois voltará para receber o dinheiro investido com juros e correções monetárias. Defendo o ensino de política em sala de aula, como transversalidade. 

Uma educação de qualidade e inclusiva é o que realmente o Brasil precisa para poder se achar e ser incluído no grupo dos países desenvolvidos porque só a educação pode desenvolver um país, com alicerce e base sólidas. O resto é ilusão e conto da carochinha!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ENSINAMENTOS DE VIDA E DE MORTE!


Sou prisioneiro de minha própria liberdade! Não sei quando partirei porque só a Deus é dado o direito de saber quando isso ocorrerá. Mas sinto-me pronto para acompanhá-lo nessa nova caminhada! 

Mas, quando acontecer meu encontro com a morte, da qual venho me desviando com remédios, visitas a médicos, exames, controles e tudo o que posso fazer com medicina para manter minha vida terrena - com Deus viverei a vida eterna - não procurem decifrar-me pelo que fiz e, sim, pelo que deixei de fazer por falta de tempo. Também não quero ser conhecido por uma única obra, mas pelo conjunto de tudo o que produzi de forma desesperada, terna, revoltada, filosófica, poética ou introspectiva. Não fui um homem de uma obra só, mas poderei ficar conhecido na história por uma delas ou por todas elas, ou poderei ser também esquecido porque nada do que fiz em minha vida, possa ter servido para alguma coisa. Com essa dúvida cruel seguirei para o túmulo porque não terei como saber o que vai me acontecer depois de morto. Em vida, tenho recebido homenagens, de várias formas!

Deixarei, talvez, alguns amigos tristes ou comemorando, como poderei saber? Talvez chorem ou comemorem, quem saberá? Nunca ninguém voltou do túmulo para se saber sobre dessas coisas! Sei que irei dentro de um caixão, mas nada! Partirei como todos partes porque esse é o destino natural da vida: nascer, crescer, viver e morrer. A árvore da vida está perdendo suas folhas. Tento colá-las, mas é impossível. Não se pode receber de volta o que já se perdeu. O passado não volta. Ele nos ensina com os erros e acertos, como devemos caminhar para frente, rumo a um horizonte que desejei que fosse diferente, com uma velhice tranquila e sem remédios. Isso não aconteceu, infelizmente: sobrevivo com remédios e passo a maior parte do tempo dopado! Sem eles, morrerei mais rápido, embora saiba que todos morrerão um dia também. Sou feliz, porque a felicidade sempre morou ao meu lado, na minha família. Eu a buscava sempre onde ela não estaria. A dor é só doida para quem apanha; não, para quem bate. Vou vivendo minha dor porque carrego a cruz que mereci! Todos os seres humanos apodrecem sempre da mesma forma: de dentro para fora, independente de riqueza ou pobreza!

Mas, que graça teria a vida soubéssemos ser eternos na terra também?  Terei a eternidade para viver ao lado de Deus! Sempre que vi a morte e estava viva em forma de  luz branca e intensa, com anjos de branco cuidando de mim. Talvez isso tenha me mantido vivo até hoje, mas não descuido dos remédios que tomo e nem dos médicos Dr. Dante Luis Garcia Rivera, infectologista e da médica infectologista Silvana Lima e Silva, que sempre me orientam, receitam medicamentos e me cobram exames a cada seis meses. Os dois são meus anjos da guarda na terra e minha esposa Yara Queiroz é meus olhos, braços e cuidados quando vou a banco. Nada mais sei fazer sem minha esposa, nem de caso saio se ela não me levar. As vezes reconheço que me tornei um chato, outras vezes ela se torna briguenta e assim, vamos construindo nosso encontro das águas de amor, no qual as águas negras do Rio Negro nunca se misturam com as águas barrentas do Rio Solimões, mas se amam e se entrelaçam no encontro e nas diferenças.

Não me arrependo do que fiz, mas do que deixei de fazer, do que quis realizar e não consegui fazê-lo porque minha vida está sendo encurtada por bactérias incuráveis desde 2006. Também não levo mágoas porque a vida me terá sido curta demais para  sentir mágoas de alguém. Tenho muito a agradecer, mas não sei a quem porque são amigos que fiz na era da internet, outros que os mantendo.. Os que só passaram pela minha vida e nada deixaram, os perdoarei por terem sido insensíveis. Os que me acompanharam, gostaria de tê-los abraçado um por um até meus braços cansarem, tantos foram os anônimos e leais amigos que ajudaram, especialmente a minha mestra, Iraildes Caldas Torres, orientadora de pesquisa em Serviço Social, hoje doutora e pós doutoranda,  com várias obras publicadas. Contudo, tenho consciência e humildade para saber que ainda não sou nada porque aprendemos com o tempo, a vida, os erros, as tentativas de acertos e burrices, porque a vida é um eterno aprendizado que nunca acaba.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O FANTASMA QUE ESTÁ VIVO (os mortos vivos da Previdência Social!)


No balcão de atendimento da Previdência Social, um homem se apresenta com seus documentos. O atendente, olha o morto, faz consulta, volta a olhar o vivo, consulta mais uma vez e sai gritando:
-Socorro, Socorro, estou vendo um fantasma! Esse homem aparece como morto na tela de meu computador e está agora aqui na minha frente!

São tantos os casos de aposentados dados como mortosl, que essa cena descrita seria cômica se não fosse real: os zumbis da Previdência Social! Em Santo André, Mato Grosso, RJ outro e mais outros casos iguais pelo Brasil afora. Enquanto vivos têm que provar que continuam vivos, milhões e milhões de reais conseguem ser desviados dos cofres da previdência social, muitas vezes por quadrilhas que envolvem funcionários do órgão. Outros, como foi o caso da advogada Georgina de Freitas, ela própria, que era procuradora do INSS, desviou milhões de reais. Presa anos depois, tinha investido em imóveis de luxo e a Previdência teve dificuldades para reaver os valores desviados. Será que por essas e mais outros casos, os aposentados ou em vias de se aposentar, em caso de homônimos, terão que sempre provar que estão vivos, embora, em muitos casos, os nomes das mães não são os mesmos e os dados não são os mesmos também? Será que não existe uma forma mais confiável e com mais segurança para ser implantada  na previdência?

No Brasil, o direito diz que o ônus da prova cabe a quem acusa, mas para o INSS essa lógica do direito não é cumprida, ou quando é, demoram muitos anos. Já não seria o momento de se criar uma vara específica na esfera federal, que fosse ágil e competente, para dirimir os conflitos dos “zumbis”, dos mortos-vivos?

Citarei apenas alguns desses casos: o do montador de móveis Vitor Amado, em 1988, que tentava se aposentar na agência da Previdência, em Santo André e não conseguia porque ele estaria morto e sua  suposta viúva já recebia seu benefício, há 14 anos. No Maranhão, João de Deus, um vigilante da Universidade do Estado passou pelo mesmo problema de ser um morto-vivo. Em Barra do Garças, o defensor público Milton Martini, enviou ofício ao INSS e teve o pedido de João Borges de Souza negado também porque estaria morto, mesmo após ter passado por uma perícia médica. Teria sido um defunto que os peritos atenderam ou seria só uma alma penada que estava se passando pelo atendido?

Em comum, em todos esses casos: o nome da pessoa era o mesmo, os CPFs eram diferentes e os nomes de suas mães também. Pai, a pessoa pode ter vários, mas mãe a pessoa só pode ter só uma e, mesmo que tenha o azar de ter o mesmo nome de outra mãe, alguma coisa será diferente: o número do CPF, a Identidade, o número do benefício junto à previdência, local de nascimento e outras coisas mais que são usadas para diferenciar homônimos. Já não seria o momento de o INSS rever seu conceito de morte e se deter a uma análise mais profunda dos casos negados? Ou será que porque desviam tanto dinheiro na previdência, por fraudes, os vivos terão que pagar pelos roubos?

Esses são alguns casos apenas, mas podem existir diversos outros que não chegam ao conhecimento da imprensa. Ainda existem os que sofrem para marcar uma perícia médica, outros que marcam, mas não são atendidos por falta de peritos ou, pior, são analisados por peritos que não entendem suas doenças e negam seus benefícios. Será que não teremos uma solução para tanta incompetência administrativa? O INSS tem se modernizado, é verdade. Será que a prova de vida junto ao banco não seria suficiente para a continuidade de um pagamento? Talvez não seja porque existem vendas de documentos falsos, certidões de óbitos, carteira de identidade e CPFs falsos, inclusive no meio da rua.

Todos os esforços tecnológicos estão sendo feitos para detectar fraudes contra a previdência social, que mais parece mais um poço sem fundo porque se combate uma quadrilha e logo outra se forma dentro da instituição. Mas o que não pode é um juiz declarar em sentença em um processo demorado que uma pessoa está viva e a Previdência continuar dizendo que o juiz também está errado porque ele seria só mais um morto-vivo  ou seria só um vivo morto? Não sei!

Até eu já não sei mais se estou vivo ou estou morto! Epa, sei sim: sou um vivo morto que está escrevendo. Virei um fantasma que escreve, usa computador, do céu, posta na blog próprio, no facebook,  na Academia Virtual de Poeta e Escritores, no Recanto das Letras, no blog Gandavos, de Pernambuco e em vários outros blogs do Brasil e do mundo e em lugares que desconheço, mas que, como eu, acreditam todos eles que ainda esteja vivo, mas estou mortinho da silva, escrevendo do túmulo!