Depois de ter usado armas
para ajudar seus companheiros a
restabelecer a democracia no Brasil, a presidente Dilma Rousseff só
precisou de uma caneta para restabelecer o feudalismo através da sanção da MP
615 transformando-a em Lei, permitindo que os taxistas transfiram aos herdeiros
a titularidade das placas para continuar explorando os serviços, além de
conceder benefícios aos produtores de cana-de-açúcar e usineiros na produção de combustível, além de outros. O
retorno da hereditariedade havia sido criada pelo Império de Portugal, que concedia
terras aos degredados da “santa
terrinha” para colonizarem o Brasil recém descoberto e foi reimplantada
agora, 477 anos depois de ter sido abolida da história, só para justificar a
incompetência do Governo de promover serviços de segurança pública eficiente a
todos os brasileiros e, também aos taxistas, que são integrantes e partícipes
do mesmo conjunto social que está sendo esquecido em seu bem mais precioso: o
direito à vida!
A transformação da Medida
Provisória em Lei permitirá a qualquer taxista que faleça vítima de latrocínio,
principalmente, transferir aos seus herdeiros a titularidade da placa para
continuar explorando os serviços nos Estados e municípios, além de ter concedido
diversos outros benefícios aos produtores de cana-de-açúcar e usineiros na
produção de álcool que, por sinal, continua muito caro nas bombas,
representando um grave retrocesso histórico e social. Será que a Lei da
Hereditariedade que não deu certo no passado e o que fez surgir o início do
processo de corrupção no Brasil, sendo, depois, cancelada pelo próprio Governo
de Portugal por não ter dado certo agora? Ou será apenas a mais absoluta forma
para justificar a incompetência do Estado brasileiro de prestar serviços
sociais e de dar segurança pública aos contribuintes, como determina a
Constituição do Brasil?
Essa é a conclusão a que
chego, com a sanção da Medida Provisória 615, transformando-a em lei, permitindo,
aos taxistas que falecerem vítima de violência, a oportunidade de transferir a “placa de seu táxi” para outro
membro da família, sem licitação, fazendo ressurgir um novo de feudo familiar
inconcebível, inaceitável e ridículo retrocesso histórico, que a própria
história registrou que não deu certo no passado, mas que foi aceita pela
presidente, sem qualquer discussão, mas sob pressão da categoria, agora. Cadê
licitação para novas placas de táxi no Brasil? Desapareceram com o poder de uma
caneta e um poder que quer angariar votos para continuar no poder, angariando
mais e novos votos!
Se de um lado a
presidente concede um direito à hereditariedade a uma categoria importante e
que pode multiplicar votos entre seus passageiros, por outro não deu o mesmo
direito aos milhares de brasileiros que morrem em filas de consultas médicas
esperando uma simples ficha para ser atendido, não concedeu os mesmos direitos
aos que falecem sem atendimentos médicos esperando por anos receber uma ficha para receber
atendimento médico anos depois, pela
falta de estrutura, obras hospitalares iniciadas e jamais concluídas,
desperdícios de impostos, corrupções desavergonhadas envolvendo principalmente
alguns políticos inescrupulosos, enfim, se justifica com a “hereditariedade”.
O Brasil caminha para
frente e para trás sempre e não toma qualquer decisão planejada, pensada e
programada. O programa “Mais Médicos”, dará certo mesmo faltando
estrutura, equipamentos médicos e melhor administração dos recursos da saúde, mas
pontualmente para alguns casos, pela simples presença do médico para receitar
remédios, aliviando a angústia dos contribuintes que, em algumas comunidades,
nem sabiam o que era um médico em suas longas e difíceis vidas!
Para fazer média com os
taxistas, que deveriam passar por reciclagens permanentes e cursos de direção
defensiva, primeiros socorros e outras exigências do Conselho Nacional de
Trânsito, a solenidade de promulgação aconteceu no Núcleo de Apoio do Sindicato
dos Permissionários de Táxis e Motoristas Auxiliares do Distrito Federal
(Sinpetaxi), onde se reuniram dezenas de taxistas para comemorar a sanção da
MP. Dilma explicou: “é o
reconhecimento da importância que se atribui aos 600 mil taxistas de todo o
Brasil”.
Na justa medida da
comparação Capitanias Hereditária no Brasil, entre os anos de 1534 e 1536,
quando o rei de Portugal D. João II decidiu doar terras aos nobres da coroa
para colonizarem o país. O temor de invasão de corsários estrangeiros era real
no território brasileiro. Algumas, bem administradas, prosperaram; outras, por
várias outras razões, questões e fatores, fracassaram. Muitas faliram
totalmente e esse regime de concessão graciosa de terras foi abolido. Mas
voltou agora pelas mãos, caneta e poder presidencial de Dilma Rousseff. Como na
questão que ora se apresenta com os taxistas, as terras hereditárias também
poderiam ser passadas de pai para filho, igualmente como vai ocorrer agora em
todo o Brasil! Segundo tentou explicar a presidente Dilma, “os titulares das concessões de táxi
poderão transferir para seus herdeiros, o direito de exploração pelo de táxi
pelo mesmo prazo original da outorga”. E depois do prazo original da outorga, haverá
nova licitação para as placas? O tempo responderá a essa pergunta! De acordo
ainda com o caminhar para trás da presidente Dilma, isso acabaria com a insegurança
quanto ao futuro das famílias dos taxistas mortos. Mas a segurança pública não
é um direito do cidadão e um dever do Estado? Como se falar então em
insegurança só das famílias dos taxistas mortos?
E o pai de família que
morre nas filas dos médicos esperando consultas, cirurgias, remédios e
atendimentos que a Constituição lhes assegura, receberão também herança
hereditária do Estado? Deveriam, mas não receberão, infelizmente!
Há mais peneiras do que sol. E mais buracos para se tapar a cada dia, não é?
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