correndo com a baladeira quebrada no pescoço,
(No no Varre Vento diziam que dava
azar balar um anum-preto. Eu matei!)
matar a saudade que sangra meu peito,
dilacera o coração e navega suavemente
nas veias de umo lugar que me viu
correndo eterno saudosista!
(preciso matá-la antes que a saudade me mate!)
Desejo retornar...
mesmo que não consiga ver o pé
de cajá na divisa do terreno com o do vizinho do lado esquerdo
mesmo que não exista mais
a árvore que avistava do outro lado do Rio Solimões e me dava
a certeza de estar em casa. Que alegria!
mesmo sabendo que não tomarei “vinho” de cacau ao cair da tarde, apanhado do pé
ou que recolhe folhas verdes de tabaco para fazer fumo de corda,
(Meu avô José Raimundo era viciado em cheirar rapé!)
Mesmo que nada mais exista, desejo voltar!
Desejo ver...
se ainda exste barro branco na margem do rio
que retirava com as mãos,
fazia bolinhas e as secava ao sol!
(colocava dentro de um saco amarrado na cintura
e o estilingue quebrado que usava só com adorno no pescoço e nada mais)!
quero voltar...
mesmo que não consiga ver nada da sepultura de minha irmã Ivete Costa!
mesmo que nada veja ou reconheça preciso matar em mim essas lembranças dos meus até oito anos, quando abandonei a comunidade e vim estudar em Manaus!
Desejo voltar...!
Não importam os motivos ou razões: a saudade dilacerante explica tudo!
Vou compartilhar amigo..!!
ResponderExcluirTambém sinto saudade da minha terra natallll.Maranhão é o meu estadooooo. Lá vi a florar e secar as folhas de bananeira. Andei pelos cavoeiros, vi as lendas transformar se em brasa. Depois de transformadas em carvão, eram ensacada para o comércio.
ResponderExcluirLa eu vi, vivi, corri e brinquei. Ao meio dia, minha mãe estava ao redor do fogão de barro, finalizando o almoço. Nada muito especial ou chique, mas era o que tínhamos pra comer. Galinha caipira, Capão, E panelada (feita das vísceras do boi, com bastante tempero)... Tudo sadio, nada de produtos orgânicos. Tudo vinha da natureza.
De longe, no meio do babaçu, se ouvia, as quebradeira de cocô cantarem. E dali se tirava o azeite de cocô para vender no mercado.
Nos emeados, dos anos 80, em busca de riqueza e fugindo da pobreza, embarcamos em Itaituba. Onde a Serra pelada era a principal atração de mineiros. Onde um formigueiro humano se fazia. Em busca de BAMBURRAR (Palavra que se usa muito, quando o garimpeiro conseguia uma grande quantia de Ouro), ou seja, bamburrou é enriquecer da noite para o dia.
... no final dos anos 80, chegamos em Manaus, na zona Leste, na mãe de todos os pobres. E aqui se faço, 27 anos de história. Formei família e vivo como se fosse minha terra. Terra acolhedora. Troquei o cuscuz de arroz pelo pão, queijo e Tucumam. Troquei a galinha caipira pelo jaraqui e o tambaqui. E daqui, naum quero sair. A naum ser, quando chegar meu dia.
linda poesia,recorda e viver duas vezes
ResponderExcluirQue poema lindo....
ResponderExcluirBarro branco=Tabatinga.
ResponderExcluirCara Irmão Carlos Costa como lhe disse anterormente . gistaria de estar ao seu lado para viver junto a você esta vontade......A historia de um filho que deixou como muitos de nós seu lar natural para ir em buscar de um amanhã melhor...como você fizemos: vemos para a Capital e vencenos......porem nosso lugarejo ou interior ainda nos deixa distante . por ainda hoje não oferecer a nós e aos nossos que construimos na Capital....uma estrutura minima que podessemos voltar........Luto até hoje para voltar e levar junto comigo o futuro que queremos e como voçé meu sonho é voltar e ficar até o fim de minha vida!!!.......JB
ResponderExcluirPoema saudosista e excelente..
ResponderExcluirCarlos gostei do poema nostálgico. Fez-me lembrar alguém que disse:
ResponderExcluir" A saudade é a alma dizendo para onde quer voltar"
volta !
ResponderExcluirÓtimo texto. Li agora e gostei.
ResponderExcluirA minha infância também tem um quê de querer mais.
Lembranças eternas.
Através dessa leitura pude reviver uma gota da sua infância. Parabéns!
Lindo amigo !
ResponderExcluirQue legalllllll ameiii
ResponderExcluirL
Que gostoso é sentir saudade da infância e de tudo que nos deu alegrias! Também sinto. Mas isso é bom, muito bom!
ResponderExcluirCoitado de quem não tem o que lembrar, ou só tristezas...
E se puder voltar aos lugares, que bom! Volte e reviva todos esses momentos felizes.
Gostei, sereno,
ResponderExcluirpois eu não gostaria de voltar. Quero ir em frente!
ResponderExcluirLindo!!!!
ResponderExcluir