sábado, 31 de março de 2012

"ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...!"



Para o amigo virtual House Spirit, que  proporcionou-me essa viagem sem escala.


Ah, como os tempos mudaram!

A Escola era um lugar de respeito e, no máximo, pegávamos uns bolos de palmatórias em sala de aula ou umas reguadas dos professores, mas  nada contávamos em casa para não se apanhar de novo. Voltávamos comportados para a Escola no dia seguinte e levávamos tudo como se fosse uma diversão, uma brincadeira!  

Ah, como o progresso mudou esses valores infantis do passado e hoje o que era brincadeira de criança virou caso médico, consideradas distúrbios de personalidade, ansiedade, hiperatividade...tratadas com remédios, psicólogos e psiquiatras!

Se por acaso quebrássemos o farol de um carro, nossos pais tiravam da calça um cinturão de couro, aplicava-nos uma surra, entrávamos para as Universidades, alcançávamos sucesso e não engordávamos as estatísticas de drogados, pedintes, nem filas de psicólogos...não éramos um problema!

Hoje, os filhos não respeitam mais os pais, não podem ser castigados, porque os tempos são outros, mas a educação e os princípios morais de uma família, que passavam antes de geração para geração, todos tinham orgulho de se dizerem vencedores depois do que haviam passado.  Mas há raras exceções.

Correria pelos corredores das escolas também aconteciam. Mas tínhamos medo dos inspetores de sala aula que, geralmente, ficavam sentados em cadeiras aos fundos de cada corredor. Ele era autoridade e impunha respeito a todos.  

Pulando uma janela, a carteira escorregou, cai de testa na quina e guardo com carinho quatro pontos como lembrança. Ah, que lembranças agradáveis da diretora Alda Figueira Peres que me levou ao hospital e ainda me deixou em casa depois!

Como os tempos mudaram!

Pegávamos suspensão de professores, acatávamos, o pai nos castigava em casa sem piedade e nos colocava semanas de castigo.  Depois voltávamos tranquilamente à Escola, continuávamos respeitando o professor que nos havia imposto a suspensão, nos formávamos e continuávamos respeitando nossos mestres!

Ah, como os tempos mudaram!

Passeávamos em carros, Gordini, Fusquinha ou Aerowillys(os que podiam) e os considerávamos  moderníssimos. Íamos às praias, voltávamos às 15 horas e o sol permanecia lá ficava e, às 23 horas deixávamos os bailes, voltávamos para casa, mas a diversão continuava.

Havia festas e horário para cada faixa etária: até as 21 horas aos menores até 14 anos; outra, para quem fosse maior de 15 e menor de 18 anos e terminava às 23 horas; outra, para os maiores de 18 anos, que não havia horário para terminar.

Hoje se passeia em avião, as férias são em praias estrangeiras e ainda falamos em depressão, síndrome do pânico, de abandono e  se precisa também mais uns 15 dias para uma completa readaptação à antiga rotina!

Quando ficávamos doentes, íamos ao INPS, aguardávamos duas horas em pé, não pagávamos, tomávamos remédios e melhorávamos. 

Hoje, pagamos uma fortuna por planos privados de assistência, que marca consulta VIP para daqui a quatro meses o médico vê uma pintinha no nariz e diz logo que é câncer, nos indica um dermatologista, que pede uma biópsia, passa uma fórmula em farmácia de manipulação que o convênio não cobre e achamos tudo isso normal.

Deixo a pergunta formulada pelo amigo virtual House Espirit: durante esse espaço de tempo entre 1960 e 2012, em que momento nos tornamos um bando de idiotas?