sexta-feira, 22 de março de 2013

A FALTA DE PROFESSORES SE DEVE A VÁRIOS FATORES!




(em homenagem ao professor Paulo Bandeira, assassinado na cidade se Satuba, em Alagoas, após ter denunciado desvio na merenda escola).

A falta de professores em sala de aula está associada a vários componentes e fatores e não é originária de uma só causa, mas a principal delas é o péssimo salário pago aos que se dedicam a ministrar conhecimentos aos alunos se obrigando a ter dois ou mais empregos para receberem um pouco mais! Mas não é a única e também nem a principal: a falta de estrutura educacional que priorize principalmente à base, hoje precária e quase ausente em quase todos os Estados, seguida de outros problemas conjunturais de caráter político, econômico, social, moral, ético e estrutural da sociedade como um todo.

Existem também outras causas para a falta de professores em sala de aula e que nada têm nada a ver com o péssimo salário pago aos mestres, embora esse seja um dos componentes principais. A falta de mestres qualificados também, se deve a precária estrutura dos ensinos de alfabetização, fundamental, médio e superior, aliado à quase total falta de compromisso dos educadores com suas atividades meritórias e não reconhecidas com a dignidade e o respeito que já mereceram no passado.  No Brasil de hoje, se primou mais pela quantidade de alunos em sala de aula do que pela qualidade no processo ensino-aprendizagem.

Nos anos 70/80 e até início de 90, a coisa mais importante era se apresentar como “mestre” porque se sabia uma pessoa séria, respeitada na comunidade e líder em sua atividade quase sacerdotal. Hoje, dá até vergonha se dizer que é um professor, que virou sinônimo de pessoa mal remunerada, despreparada, sem conhecimentos e que se dedica a uma atividade não respeitada pelos alunos. Com o crescimento do saber, cresceu também a busca de bons profissionais para a iniciativa privada, que paga melhores salários.

Mais do que um escândalo, a falta de professores em vários Estados é uma vergonha nacional e não tem nada a ver diretamente com o Ministério da Educação, porque até hoje não entrou em vigor a decisão constitucional de investir mais na Educação. Enquanto isso, as empresas privadas investem nos formandos em química, física, matemática e os alunos ficam prejudicados, sem aulas.

Também ser professor só para se dizer um professor, de nada adianta e pouco acrescenta à quem assim o faz.  Ser professor é assumir um compromisso quase sacerdotal como se fosse um padre mesmo, ou um pai mesmo desrespeitado por seus alunos-filhos,  repassando-lhes conhecimentos e servindo-lhes de exemplo, o que não é possível nos tempos atuais.

Longe disso, é uma vergonha nacional se dizer um professor nos dias atuais!

Os alunos, sempre mais analfabetos, se transformarão depois em universitários funcionais mais à frente, obrigando os professores verdadeiros, nas Faculdades, a ministrar aulas para conhecimentos que os novos calouros deveriam ter recebido na alfabetização!  Essa é uma realidade que pode mudar! Mas acho difícil por se tratar de uma questão estrutural também, além de política e técnica. Mas é possível...

Um comentário:

  1. Olá, Carlos

    Muito bom o texto, o problema é que para os políticos somos apenas um voto ambulante e mesmo assim a maioria ainda é vendido.

    Um abraço, paz e bem

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