Esperando o Hexa na Rússia, durante a
Copa do Mundo de 70, de gastas sandálias
havaianas no pé, com um prego para prender as correias nela, vendia picolé nas
ruas de paralelepípedos do bairro Morro da Liberdade, em Manaus. Quando entrava nos bares na Rua Branco e Silva
ouvindo comentários nas mesas, pensava que havia começado a 4ª Guerra Mundial,
tantas eram as expressões que costumava ouvir em comentários de pessoas embriagadas.
Não sei porque as pessoas que passam dos
limites, passam a falar mais alteradas no tom de voz!
Nas mesas, ouvia muito pessoas dizendo
"o
Brasil irá triturar, massacrar a Thecoslovaquia" do primeiro jogo
vencido por 4 x1, que iria "arrasar a Itália" (4x1).
E arrasou mesmo, as duas, mas só no futebol! Também ouvia as palavras "derrotar,
destruir, dizimar". Será que a Guerra já que tinha começado e ninguém
tinha me avisado? De que adiantaria se tivessem adiantaria pouca coisa: era um
menino franzino de 10 anos e não poderia lutar, mesmo que quisesse faze-lo!
Sem entender nada, pensava que tinha
começado a guerra de novo, porque havia a animosidade entre os Estados Unidos e
Rússia, que viviam se ameaçando com a Guerra Fria, apenas com retóricas e
de ameaças com palavras. Pensei que estava acontecendo uma nova guerra entre os
países que citavam nos bares que entrava, principalmente o Bar Jupaty, que diziam que vendia a melhor caldeirada de tucunaré
da cidade. Jamais pensaria que fosse só a "COPA de 70", no México e a
final sendo entre Brasil e Itália. A seleção brasileira comandada por Pelé,
tinha Garrincha e mais 9. Jairzinho, o “Furacão da Copa”, faz gols em
todas as partidas.
O Brasil derrotou a Thecoslovaquia pot 4x1, a Bulgária 1x 0, Romênia 3 x
1, Peru por 4x1, o Uruguai por 3x1 e chegou à final, invicto, derrotando a Itália
por 4x1. No final, comemorei muito ouvindo a mesma, “Guadalajara, (final da
copa) mora em meu coração... no Bazar Centenário, que existia na
avenida Adalberto Vale, no bairro da Betânia, bairro em morava ao lado do
Morro.
A caixa de picolé, era mais pesada do
que as bombas que não poderiam caber dentro dela! A "guerra" (e ficava inocentemente
preocupado,) que imaginava que estivesse ocorrendo também não poderiam
caber as armas estrangeiras matando “inimigos”
humanos derrotados ou vencedores!
Como afirmei no poema do livro (DES)
CONSTRUÇÃO, lançado em 1978: GUERRA é apenas um país se matando com armas
estrangeiras!
Com certeza,o trabalho dignifica o homem.muito bom
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