Sem querer ou querendo o debate na TV Amazonas entre os candidatos ao Governo do Estado foi um desfile de vaidades, principalmente dos que já governaram o Estado, mas parece o ex-governador Amazonino Mendes fez escola do “foi eu quem fiz isso”, “foi eu que fiz aquilo”, como dizia uma propaganda sua quando disputava mais uma vez o cargo. Isso ficou evidente e ficou marcado no último debate entre os candidatos ao governo, excetuando Abel Alves e Luiz Navarro, que não participaram. Durante todo o debate, foi o desfilar do “foi eu quem fiz” - com exceções meritórias, além de acusações de parte a parte contra quem fez alguma coisa de alguns candidatos que não tiveram oportunidade de fazer. Esquecem todos os candidatos que Governaram o Estado que foram eleitos para realizar e não para se envaidecer do que fizeram porque todos são eleitos devem cumprir o que prometem.
De propostas para o futuro do desenvolvimento econômico do interior do Amazonas, do porto de Manaus, quase nada. Apenas lampejos de promessas do “vou fazer isso, vou fazer aquilo” e questionamentos contra o governo José Melo, considerado ineficiente e desafiado pela onda de insegurança que se abateu sobre Manaus, além das trapalhadas do Governo do Estado em nomear militares que respondem a processos por crimes comuns na Justiça e ainda insistir em mantê-los, com a justificativa que “preciso deles”.
Uma coisa é ser pedra, outra e bem diferente é ser vidro. Acusações de lado a lado, promessas de parte a parte, alguns que tiveram a oportunidade de fazer o que prometem e até agora e não fizeram. Por que? O Estado continua tendo os mesmos problemas e dificuldades, mas no debate surgiram odeias e foram apresentadas como milagrosas para o interior, que nem o ex-governador Amazonino Mendes conseguiu fazer em seu primeiro mandato que seria implantar sete mini Zonas Francas em polos identificados pela empresa Paranapanema e usadas politicamente pelo governante e depois esquecidas. Está certo que o governador Amazonino Mendes não anunciou isso durante a campanha política, mas o fez logo no início de seu governo. Durante a campanha, o ex-governador anunciou outras coisas e me lembrou o conselho que o ex-governador Gilberto Mestrinho lhe dera uma vez: prometa 100%, realize 50% e deixe o resto para prometer em nova campanha.
O que o candidato Eduardo Braga, o mais seguro em suas ideias e propostas, voltou a prometer o que Amazonino Mendes não fez: criar polos de desenvolvimento para os municípios do interior, a fim de manter os munícipes em sua terra com dignidade, e certeza de que terão atendimentos médicos, segurança, educação e boa qualidade de vida. O candidato Luiz Navarro, anunciou uma boa ideia na sua campanha eleitoral: criar aerobarcos para ligaria a capital aos municípios. Aproveitar ideias boas dos outros candidatos não é feio; mas ignorá-las, é. O que falta é ter a humildade, dignidade e honradez para saber aproveitá-las depois de dizer de quem foi a ideia e explicar a razão pela qual foi implantada.
Todos os candidatos, com mais ou menos consistência, apresentaram boas propostas. Só resta saber se o candidato eleito, seja lá quem for, terá coragem e respeito aos adversários para aproveitá-las. Muito se falou em mobilidade urbana e, nesse ponto, ninguém falou nada sobre o que se pretende fazer com o porto de Manaus. Embora isso não seja responsabilidade direta do Governo do Estado, a mobilidade urbana é responsabilidade de todos e, nesse caso, a solução talvez fosse construir um novo porto de embarque e desembarque de mercadoria e passageiros na Ceasa, usando a excelente ideia dos aerobarcos de Luiz Navarro e fazer uma ligação da Ceasa ao Centro de Manaus, desafogando o porto de Manaus. Essa ideia de construir o Porto de Manaus na Ceasa é só o ex-prefeito de Manaus, Manoel Ribeiro, antes de ser cassado e sofrer intervenção de Amazonino Mendes na Prefeitura de Manaus.
Depois de Manoel Ribeiro, ninguém mais pensou em resolver o problema da falta de estacionamento na feira da Banana, no Mercado do Peixe, e construindo um porto decente para Manaus, desafogando o trânsito na área da Manaus Moderna – que de Moderna ou Revitalização nunca teve nada -o que permitiria ser cumprindo o que determinam as Resoluções 303 e 304 do Contran, com vagas demarcadas e identificadas para idosos, cadeirantes e portadores de necessidades especiais.
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