domingo, 22 de setembro de 2013

BOAS ESCOLAS, MAS COM EDUCAÇÃO COMPROMETIDA!


Eduardo Galeano garantiu que  para “se mudar uma realidade, é preciso conhecê-la” e, para transformar a realidade  no Brasil e no mundo só com boas escolas, mais educação, civismo, cidadania, habitação, saneamento, enfim, os princípios sociais que Constituição brasileira de 1988 forneceu à sociedade, mas que ainda precisam ser colocados em prática.

Quanto mais escolas de boa qualidade forem construídas no mundo, voltadas à educação libertadora, igualitária, inclusiva, verdadeira e concreta, como já pregava Paulo Freire, menos pessoas se envolverão com as drogas, violência e crimes e menos se construirá prisões. Uma educação abrangente, de qualidade, associando-a aos componentes de teatro, música, esporte dentro do espaço da transversalidade, será o único meio possível de livrar o que ainda resta dos nossos jovens das drogas, prostituição, tráfico e mortes anunciadas. Ou seja, dos principais problemas sociais do Brasil e do mundo!

Escola de qualidade, contudo, não será feita só com a construção de prédio e pagamento de bons salários aos mestres.  Os professores deverão ser comprometidos com uma visão educacional ampla,  uma escola atrativa aos jovens. Será necessário compromissar os que eram chamados de mestres no passado e serviam como exemplos de vida em sociedade, com as novas demandas sociais como gravidez na adolescência, álcool, droga, tráfico, prostituição infantil e infanto-juvenil, enfim, como fazia com os alunos quando ministrava aula de português e literatura amazonense em uma Escola Pública em Manaus.

Os alunos escolhiam livremente um tema, me passavam com antecedência, pesquisava o assunto e debatia-o em auditório, unindo a matéria que lecionava com temas de filosofia, sociologia, antropologia e história, tornando o assunto leve, tranqüilo e fácil de entendimento.

Quando debatia com os alunos sobre palavras “obscenas”, (fora de sena, palavras não ditas em público ou palavrões) unindo o tema a origem da língua portuguesa, ao teatro Grego, as invasões bárbaras  etc., fui acusado de estar ensinando palavrões em sala de aula e pedi demissão. A denúncia que me fez pedir demissão, fora feita por aluna que mais dizia palavrões pelos corredores da Escola Pública na periferia de Manaus, considerado um dos bairros mais violentos da cidade, naquele ano de 1993!

Na Escola, deixei uma biblioteca montada com livros de escritores do Amazonas, porque indicava trabalhos e a comprovação tinha que ser feita com a entrevista e mais exemplares de livros para a biblioteca e, se fosse possível, a presença do escritor para uma palestra aos alunos.  Não sei se ainda funciona a Biblioteca e se os livros doados pelos escritores ainda existem na Escola ou estão úteis para alguma coisa. Levava os escritores nas salas de aulas, os apresentava em todas as minhas turmas. Eles davam rápidas palavras sobre o gênero que escreviam e respondiam às perguntas dos alunos!


Pela experiência que vivi e passei, posso garantir que sem uma educação comprometida com a realidade, poderemos perder toda uma geração de jovens, hoje envolvida com as drogas lícitas ou ilícitas, tráfico, violência, brigas. Pequenos gestos, atitudes e posturas didáticas podem fazer muita diferença em sala de aula. Mas já estou aposentado!

3 comentários:

  1. Carlos, não foi surpresa para mim esse seu criativo, exemplar desempenho nas práticas didático-pedagógicas. Palavras "obscenas" são palavras que não podem ser alijadas das salas de aula, afinal integram a realidade dos alunos. Podem e devem ser incluídas num programa de ensino multidisciplinar, com grande proveito na formação integral do aluno. O pudor descabido, os tabus, em todas as esferas - linguística, social, humana - só geram problema; todos os temas têm que ser postos à mesa do aluno para que possa entender, aceitar, construir, aperfeiçoar seu mundo. Infelizmente, o ensino, a cada dia, se afundando na mesmice de séculos, no anacronismo que afasta os bons profissionais. Abraços. Maria do Carmo - BH

    ResponderExcluir

  2. OLA AMIGO, É DE PESSOAS COMO VOCE QUE PRECISAMOS NA EDUCAÇÃO
    NA ÁREA DE SAÚDE, ETC,,,,,,,, COMPROMETIMENTO COM O POVO E SEU PAÍS.
    TE ADMIRO MUITO. OBRIGADA.
    SISOYYO.

    ResponderExcluir
  3. Hoi,Carlos,
    Minha mae falava educaçao vem de berço.Eu numca escultei dentro de casa um palavrao,nem M,,,, ela falava dentro de casa.Eu, tive motivos de falar algumas palavras para meus filhos que nao vinha da minha educaçao.Eles foram criados com os dois idiomas e achava que eles deveriam aprender um pouco de palavroes em portugues.Para nao chegar no Brasil e nao entender esses palavroes.
    Hoje em dia falta disciplina.E motivaçao dos nossos professores,os alunos superaram os professores no mun do da net
    Maria Hirschi
    CH

    ResponderExcluir