Das muitas coisas que
recebi ao entrar no Cemitério São João Batista, em Manaus, no Dia de Todos os
Santos ou Dia Internacional do Homem, como também foi chamado pelas redes sociais o feriado do
Dia de Finacos - panfletos de igrejas
evangélicas, propaganda de empreendimento imobiliário pronto “Concept” e diversas outras coisas que
me entregavam, também recebi o livro A ÚNICA ESPERANÇA – encontre o real sentido
da vida. Os encontrei meus pais
Josefa e Paulo Costa. Deles tomei a bênção, abracei e os beijei. Meu pai não
sei se me reconheceu. Ele está com mania começando a esquecer das coisas, não
ligando nome à pessoa, como já ocorre comigo também. Mas falou comigo pelo nome
e me abraçou também.
Paulo Costa estava
sentado em um banco, usando uma bengala e lia livro que recebera à porta de entrada, como eu
também recebi, escrito do pastor,
conferencista e roteirista Alejandro Bulón, autor vários outras obras, entre
elas “O Terceiro Milênio” e “Conhecer Jesus é tudo”, editadas pela “Casa
Publicadora Brasileira”, em Tatuí-SP. Meus pais estavam acompanhados da
irmã Ivone Costa, seu ex-esposo Edson Paixão e de filhos. Tinham comparecido para visitar as sepulturas
de meus parentes, lá sepultados. Depois,
iriam visitar a sepultura do irmão Mário Alberto, no Cemitério Parque Tarumã,
do outro lado da cidade. Mário Alberto Costa faleceu há muito tempo, antes de
concluir o Curso de Veterinária, sua grande paixão desde criança quando o
fotografei agarrado ao pinto que criava. Compareci acompanhado da esposa Yara
Queiroz, que acenderia velas, colocaria
flores e choraria de saudades na sepultura de seus pais, advogado e tribuno pelo partido MDB – Movimento Democrático
Brasileira, Francisco Guedes de Queiroz e sua mãe, Maria Luíza de Souza
Queiroz, falecida anos depois, enquanto rezava. Meu sogro foi político por 26
anos e o seguro habitacional que pagava embutido nas prestações, quitou a casa dele
adquirida pelo SFH no extinto BNH – Banco Nacional de Habitação.
Do livro “A ÚNICA ESPERANÇA – encontre o real sentido
da vida”, a frase introdutória da obra afirmando “a vida é como um palco. Você
afasta as cortinas e vê os dramas, os
conflitos e a procura incessante dos seres humanos” , me chamou a
atenção. Folhei rapidamente e cheguei à conclusão que dizia: “viver
é avançar. É aprender adentrar em águas profundas e
desconhecidas” e acrescentava: “você encontrará respostas para os mais
sérios questionamentos do ser humano”. Não busco respostas e nem tenho dúvidas, mas
lerei o livro com calma para degusta-lo e sentindo todo o seu sabor das
palavras, mesmo usando óculos 8,5 graus e com perda da lateralidade da visão,
que me deixou sem CNH. DEUS me permite
respirar e construí minha própria felicidade.
Nem reencontrar meus
pais visitando seus falecidos, rever e relembrar que minha família também vende
flores e velas na calçada da Indústria
Amapoly, passagem obrigatória para se chegar ao Cemitério Santa Helena, no Morro da
Liberdade, foi tão importante, do que ter recebido o livro “A ÚNICA ESPERANÇA – encontre o real sentido de sua vida”, de uma
moça dizendo que era de graça – se fosse pago não teria como compra-lo porque
esqueci minha carteira em casa -.. Ver meu pai lendo-o também foi
maravilhosamente gostoso e o lerei totalmente, com calma. No cemitério,
enquanto rezava para minha sogra Maria Luiza, minha esposa chorando e colocando flores e
acendia velas aos seus pais, com as suas fotos coladas em uma pedra de mármore,
folheava o livro que recebi.
A Rua São Benedito, na
época, era sem asfalto, com paralelepípedos. Em frente a Amapoly, terminava o
calçamento e começava a pista de barro. Na adolescência, gostava de sentar na
última cadeira do ônibus de madeira da empresa “Ana Cássia”, para pular também junto com o coletivo, quando deixava
o paralelepípedo e entrava para o barro!
Josefa Costa se aposentou
pela Indústria Amapoly, na calçada onde vendeu velas e flores para sustentar a
família!
Emocionado...
ResponderExcluirAcho que tanto o livro quanto seu texto indicam o sentido da vida... Que é transmitir conhecimento. ...
Você é brihante amigo Carlos Costa. Emociona esse texto, redigido de maneira ímpar, excelente cronista, abraços e meus parabéns.
ResponderExcluirgostei muito-obrigado amigo Carlos Carlos Costa por sua atenção.
ResponderExcluirÉ tudo maravilhoso, Carlos Costa é simplesmente extraordinário.
ResponderExcluirAmo quando me envia e me marca nas postagens.
Adorei seu texto,voltei um pouco no tempo e relembrei meu amado pai,que me deixou há um e pouco, homem íntegro,honesto até demais. Vendo o tempo muito quente, lembrei da piada dele, que sempre dizia, para não deixar acender vela na lápide dele no dia dos mortos, se o tempo estivesse quente. Como não sou de Manaus, liguei para minha família e perguntei como estava o tempo. Ainda bem que todos lembraram do pedido dele.
ResponderExcluirLinda cronica, amigo, Carlos Costa.
ResponderExcluirParabéns!
Lindo depoimento, amigo, Carlos Costa.
ResponderExcluirAdorei a crônica.Obrigada amigo!
ResponderExcluirEu cresci comendo a comida que minha mãe podia colocar na mesa, sempre respeitei minha mãe e as pessoas mais velhas... Tive TV com 3 canais e não mexia para não quebrar, e antes de sair para escola arrumava a minha cama...
ResponderExcluirFazia o juramento à bandeira na escola, bebia água de torneira, andava descalço, tênis barato e roupas sem marca, não tive celular, nem tablet e muitos menos computador...
Ajudava minha mãe nas tarefas de casa, e não achava que era exploração infantil, tinha horário para dormir.
Quando tirava boas notas não ganhava presentes, porque não tinha feito mais que minha obrigação. Notas baixas era castigo, apanhava quando aprontava e isso era apenas um corretivo e não caso de polícia!!
E não sou revoltado, não faço analise em médico, e não falta nenhum pedaço em mim.
Menos frescura e mais disciplina para essa geração!!!! É disso que o mundo e as crianças estão precisando!
Ordem, Respeito, Disciplina, Bondade, Educação, Obediência e Amor...
Por um mundo onde não haja só direitos.
Nossa UFA!!
ResponderExcluirTexto bastante interessante, engraçado e descontraído. Trouxe um pouco da nossa história, quando se refere, p.ex., ao antigo MDB. Parabéns, Carlos Costa!!!
ResponderExcluirAmigo Carlos, você me fez lembrar o fato: Eu militar, candidato a vereador. Eleições marcadas para 15/XI. Só no dia 1°/XI, o quartel, me liberou para fazer campanha. Não perdi tempo, peguei meus santinhos e fui distribui-los nas portas dos cemitérios, exatamente junto com os evangélicos.KKKKKKKKKKKK.
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