(“VIVER BEM EM PROL DE MORRER”)
Para o escritor goiano Dhiogo José Caetano
Independentemente de
qualquer outro conceito filosófico, físico ou psicológico definido por outros
autores, o tema “morte”, foi muito bem abordado e definido pelo professor, escritor
e jornalista goiano Dhiogo José Caetano, que se valeu de um cabedal de outras
obras que tratam do assunto, para construir sua própria interpretação desse
intrigante e instigante tema que nos causa medo e angustia também porque a
morte se apresenta para muitas culturas como o abafamento, insegurança, falta
de humor, ressentimento e dor, mas principalmente para a cultura brasileira que
passou rapidamente pela colonização forçada dos índios, que tinham diversas
crenças, pela cruz e pela espada, a morte para os verdadeiros donos do
Brasil, representava somente uma passagem para uma vida melhor, para junto aos
seus antepassados!
E, assim, deveria ter
continuado a ser! Mas tudo mudou com a colonização e a morte também passou a
ser temida como algo finito.
Na psicologia, angústia
tem um sentido próprio, como também a morte. Na psiquiatria moderna, a angústia
é uma doença e pode produzir problemas psicossomáticos. Pode ser também uma
emoção que precede um acontecimento. Contudo, para o escritor e filósofo Arthur
Shopenhauer, o mesmo tema é definido com um “viver para sofrer”,
porque o escritor tinha visão distorcida e diferente sobre a vida e era
negativista, inclusive sobre a morte. O filósofo contemporâneo francês Jean
Paul Sartre, criador da corrente existencialista “a angustia surge no exato
momento em que o homem percebe sua condenação irrevogável à liberdade (...) não
pode optar por escolher a não ser (...) essa condenação à liberdade lhe gera
angústia por saber que ele não é o senhor de seu destino”.
Em outro momento da
história o pensador alemão Friedrichi Wilhelm Nietzche concluiu que dentre
todos os povos da antiguidade, “os gregos foram os que apresentaram maior
sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade da existência
humana, como que permeada pela dor, solidão e morte (...) nessa concepção de
vida os gregos também criaram uma sociedade baseada no princípio do equilíbrio:
nada em demasia como forma de combater todos os nossos instintos e peixões”.
Mas, o estudo do
professor, escritor e jornalista Dhiogo Caetano, garante que “a
memória desempenha o papel de construção do medo da morte (...) transmitido
pelo cristianismo e da sua injunção eucarística, que tem relação conceitual de
divino e de pecado, idéias que predominaram no Ocidente (...) O autor
da excelente obra “O MEDO DA MORTE NA IDADE MÉDIA: uma visão coletiva do Ocidente”,
no Capítulo 2. AS RAÍZES DO MEDO conclui
que a “razão mostra que o passado não se conserva por si próprio, mas se
constrói e se organiza pelos indivíduos que pretendiam seguir seus reis, que
muitas vezes se titulavam “guardiões” das lembranças ou das tradições
ancestrais, um processo de fundamental importância à transmissão de informações
e práticas (...)”
Independente de
outras conclusões que a psicologia, a psicanálise, e psiquiatria e outros
teóricos possam ter apresentado, o professor, historiador, jornalista e
escritor Dhiogo, concluiu que “podemos notar que os fatores que
desencadearam o medo de morrer na sociedade medieval vão além dos problemas
econômicos, sociais e religiosos, envolvendo itens que partem da
particularidade de cada homem medieval (...) uma sociedade que pratica o “bem
viver em prol de morrer”
Pra se morrer bem é necessário viver bem e viver bem é amar o próximo como a si mesmo. Belo texto reflexivo. Parabéns e um forte abraço.
ResponderExcluirCaro amigo Carlos Costa neste livro procurei descrever o medo de morrer afirmando que o tema é difuso e que envolve o mistério, o fascínio do além como algo desconhecido e temido ao longo dos séculos. Na Idade Média tal medo se expandiu como um grande temor que espreitava os indivíduos, o medo foi a ameaça; transbordando do imaginário do homem medieval e penetrando na vida real e cotidiana, e isso ficou denotado e demonstrado na arte, na escrita, nas práticas e nos ritos de uma coletividade cristã ocidental, que se designava sitiada, desmobilizada diante do medo de morrer. A morte foi e sempre será o principal medo que assola a humanidade. Obrigado pela belíssima analise publicada.
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