domingo, 3 de novembro de 2013

"FEBEAPA" VOLTOU: POBRE VAI VIRAR RACÃO PARA PEIXE!



Parece que o FEBEAPAFestival de Besteira que Assola o País voltou ao Brasil, depois de sua primeira edição em 1966, pelas penas do genial jornalista Sérgio Porto, com o pseudônimo de “Stanislaw Ponte Preta”, narrando às besteiras políticas “criadas” pelos parlamentares no Brasil de outrora. Nos momentos democráticos impositivos de hoje, agora poderia ser chamado de “Festival de Baboseira que Assola o País”. Uma pena que Sérgio Porto nada escreveu sobre a fase mais dura do regime militar, iniciada com o fechamento do Congresso Nacional, pelo AI-5, em dezembro de 1968, por ter falecido precocemente aos 45 anos, em setembro, três meses antes. Teria sido maravilhoso se continuasse com sua cruzada cívica nacional em prol do fim das bobagens só saídas da mente de alguns poucos parlamentares medíocres!

Em plena democracia, ridículo foi o preconceito e a idiossincrasia demonstrados contra a miséria, e a mendicância pelo vereador José Paulo Carvalho de Oliveira (PT do B), em solenidade comemorativa dos 25 anos de vigência da Constituição do Brasil. Nem desconfio a motivação do parlamentar eleito em 2012, com somente, 322 votos – mas que deve ser banido da vida pública na próxima eleição por não ser digno de representar o povo pago com dinheiro do povo em geral - ter dito durante em solenidade da Câmara Municipal de Piraí, no Rio de Janeiro, que mendigo não deve votar, mas virar “ração para peixe”.

O deputado federal Ulisses Guimarães deve ter tremido no túmulo, com os braços erguidos, envergonhado com as palavras desse parlamentar na comemoração da Constituição Cidadã. Será que ele desconhece que a pobreza, miséria e a mendicância é um fenômeno histórico, resultante da riqueza de poucos? Talvez o vereador nunca tenha estudado sobre esse tema e, por isso, nada sabe sobre o assunto. Está perdoado! Será que o edil já nasceu rico e sempre viveu em berço de ouro? Com exceções, mendigo não pede esmola por que quer; não reside na rua porque gosta ou deseja e não é pobre porque e pretenda que assim continue a ser sua vida. Com exceções também, pessoas pobres mendigam ou pedem esmolas  ruas porque suas economias lhes foram roubadas pelos impostos, pela falta de oportunidade, pela exclusão social, mas tem metas, planos, projetos e objetivos de crescer intelectual e financeiramente na vida.

Se o vereador desconhece que a realidade da pobreza e da miséria é, surgida durante a Revolução Industrial, na Inglaterra, no século XIX, acrescida pelo acúmulo de riqueza na mão de poucos e miséria na mão de muitos, agravada pela excessiva carga tributária e a péssima distribuição de renda praticada atualmente no Brasil, pelo guloso governo do país, que tem excesso de gastos, corrupção, falta de planejamento antecipado em tudo o que se propõe a fazer, é porque deve ter faltado a essa aula!  

 

A mistura de tudo isso e mais algumas idiossincrasias políticas e declarações amalucadas de vereadores ou cotas para deputados negros, transforma o Brasil em um país cheio de incertezas e de declarações inapropriadas por parte de alguns políticos, felizmente, ainda poucos! No Brasil o cenário não é diferente, mas está melhorando, embora muitas vezes ainda apareçam alguns políticos pensando ao contrário como o caso do vereador, que no elevado de sua “sapiência” ridícula, em discurso afirmou tamanha heresia contra os pobres. Disse que se arrependeu; mas o estrago em sua imagem como parlamentar já foi feita!


Continuando a ridícula “xenofobia”, digna de um novo “Febeapa” foi a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal da cota racial para eleger deputados federais e, que, se aprovada em plenário, durará por 20 anos para que deputados negros possam ingressar na carreira parlamentar. Por que desejam esse processo de inclusão forçada de negros em política, sem considerar que o que vale para a escolha de um deputado federal não é a cor de sua pele, mas apresentar boas, honestas e exequíveis propostas administrativas e políticas para concorrer a qualquer cargo eletivo? Se o candidato negro for decente em suas propostas, discursos e promessas que talvez nunca venham a ser cumpridas, será eleito sem depender de qualquer cota racial.

Depois dessas ridículas posições e retrocessos políticos, o Brasil, digno de constar em novo “Febeapa”, pode ser considerado o país das cotas, por melhores que possam ser seus propósitos e objetivos. Talvez, agora, seja preciso criar cotas de honestidade para que negros ou brancos recebam votos nas urnas e exerçam com mais honestidade e honra seus mandatos, independente de cor com propostas honestas e éticas. A função social do voto é separar as boas das péssimas propostas políticas, independentemente de cor quem as apresente se branco, negro ou de sua posição econômica de rico, pobre, pedinte ou gay, lésbica, bissexual ou qualquer preferência sexual que venha a ter.

De todo o discurso do vereador, só a pena de morte com com tiro na testa para o traficante Fernandinho Beira-Mar, também defenderia se houvesse pena de morte no país. Talvez nem o cérebro do preconceituoso vereador servisse de “ração para peixe”, porque tenho dúvidas se os peixes aceitariam ingeri-lo sem regurgitar depois para não se transformarem em burros,  miseráveis e passarem a mendigar nas ruas de Piraí e encontrarem com o vereador sem cérebro! Talvez!

2 comentários:

  1. Uma bela crônica e muito pertinente, Aplausos e um forte abraço.

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  2. Estou com o facebook bloqueado porque postaram um vírus em minha conta e estou tentando tirá-lo. Transcrevo comentário que recebi do escritor Roberto Fraga:

    Para: carlos_bezerra47@hotmail.com


    "A respeito do seu brilhante e reveladora crônica o importante é dizer da falta de opções que gera uma série de distorções que acabam se refletindo no comportamento da sociedade como um todo, permitindo que indivíduos despreparados assumam posições de relevância na política brasileira, principalmente. A falta de cultura do nosso povo é uma constante e se deve a ausência de um planejamento governamental que atenda ao irreversível processo de globalização que exige contínuos aperfeiçoamentos técnicos por parte das nações".
    Quase todos os dias somos informados que a economia brasileira está indo de vento em popa, mais rápida que o pensamento e com as nossas divisas internacionais em patamares nunca dantes imaginados. Os bancos batendo recordes com seus lucros estratosféricos, (também, cobrando altos juros), os industriais rindo de orelha a orelha ao verem os seus produtos consumidos num frenesi que chega a beirar as raias da insanidade.
    O Produto Interno Bruto (PIB) todo ano apresenta crescimento expressivo, como se fôssemos um país de primeiro mundo. As taxas de desemprego em queda constante (é o que dizem), o comércio batendo recordes de vendas durante o ano, os imóveis de primeira locação, e construídos em áreas nobres, são rapidamente vendidos ainda na planta, como num passe de mágica.
    Com tantas boas notícias na economia, tudo parece indicar que estamos vivenciando um novo milagre brasileiro, pois segundo o governo tudo vai às mil maravilhas. O nosso país já está até sendo cogitado para fazer parte do seleto grupo dos mais ricos do mundo (G8). Quem poderia imaginar? Mas, será que tudo isso é verdade mesmo? Tenho lá as minhas dúvidas e explico a razão:
    Qualquer um que perambular pelas ruas das nossas cidades irá constatar que a informalidade tomou conta do pedaço de norte a sul do país. E se a informalidade cresceu tanto assim, o fato enseja que a economia não anda lá essas coisas que andam apregoando por aí.
    Se assim fosse, não veríamos tanta gente catando latas vazias nas lixeiras, pedindo esmolas, vendendo toda sorte de parafernálias pelas calçadas, incluindo os milhares de descamisados que nos atormentam nos sinais de trânsito com seus produtos de origens duvidosas, As crianças maltrapilhas nos cercam por todos os lados, pedindo dinheiro ou comida com um olhar desesperançado, enquanto os seus responsáveis, ou irresponsáveis, ansiosos aguardam a uma distância segura o êxito de suas investidas, tão logo os nossos veículos param nos perigosos semáforos.
    Por todo lado que se olha o que se vê é miséria, gente mal vestida, aos bandos, em locais estratégicos para um fácil acesso, principalmente, aos infelizes motoristas que, desgraçadamente, tenham que parar os veículos nas primeiras filas, enquanto aguardam com crescente ansiedade que o luminoso passe para a cor verde... da esperança, permitindo que fujam daquele local o mais rápido possível, mesmo que seja para cair em outra “armadilha” algumas quadras mais adiante. O que está havendo com os nossos governantes?
    Diante desse quadro bizarro, cabe uma pergunta: se o nosso país nunca esteve tão bem como agora, economicamente falando, segundo nossos doutos representantes, por que cargas d’água o povo prefere ficar nas ruas imundas das nossas cidades, sem nenhum conforto e passando horas e horas exposto às intempéries e a toda sorte de privações, em vez de procurar um trabalho decente que lhe proporcione a indispensável estabilidade e um salário que atenda as suas necessidades mais frementes?
    Onde estará indo toda essa dinheirama que o governo garante possuir em seus cofres? Por que não aparecem os reflexos dessa riqueza no dia-a-dia do nosso povo?

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