domingo, 9 de agosto de 2015
PAI JÁ FOI FILHO E SERÁ AVÔ! (HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS)
Como todo pai já foi filho no passado e será avô no futuro e toda mãe foi uma filha e será uma avó depois.
De repente, pego-me vendo a foto de meu filho deslizando no escorredor na Escola de Alfabetização Floresta Encantada, presa na cabeceira da cama e lembro que me foi presenteada com um gostoso abraço no dia dos pais. Está ornamentada com pernas, mãos e moldura de cartolina feito pelas professoras,. Pego-me a pensando na foto e percebo que meu filho com dois dedos digita rápido no celular e, ainda, como foi difícil e prazeroso o curso de datilografia que fiz por um ano no Colégio Dom Bosco, promovido com recursos da Funabem. O padre Bruno Bianchini, colocava um banquinho por cima dos teclados, impedindo que os alunos vissem o que estavam datilografando durante o e ficava observando quem tentaria retirá-lo e ver as teclas da máquina. Tinha medo de me submeter à prova e recebe e fiquei um ano estudando, porque por duas vezes recusei-me fazer ser avaliado. Achava que não estava preparado e me recusava. A Escola de Datilografia era só uma das diversas atividades que se desenvolvia no Colégio Dom Bosco, no meio da década de 70, porque pelo mesmo projeto, também conclui cursos de padeiro, eletrônica, telegrafia, montagem de rádios transistorizados e outros que nem lembro mais.
Como estagiário no próprio Colégio Dom Bosco, produzia pães para a merenda dos alunos que aos finais de semana, frequentavam um outro projeto social: jogavam futebol! Lembro-me de minha mãe Josefa Costa, orgulhosa apontando com seus dedos calejados pelo terçado e cabo de enxada, por anos de agricultura na comunidade de Varre-Vento, a foto na primeira página do Jornal A NOTÍCIA, destacando-me no meio de outros meninos franzinos como eu: “Está vendo esse aqui na foto? É meu filho!”. Eu estava todo paramentado com avental no encerramento de um curso de padeiro! Acho que foi o primeiro e um dos maiores orgulhos com o qual presenteei minha mãe. Esse mesmo orgulho e talvez até maior, sinto quando vejo a foto de meu filho fardado descendo pelo escorregador de sua Escola de Alfabetização, presa a cabeceira da cama!
Graças ao curso de Datilografia que fiz, hoje uso e sinto os meus 10 dedos deslizando pelo teclado do computador, no qual escrevo essa crônica. Meu filho, com muita agilidade e usando só dois dedos e faz o mesmo que eu faço agora com meus 10. Incrível a agilidade que tem para escrever mensagens no celular! No dia da prova, datilografei 178 palavras em um minuto, sem erros, sendo o primeiro colocado da turma. Durante as aulas, era repetição constante de ASDFGÇLKJ, subia e descia diversas vezes, conhecendo sem ver os teclados da máquina. Depois se passava para juntar letras e, por último, formar palavras. O Dr. Maury de Macedo Bringel, dizia que datilografa tão rápido que só faltava sair fumaça da máquina que usava. Assim, graças a essa agilidade, permaneci mais de 6 anos no Jornal, escrevendo mais de 7 matérias diferntes por dia e como Assessor de Imprensa no Sinetram, até assumir à Superintendência, substituindo o Dr. Maury. Em parte ele tinha razão! Quando usava o aparelho de telex do Jornal para gravar matérias e enviá-las para outros jornais nos quais trabalhava como correspondente, terminava de digitar e o telex continuava trabalhando sozinho e registrando as letras que havia datilografado no teclado do telex, pelo qual também se recebia notícias, na época. Ao fazer isso, usava uma fita para gravar letras em furinhos e depois repassá-la aos jornais. Antes, se tinha que fazer uma ligação telefônica para enviar o texto pela fita. Era mais rápido. O demorado era completar a ligação telefônica. O Dr. Malry de Macedo Bringel foi quem pediu que o substituísse na Superintendência do Sinetram. Hoje, guardo gostosas lembranças e recordações do que ele me dizia. Aprendi muito do que sei com esse mestre da paciência, da sapiência e da filosofia que a vida lhe proporcionou com o avançar da idade! Era um mestre e assim que quero mantê-lo da memória e no coração!
Digo ao meu filho Carlos Costa Filho, hoje com 17 anos e já se preparando para se submeter às provas do ENEM, que o que aprendi em máquina de datilografia me abriu às portas para trabalhar como auxiliar de escritório e depois como “foca” e depois de formado, como jornalista no jornal A NOTÍCIA, o mesmo publicou a foto de um menino magricelo, paramentado, recebendo diploma de encerramento do Curso de Padeiro, que minha mãe guardava e se orgulhava em mostrar a quem desejasse vê-la. Nunca comentei esse fato e nem quis saber quem tinha feito a foto ou a matéria ou se ainda trabalhavam no jornal. Meu filho, que também será pai um dia e me fará avô e depois ele próprio também o será, deverá receber uma foto como a que me presenteou em sua inocência. Quando falo isso com meu filho, ele apenas ri porque nunca estudou datilografia, os tempos são outros e tenho que aprender com ele como essas mudanças se deram de forma tão rápida. Passamos da TV de tubo e válvulas à TV de Plasma e LED. Carlos Filho está estudando de manhã e de tarde, namorando e isso me deixa feliz! Não porque esteja namorando, mas porque chegou feliz da vida com um Boleto de pagamento em casa dizendo que faria o Curso de Direito, e seguiria a carreira do avô, Francisco Guedes de Queiroz, que também foi político por 26 anos no Amazonas do tio, advogado R. Rafael de Queiroz , funcionário da Petrobras e da mãe Yara Queiroz, servidora concursada da ALE/AM e em véspera de aposentadoria por tempo de serviço.
É...tudo isso que escrevo agora é só para você saber como me orgulho de tê-lo como filho como minha mãe – sua avó materna - sentiu orgulho de mim pelo curso de padeiro que fiz no passado. Hoje podemos lhe dar o que não tive...mas sua mãe também não veio de uma família rica, morou em casa alugada na Vila Rezende, por muito tempo, mesmo seu avô sendo político de destaque no Estado, seu bisavô sendo um próspero fazendeiro e dono “Baturité”, onde seu avô nasceu e viveu até vir para Manaus, estudar, trabalhar e se destacar. Sua mãe e eu nos enriquecemos de estudo, conhecimentos e com muito trabalho. A Fazenda “Baturité” foi a maior fornecedora de melancia pra Manaus nos anos 60.
Não importa qual profissão seguirá. A honra é um legado que adquirimos e morrerá conosco. A história registrará e destacará esse feito. Não importa o dinheiro, porque esse também acaba. A honra, caráter, dignidade, humildade, inteligência e conhecimento constante, sempre, nunca acabarão e ficarão na história para destacá-lo. Seja um bom pai e não esqueça: sua foto que tenho na cabeceira de minha cama, foi o maior troféu que recebi de sua infância e sei que ainda receberei outros, que me orgulharão muito mais ainda.
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Mano vejo a sua superação e sua luta minha gratidão por ser meu amigo virtual, reconheço sua posição de pai presente. Meus Parabéns Carlos Costa
ResponderExcluirFeliz dia dos país todos os dias....
ResponderExcluirParabéns pelo excelente pai que tu ês!
ResponderExcluirEu gostei achei muito bonita
ResponderExcluirLinda crônica!!!
ResponderExcluirSábias palavras . Bom dia !
ResponderExcluirBem arquitetado e dado como justo e perfeito.
ResponderExcluirVc é ótimo! Sem palavras pra comentar. Parabéns meu escritor favorito. Sou teu fã!
ResponderExcluirLinda homenagem Carlos. De fato, o maior legado que podemos deixar aos nossos filhos é a honra. Parabéns por transmitir ao Carlos Filho, juntamente com a Yara, os mais valorosos princípios.
ResponderExcluirLegal! Gosto do que ele escreve!
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