quinta-feira, 2 de novembro de 2017

VISTANDO O CEMITÉRIO EM TEMPO DE CRISE!

Meu corpo, transportando meu espirito inquieto, crítico, feliz e eterno,  entrou no cemitério São João Batista, em Manaus, acompanhando minha esposa Yara Queiroz. Como a todos os brasileiros, fomos recebidos pela crise econômica que se abateu de Norte a Sul,  mas parece que não afetou a economia da Prefeitura Municipal de Manaus: 8hs30 da manhã, com todas as luzes da entrada principal clareando o caminhar meu lento de pessoa submetida a 11 cirurgias no cérebro e 175 pontos na cabeça de orelha a orelha, desde 86. Por isso, uso chapéu, quando lembro de colocá-lo. Não tenho nada para esconder!

Estávamos rumando a sepultura dos pais dela: Francisco Guedes de Queiroz e Maria Luíza de Souza Queiroz, agora totalmente livres da crise econômica, dos reajustes de luz, da Reforma da Previdência, dos reajustes salariais sempre abaixo dos índices necessários para uma vida digna. A crise econômica que atingiu a todos os brasileiros, não os atingiu. Só aos vivos.

Devido ao desemprego, ao arrocho salarial, ao reajuste da aposentadoria sempre em valores inferiores à uma vida digna. Ainda querem reformar uma coisa que não precisará ser reformada. O cemitério São João Batista, também estava em crise, menos ao que parece a Prefeitura, aos Ministérios em Brasília que, mesmo vazios, permanecem com as luzes acesas, esbanjando energia.

O silêncio dos pássaros que antes cantavam nas frondosas mangueiras da alameda de entrada, estavam, ao que parece respeitando aos mortos ou a minha entrada no  Parque Santo, ou quem sabe, as luzes acessas que os impedia de cantar. Ou seria  um sinal de falta de alegria dos cantantes? Ou  seria o silencio sepulcral que me doeu aos ouvidos adivinhando que estaria entrando para minha definitiva morada?  

Sentei-me rm.um banco ao lado da sepultura e olhava para todos os lados, pensando na conta de luz de mais de 800 reais que teríamos que pagar no dia do vencimento se o dinheiro der para fazê-lo. Embora tenho trocado as lâmpadas para LED e  passado a ligar os condicionadores de ar a partir das 20 horas e desligá-los as 4 da manhã, diariamente.  A luz só aumenta em consumo e em valor.. Não sei mais o que faça para economizar...

Todos os meses com a criação de novas bandeiras tarifárias vermelha, estou ficando cada vez mais roxo de raiva com o minguado dinheiro da aposentadoria! Depois do  pagamentos das contas, me sobram no bolso, moedas para me informar da maneira mais  cruel possível, que ainda tenho um troco, mesmo que sejam em moedas para lembrar-me que recebi! O cemitério estava limpo, bem cuidado, mas para onde olhava via pessoas sofridas, silenciosas, sem o mesmo burburinho que encontrava nos anos anteriores., quando acompanhava minha esposa. Será que a crise também chegara ao cemitério?! Se chegou ou não; fiquei só o tempo necessário para não saber da resposta!


Felizmente somos todos brasileiros em dificuldades financeiras e o de luta espirito resistindo no peito!

2 comentários:

  1. Hoje fui visitar meus entes querido que jazem no sepulcro. Deixei flores de plástico para eles, eis que flores de plástico não morrem.

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  2. joão Batista Filho/BH10 de novembro de 2017 às 08:26

    Pois é Carlos, Imagino a conta de energia de vocês tendo que ligar o ar condicionado o dia inteiro. Não é fácil não, não sabemos onde vamos parar..

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