O conto do
escritor americano Mark Twain, “O príncipe e o mendigo”, narrado somente
para retratar a realidade dos Estados Unidos, expõe também uma realidade social
conflitantes entre dois países: o nascimento do herdeiro real num hospital
tradicional londrino e o que nascimento no Brasil, de um menino que foi
abandonado em uma caixa de sapato na Bahia e passou a ser chamado de Francisco
em homenagem ao papa argentino que estava em visita ao Brasil.
Mais do que a
absoluta constatação que ainda faltam saúde, planejamento familiar, educação
sexual nas escolas, se voltando ao ensinamento sobre maternidade e paternidade
responsáveis, abordando questões de drogas, violência e outros temas inerentes
à educação transversal, mostra também que estamos vivendo mesmo no terceiro
mundo pela falta desses ingredientes que sobram à família real inglesa,
principalmente.
Mark Twain,
ao escrever a obra, narrou à história fictícia de Ton Canty e Edward, príncipe
de Willes que nasceram em Londres no mesmo dia. Tom foi forçado a pedir esmolas
nas ruas de Londres e era espancado pelo pai John Canty. Edward e Ton se
pareciam muito e decidiram trocar de roupa, sendo Edward expulso do palácio e Ton
ficou ocupando o lugar do verdadeiro príncipe.
Transportemos
a história, agora, para o Brasil e a recontemos como a a ficção e se tornou uma realidade:
No mesmo dia em que nasceu na Inglaterra o
filho do príncipe Willian e da Duquesa de Cambridge, Kate Middleton e o Príncipe
Willian e, no Brasil, nascia um garoto na Bahia, mas que foi abandonado e
descartado dentro de uma caixa de sapatos, recebendo o nome de Francisco, em homenagem ao
papa argentino que visitava o país.
Ao contrário do que diz a história de Mark
Twain, Deus, deverá proteger o menino brasileiro e Francisco venha a ter que
pedir esmolas e nem será espancado pelo seu futuro pai adotivo, que pode ou não
manter o mesmo nome dado por quem o encontrou.
Poderá até
sonhar em ser príncipe porque sonhar e desejar ainda não paga impostos no Brasil,
mas talvez o príncipe George nunca venha ao Brasil para conhecer a criança que nasceu no mesmo
que dia que ele, o príncipe. Também, provavelmente, o Francisco brasileiro
nunca possa viajar a Londres e conhecer o príncipe real, como desejou de Ton
Canty, da história “O Príncipe e o Mendigo”. Com isso, eles não terão como trocar
de roupa e o príncipe rejeitado do Brasil nunca venha a substituí-lo no trono da
Inglaterra. George poderá ou não vir a ser um futuro rei, quem sabe? Nascidos
no mesmo dia, certamente são diferentes na cor de pele, educação, saúde e no
tratamento que merecerão, daqui para frente, um no Brasil e o outro na
Inglaterra.
Mas são somente
duas crianças, apenas! Apenas duas crianças...separadas por uma enormes diferenças
social e de tratamento!
A obra de
literatura infanto-juvenil de Mark Twain, considerado um dos maiores escritores
norte americanos e testemunha ocular da história de seu país, tendo assistindo
a muitas mudanças nos Estados Unidos, decidiu escrever uma obra para mostrar o
crescimento da população, a escravidão e a expansão da indústria, mas mostrou
que a pobreza e o abandono de crianças descartadas em caixas de sapato ainda
continua sendo uma realidade no Brasil por culpa da sexualidade precoce, da
falta de planejamento familiar sobretudo em famílias mais carentes em contraste
com a pompa e o luxo da riqueza da realeza inglesa.
Ótimo texto Carlos. Parabéns!!!
ResponderExcluir