sábado, 23 de fevereiro de 2019

SILVA X SOARES E A TV A CABO!

Na casa do advogado e,  aposentado pelo TRT , virou político Raimundo Silva e por duas vezes foi presidente da Câmara Municipal de seu município, com quem viajei muito a  Itacoatiara estávamos reunidos eu e os advogados Ivo Brasil Lagos, (in meroriam), aposentado do Banco do Brasil e Flavio Queiroz de Paula, o hoje aposentado como procurador do Ministério Público do Amazonas, discutindo  planos para a posse dele como juiz do Trabalho que assumiria o cargo de juiz do Trabalho, no município de Tabatinga “desconhecido advogado do Júri” que possuía uma linda casa  casa a margem do caudaloso rio Solimões onde tive a certeza que minha esposa estava grávida. Ela tomou uma “cuba libre” e desmaiou! Fiz a viagem toda me lembrando para comprar Coca-Cola. Ela já tinha comprado a garrafa de Rum Montila. 

No início dos anos 80, os maiores e mais empolgantes embates entre acusação e defesa eram travados entre o hoje desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça de Roraima, o então promotor de Justiça do Amazonas, Lupercino de Sá Nogueira Filho e os advogados criminalistas e também políticos pelo MDB, por 26 anos, Francisco Guedes de Queiroz, o também político Félix Valois Coelho Junior, por quatro anos, e Milton Assensi. E esse meio surge o advogado Raimundo Silva, com boa oratória e excelentes argumentos de defesa. Foi descrito por mim em A NOTÍCIA, como sendo um “desconhecido no Tribunal do Júri”, selando nossa amizade pessoal e passei a admirá-lo e respeitá-lo muito.

Depois de muitos planos e conversas Dr. Silva decidiu transformar o seu "faz tudo", o pedreiro Humberto em juiz classista e levou o Soares como seu guarda-costas pessoal. Naquele dia pediu ao seu "faz tudo" que matasse um pato para comermos guisado. Pegou uma faca e cortou a cabeça dele. Só que o pato, mesmo sem a cabeça, espirou muito sangue no  muro branco da casa dele. Nos anos 80 o Tribunal do Júri era presidido pelo juiz Arnaldo Carpinteiro Peres, da 7ª Vara Criminal, o hoje desembargador aposentado como do Tribunal de Justiça do Amazonas Ele queria ver mais uma vez a atuação do advogado criminalista Milton Assensi e sugeriu os jornalistas que admirava - eu, Fernando Ruiz e o falecido Altair Rodrigues - para convidá-lo a voltar a atuar de novo. Apresentou recurso de à favor de um crime famoso e levou-o ao Júri, prometendo absolvê-lo, mas pegou mais um ano de pena. Na hora que esperava para ser levado a Penitenciária o réu no segundo andar do corredor do antigo prédio do Tribunal de Justiça puxou a toca do advogado e reclamou: "Dr. Assense, o senhor me encheu de expectativas pela absolvição e me devolve a prisão com mais um ano de pena a cumprir." - "A culpa foi desse juiz que errou na dosimetria da pena" apontando para o Dr. Arnaldo Peres que vinha logo atrás. “Mas por mim, você merecia era Cadeira Eletrica”, complementou o advogado de defesa ao que ficou conhecido na imprensa para “O Monstro da Colina”, por ter matado  com uma faca e jogado o corpo da criança, filha de  companheira dentro de um poço no quintal da casa

Voltemos à crônica de novo e ao assunto que me remeteu a lembranças inesquecíveis!

Uma vez, enquanto assistia o programa da GLOBO "VOCÊ DECIDE", deixou a rede e vociferou "onde já se viu um programa em que apresenta três finais para a mesma história. É um absurdo. Nós que estudamos um processo e muitas vezes ainda decidimos errado .Como esse programa pode apresentar três finais para a mesma história e as pessoas podem escolher qual o final que querem que seja exibido, pelo telefone?"

No dia seguinte decidiu comprar uma televisão nova e deu a que usava ao saudoso Soares, mas avisou: "essa TV é a cabo". O saudoso Soares, percorreu 40 quilômetros pela estrada rumo a Manaus e voltou para devolver o presente dizendo "contei a distância e vim devolver a TV porque não terei dinheiro para comprar 280 quilômetros de cabo para levar sinal de Itacoatiara até Manaus". O Silva riu e não aceitou a devolução do presente!

Dias depois o Soares, que prepara muito bem um bicho de caça, nos convidou para comparecer a casa dele no bairro de São Jorge, de onde se ia a pé para o Bar Zero Grau, para degustarmos seu belo guisado que preparara. Nesse dia também esteve presente o também juiz do trabalho Djalma Almeida. E fez questão de me chamar para mostrar a TV funcionando!

Abandonou a política com uma frase emblemática, porém, verdadeira: "QUANDO O PREFEITO ACERTA, SOLTAM FOGUETES; MAS QUANDO OS VEREADORES ACERTAM NÃO ACONTECE NADA, MAS POR TUDO DE RUIM NA CIDADE,  A CULPA É SEMPRE DOS VEREADORES"!

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