O idealizador junto com outros pesquisadores da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, ativo colaborador do Museu de
Zoologia da Universidade de São Paulo e que ajudou a aumentar a sua coleção de
repteis de 1,2 mil para 230 mil exemplares diferentes, Paulo Emílio Vanzolini
ou simplesmente Paulo Vanzolini, como era mais conhecido, faleceu e foi morar
junto de Deus!
Mas quem disse que um cientista turrão, metódico e exemplar, também não poderia ser um excepcional compositor de letras como as que ficaram
eternizadas nas vozes de muitos cantores brasileiros como “Ronda”, “Volta por cima” e “na
boca da noite”?
Mas não
desejo escrever sobre o zoólogo que também trabalhou no Instituto Municipal de
Pesquisas da Amazônia – INPA, em Manaus. Mas quero dizer que ontem eu fiz uma
ronda pela cidade e tentei encontrá-lo, mas soube que você estava morto.
No meio de
olhares desconfiados por ver um homem procurando outro homem em todos os bares entrei, mas você
não se encontrava em nenhum deles. Voltei para casa abatido, desencantado da
vida e vi o sonho e a alegria de poder encontrá-lo, abraçá-lo e lhe pedir um
autógrafo, se esvair pela ponta de meus dedos
- que teclavam ágeis a máquina de
escrever Olivetti, línea 98, que usava na época de repórter de A NOTÍCIA - porque
neles você não se encontrava. Também fiquei triste por saber de sua morte aos
89 anos, vítima de pneumonia adquirida pela idade, o que tirou de mim toda a
alegria.
Mas, “ah, se tivesse quem me quisesse/ a esse
alguém eu diria/desiste, esta busca é inútil”, mas eu continuaria a
procurá-lo porque eu não desistiria. “Porém,
com perfeita paciência/volto a te buscar/hei de encontrar...”
E deu na
edição do Bom dia Brasil a notícia de sua morte e no Jornal Hoje, mais detalhes
sobre seu falecimento. Uma pena! Mas todos nós nascemos e começamos a morrer
ainda dentro do útero!
O incrível é
que o poeta que embalou gerações com sua bela composição “Ronda”, descrevendo
um crime segundo fiquei sabendo – e eu que pensava que você havia escrito “ronda”
para uma mulher -, não estava “jogando
bilhar” na Avenida São João e, sim, dentro de um caixão e sendo velado.
Vá em paz!
Suas composições permanecerão para sempre no imaginário de todos os
brasileiros! E, desculpe-me, porque nem lhe pedi autorização para prestar-lhe
essa homenagem usando a sua música mais regravada – Ronda – pelos cantores
brasileiros. Os que conviveram com você e, mesmo aqueles que nunca o conheceram
como eu, porque sempre que desejava entrevistá-lo no INPA, quando trabalhava no
jornal A NOTÍCIA, sempre havia algum problema e nunca chegava até o seu local
de trabalho. Mas, saiba, todos se lembrarão para sempre de suas canções!
Caro Amigo- O seu texto, muito bem escrito, tem a saudade como pano de fundo e as emoções que William James tão bem estudou, navegando por aí. Uma inexatidão, quanto a mim, se me permite. É que, em minha opinião, nós não começamos a morrer quando nascemos, porque quando nascemos é para a eternidade. Repare que a mente discute a razão, o corpo recebe as manifestações e o espírito organiza os dossiers. Nós somos mente e espírito o que vai às tantas é o corpo DEUS é uma criação do homem, precisou sempre de apoio. deixo-lhe o meu abraço. JBS
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