segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA E TAMBÉM NO MAR (a morte da menor Grazielly)


A total certeza da “impunidade” por se saberem protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que há muito tempo já deveria ter sido reformulado e adequado à realidade social dos dias modernos de hoje, aliado à imprudência, ao total desrespeito com a vida humana,  foram os únicos responsáveis por dois fatos envolvendo adolescentes: a morte da menina Grazielly, de apenas três anos de idade e que estava visitando  e se divertindo alegremente no mar do litoral de São Paulo, presente que lhe fora dado pelos seus pais, mas que estava só com sua mãe, Cirleide Lames, no último dia 18 de fevereiro e morreu porque um impetuoso menor de 13 anos decidiu pilotar um Jet Sky próximo à praia.

O outro fato, que nem desejo mais comentá-lo porque já virou uma rotina,foi à queima de moradores de Rua em Brasília  praticada mais uma vez adolescentes de classe média, protegidos pelo ECA também.  Isso é o cúmulo de bestialidade e da barbárie humana, protegidos que são pelo ECA que já cumpriu a função social para o que foi proposto e, embora bem intencionado, precisa ser reformulado para não proteger esse tipo de crime que no máximo lhes dará três anos de medidas sócio-educativas e depois sairão livres. E as vítimas desses menores criminosos, voltarão algum dia?

Mas vou me deter no primeiro caso, o da menina Grazielly principalmente, porque no segundo caso, o ocorrido na Capital da República, tal a bestialidade desses menores criminosos, recuso-me a tecer consideração porque queimar um ser humano vivo, é o máximo da barbárie que o ECA permite ser feito, além reincidência em latrocínios, tráfico de drogas, formação e liderança de quadrilha e mais outros.
Não foi a primeira vez, nem será a última ocorrência em Brasília, o centro do poder no Brasil. Mas não deixa de ser uma vergonha descarada, protegida sob o manto de um Estatuto que não deveria abrigar esses menores criminosos porque se eles são capazes de tocar fogo em uma pessoa, o fazem por livre decisão e não influenciados por outras pessoas...e  também têm consciência plena e psicológica para responder pelos seus atos como todos os demais criminosos!

A menina Grazielly, de apenas três anos, fora conhecer o mar pela primeira vez e brincava feliz nas areias da paia, mais um menor de apenas treze anos, protegido pelo ECA, tirou-lhe a vida, pilotando em um jet ski, no mínimo em um total ato de  imprudência, imperícia e negligência.  O jet ski, segundo testemunhas, parece que estava acelerado ao máximo e saiu desgovernado rumo a vários outros banhistas, atingindo outras pessoas também até matar a menor.

A empresária Ana Julia Cardoso, dona do Jet ski e madrinha do adolescente de 13 anos, pediu perdão à mãe de Grazielly porque não poderá trazer sua filha de volta, com certeza. Mas seu afilhado sob a proteção do ECA deixará a medida “sócio educativa” ,em no máximo daqui a três anos, se isso realmente acontecer e andará pelas ruas como se não tivesse imprudente e negligentemente matado ninguém. Mas será que apenas um pedido de perdão da madrinha de um irresponsável vai ser suficiente? Acho que não!

Não haverá indenização por maior que seja seu valor arbitrado pela justiça, trará a inocente Grazielly de volta! A família pode e deve pedir indenização aos pais do menor irresponsável, imprudente e negligente! Mas qual valor que pagará a vida de uma menina de apenas três anos apenas que, no dia em que estava sendo filmada em sua alegria infantil e inocente de seus três anos, mas voltou para casa, mas só o corpo porque a vida lhe fora tirada pela negligência e imprudência de um menor de 13 anos que dirigira um Jet ski de sua madrinha, escondido de todos.

À polícia, o adolescente disse que quem levou o equipamento para o mar foi o caseiro, com a autorização do padrinho. A madrinha desmentiu o afilhado. “Eu acredito no meu caseiro”, disse a empresária dona do aparelho. O caseiro deu depoimento para a polícia e disse que não levou para a água o Jet ski. Ana Julia afirma que nenhum responsável autorizou o adolescente a pegar o jet ski e diz que o menino pegou o equipamento sozinho. 

Mas essas discussões só terão importância para a polícia definir quem será indiciado pelo crime! Mas qualquer seja o resultado Grazielly não retornará mais para sua mãe, mas o menor que a matou sim!

Como o Jet ski foi levado ao mar, então? O advogado do adolescente, em seu justo papel de defensor do indefensável, Maurimar Bosco Chiasso,  afirma que não houve fuga da família depois do acidente, como fora inicialmente divulgado porque “ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo. Então foi uma situação de desespero”.  Por que não procuraram saber o que estava acontecendo, então?

Agora, com Grazielly morta, começam a surgir as explicações: “Os jet skis não têm freio. Só têm acelerador. O mecanismo de segurança é por meio de uma chave. Ela fica presa por um cabo ao pulso ou ao colete salva-vidas, que é de uso obrigatório. Se o piloto cai, o movimento do corpo puxa o cabo e a chave é desconectada. A partir do momento que você cai, então na hora ele reduz a velocidade à marcha lenta, que é em torno de cinco, seis km por hora. Se a pessoa se esquece de atar o cabo ao pulso ou ao colete, ele pode se enroscar no acelerador. E se ela cair, o jet ski não vai reduzir a velocidade. Aí é um peso de 400 quilos, numa velocidade, ás vezes de 40km/h, é um impacto razoável, como explicou um piloto profissional Denísio Cesarini, três vezes campeão mundial e 13 vezes campeão brasileiro na modalidade.

Dois estudantes também morreram quando andavam de jet ski; um em Pitimbu, Paraíba, e outro em Campo Maior, Piauí. Neste sábado, em Bitioga, há 11 quilômetros da praia onde a menina Grazielly morrera, policiais flagraram outro menor pilotando um jet ski alugado. Felizmente, fora pego porque onde a menina Grazielly morreu, não havia só ela; mas muitos outros banhistas também e a tragédia poderia ter sido bem maior.

“Hoje foi a minha filha, amanhã pode ser a filha de mais alguém. Essa dor não vai passar. A gente espera justiça, que justiça seja feita”, desabafou o pai de Grazielly. E eu pergunto também, até quando meu Deus esses pontos de aluguéis de jet ski vão continuar funcionando sem qualquer  fiscalização e alugando tranquilamente esses aparelhos para menores inabilitados? Talvez até quando  alguém de elevada parente da Marinha,  responsável pelo patrulhamento e fiscalização, tiver um de seus filhos mortos de forma imprudente...


Ah, ia esquecendo-me de comentar o outro assunto, o do “churrasco humano” promovido por menores de Brasília. Mas só o farei  só para informar que não é só Brasília que possui esse triste e vergonhoso quadro porque  a violência contra a vida humana e a tradição vergonhosa de “assar vivos” moradores de rua.

Belo Horizonte também apresenta um número assustador: só este ano, 20 moradores de rua morreram, mas não em forma de “churrasco humano” como ocorreu no Distrito Federal.  Quanto ao fato específico ocorrido em Brasília, prefiro nem comentá-lo! Parece que na capital federal essa prática já virou uma tradição vergonhosa entre os adolescentes!