quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O "VELHO CHICO" MORREU DE SEDE!


À jornalista Terezinha de Jesus Soares, com muito orgulho..


Com tanta água, a nascente do Rio São Francisco, o “Velho Chico”, morreu de sede!


É uma triste e real verdade, como escreveu em matéria premiada a jornalista Terezinha Soares, dizendo que primeiro morrerão as florestas, depois, morrerão os homens, referindo-se à floresta, tema do brilhante trabalho que recebeu prêmio “Esso de Jornalismo”, no fim da década de 70. Estou, agora, pedindo licença à colega para fazer uma analogia com sua matéria e dizer que primeiro morrerão as nascentes dos Rios e depois morrerão de sede os homens. Tive o prazer, orgulho e satisfação de dividir espaço em A NOTÍCIA, com a colega Terezinha Soares, logo no início de minha carreira profissional.


A nascente do Rio São Francisco morreu, enquanto a cidade de São Paulo e outras várias do Brasil estão morrendo de sede, por não possuírem água potável nas torneiras das residências para banho, lavagem do corpo e rosto e outras necessidades básicas. Do nordeste, nem se fala, porque vive uma secura extrema desde antes do Império, quando D. Pedro II mandou construir e inaugurou açudes na Região. Todo o dinheiro direcionado ao combate à seca para furar poços tem sido desviado e os poços abertos ficam em fazendas de muitos políticos e só servem para molhar as suas plantações.


Enquanto isso, o Brasil poderá morrer de sede também, embora possua o maior aquífero do mundo, o Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas do planeta, passando pelos Estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso, com um milhão e duzentos mil metros quadrados, descoberto em 1996 pelo geólogo uruguaio Danilo Anton. O aquífero é imenso e também atinge o Uruguai, a Argentina e Paraguai, mas é descontínuo e menor do que se supunha inicialmente e águas inferiores. Ao ser descoberto, ele fosse considerado o maior do mundo, agora se sabe que ele é heterogênio e que não daria para atender a população do Brasil durante 2.500 anos como inicialmente se supunha. 


Existe, ainda o Equífero Alter do Chão, mas o importante mesmo é que essas águas ainda não podem ser aproveitadas para matar a sede de ninguém. O certo mesmo é cada pessoa evitar poluir e jogar lixo em seus igarapés, para evitar que o Brasil venha a morrer de sede também porque estão matando os rios, os oceanos. Enquanto o geólogo do Serviço Geológico do Brasil, José Luiz Flores, continua estudando o quê e como pode ser aproveitado esses equíferos, os brasileiros precisam preservar seus rios, igarapés, nascentes, afluentes e tudo o que venha a representar vida para o futuro. 


Foi triste demais ver que a nascente de um dos mais importantes cursos de água do Brasil e de toda a América do Sul, o “Velho Chico”, morrendo na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, no Estado de Minas Gerais. O Rio atravessa o Estado da Bahia, faz divisa ao norte com Pernambuco e constitui a divisa natural entre os Estados, desaguando no Oceano Atlântico. O Rio São Francisco possui extensões navegáveis entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), além de Petrolina (PE) e tem aproximadamente 641 mil quilômetros quadrados de extensão. Ele não perecerá por completo porque também recebe água de outros afluentes, mas sua nascente já morreu e está cercada de pedras como se fosse em volta de uma sepultura. Um quadro triste!


O “Velho Chico”, morreu de sede em sua nascente, como outros rios poderão morrer também se eles não forem tratados com carinho, respeito e responsabilidade como se fosse mais um ser vivo, como na verdade o é. Em 1982, os Rios Solimões e o Negro também ficaram parcialmente secos, se permitindo ao trânsito de motocicletas em seus leitos, como se fossem rodovias sem asfalto. Mas isso foi passado e poderá se tornar presente também e futuro, mais uma vez se medidas educativas ambientais urgentes não forem adotadas para estancar o lixo jogado em seus leitos. Naquele ano, a CPRM, divulgou que o Rio Negro bateu o seu próprio recorde de vazante e a seca no Amazonas atingiu 62 mil famílias e obrigou 38 municípios a decretar situação de emergência.

O Rio Amazonas, formado a partir do encontro dos Rios Negros e Solimões, chegou a 162 cm, superando em 10 cm a seca registrada em 1997, em medição feita desde 1970 na cidade de Parintins, a 315 quilômetros de Manaus. Os barcos regionais passaram a atracar em bancos de areia e a navegação ficou interrompida em vários trechos, com muitos municípios ficando totalmente isolados porque a única forma de comunicação entre a capital e os municípios são os barcos regionais.

6 comentários:

  1. Fernando Gonçalves Simao1 de outubro de 2014 às 16:11

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    A SECA DO RIO SÃO FRANCISCO,AMIGO CARLOS COSTA. VAI PIORAR A SITUAÇÃO NO NORDESTE! TOPLUS AMIZADES MUNDIAIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Teria algo a ver com as obras do Rio São Francisco que ficaram paradas. A Marina disse que a seca em São Paulo é por causa do desmatamento da Amazônia.

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  3. O que eu não consigo entender é que está chovendo em São Paulo e eu moro no município de GuarulhosSP e aqui teve até enchente. Mas não está chovendo no reservatório de agua da Sabesp que fica na Cantareira que é encostado em Guarulhos. Acho que São Pedro está na duvida se atende os pedidos dos Petralhas que rezam para não chover para que eles joguem a culpa no governador Alckmin e os Tucanos que rezam para chover.

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  4. Enquanto isso Dona Dilma não assina a carta de intenção da cúpula do clima em NY, alegando que não era documento oficial, apenas uma intenção. Nesta carta continha uma meta de redução no desmatamento no Brasil, causa primária da diminuição da quantidade de águas pluviais em nossa região.

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  5. Ainda bem que esse quadro já mudou amigo.Abraços

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