quarta-feira, 15 de julho de 2015

"VAGABUNDO" FABULOSO QUEM?




Ao escritor, cronista, teórico e economista natalense Tomislav R. Feminick e a todos os aposentados


Diferente do que descreve a magnífica crônica “O Fabuloso Quem?” do cronista, escritor, teórico, contador e economista natalense Tomislav R. Feminick, (http://brasilemversos-am.blogspot.com.br/2015/07/o-fabuloso-quem-por-tomislav-r-femenick.html) não tive um final de semana prolongado porque todos eles já são prolongados desde 1999 quando me tornei um “vagabundo” sustentado pela Previdência Social, como disse o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, ao conseguir aprovar o “Fator Previdenciário”. Também sou um vagabundo porque fui aposentado por invalidez e ainda tenho descontado imposto de renda sobre o valor que recebo, cada vez ficando mais achatado!

Na crônica, o autor descreve um final de semana prolongado em Natal e seu encontro na livraria de um shopping com seu “O Fabuloso Quem?”,  “Johan Maurits van .Nassau-Siegenda da Silva, chamado pelos seus amigos de “Maurício de Nassau”? E quem seria “O Fabuloso Quem?”. Talvez fosse só um “cultura axilar”, comum nas faculdades, que emprestam muitos livros de uma vez, lê apenas as suas  “orelhas” e passam a se tornar questionadores com tanta convicção que até acreditam no que dizem. Mas são superficiais e qualquer professor que tenha um pouco de base e conhecimento consegue rebatê-los totalmente. Era comum ver pelos corredores da Faculdade, os “Fabulosos Quem?”.

Escrevi e publiquei livros científicos, sociais, filosóficos e literários, todos esgotados , mas nunca ganhei dinheiro com suas vendas. Depois de até cinco anos pesquisando para escrever uma obra científica consistente e sério, o autor fica com apenas 10% do valor de capa. Hoje, os livros que escrevi estão esgotados e vivo do que consegui construir enquanto trabalhava em empresas privadas, em diversas funções como jornalista e, depois, como assistente social. A Editora da UFAM republicou um livro científico na área do Serviço Social porque voltou a ser procurado e estava esgotado há 17 anos, mas foi só para distribuição em bibliotecas do curso e doação às faculdades. Hoje, quando recebo minha aposentadoria por invalidez, sinto-me um “vagabundo” mesmo e conto até o troco para ver se pago as minhas contas.

Dos livros que publiquei, recebi indicação a prêmios, recebi medalhas, troféus, comendas, diplomas e reconhecimentos literários. Mesmo assim, vivo com os proventos de aposentado por invalidez, como se um “vagabundo” fosse. Sinto-me feliz, porém, porque quem disse que eram “vagabundos” os aposentados, se tornou um “vagabundo” também recebendo todas as mordomias do cargo a que tem direito e, ao contrário de todos os outros  “vagabundos” que contam trocos e moedas para pagar suas contas, depois de daram o suor pela economia do Brasil e algumas vezes, até o sangue. Mas, deixando a “vagabundagem” de lado e continuando o tema “O Famoso Quem?”,  ao contrário do que narra o cronista natalense, não sai de casa com minha esposa, não li jornais ou livros porque meus óculos 7,5 graus e sem visão periférica proibiram esse meu prazer e recebi de presente duas bactérias hospitalares “vagabundas” e incuráveis, nas palavras da infectologista Dra. Silvana Lima, quando sofri empiema cerebral em 2006 e fui operado até hoje 11 vezes no cérebro. Fiquei em coma, sofri derrame, tive trombose, diagnóstico de câncer e não sofri mais do que Cristo sofreu na cruz, para cumprir toda a palavra de Deus. 

Também não fui ao shopping porque minha CNH venceu e, atendendo a orientações médicas, decidi não mais renová-la. Ao contrário do natalense Tomislav R. Feminick, não precisei de um fim de semana prolongado, porque todos já o são assim: sou igual a um peixe que só faz nadar e comer. Quando. me sinto bem, frequento a Academia do Mundi, no qual também sou membro do Conselho Fiscal e Consultivo. Todos os compromissos que antes tinha de acordar cedo, deixar o filho Carlos Filho na escola, fazer feira, supermercado, foram transferidos à esposa Yara Queiroz, pelo “vagabundo” da Nação, sobrecarregando-a com as tarefas, que deixei de fazê-las. Também não saio mais cedo para despachar recursos de trânsito na junta de Recursos Infracionais da extinta EMTU, como não deixo mais as 17 horas a Direção Regional Norte do SEST/SENAT para ministrar aulas como professor universitário do curso de Serviço Social na Faculdade. Não presido mais as reuniões quinzenais da Comissão Estadual de Emprego no Amazonas, como antes fazia.

Depois de assumir a “vagabundagem” oficial em novembro de 1999, pensei que teria depressão e pedi ao amigo jornalista Marcelo Bezerra, esse blog. Ele o desenvolveu e passei a alimentá-lo, inicialmente para manter a memória ativa e agora quase que por um vício diário. Agora, além de escrever quando não tenho consulta médica, sou apenas um corpo lento que passeia com dificuldades pelo condomínio Mundi, critica o que está errado, cobra o que diz o Regimento Interno e, quando se sente bem pratica esteira na Academia, isso se não tiver consultas de rotina. Sou membro do Conselho Fiscal  e Conselho Consultivo,  ajudando à administração do advogado e síndico Antônio Paiva! Nada mais faço além disso e assumo que sou um vagabundo  de FHC ou um fiscal da natureza no Condomínio porque existem muitos pássaros que cantam em uma nesga de floresta primária que margeia um igarapé que ligando por uma ponte as Etapas R1, R2 da R3,  

Ao contrário do que disse ter feito o escritor natalense que entrou em livraria e teve um encontro com “O Fabuloso Quem?” em um Shopping de Natal, foi reconhecido e deu autógrafo, não autografei nenhuma de minhas 13 obras esgotadas, não fui reconhecido, nem recebi convites convite por e-mail para participar de antologias pelo Brasil. Por puro prazer, só tenho como obrigação e quase como se fosse um dever orgásmico, escrever essa crônica, porque não recebo nada por isso e nem pelos livros que publiquei. Recebia tão pouco pelas vendas que doava os direitos autorais para instituições filantrópicas e hoje sou apenas mais um “vagabundo”  que trabalhou muito, se dedicou demais.

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