Não foi só um a peta que morreu, foi
o poeta Jorge Tufic quem faleceu de câncer em SP. Teve seu corpo cremado e
sepultado as cinzas junto com sua companheira de anos, Izabel.
Foi meu amigo que, sentado na varanda
do apartamento em que morei no Nau Capitania,
onde morava antes da aposentadoria com um copo de whisky que o chamou “de um palacete aéreo”.
Perdeu uma eleição para o Senado e tinha
o hábito de passar na frente da casa quando, foi destituído presidência do
Conselho Estadual Cultura do Amazonas, decidiu vender seu “ninho de amor” com sua esposa Izabel. E, como fosse seu último
apego à casa, “VENDO ESTA CASA”, em um
pano preto com letras brancas.
Fui ao Diário do Amazonas, onde era
Editor Geral escrevi e a crônica “Vendo
Esta Casa”, de seu desespero em querer ir embora do Amazonas.
Restabelecido o contato por e-mail,
recebi do poeta a gratidão em forma de soneto.
Há anos, mandei mantenho-o moldurado
na parede da suíte agora no MUNDI.
SONETO DE GRATIDÃO PARA CARLOS COSTA
Carlos Costa, meu nobre e grande
amigo:
Escrevo-te montado num planeta
que se chama Iracema, é o que te digo
nove anos depois da tabuleta...
Da tabuleta, não do pano antigo
que não põem à venda, com tinta
preta,
nossa casa em Manaus, aquele abrigo
feito de amor e claridão secreta.
De uma crônica tua aqui relembro
minha angústia em partir; era um dezembro
banhado pelo símbolo dos magos...
Contudo, nestes anos decorridos,
já sinto os passos lentos,
combalidos,
quando desperto e sonho à flor dos
lagos.
Com fraterno abraço do amigo e
admirador
Jorge Tufic.
Não foi um poeta que
morreu.
Foi meu amigo Jorge Tufic
que me deixou, sem ao menos se despedir de mim como fazia antes!
Que bela e sentida homenagem, Carlos Costa!
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