quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CCJ DERRUBA A MAIORIDADE PENAL PARA O ECA (perdeu play boy, perdeu...)



CCJ DO SENADO DERRUBA A MAIORIDADE PENAL PARA O ECA
(perdeu play boy, perdeu...)

Doeu como um democrático tapa na cara em parte sociedade que exigia mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente, a decisão contrária tomada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado de rejeitar a discussão da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Mesmo assim, foi uma vitória para quem defende a redução da idade para adolescentes protegidos pelo ECA, porque o Senado decidiu votar a proposta que tramitava na casa desde 1999.  Foi um avanço, mas também uma derrota “democrática” como anunciou o presidente da CCJ, para todos que desejavam que as manifestações de rua fossem punidas com mais rigor. Mas poderia ter sido pior ainda!

O argumento dos que são contra a redução da maioridade penal é o de que o jovem de 16 anos não tem capacidade para assumir seus atos infracionais; mas tem condição facultativa para votar e eleger presidentes, senadores, deputados e vereadores. Contudo, segundo entenderam os membros da CCJ do Senado, os adolescentes deverão continuar sendo protegidos, mesmo com tudo o que fazem contra a sociedade, matando, roubando, estuprando, tocando fogo em ônibus, destruindo patrimônio público e privado e não sendo apenados! No máximo, cumprem três anos de medida sócio educativa e saem piores do que entraram porque vivem em depósitos de menores e não em escolas-reformatórias como deveriam ser as casas de recuperação

Defendo – como parte da sociedade também - a obrigatoriedade de adolescentes tutelados pelo ECA cumprirem os 3 anos de medida sócio educativa estudando, participando de atividades lúdicas, aprendendo algum tipo de profissão que lhe permitam, ao final do cumprimento da pena, para ingressar no mercado de trabalho. Ficar preso em minúsculos cubículos é pior do que negar e desconhecer o clamor social para a redução da maioridade penal, embora as prisões para adultos também sejam faculdades do crime, com escritórios do crime funcionando nas prisões, inclusive as de segurança máxima.

O relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES) rejeitou outras propostas piores, como a que reduzia para 13 anos a idade penal e outra que tornava obrigatório o voto a partir dos 16 anos e aceitou a de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PMDB) que propunha a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos e casos específicos (crimes Inafiançáveis, tortura, terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.) Mas essa, também foi rejeitada. Contudo, foi um avanço para os que defendem a redução da maioridade para adolescentes que estão assumindo crimes que nem sempre cometem, só para proteger um adulto. O presidente da CCJ do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que a Comissão agiu de forma democrática, porque “não poderia se furtar ao debate”  de um tema que tem incomodado a sociedade brasileira. Começou a tramitar no Congresso em 1999, a primeira proposta de redução da maioridade penal. Mas foi a primeira vez que o senado analisou e derrotou a proposta, de forma “democrática”, como garantiu o presidente da CCJ, Vital do Rêgo.

Temo agora que também de forma “democrática”, um adolescente infrator protegido pelo ECA, com arma na mão, cheio de droga – falta tratamento para adolescentes dependentes químicos -   apontar para um senador e dizer “com licença, eu cometerei um crime democrático contra vossa excelência” ou gritar  perdeu, play boy, perdeu” , cheio de drogas, alucinado e com uma arma tremendo na mão, se votariam do mesmo modo de novo!

7 comentários:

  1. José Coelho Maciel Então, os ´país desses jovens desajustados deveriam ser punidos em lugar dos filhos, ou então o Estado, ou órgão que tem o dever de protegê-los e não dão a devida proteção

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  2. O problema é muito mais sério do que diminuir a idade penal destes jovens... O problema passa pela total falta de estrutura do estado. As crianças têm pouco acesso à educação e muita facilidade para encontrar e fazer o que não é certo. Crescem rodeadas de bandidos e drogas e se tornam jovens violentos por absurda falta de possibilidades. Não temos escolas suficientes, não temos lazer digno... Mas concordo que, se o jovem de dezesseis anos pode votar no presidente da República, também pode arcar com suas responsabilidades criminais. O problema é que não adianta "jogar" o garoto no sistema prisional - a verdadeira universidade do crime - e tirar o resto de chance de uma vida digna e decente que ele pudesse ter, porque o nosso sistema prisional é totalmente falido.

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  3. 04/03/2014 13:24 - paulo rego
    Meu bravo jornalista, Carlos. No frigir dos ovos, há razões válidas em ambas as correntes. O que eu acho é que a diferença é, tão somente de cronologia. Uma premente necessidade, é pôr cobro à atual situação, em que se usa o amparo da lei para acobertar crimes perversos praticados por "menores". Outra coisa, que deve ocorrer paralelamente, é a educação, que começa no lar. O que a sociedade não pode suportar mais é a manutenção d clima de terror em que estamos vivendo. Pau neles, amigo! abç

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  4. 27/02/2014 23:38 - Noeli [não autenticado]
    Tomara que esses menores partam pra cima dos políticos do PT que votaram contra a redução da maioridade penal e jogue fogo neles. Ótimo texto

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  5. 27/02/2014 23:36 - Fernando A Freire
    Eu gostaria de não discutir idade, mas prioridade. No momento em que a CCJ do senado desaprova a redução da maioridade penal, bem que deveria aprovar medidas simultâneas referentes à reeducação dos jovens infratores. No momento, o que existe é ineficaz e insuficiente. Aproveito o ensejo pra prestar minha solidariedade à Cris Vitor, que foi injustamente criticada pelo Jajá. Precisamos sim - e já,já - resolver essa prurigem social que infelicita nossa sociedade, mas priorizando o processo educacional. Não sei se haveria diferença entre o menor infrator de 13 anos e o de 16... /// Parabéns pela clareza e profundidade de sua crônica.

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  6. 27/02/2014 18:46 - Jajá de Guaraciaba
    Olá carlos! A cris comentou mas não comentou. Disse mas não disse. Talvez leu essa portentosa crônica até o fim, mas, não com a devida atenção porque nada disse daquilo que você quis dizer e disse. Concordo com você. Só depois que algum desses filhos da p... forem violentados pelo" de menor" é que vão entender o quanto omissos estão sendo com a sociedade brasileira. Tenho um monte de coisas pra falar, mas do vai adiantar!? Até breve.

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  7. 27/02/2014 18:25 - cris vitor
    Eu penso e creio que é o que todos nós desejamos é que a educação seja prioridade, que esses jovens saiam das ruas, das drogas.Deve-se tomar uma atitude, boas escolas, mais trabalho pra esses jovens,oportunidades. Embora muitos tem e não dão valor.São tempos realmente trágicos esses que vivemos.

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