Meu tempo é apenas
o hoje! O passado que vivi, virou pó e o vento decidiu dissipá-lo entre meus
dedos das lembranças.
Aos 26 anos deixei A NOTÍCIA, onde trabalhava desde os 20
anos e aceitei a Editoria Geral do Jornal do Comércio. Dois anos depois, me
transferi para Geral do “Diário do
Amazonas". Trabalhei mais de 4
anos sob a batuta do seu diretor comercial Cassiano Filho que já possuía a “Gráfica Rafaela” e decidiu comandá-la
pessoalmente. Trabalhamos muito e deixamos o DA entre um dos mais vendidos em Manaus, só perdendo para A
CRÍTICA!
Tralhei com os diretores
comerciais Roberto Coutinho/Demétria Coutinho. Recordo da filha deles, Roberta,
chegando da Escola, entrando em minha sala com vidro à meia altura. Eu começando a fazer as manchetes da primeira página
do jornal e ela pegando todas elas já prontas.
As amassava todas e jogava no lixo em baixo ou saia correndo para se
esconder na sala dos pais, no segundo andar, por uma escada íngreme. Quando se
dirigia a minha sala já sabia o que iria fazer. Ao tentava contê-la, levava
chutes na canela. Se acertava o que sempre visava, doía, mas saía correndo atrás
dela para não perder o trabalho que já feito. Para a Roberta Marques, era uma
diversão: para mim, a certeza que teria que fazer tudo de novo quando amassava
todas as tiras de papel, contando as letras e as atirava na cesta de lixo que
havia embaixo da mesa.
Ah, como tudo mudou
na era do computador. Não se hoje me adaptaria à essa era digital! Talvez sim.
Talvez não. Se fosse hoje, teria que reaprender tudo de novo. Mas tempo só o hoje e o agora é
que me importam: o passado já passou e virou poeira levada pelo tempo e
escapando entre os dedos da memória. Futuro não sei se viverei. Tudo o que fui não serve mais para me definir hoje.
Meu hoje é usar chapéu
em eventos sociais, para cobrir os dois buracos da craniectomia que sofri e os
175 pontos na cabeça. O chapéu que uso, também serve para esconder as de 11
cirurgias realizadas de 2006/2009 em Manaus e SP, para tratar de um empiema
cerebral que se tornou crônico. Fiz pós-graduação em Docência de
Terceiro Grau em serviço social e ministrei por dois anos várias disciplinas na
Faculdade. Dentre elas, a Estatística
Social Básica era a que gostava.
Mas ela deve ter um
bom projeto e uma perfeita delimitação e todos os questionamentos devem ser
respondidos no projeto de Conclusão de Curso.
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