quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A CRACOLÂNDIA MUDOU DE ENDEREÇO; MAS OS PROBLEMAS CONTINUAM!


As razões não importam as explicações, justificativas e os porquês também não, o certo é que os Aparelhos de Estado continuam omissos no combate à dependência química e a Cracolândia, em São Paulo, com a ação da guarda municipal, se transformou em várias cracolândias.

As Igrejas e as ONGs aparecem como os principais recebedores desses dependentes químicos para tratamentos médicos. Um ou outro Estado está enfrentando esse flagelo social de frente, mas o Plano Nacional de Combate ao Crack continua parado e não saiu do papel. Os especialistas afirmam que não há estrutura nos Estados para esse combate. E têm razão!

Os dependentes químicos do crack são seres humanos que precisam de tratamentos e que, por uma razão ou outra, isso é o que menos importa agora, começaram a usar a droga como fuga e ficaram viciados.

E agora necessitam de tratamentos para livrá-los desse terrível flagelo social que envergonha as cidades brasileiras, mas os Aparelhos de Estado, como já afirmei, continuam omissos ante esse grave problema social, quer por excesso de burocracia, quer por oposição às idéias contrárias, isso também não importa. Libera-se dinheiro para tudo no Brasil, menos para criar e equipar hospitais, contratar e treinar equipe multidisciplinar – composta de médicos, psicólogos, defensores públicos, assistentes sociais e outras pessoas mais - para fazer o enfrentamento desse problema que já chega a ser vergonhoso para o Brasil!

O plano de combate ao crack, lançado pelo Governo, prevendo a criação de 309 consultórios de rua e enfermarias específicas no Sistema Unido de Saúde virou uma polêmica. ““É um começo, mas é muito pouco para a demanda que existe. Hoje estamos falando de dois milhões de dependentes químicos só do crack no Brasil”, afirmou o deputado Osmar Terra (PMDB-RS). O plano anunciado previa equipes formadas por médicos, enfermeiros e psicólogos que devem ir até os pontos de consumo de crack que forem mapeados pelas cidades e que precisarem desse atendimento. A internação sem o consentimento da pessoa também está prevista – medida que o Conselho Federal de Psicologia é contra.

Embora não haja Assistentes Sociais previstos para esse programa, por que o CFP se colocou contra, como só os Psicólogos vão trabalhar no Programa? Justifica Heloisa Massanaro, presidente do Conselho Federal de Psicologia, em seu argumento contra a idéia, garante que  “a internação não resolve o problema”  Ela defende que o atendimento seja em liberdade porque assim, fica mais fácil ele retornar ao mundo do crack novamente.

Como assistente social, sou totalmente favorável à implantação do Programa de Combate ao Crack, droga que se espalhou pelo Brasil inteiro e virou uma epidemia. Não vejo alternativa porque os dependentes químicos sempre encontrarão uma nova desculpa  para voltarem ao vício e também porque o Estatuto da Criança e do Adolescente – que precisa ser reformulado como tenho defendido em minhas crônicas, já prevê essa possibilidade de internação involuntária quando a medida é para a proteção à vida. Essas regras estão estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas diretrizes da Organização das Nações Unidas.  

Como afirmou o comentarista Alexandre Garcia, no combate ao crack, o que resolve mesmo é o dependente químico querer sair do mundo das drogas. E Alexandre Garcia acrescenta, o crack  “é uma questão de assistência social, educação e saúde pública, mas só quem tem feito alguma coisa é a polícia, na repressão, apreendendo cada vez mais droga e prendendo cada vez mais traficantes na medida do possível”. E o resto, pergunto? Dos milhares de crianças, homens, 20 mulheres grávidas, formando um horrendo cenário com mais de 400 pessoas, só 23 procuraram atendimento nos serviços de atendimentos nos serviços de saúde pública. 

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