segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

'PROPINA NÃO É DESPERDÍCIO. (...) É INVESTIMENTO"!


"Propina não é desperdício; (...) é investimento", disse o empresário rondoniense Migual Saud Morheb. Diante dessa impressionante e revoltante declaração, como podemos entender o significado das palavras honestidade, honra e caráter ? Falta de vergonha na cara, talvez? Falta de escrúpulos, provavelmente? Falta de idoneidade moral; acho que não!? Então, qual o novo significado para a palavra honestidade? Se propima virou investimento, o que dizer de outras coisas?


Gravações do Ministério Público de Rondônia, apresentadas com exclusividade pelo Fantástico, apontaram o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Valter Araujo, do PTB,  como chefe de um esquema de cobrança de propina à empresários que mantêm contratos com o governo de Rondônia. A maioria foi presa pela Polícia Federal.


Mas só a prisão não basta! As pessoas têm que ser julgadas depois também. Inúmeras operações da Polícia Federal foram destruídas pela Justiça por erros formais,  os presos foram soltos e agora processam a União. Alguns, funcionários públicos da Polícia Rodoviária Federal e fiscais do Ministério do Trabalho,  do Amazonas, presos durante operações cinematográfcas, não foram julgados, os processos prescreveram e agora processam o Governo Federal.  


Das duas, uma: ou a Polícia Federal não está fazendo seu trabalho direito ou a Justiça está excessivamente lenta e não julga em tempo hábil esses corruptos contumazes que terminam por serem soltos. Depois de soltos, processam o Estado brasileiro por constrangimento, abalos psicológicos e danos morais e materiais porque tiveram suas vidas expostas ao ridículo publicamente! Há os inocentes, também!


Alguma coisa está errada com a Polícia Federal ou com a lenta Justiça Federal em todo o Brasil.  Afirmo isso porque um médico neurologista, preso em 1997 só porque, trabalhando excessivamente, pedia sempre que o seu almoço  fosse deixado em seu consultório, para comê-lo entre um atendimento ou outro, terminou preso,  humilhado, execrado publicamente e até hoje não não teve seu processo julgado, tudo isso por usar a expressão “não vai trazer meu feijão?”, erroniamente interpretada como “dinheiro” pela PF, dita a uma pessoa que também estava sendo investigada devido a suspeita de fraude contra o INSS.


O neurologista deixava mais um de seus plantões em uma cidade vizinha a Manaus e  foi preso ao sair de uma balsa, sem direito algum e sem saber exatamente  o porquê de estar sendo algemado, metido em um camburão, humilhado perante seus pacientes e levado à sede da PF, onde permaneceu por cinco dias e depois foi solto como se nada tivesse acontecido. Mas até hoje o processo contra ele foi julgado!


Isso bastou para que tivesse seu notbook, estetocóspio a até uma caminhonete, pela qual só tinha dado a entrada e dividido o restante em 60 parcelas, lhes fossem confiscados  e levadas à perícia! Nada encontraram  que o ligasse às fraudes investigadas contra o INSS, além do fato do que o neurologista trabalhava demais para custear os bens que adquirira e à família que formara. De seus bens levados à perícia, só sua caminhonete lhe fora devolvida até agora. Será que a PF ficou com seu estetóscópio para melhor ouvir e interpretar as escutas telefônicas? Talvez!


Como afirmei “não basta investigar e prender”.  A Justiça tem que julgá-los com celeridade porque no final das contas, embora sabendo que o Governo Federal perde mas não paga sua conta, vai  sobrar para nós, os contribuintes, legítimos sustentadores de toda a corrupção oficial no Brasil!


Com relação à corrupção em Rondônia – mais uma naquele Estado, em duas semanas - 15 pessoas foram presas como suspeitas. Entre elas, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Valter Araújo, do PTB, e o Secretário Adjunto da Saúde, José Batista. O presidente da Assembléia foi apontado pelos investigadores como o chefe do esquema que cobrava propina de empresários que mantinham contratos com o Governo do Estado.  Até um asessor direto do Governador Ivo Casol foi preso dentro da residência oficial do Governo. “Ele traiu minha confiança”, foi a resposta do Governador ao Fantástico. "Propina não é desperdício, propina é investimento", Acho que o empresário Migual Saud Morheb, tem toda a razão!

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