quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

'OPERAÇÃO CENTRO LEGAL", BOM PARA PM, MAS FALTA O ESTADO FAZER SUA PARTE, MÁS HÁ BARREIRAS


“A Operação Centro Legal”, entrou em uma encruzilhada: atingiu os efeitos que a PM e o Governo de São Paulo esperavam,  mas agora, os órgãos de  assistência social do Estado terão  que fazer a parte que lhes competem: dar dignidade social às vítimas do crack, essa praga nacional!

Diz a PM que a “Operação Centro Legal”  foi somente desocupação e combate à logística do tráfico de drogas, mas assistência social terá que levar dignidade às pessoas que necessitam de apoio. Nos primeiros 30 de ação, a PM realizou 13.647 abordagens; 296 prisões;  5.915 encaminhamentos e 195 internações.

O número de prisões efetuadas foi significativo sem dúvidas, mas o número de internações para tratamento, com o número de leitos disponíveis para tratamento, ofertado pelo Governo de São Paulo, foi baixo.

Não fosse a ressalva inicial na nota da PM de São Paulo que recebi em meu computador, diria que resultado social alcançado foi muito abaixo do que era esperado em 30 dias, na Cracolância,  área nobre do Estado, onde estão localizados diversos prédios históricos e abandonados bem no centro, próximo à Praça da República.

Os Conselhos Federal e Estadual de Psicologia são contra os tratamentos sem que o paciente manifesta sua vontade. Contudo, como a maioria das pessoas que perambulam pelas ruas e cheiram cola ou fumam crack em São Paulo, é de menores e esses menores têm famílias que não os tratam, o Estado tem o dever de interná-los, mesmo contra a decisão manifesta dos dois Conselhos porque não havendo família, o menor é tutelado pelo Estado e este pode interná-lo contra a vontade dos drogadotos e contra os argumentos dos dois conselhos.
Dos 5.915 encaminhamentos (não dizem para onde), 195 internações e somente 296 prisões de por tráfico, também diria que foi um resultado muito inexpressivo perante as questões sociais, mesmo assim os Institutos de Pesquisa apontaram 82% e  84,7% (DATAFOLHA E INFORMA, respectivamente), de aprovação. É bom para a polícia e, de quebra para o Governo Geraldo Alkimin, mas ainda não é o ideal para o Serviço Social.

Mesmo a nota da PM ressaltando que a agora a assistência social  do Estado deverá promover dignidade às pessoas, com internações forçadas se forem necessárias,  os Conselhos Federal e Regional de Psicologia são contra. E aí, a coisa embola! Leitos hospitalares para tratamentos são disponibilizados e existem na rede pública hospitalar na cidade de São Paulo.  Só que os drogaditos porque os Conselhos de Psicologia estão se impondo à internação forçada do menor, todos os não tratados adequadamente retornarão às ruas e consumirão crack em outros lugares.

Esse é o grande perigo e o risco que a PM sofre com todo seu meritório e significante trabalho. As pouco mais de 13 mil abordagens poderão se transformar em um grande fiasco, além do  retorno dos não tratados para consumir crack em outras ruas, porque entre os maiores há muitos menores envolvidos na questão. O menor, se não é tutelado pela família, tem que ter a tutela do Estado e, nesse caso, poderá ser internado sem consentimento, sim.

Não entendo é porque das mais de 13 mil abordagens, houve tão poucas internações se a maioria está na cracolândia ou para se prostituir, no caso de meninas,  para adquirir crack ou simplesmente fumar seus cachimbos com pedras da droga, mesmo!