(em
homenagem ao professor Paulo Bandeira, assassinado na cidade se Satuba, em
Alagoas, após ter denunciado desvio na merenda escola).
A falta de professores em
sala de aula está associada a vários componentes e fatores e não é originária
de uma só causa, mas a principal delas é o péssimo salário pago aos que se
dedicam a ministrar conhecimentos aos alunos se obrigando a ter dois ou mais
empregos para receberem um pouco mais! Mas não é a única e também nem a
principal: a falta de estrutura educacional que priorize principalmente à base,
hoje precária e quase ausente em quase todos os Estados, seguida de outros problemas
conjunturais de caráter político, econômico, social, moral, ético e estrutural
da sociedade como um todo.
Existem também outras
causas para a falta de professores em sala de aula e que nada têm nada a ver
com o péssimo salário pago aos mestres, embora esse seja um dos componentes
principais. A falta de mestres qualificados também, se deve a precária
estrutura dos ensinos de alfabetização, fundamental, médio e superior, aliado à
quase total falta de compromisso dos educadores com suas atividades meritórias
e não reconhecidas com a dignidade e o respeito que já mereceram no passado. No Brasil de hoje, se primou mais pela
quantidade de alunos em sala de aula do que pela qualidade no processo
ensino-aprendizagem.
Nos anos 70/80 e até início
de 90, a coisa mais importante era se apresentar como “mestre” porque se sabia
uma pessoa séria, respeitada na comunidade e líder em sua atividade quase
sacerdotal. Hoje, dá até vergonha se dizer que é um professor, que virou
sinônimo de pessoa mal remunerada, despreparada, sem conhecimentos e que se
dedica a uma atividade não respeitada pelos alunos. Com o crescimento do saber,
cresceu também a busca de bons profissionais para a iniciativa privada, que
paga melhores salários.
Mais do que um escândalo, a
falta de professores em vários Estados é uma vergonha nacional e não tem nada a
ver diretamente com o Ministério da Educação, porque até hoje não entrou em
vigor a decisão constitucional de investir mais na Educação. Enquanto isso, as
empresas privadas investem nos formandos em química, física, matemática e os
alunos ficam prejudicados, sem aulas.
Também ser professor só para
se dizer um professor, de nada adianta e pouco acrescenta à quem assim o faz. Ser professor é assumir um compromisso quase
sacerdotal como se fosse um padre mesmo, ou um pai mesmo desrespeitado por seus
alunos-filhos, repassando-lhes
conhecimentos e servindo-lhes de exemplo, o que não é possível nos tempos
atuais.
Longe disso, é uma vergonha
nacional se dizer um professor nos dias atuais!
Os alunos, sempre mais
analfabetos, se transformarão depois em universitários funcionais mais à
frente, obrigando os professores verdadeiros, nas Faculdades, a ministrar aulas
para conhecimentos que os novos calouros deveriam ter recebido na
alfabetização! Essa é uma realidade que
pode mudar! Mas acho difícil por se tratar de uma questão estrutural também, além
de política e técnica. Mas é possível...
Olá, Carlos
ResponderExcluirMuito bom o texto, o problema é que para os políticos somos apenas um voto ambulante e mesmo assim a maioria ainda é vendido.
Um abraço, paz e bem