terça-feira, 23 de agosto de 2011

MENORES EM FÚRIA OU FALTA DE LIMITES...?


Menores em fúria: assalto a um hotel, policiais apanhando, destruíção de Conselho Tutelar, de Distrito Policial, enfim, um dia de terror foi  o que promoveram menores com menos de doze anos!
De acordo com o ECA, menores com menos de doze anos sequer podem ser detidos e, por isso, elegeram a rua como local de morada.
É a verdadeira sociedade brasileira mostrando quem são seus legítimos filhos, tudo por falta de política pública que lhes ofereça tratamentos dignos e adequados por serem vítimas de uma geral desestruturação da sociedade em termos morais, políticos e educacionais. Elegeram as ruas em vez das Escolas por falta de atrativos, para viverem e se sentirem livres como passarinhos, para fazerem o que bem quiserem e a hora que quiserem!
Mas por que isso ocorre?
Em meu livro “A CIDADANIA COMO FATOR DE RESGATE SOCIAL”,  (http://carloscostajornalismo.blogspot.com/) descrevo como conseguimos (eu e uma equipe multiprofissional) a recuperaração de  799 jovens na maioria infratores envolvidos com drogas, prostituição, alguns com homicidios, outros latrocidas, enfim. Só um dos 800 alunos do projeto coordenado por mim foi assassinado na porta da Escola por traficante.  Muitos hoje, com os cursos que receberam, estão trabalhando com CTPS assinada e todos os direitos lhes sendo garantidos.
Além de cursos técnicos profissionalizantes obrigatórios, foram introduzidas aulas extra curriculares de natação, futebol de salão, teatro e outras formas lúdicas de recuperação. Era palestrante de Direitos Humanos e, lembro-me de ter passado o  filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo” no auditório da instituição e, ao final, perguntei o que os jovens tinham gostado ou não gostado.
- Cristo sofreu tudo isso mesmo, professor? – foi a primera pergunta que recebi de um aluno.
Respondi que o mesmo que Cristo tinha sofrido antes de sua crucificação, alguns dos menores presentes faziam até pior por pertencerem a galeras que matavam sem motivos também; destruiam obras públicas sem motivos, jogavam pedras em ônibus sem razão, enfim.
Fazia de tudo para que os menores se espelhassem dentro das palestras e dos filmes que  passava dentro do auditório.
- Não acredito nisso professor! – o mesmo aluno voltou a dizer.
Respondi que alguns menores presentes ou esperando para entrar no Auditório onde ouviam palestras variadas, faziam mais do que o filme havia lhes mostrado porque o que falta é uma escola comprometida com valores de cidadania e limites, coisas que os jovens só passam a entender depois que lhes são mostrados coisas como exemplo. E depois, discutido entre eles mesmos!
Ou seja, o que faltava para os menores em fúria era noção de limites, do que pode ou não pode ser feito, de escolas preparadas para recebê-los, educá-los e devolvê-los à sociedade, de famílias estruturadas, de um Estado que verdadeiramente invista em políticas púbicas em todas as áreas de sua competência e responsabilidade.  Não vi menores em fúria; mas somente menores protestando contra tudo o que lhes faltam! Nada mais do que isso. Com limites, é claro!

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