quinta-feira, 30 de julho de 2015

"MEU FEIJÃO": A POLÍCIA FEDERAL TAMBÉM ERRA!


Um “reality show judiciário”, nas palavras dos advogados de defesa de Marcelo Odebrecht, foi no que teria se transformado as investigações da Operação Lava Jato, atacando diretamente o trabalho do juiz federal Sérgio Moro e da Polícia Federal, que comandam as investigações em sua 16 a Fase. No afã de encontrar um culpado, a Polícia Federal muitas vezes extrapola em  interpretações, confunde expressões e define seu entendimento, como ocorreu em Manaus com um médico neurologista que foi preso, algemado e ficou cinco dias sem se comunicar com ninguém, na sede da Polícia Federal ao deixar um plantão. Só teve direito de telefonar para mim, comunicando o que lhe estava ocorrendo e me pedindo ajuda. Anos depois, foi absolvido de todas as acusações que o envolveram por causa da expressão “meu feijão” Uma quadrilha formada por médicos, que emitiam laudos falsos, peritos da Previdência Social que os aceitavam intermediários que trabalhavam para a quadrilha, foram todos condenados. Se o empresário é acusado ou inocente, não tenho como concluir. O processo continua em andamento. O juiz Sérgio Moro está sendo fragilizado em seu alicerce mais nobre: sua honra! Advogados e até um deputado da Câmara Federal já pediram para afastá-lo do caso, dizendo que ele é parcial. O  presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, um dos investigados, usou um aliado para pedir o afastamento e Aldo Moro do caso, para ficar livres e continuar com as propinagens. 

Contudo, a Polícia Federal erra em muitas coisas, pois confundiu a expressão “meu feijão”, usada pelo médico em Manaus como se fosse “propina” . Com base nessa interpretação, decretou a prisão de um neurologista por 5 dias, junto com outras pessoas. O médico, anos depois, foi absolvido por sentença judicial e muitos foram condenados. No caso do médico neurologista, foi um processo que causou depressão, confisco de bens e patrimônio e até hoje o médico sofre os efeitos desse trauma irreparável. Se vai processar ou não a União, isso não sei! Mas ele tem direito! E por que estou escrevendo sobre isso, se o médico já foi absolvido e vários presos junto com ele, na mesma operação, foram condenados por envolvimento na mesma operação que fraudava a Previdência Social com aposentadorias? Simplesmente, por que os advogados de defesa do presidente da empresa Odebrecht, decidiram defendê-lo, atacando o trabalho do juiz e da PF. Em vez de esclarecer as anotações apreendidas em poder do empresário, os defensores decidiram criticar toda a 16a fase da operação Lava Jato e garantiram que estão querendo incriminar o empresário de qualquer maneira. E mais: a PF não se deu ao trabalho de interpretar as anotações aprendidas. Será que a PF tem que fazer interpretações de alguma coisa ou a justiça, no decorrer do processo, é quem deve se pronunciar? Sobre as siglas escritas no aparelho celular do dono da empresa, os advogados de defessa disseram que a expressão “L.J.” não se referiria à investigação da Lava Jato, mas ao jornalista Lauro Jardim, da Revista Veja, que escreve sobre o escândalo. Da mesma forma que a Polícia Federal no Amazonas interpretou “meu feijão”, como propina, também podem ter interpretado errado no caso do que foi apreendido com o empresário réu confesso, mas isso terá que ser bem apurado. A 16 a da Operação Lava Jato, batizada pela Polícia Federal de “Operação Radioatividade”, ocorrida em Brasília, RJ, Niterói, SP e no município paulista de Barueri, foram cumpridos mandados de prisão temporária e 23 de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva. Com indícios de provas contra o empresário, preso preventivamente por ordem do juiz o dia 19 de junho, por ter mandado destruir “e-mail sondas”, os advogados de defesa preferiram atacar as interpretações da PF, porque há indícios e provas de que ocorrem exageros nas interpretações de documentos apreendido. O encontro desse e-mail sobre sondas foi considerado pelo juiz “como uma das provas de participação da Odebrecht em cartel”. 

Seria esse mesmo esse o sentido da frase? Pode ser e também não ser nada disso ou ser tudo e muito mais,  porque as investigações continuam e, em cada nova etapa deflagrada, mais corrupção vai sendo descoberta, algumas muito bem elaboradas para confundir a apuração. Para piorar ainda mais a situação, Marcelo entregou um bilhete a agentes, pedindo que fosse enviado aos seus advogados. Os policiais examinaram a correspondência e viram a frase e-mail e decidiram tirar uma cópia da mensagem escrita pelo presidente da Odebrechet e entregá-la ao juiz do feito. O delegado federal Eduardo Mauat da Silva explicou que “não haveria problema na entrega do original aos advogados, uma vez que os mesmos iriam ter contato com o preso de qualquer maneira na sequência”. Mesmo assim, o delegado decidiu ouvir os advogados Rodrigo Sanches Rios e Dora Cavalcanti Cordini, que na defesa do cliente, decidiram partir para o ataque contra todo o trabalho, dizendo já realizado e garantindo que o verbo destruir, usado no bilhete, se tratava de uma “estratégia processual e não a suspensão de provas”.

Do “meu feijão”, usada pelo médico em Manaus, entendida pela PF, como pedido de propina no linguajar investigativo, também pode ter sido interpretada erradamente e poderá ser ou não  apenas uma  “estratégia processual”. Mas tem em uma distância muito longa, porque feijão é dinheiro e outras coisas mais para a Polícia Federal. Não estou defendendo Marcelo Odebrecht ou o que os advogados de defesa fizeram, mas é preciso cautela com interpretações dadas pela Polícia Federal recolhe para não cometer mais injustiças, como ocorreu em Manaus em diversas operações da contra a agentes da Polícia Rodoviária Federal e os fiscais da Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. Alguns absolvidos, processam a União; outros, condenados, não tem do que reclamar porque foi feita a separação bíblica entre o joio e o trigo!

5 comentários:

  1. Não acredito que de fato saiam condenados, principalmente do governo, apesar de acreditar no envolvimento de muitos. Porque os que estão no topo, trabalham para inocentar a si, e a corja dos amigos. Temos um país que exporta e da exemplos de roubalheira. Infelizmente, esse é o que temos pra deixar a nossos filhos. Péssimos exemplos! Mas, sua crônica merece parabéns! Beijos

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  2. O filosofo Luiz Pondé disse: O que nos brasileiros explorados e tratados como palhaços queremos saber é quando os presidentes e governadores de quem as empreiteiras recebiam ordens serão presos ? Ë claro que existe e sempre existiu um comando central . Porque é muito fácil pra qualquer policia prender os donos das empreiteiras , mas a população quer saber quando os políticos mandatários como o Lula, Dilma, FHC, Maluf, Collor serão presos de verdade e devolverão o que roubaram dos cofres públicos

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  3. Esse tal de Moro tem complexo de Robespierre. Quer guilhotinar todo por "dá cá aquela palha". Acho que ele não sabe o que aconteceu com o verdadeiro Robespierre. Moro mandou prender uma senhora baseado em indícios, mas depois teve que soltá-la, pois ela era inocente. E o tal Moro nem sequer pediu desculpas. Saiu na mídia, todo mundo viu. Será que ninguém segura esse Robespierre?

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  4. Ë obvio que qualquer policia pode errar e acho que você também esta errando . Ninguém no desespero pede para destruir um jornalista. Ë claro que ele se referia a provas.

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  5. Carlos, uma coisa é errar; outra essa mania de ser palmatória do mundo.

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