quarta-feira, 23 de outubro de 2013

MANAUS COMPLETA 344 ANOS!

(NÃO TERÁ MUITOS MOTIVOS PARA SORRIR!)

Manaus completou 344 anos no dia 24 de outubro, mas não terá muitos motivos para sorrir; mas terá motivos para comemorar! Viva Manaus!  Muitas outras obras importantes e necessárias à cidade serão inauguradas; outras, continuarão e serão inauguradas depois.

Mas por detrás da antiga cidade sorriso, se escondem dentes podres na boca em forma cáries invisíveis de camelôs nas ruas, calçadas elevadas e mal conservadas ou ocupadas por vendedores ambulantes, bares, lanchonetes e um trânsito muito caótico e convivendo com os pedestres e até estacionamento de condomínio ocupando espaços públicos, demarcados por faixas pintadas na Rua professor Samuel Benchimol, no Passeio do Mindu, retirando espaços para caminhantes ao ar livre que usam o local para manter a forma física!

De todo o pacote de obras, o Mercado Municipal “Adolpho Lisboa” finalmente será entregue à cidade, totalmente restaurado. Mas o Mercado, embora restaurado, será outro gargalo de problemas o trânsito para a Manaus, devido à falta de estacionamentos para idosos, deficientes e cadeirantes em todo o seu entorno, como determinam às Resoluções 303/304 do CONTRAN. Sem estacionamentos demarcados, será o início de um novo caos na área do Mercado! Nas comemorações do aniversário, além de apresentações artístico-culturais, plantio de mudas, palestras e outras atividades voltadas às questões ambientais, a cidade antes sorriso, receberá de presente a restauração do mercado.

Depois de sete anos fechado, nas administrações dos prefeitos Serafim Correa, que deu início, e Amazonino Mendes, que pouco fez, o prefeito Arthur Netto assumiu e cumpriu um compromisso com Manaus de concluir o serviço, restaurá-lo e inaugurá-lo no dia do aniversário da cidade para devolvê-lo como um presente à população. E cumpriu, apesar da difícil promessal, com alguns entraves, ela foi cumprida. O Mercado Municipal “Adolpho Lisboa” ficou lindo e Arthur Neto está de parabéns!

De acordo com a história, no século XIX, tiveram início as preocupações a respeito das condições higiênicas na comercialização de alimentos em várias cidades e começaram a ser construídos mercados públicos. O Mercado Municipal de Manaus, às margens do Rio Negro, teve sua construção iniciada em 1880, pela firma “Bakus & Brisbin” de Belém, com pavilhões em estrutura de ferro vindos de Liverpool da firma “Francisc Norton Enginerrs”. Sua inauguração se deu em 1883, com o edifício principal, com 45 metros de comprimento e 42 de largura, com toda a sua estrutura sustentada por 28 colunas e duas salas laterais em alvenaria de pedra e tijolo e calçamento de cantaria, de forma retangular e sua área central com calçada de paralelepípedo, com 20 boxes separados entre si, com balcões de madeira e tampo em mármore. Ao final, aos fundos um enorme sino que tocava todos os dias, às 11 hs da manhã, anunciando que o preço de todos os produtos expostos à comercialização deveriam ser reduzidos e os funcionários municipais entravam no mercado e jogavam creolina sobre os produtos expostos. E todos respeitavam! Mas também assustava  muitas pessoas em seu interior e eu, menino vendedor de sacos para guardar peixes, não entendia nada do que estava ocorrendo.

Depois, tomei conhecimento através de entrevista que realizei com o psicólogo João Bosco Araújo, que seu pai, o desembargador André Vidal de Araújo, ficava aguardando o toque do sino para entrar com dois ajudantes e recolher doações para as várias obras sociais que desenvolvia. Com paletó e gravata, se dirigia ao mercado diariamente para receber doações. O sino ainda existe e voltará a tocar de novo, não mais para os funcionários da Prefeitura despejar creolina sobre os produtos. O Mercado está lindo! (in O CAMINHO NÃO PERCORRIDO – A TRAJETÓRIA DOS ASSISTENTES SOCIAIS MASCULINOS EM MANAUS).

O desembargador e fundador da terceira mais antiga escola de serviço social do Brasil também possuía diversas outras obras sociais pela cidade e seguia de carroça até o mercado na companhia de dois ajudantes da Escola de Serviço Social de Manaus e só começava a coleta depois que o sino tocasse,  porque  era quando os comerciantes reduziam os preços em até 50% e os comerciantes começavam a fazer doações aos que pediam. Muitos recebiam!

Em 1890, foram construídos os dois galpões laterais com beirais abertos, encimados por arcos de ferro, sustentados por colunas também em ferro, passando o Mercado Municipal de Manaus a ter 360 metros de área útil. Existia um espaço exclusivo para a venda de tartarugas e tudo em seu interior era iluminado com o uso de querosene. Esse pavilhão teve a estrutura de ferro construída pela companhia “Walter Macfrlene”, de Glasgow, com formato totalmente fechado e possuindo cobertura em quatro águas, feita de chapas onduladas. O galpão possuía venezianas em todo o seu contorno, tendo oito entradas de acesso – uma em cada fachada principal e três em cada lateral. Tudo foi restaurado e devolveu à Manaus um presente que nunca será esquecido!


O Mercado Adolpho Lisboa ficou lindo, mas deveria ser transformado em Museu para cultuar a história e a memória de quem viveu por muitos anos tendo como fonte de renda o que ganhava vendendo frutas, verduras, peixes e carnes ou outros produtos no chamado “Mercadão de Manaus”, ou deixá-lo centro e transferir os barcos regionais para outro porto, facilitando o embarque e desembarque de mercadorias e melhorando o fluxo de trânsito para que turistas possam também apreciar a maravilha que ficou a restauração. Parabéns, Manaus!  

2 comentários:

  1. Uma aula de história. Obrigado e um forte abraço.

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  2. Muito Bom,
    nos deveriamos,ser independentes de todo o Brasil e do mundo-
    Nos sustentamos,um dia todo o brasil.E nada foi feito,para evitar o contrabando das nossas sementes.So sofremos ate agora.Esse,Neto so faz a obrigaçao dele e nada mais.O povo sofre!nao temos um abastecimento de agua potavl,nao temos energia.
    Nos nao temos nada! E nao muldou nada so piorou.
    Tua cronica,estar pela metade amigo.Eu saio dair, com lagrimas de crocodilo.Vejo tudo abandonado e quebrado no centro de Manaus.Uma lastima:Que nos sustentamos todo o Brasil,Ninguem sabe.

    Maria Botelho Hirschi
    CH

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