A panela de pipoca explodiu
e vai mudar o Brasil, derramando tudo o que estava reprimido há muito tempo
dentro dela, em forma de manifestantes pelas ruas, sem bandeiras partidárias ou
ideologia; todos exigindo uma melhor distribuição dos impostos que o Governo Federal
arrecada, mais transparência na aplicação do dinheiro público e sem o
envolvimento de esquemas fraudulentos, sem desvio de recursos da Previdência
Social, enfim, um país com direcionamento mais claro em suas propostas de
investimentos, em projetos sociais ou de qualquer natureza, desde que custeados
pelo Estado diretamente ou através de convênio e, mais claramente, um repúdio
total à corrupção, dinheiro na cueca, na bolsa, na meia ou enterrados em obras
que começam e nunca terminam e contra aos vândalos que estão destruindo o patrimônio
público. Em todo e qualquer movimento social pacífico, sempre existirão vândalos
e pessoas que irão se aproveitar para roubar lojas, pichar prédios públicos e
promover baderna...
A redução nas tarifas de
transportes coletivos já ocorreu, mas os manifestantes precisam tornar mais
claras suas reivindicações, seus propósitos e voltarem suas baterias, também,
contra a excessiva carga tributária, a demora de votação de projetos que
desonerem à sociedade em geral, contra os mais de 50 impostos que incidem sobre
os combustíveis, além da retomada do projeto antigo do ex-candidato à
presidência da República, o ex-deputado federal Álvaro Valle, que propunha a
instituição do imposto único de 1% sobre todas as transações comerciais,
bancárias ou imobiliárias, dispensando aos brasileiros a obrigatoriedade da
apresentação de Imposto de Renda no final de todos os anos. Já seria um ótimo
início de diálogo.
Com a redução ou isenção
total dos impostos incidentes no preço dos combustíveis e a possível
implantação do imposto único sobre todas as transações comerciais, o Estado
seria obrigado a repensar em sua máquina fiscal. As manifestações democráticas, também precisam
se voltar contra a excessiva demora nos julgamentos das demandas judiciais em
quaisquer instâncias, porque, hoje, só nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
criados para desafogar as varas comuns, estão com tantos processos parados que,
em alguns Estados, a primeira audiência está sendo marcada com até oito meses
depois da entrada da petição inicial dos advogados. Isso precisa ser melhorado
para apaziguar os ânimos da sociedade.
Desonerando as cobranças de
impostos sobre os combustíveis, tudo iria melhorar, pois tudo que é transportado
usando combustíveis iriam sofrer reduções quase que imediatas, porque nada
existiria para ser fiscalizado, exceto o pagamento do imposto único de 1% sobre
qualquer tipo de transação comercial, como era na época do que se tornou
conhecido como “o imposto do cheque”, a CPFM, que tinha um propósito nobre de
investimentos na área da saúde, o que nunca ocorreu de fato. Os poucos
movimentos do “Brasil sem impostos”, aderido por alguns comerciantes corajosos
que bancavam os impostos, já comprovaram isso, com reduzida significativa nos
valores, principalmente os incidentes sobre o valor final da gasolina e diesel.
Excetuando pelos
baderneiros que insistem em se infiltrar no meio das manifestações sociais
pacíficas, os manifestantes já deram seu primeiro recado. Resta, agora,
reiniciar um novo país, organizado, sem corrupção para evitar que a panela de
pressão que esquenta a pipoca volte a explodir novamente, derramando mais manifestações
pelas ruas em forma de mais reivindicações apartidárias...
Lembrem todos os
manifestantes pacíficos que as causas da Revolução Francesa foram divididas em
quatro grupos: políticas, econômicas, sociais e intelectuais. Mas, tudo começou
com o aumento no preço do pão e terminou com a deposição do Rei Luiz XVI e seu
antigo regime.
O mesmo está acontecendo no
Brasil de hoje, com a união de causas políticas, econômicas e sociais, intelectuais
e contando com o apoio da classe média burguesa, seguidamente massacrada por
impostos extorsivos e muito pouco recebendo como retorno de excelentes serviços públicos em forma de mais
habitação, saúde, segurança, educação etc. pelos impostos que paga.
A estrutura do Brasil
precisa ser toda redefinida, com urgência porque de toda desordem, sempre nasce
uma ordem!
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