terça-feira, 2 de outubro de 2012

BOM DIA, HEBE!



Bom dia, Hebe! Como foi seu dia ao lado de Deus, heim? Como Deus reagiu ao seu vasto sorriso de alegria pela vida que você viveu? Deu o seu famoso “selinho” também em Deus? Não me responda nada, Hebe. Saberei dessas respostas quando me for para junto de Deus também!

Hebe, ontem à noite tive dificuldades para dormir; talvez porque pensasse demais em sua morte tão repentina ou talvez porque tivesse a certeza que esquecera a data de meu casamento com a Yara e a data de nascimento de meu filho, coisas preciosas para mim!

Não desejo que você se preocupe com meu lapso de memória, pois  acordei a esposa só para lhe perguntar isso. Mesmo meio sonolenta, disse-me que completamos 15 anos de casados e que nosso filho completará em janeiro 15 anos de vida! Confessando-lhe isso, tenho medo que você fique triste e não ouse mais gargalhar tão gostosamente como minha esposa também o faz! Acordei pela manhã ouvindo seu gostoso sorriso no celular musical de minha esposa Yara. Teria sido seu sorriso mesmo, Hebe, ou eu estava sonhando?  Não sei, mas acho que é possível que eu estivesse sonhando!

Eu, também, Hebe, sobrevivo há seis anos com duas infecções hospitalares alojadas em meu cérebro e, ao acordar, revi a capa de meu livro O CAMINHO NÃO PERCORRIDO (a trajetória dos assistentes sociais masculinos em Manaus) para ter certeza de que não sonhara com o trabalho maravilhoso da Juliana Fortes, da Editora da Ufam!! Não! Não estava sonhando! Meu livro será reeditado pela Editora, dirigida pela professora doutora e minha orientadora de pesquisa Iraíldes Torres. Na reedição da obra, contei também com a colaboração intelectual e a força de Deus e das professoras doutoras Heloísa Helena, da UFAM, com os escritos maravilhosos da orelha e Cléria Bueno, da UNIFRANCA, SP, com a fantástica apresentação do prefácio para a reedição. Que presente minha despretensiosa obra recebeu! Ah, Juliana Fortes, será que eu ainda vou reconhecê-la no dia do lançamento do livro que ganhou tanta notoriedade? Será que ainda estarei vivo em dezembro, para quando foi previsto o lançamento?

Será que verei meu sonho iniciado com a decisão da Dra. Ivete Ivo Barros de procurar patrocínio com o Dr. Francisco Garcia, que apostou no trabalho e custeou a primeira edição? Não posso esquecer-me de Raimundo Quirino, que intermediou o processo de patrocínio na primeira edição! Será que o “curto circuito cerebral” momentâneo que me fez esquecer duas coisas importantes em minha vida foi um indício de que também partirei rápido como a Hebe Camargo, que lutou dois anos contra o câncer em seu peritônio, mas lhe serviu para gargalhadas quando soube do local?

Não. Acho que não! Isso é só mais um delírio de ansiedade que me acometeu também porque o amigo Juca Caju produziu e me presenteou com a segunda edição virtual de meu livro O HOMEM DA ROSA, indicado ao prêmio Jabuti de 1999! Tantas coisas boas e positivas estão acontecendo ao mesmo tempo em minha vida e eu pensando em morte, que será uma certeza vindoura!

Ah, quero viver como a Hebe viveu, plantando rosas nos corações de pessoas duras, insensíveis e desumanas e a regando apenas  com meu amor porque assim, a vida, a rosa e, as duas infecções hospitalares decorrentes de 11 cirurgias no cérebro poderão ser curadas e eu possa viver mais um pouco, mesmo sem esboçar sorrisos como a Hebe fazia sempre?!

2 comentários:

  1. querido amigo
    o senhor é alguém tão iluminado como a Hebe e lembrando do comentário que o amigo fez lá no meu blog, devo confessar que também acredito que existem coisas que já estão meio que traçadas pelo destino.
    Lindo o nome de tua esposa...
    E que beleza ter um filho tão jovem...
    Certamente os lapsos de memória não apagam a luz da tua inteligência, do teu caráter e da tua sensibilidade.
    Tem qualidades que nem a morte é capaz de destruir, como a vida e a alegria de Hebe.
    Amigo.... saiba que tem alguém do ladinho de cá que torce por cada conquista tua.
    Um grande abraço, querido.
    Transmita meu carinho ao filho e a esposa.
    Liliane.

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  2. Admirável Carlos,
    é impressionante como passamos a enxergar melhor o trajeto da vida quando ao caminharmos na escuridão avistamos uma luz tão forte quanto a lua. Assim é você que acabo de conhecer e já admiro como um vitorioso!
    Li muitos dos teus textos e alguns me emocionaram o suficiente para admirar a sua pessoa.
    Meu sincero e forte abraço, assim como votos pela total recuperação da sua saúde.
    Ilka Vieira

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