quinta-feira, 8 de março de 2012

MEUS HERÓIS DE VERDADE SÃO POBRES; MAS INTELIGENTES CULTOS E CAPAZES!

Uma jovem brasileira filha de um lavrador da cidade de Paracatu, no interior de Minas Gerais, a estudante Júlia de Oliveira Campos, que tinha por sonho ser médica, passou em 12 vestibulares e ainda aguarda o resultado de vestibulares feitos em universidades americanas.


Ercília Stanciany, de 41 anos, enfrentou as dificuldades, foi catadora de materiais recicláveis e também conquistou uma vaga no vestibular para o curso de Artes Plásticas, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Ercília também é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, mas reside em Nova Almeida, no município da Serra, desde 2004, no Espírito Santo.  Quando criança, fora obrigada pelo pai a parar de estudar na 4ª série e virou catadora.


O fato de Júlia e Ercilia serem de Belo Horizonte, o que mais ligam essas duas pessoas e tantas outras pessoas de origem humilde como Tábata, de SP, filha de uma vendedora de flores com um cobrador de ônibus que passaram no vestibular?


O estudo e, através dele, o sonho foi construído pelos seus próprios esforços, méritos, confinadas apenas em livros e livros, e não “dentro da casa mais vigiada do Brasil”, expostas para todo o Brasil!


Com as conquistas, esses alunos que se tornarão ilustres por certo, porque provêm de classes menos favorecidas. Contudo, obtiveram o mérito de uma conquista pessoal, além do orgulho dado aos seus familiares, sem qualquer necessidade de exposições de corpos e belezas em confinamento em uma casa, com muita apelação ridícula em troca de cinco minutos de fama e esquecimento para o resto de suas vidas.


O estudo, a virtude, o conhecimento, a intelectualidade, a moral são mais importantes à vida do que somente dinheiro mediato! O dinheiro ganho fácil se vai mais fácil ainda e logo se transformará pó. Enquanto conhecimento, saber, intelectualidade ao contrário, será para toda uma vida. E isso ninguém poderá lhes tirar!


É uma pena que em um país tão empobrecido em educação e cultura, que ainda remunera pessimamente aos seus professores,  meus “heróis” do conhecimento, do saber, das vitórias pessoais não sirvam de exemplos para todo o Brasil e nem servirão como modelos de heróis da vida real e nem da ficção!


Mas foi catando no lixo que Ercila encontrou alguns livros e decidiu se matricular, fizera EJA, depois vestibular e foi aprovada!


Parabéns a todos os que foram lembrados por mim em minha crônica e a outros que embora não citados aqui – por serem milhares de anônimos que vencem sem servirem de vitrine e fonte de renda dentro da “casa mais vigiada do Brasil”, meus parabéns pelas suas vitórias pessoais.