Treinada e doutrinada para
o confronto e para fazer respeitar a Ordem Pública como órgão repressor do
Estado, no combate ao vandalismo em que se transformaram os movimentos
ocorridos em vários Estados do Brasil, a pretexto de protesto contra os
aumentos das passagens de ônibus, danificando propriedades públicas e privadas,
como deve agir de fato a Polícia Militar? Afinal, como devem se portar e
comportar os policiais militares que não usam armas letais, mas são recebidos
com pedradas, coquetéis, garrafas quebradas, etc. Os movimentos estão sendo
integrados por manifestantes enfurecidos, que depredam, picham e destrói tudo o
que vêem pela frente – alguns poucos infiltrados, usando de meios não lícitos
ou inconfessáveis, como protesto reivindicatório?
Estou me referindo precisamente
ao comportamento e à ação que os policiais militares, treinados para garantir a
ordem e o direito de ir e vir das pessoas, não lhes entregando flores, mas
reagindo na proporção que se façam respeitar na justa medida do ataque! Se
agirem e cumprirem o dever coletivo do povo que o Estado lhes outorgou, são
truculentos e consequentemente inquéritos militares são abertos para apurar
eventuais excessos. Mas se nada fizerem, são considerados e punidos do mesmo
modo por omissão na função! Como é possível conciliar esses dois diametrais
extremos? Com o diálogo? Como se os integrantes desses movimentos não
apresentam essa possibilidade? Inclusive a presidenta Dilma Rousseff chegou a
ser vaiada no Estádio Mané Garrincha, antes do inicio do jogo Brasil 3 X Japão
0, o que achei injusto porque ela tem feito de tudo para reduzir a subida
inflacionária, inclusive reduzindo tributos federais que incidem diretamente sobre
a folha de pagamento das empresas.
Como conciliar a ação policial
contra a reação violenta dos manifestantes? Também fui vítima de truculência
policial nos idos da ditadura, tanto das Polícias Militar, Federal e até do
Exército! É um dilema que precisa ser resolvido e levado em consideração! Quem
punirá, agora, os manifestantes enfurecidos e até alguns ensandecidos pelo
vandalismo puro e simples que causam? Quem punirá os manifestantes pela
destruição dos ônibus e patrimônios públicos, alem de fachadas de bancos? Todos
– policiais militares que talvez tenham cometidos excessos e os manifestantes
que cometeram excessos, até explodindo bombas caseiras- teriam que ser punidos
igualmente!
Não sou contra qualquer
tipo de manifestação, mas ela precisa ser pacífica, ordeira, com propostas
apresentadas, discussões e não com radicalismo, quer de um lado ou quer do
outro, porque o que se viu foi uma verdadeira guerra civil não declarada. De um
lado, os manifestantes com “coquetéis molotoves” e bombas caseiras em suas
mochilas, também arremessavam pedras, queimavam lixos, jogavam garrafas contra
a força policial e, do outro, os membros do Aparelho Repressor do Estado pago
para manter a ordem, usando de meios próprios para se defender das agressões,
com gás de pimenta, balas de borracha e jatos de água.
Mas, afinal, como devem
agir os policiais contra a turba violenta que está protestando até por ouvir
dizer que haveria reajuste no valor das passagens de ônibus, como ocorreu em
Maceió? As reivindicações de desapropriação das empresas de ônibus têm um lado
positivo e outro negativo: o positivo é que os elevados impostos pagos poderiam
subsidiar os custos: o negativo, é que nada que é de graça serve, como deixaram
claro os manifestantes, que destruíram até patrimônios privados como portas de
bancos, bancas de jornais e revistas, vitrines de lojas e outras coisas mais. Mesmo
que o Estado desaproprie empresas, mesmo que subsidie tudo para todos da
sociedade civil, o transporte coletivo vai piorar e nada mudará e os
manifestantes terão outros motivos para protestar porque coisa dada não tem
valor, e as pessoas não às sabem valorizar, como ocorreu com as últimas
manifestações.
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